Domingo, 25 de agosto de 2013
21º Domingo do Tempo Comum
São Luís, Rei de França (Memória facultativa). e São José de
Calazans, Presbítero (Memória facultativa).
Outros Santos do Dia: Arédio de Limoges (abade), Ebba de Coldingham (abadessa), Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino (mártires), Gerôncio (bispo, mártir), Genésio de Roma (comediante, mártir), Genésio de Arles (bispo, mártir), Gregório de Utrecht (bispo), Juliano da Síria (mártir), Lucila de Roma (virgem), Magin de Tarragona (mártir), Maria Michaela do SS. Sacramento (fundadora), Menas de Constantinopla (bispo), Nemésio de Roma (diácono), Patrícia de Nápolis (virgem).
Outros Santos do Dia: Arédio de Limoges (abade), Ebba de Coldingham (abadessa), Eusébio, Ponciano, Vicente e Peregrino (mártires), Gerôncio (bispo, mártir), Genésio de Roma (comediante, mártir), Genésio de Arles (bispo, mártir), Gregório de Utrecht (bispo), Juliano da Síria (mártir), Lucila de Roma (virgem), Magin de Tarragona (mártir), Maria Michaela do SS. Sacramento (fundadora), Menas de Constantinopla (bispo), Nemésio de Roma (diácono), Patrícia de Nápolis (virgem).
Primeira leitura: Isaias 66,18-21
De todos os países trarão teus irmãos.
Salmo responsorial: 116
Ide ao mundo inteiro e proclamem o Evangelho.
Segunda leitura: Hebreus 12,5-7.11-13
O Senhor repreende aos que ama.
Evangelho: Lucas 13,22-30
Muitos tentarão entrar e não poderão.
De todos os países trarão teus irmãos.
Salmo responsorial: 116
Ide ao mundo inteiro e proclamem o Evangelho.
Segunda leitura: Hebreus 12,5-7.11-13
O Senhor repreende aos que ama.
Evangelho: Lucas 13,22-30
Muitos tentarão entrar e não poderão.
Jesus continua sua viagem a Jerusalém, passando por povos e aldeias nos
quais ensinava. Nesse contexto nasce uma pergunta a Jesus: Senhor, são poucos
aqueles que vão se salvar? A pergunta aponta para números: Quantos vamos
alcançar a salvação, pouos ou muitos? A resposta de Jesus nos remete
do “quantos” ao “como” nos salvamos.
É a mesma atitude aparece no tema da parusia: os discípulos
perguntam “quando” acontecerá o retorno do Filho do Homem e Jesus responde
indicando o “como” preparar esse retorno, que fazer durante a espera (MT
24,3-4). Esta forma de agir de Jesus não é estranha nem pouco cortês; é a forma
de agir de alguém que quer educar os discípulos e passar do plano da
curiosidade para o da sabedoria, das perguntas ociosas que apaixonam o povo,
aos verdadeiros problemas que levem ao Reino.
Então, neste evangelho Jesus aproveita a oportunidade para instruir os
discípulos sobre os requisitos da salvação. Isto nos interessa a todos que
estamos diante do mesmo problema. Pois bem, que diz Jesus a respeito da nossa
salvação? Duas coisas: uma negativa e outra positiva; primeiro o que não serve
e não basta, depois do que serve e basta para salvar-se. Não serve ou não basta
para a salvação é o fato de pertencer a determinado povo, a determinada raça ou
tradição, instituição, ainda que fosse o povo eleito do qual provém o Salvador:
“Comemos e bebemos contigo e tu nos ensinaste em nossas praças... Não sei de
onde sois”.
No relato de Lucas, é evidente que os que falam e reivindicam
privilégios são os judeus; no relato de Mateus, o panorama se amplia: estamos
agora em um contexto de Igreja; aqui ouvimos cristãos que apresentam o
mesmo tipo de pretensão: “Profetizamos em teu nome (ou seja em nome de Jesus),
fizemos milagres... porém a resposta de Jesus é a mesma: não os conheço,
afastem-se de mim (MT 7, 22-23).
Por isso, para salvar-se não basta o simples fato de ter conhecido a
Jesus e pertencer à Igreja; é preciso mais coisas. Justamente esta “outra
coisa” é a que Jesus pretende revelar com as palavras sobre a “porta estreita”.
Estamos na resposta positiva, no que verdadeiramente assegura a salvação. O que
leva à salvação não é um título de propriedade (não há título de propriedade
para um dom como a salvação), mas uma decisão pessoal.
Isto é mais claro no texto de Mateus que propõe dois caminhos e duas
portas – uma estreita e outra larga – que conduzem respectivamente uma à vida e
outra à morte. Para construir essa imagem dos dois caminhos, Jesus se
inspira no Deuteronômio 30,15 e dos profetas (Jer 21,8); para os primeiros
cristãos os dois caminhos foram espécie de código moral.
