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domingo, 24 de fevereiro de 2013

: Para onde iremos somente Deus o sabe, porém podemos ter uma ideia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática - Maria Regina.



QUINTA
Lucas 16,19-31

                                       Quando abrimos os olhos e os ouvidos para apreendermos os ensinamentos de Jesus também assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na terra. O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim ele se refestelava na sua própria “felicidade”, mesmo sabendo da existência do pobre, ignorando o seu estado que, caído à sua porta, esperava alguma coisa que ainda lhe sobrasse quando “a festa” findasse. Assim, usando o exemplo do rico  (opulento) e do pobre Lázaro, Jesus nos revela mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra em direção ao nosso porto final, o céu.
                                   Se formos prestar atenção ao quadro descrito no Evangelho, chegamos à conclusão de que hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na medida da nossa realidade. Porém, o que mais precisamos estar atentos  é à mensagem de Jesus pela qual percebemos que, assim como o pobre morreu e “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”, que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”. Isto para nós faz uma diferença incrível, pois nos leva a meditar sobre a visão que temos em relação ao morrer e ao depois do morrer.
                                  Se tivermos uma ideia da vida somente como uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza, iremos também ser “enterrados” . No entanto, se concebermos a ideia de que a nossa vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham ao Céu, porto seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Contudo, isso não depende apenas do nosso saber ou ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso conviver e do nosso participar, porque aqui na terra já começamos a construir esta via, através dos nossos relacionamentos pessoais com TODOS e não somente com aquelas pessoas que nos são as mais queridas, nem tampouco com os “ricos”, mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas principalmente de vida digna e justiça.
                                 Jesus abriu para nós um cenário real, o qual não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para onde iremos somente Deus o sabe, porém podemos ter uma ideia, dependendo do que nós estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era abastado, nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”. Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores seguindo os mandamentos de Deus e crendo que Jesus é o Senhor da nossa vida e da nossa morte.
                                Nós sabemos que a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. Há, porém, outra coisa importante que precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora! Não podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco poderemos de lá, fazer com que aqueles que amamos e temos interesse por eles, possam se redimir.
                                 Por isso, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm Moisés e os profetas, que os escutem!” E isto vale também para nós HOJE, pois somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão. Reflita – Quais os bens que você tem recebido na vida? – Existe algum “pobre” à sua porta esperando migalhas? – O que você tem partilhado com os “pobres” que se encontram à sua porta? – Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou mais feridas – Qual é a ideia que você tem da vida após a vida aqui na terra? – Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Amém
Abraço carinhoso
- Maria Regina

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