25 de fevereiro Segunda Feira
SEGUNDA FEIRA DA II
SEMANA DA QUARESMA TC 25/02/2013
1ª Leitura Daniel 9, 4b –
10
Salmo 102(103) , 10 a “O
Senhor não nos trata segundo nossos pecados”
Evangelho Lucas 6, 36-38
“Nossa medida com os
outros..” - Diac. José da Cruz
Um
lugar onde podemos ver e comprovar como nós não somos Misericordiosos como o
Pai, é no trânsito. Não adianta fingir que não é com a gente, todos somos
assim, olhamos para os outros condutores de veículos com extremo rigorismo, mas
quando nos olhamos ao volante, sempre amenizamos ao máximo nossas falhas.
Sempre vamos ter razões de sobra para justificar o nosso erro, cometido em uma
ultrapassagem perigosa, em um excesso de velocidade, em uma fechada que demos
no outro, ou em qualquer norma de segurança que quebramos, nós temos
necessidade e justificativa para falar ao celular no volante, mas se flagramos
o outro, dirigindo desatentamente por estar falando ao celular, rapidamente o
condenamos.
O trânsito é só um exemplo bem
concreto de que, a nossa medida com o próximo é bem pequena e miserável. O que
nos falta é exatamente aquilo que em Deus é sempre abundantes eterna: a
Misericórdia! Mas esse comportamento anticristão não é só pessoal, mas tudo e
todos que nos rodeiam na Família e na comunidade, amenizamos os erros e
pecados, abrandamos o impacto da ação ou do escândalo, se o fato ocorreu com um
filho ou filha, ou um irmão da nossa igreja, mas se for com o Filho ou a Filha
do outro, que não é parente e nem membro do nosso grupo da Igreja, ah meu
irmão, olhamos com uma lupa de aumento e apregoamos aos quatro cantos o pecado
escabroso que tal pessoa cometeu.
Misericórdia é acolher o outro em
nosso coração, e o Judeu tem um significado ainda mais bonito, é acolher o
outro em nosso útero, para dar-lhe uma vida nova com o nosso amor, é também
sermos solidários com a miséria do outro, caminhar junto, sorrir e chorar junto
e foi essa misericórdia do PAI , que Jesus manifestou por todos nós.
Não julgar, não condenar, perdoar,
dar e acolher, são palavras chaves do evangelho, colocadas como prática cristã
em nossa relação com o próximo no dia a dia. E o próximo são todas aquelas
pessoas que passam por nós na rua, no Banco, na Feira Livre, no ônibus, na
escola, no trabalho, na política, no futebol, na torcida. Na comunidade somos
capazes de disfarçar a nossa raiva, impaciência e intolerância com o outro, mas
fora da Igreja somos quem somos, e é exatamente nesses lugares e ambientes que
nos relacionamos com as pessoas.
O evangelho traz uma exortação final
muito séria, se a nossa medida com o próximo ( com todas as pessoas com quem
cruzamos em nosso dia a dia, não é só com o irmãozinho da comunidade...) não
for larga, cheia e generosa, Deus também nos olhará com rigorismo e não vamos
poder contar com a sua bondade e misericórdia sem limites. Isso porque estamos
deturpando a imagem, de Deus para o irmão.
E fica aqui, no final da reflexão uma
boa pergunta: as pessoas com quem convivemos, acreditam em um Deus amoroso e
misericordioso, ou em um Deus intolerante e implacável? Se a resposta for
negativa, é bom não nos esquecer que essas pessoa simplesmente refletem a
imagem de Deus que a ela passamos com a nossa conduta...
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