Há dois caminhos – lemos na Didaké -, um da vida e outro da
morte; a diferença ente os dois caminhos é grande. Ao caminho da vida
corresponde o amor a Deus e ao próximo: bendizer a quem maldiz, perdoar a quem
te ofende, ser sincero, pobre; em suma, os mandamentos de Deus e a
bem-aventuranças de Jesus. Ao caminho da morte correspondem, pelo contrario, a
violência a hipocrisia, a opressão do pobre, a mentira; em outras palavras, o
oposto, aos mandamentos e às bem-aventuranças.
O ensino sobre o caminho estreito encontra um desenvolvimento muito
pertinente na segunda leitura de hoje. “O Senhor corrigem ao que ama”. O
caminho é estréio, não por algum motivo incompreensível ou por um capricho
de Deus que se diverte fazendo-o dessa maneira, mas, posto no meio do
pecado, foi uma saída no meio de uma rebelião; o conflito da cruz é o
meio pregado por Jesus e inaugurado por ele mesmo para remontar essa pendente e
reverter essa rebelião e “tornar a entrar”.
Porém, por que caminho “amplo” e caminho “estreito”? Acaso o caminho do
mal é sempre fácil e agradável de percorrer e o caminho do bem sempre
duro e fatigante? Aqui é importante agir com discernimento para não cair na
mesma tentação do autor do salmo 73. Também a esse crente do primeiro
testamento lhe havia parecido que não há sofrimento para os ímpios, que seu
corpo está sempre sadio e satisfeito, que não
se vêem agredidos pelos demais homens, mas que estão
sempre tranqüilos, acumulando riquezas, como se Deus tivesse preferência
por eles.
O salmista se escandaliza por isto, até o ponto de sentir-se tentado a
abandonar seu caminho de inocência para fazer como os demais. Nesse estado de
agitação, Jesus entra no templo e se põe a orar e, de repente, viu com toda a
claridade: compreendeu “qual é sua finalidade”, ou seja, o fim dos ímpios e
começou a louvar a Deus e a dar-lhe graças com alegria porque estava com ele. A
luz se acende na oração e na reflexão sobre o das coisas e da própria
vida.
Retornemos ao fio do discurso; Jesus rompe o esquema e leva o tema ao
plano pessoal e qualitativo. Não basta pertencer a uma determinada
“comunidade”, ou estar ligado a uma serie de práticas religiosas que nos dão a
garantia da salvação. O importante é atravessar a porta estreita, isto é,
buscar um empenho serio e pessoal pela busca do reino de Deus, esta é a única
garantia que nos dá a certeza de que se está no caminho que nos conduz à luz da
salvação. Jesus repetiu muitas vezes este conceito: “Nem todos os que
dizem Senhor, Senhor, entram no Reino dos céus, mas os que fazem a vontade do
Pai que está nos céus”.
Comer e beber o corpo e sangue do Senhor, escutar sua Palavra,
multiplicar as orações... é importante, porém não é suficiente para alcançar a
salvação, porque como afirma Deus por boca do profeta Isaías: “Deus não pode
suportar falsidade e solenidade” (1,13). Ao rito se deve unir a vida, à
religião deve-se impregnar toda a vida de oração, à liturgia deve-se
ligar a prática da caridade; à liturgia deve abrir ainda à
justiça e o bem, como falaram os profetas. O culto é hipócrita e é incapaz de
levar-nos à salvação: o próprio Jesus afirma: “afastem-se de mim, operários
da iniqüidade”. A importância maior está nas obras, expressão de
uma vida coerente com a fé que professamos.
A imagem que Jesus usa inicialmente é aquela da “porta estreita”, que
representa muito bem o empenho necessário para alcançar a meta da salvação, o
verbo grego usado por Lucas (agonizesthe) é traduzido por “esforçar-se”. Indica
luta, uma espécie de agonia; inclui fadiga e sofrimento, que envolve a pessoa
no caminho de fidelidade a Deus.
A vida cristã inclui luta diária por elevar-se a um nível espiritual
superior; é errôneo cruzar os braços e relaxar depois de ter assumido um
compromisso pessoal com Cristo. Não podemos ficar parados em nossa fidelidade
ao Reino de Deus.
Crer é uma atitude seria e radical e não se reduz a certos atos de
devoção. Estes podem ser sinais de uma adesão radical; finalmente, ao Reino de
Deus são admitidos todos os justos da terra que lutaram, que amaram e
se esforçaram por sua fé com sinceridade de coração; isto significa que o
cristianismo se abre a todas as raças, a todas as culturas, a todas as
expressões sociais e pessoais, sem nenhuma restrição.
Oração: Ó Deus, vós quereis que todos os homens e mulheres se salvem e cheguem
ao conhecimento da Verdade, inspirai-nos para que nos sintamos convictos de que
vossa verdade é mais ampla que a nossa, e ensinai-nos vossa paciência
pedagógica, para que nosso testemunho de vós seja sempre amoroso, paciente,
dialogante e disposto à escuta e ao aprendizado.
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