QUINTA
Lucas 16,19-31
Quando
abrimos os olhos e os ouvidos para apreendermos os ensinamentos de Jesus também
assumimos o compromisso com a verdade e nos tornamos mensageiros do céu aqui na
terra. O homem rico tinha tudo aqui na terra, vestia-se bem, comia
maravilhosamente e celebrava isto todos os dias com festas esplêndidas. Assim
ele se refestelava na sua própria “felicidade”, mesmo sabendo da existência do
pobre, ignorando o seu estado que, caído à sua porta, esperava alguma coisa que
ainda lhe sobrasse quando “a festa” findasse. Assim, usando o exemplo do rico (opulento) e do pobre Lázaro, Jesus nos revela
mistérios da realidade mais presente na nossa vida: a nossa caminhada na terra
em direção ao nosso porto final, o céu.
Se formos
prestar atenção ao quadro descrito no Evangelho, chegamos à conclusão de que
hoje isto também acontece na nossa vida guardando as devidas proporções e na
medida da nossa realidade. Porém, o que mais precisamos estar atentos é à mensagem de Jesus pela qual percebemos
que, assim como o pobre morreu e “foi levado pelos anjos ao seio de Abraão”,
que é o Céu, o rico também morreu, mas, “foi enterrado”. Isto para nós faz uma
diferença incrível, pois nos leva a meditar sobre a visão que temos em relação
ao morrer e ao depois do morrer.
Se tivermos uma ideia da vida
somente como uma experiência terrena, agindo e reagindo conforme os critérios
humanos, com as práticas ditadas pela mentalidade do mundo, com certeza, iremos
também ser “enterrados” . No entanto, se concebermos a ideia de que a nossa
vivência na terra é um passaporte e passagem que nos encaminham ao Céu, porto
seguro, casa do Pai, retorno à vida, aí então, com a mesma certeza, nós
esperamos ser levado pelos anjos ao seio de Abraão. Contudo, isso não depende
apenas do nosso saber ou ter conhecimento, mas sim, do nosso viver, do nosso
conviver e do nosso participar, porque aqui na terra já começamos a construir
esta via, através dos nossos relacionamentos pessoais com TODOS e não somente
com aquelas pessoas que nos são as mais queridas, nem tampouco com os “ricos”,
mas também com aqueles intoleráveis, “os pobres” que são carentes de pão, mas
principalmente de vida digna e justiça.
Jesus abriu para nós um cenário real, o qual
não podemos mais ignorar: cenário da vida na terra e depois dela. Para onde
iremos somente Deus o sabe, porém podemos ter uma ideia, dependendo do que nós
estivermos colocando em prática. O rico não foi enterrado porque era abastado,
nem tampouco o pobre subiu aos céus só porque era carente, mas pelas
circunstâncias em que viveram e por causa das atitudes que tomaram. Aqui na
terra nós recebemos as condições para nos apropriarmos dos “terrenos do céu”.
Há, porém, uma condição imprescindível: a de partilharmos os nossos bens e dons
dos nossos “terrenos da terra” com os outros moradores seguindo os mandamentos
de Deus e crendo que Jesus é o Senhor da nossa vida e da nossa morte.
Nós sabemos que
a figura do pobre sempre será uma realidade entre nós, no entanto, a sua
existência é uma chance que Deus dá ao rico para bem empregar os seus bens e
assim poder obter ainda muito mais para ajudar a quem precisa. Há, porém, outra
coisa importante que precisamos ter em conta: o tempo é hoje, agora! Não
podemos esperar para quando chegar lá no nosso destino, “depois quer findar a
festa”, pois há um abismo enorme e nós não podemos retroceder. Nem tampouco
poderemos de lá, fazer com que aqueles que amamos e temos interesse por eles,
possam se redimir.
Por isso, Abraão falou ao rico: “Eles lá têm
Moisés e os profetas, que os escutem!” E isto vale também para nós HOJE, pois
somos convocados a sermos também, profetas, com palavras, atos e sem omissão.
Reflita – Quais os bens que você tem recebido na vida? – Existe algum “pobre” à
sua porta esperando migalhas? – O que você tem partilhado com os “pobres” que
se encontram à sua porta? – Como é a sua vida: você tem recebido mais bens ou
mais feridas – Qual é a ideia que você tem da vida após a vida aqui na terra? –
Você tem aberto os olhos das pessoas da sua família para isso?
Amém
Abraço
carinhoso
- Maria Regina
Nenhum comentário:
Postar um comentário