15 de janeiro
Mc 1,21-28
Ensinava como quem tem autoridade.
Este Evangelho narra a cura de
um possesso. O fato aconteceu durante uma reunião do povo na sinagoga. Estamos
no comecinho da vida pública de Jesus e, como pouca gente o conhecia, ele
aproveitava as reuniões nas sinagogas para anunciar a realizar a Boa Nova.
O povo ficava admirado com a forma
com que Jesus falava; era com autoridade, não como os chefes religiosos, que
eram inseguros e falavam sem muita convicção, repetindo opiniões de vários
autores, de forma enfadonha. Jesus, ao contrário, transmitia segurança no que
falava.
Jesus curava os doentes que pediam;
curava também os que não pediam; e curava até os que o atacavam, como este
caso. O homem era “possuído por um espírito mau”, isto é, ele se deixava levar
pelas forças do mal e praticava ações más.
Diariamente nós nos encontramos com
as forças que se opõem à verdade e escravizam as pessoas. Essas forças estão
reunidas em um só comando: o demônio. Aparentemente cada um faz o mal por sua
própria conta. Mas, na realidade, todos os que praticam o mal estão a
disposição de um só comando, que é o demônio. Ele age ou diretamente ou através
daqueles que ele já conquistou e que criaram as organizações e estruturas do
mal. Muitas vezes, ele age também dentro de nós, usando as raízes do pecado
original que ficaram em nós.
Na maioria das vezes o demônio
procura dissimular a sua presença e ação e, enquanto ninguém ameaça as suas
posições, ele vai tomando conta da sociedade, levando-a à corrupção, à
injustiça, à violência, ao pecado. Quanta gente é possuída pelo espírito mau e
não percebe!
Esse nosso inimigo não dorme, e vê
com antecedência quem são os que podem debilitar o seu império e, mal começam a
agir, o demônio levanta-se contra eles aquelas pessoas que ele já conquistou:
os medíocres, aqueles que foram mal sucedidos em alguma coisa. Por isso que,
mal Jesus começava a falar, algum “possesso” já se levantava contra ele, mesmo
dentro da casa de oração.
Este foi apenas o primeiro
enfrentamento de Jesus com o espírito mau. Haverá muitos outros, até o dia em
que toda a sociedade judia se levantará e matará o Filho de Deus.
Ao ouvir Jesus, e perceber que ele
podia afastar o mal dos ouvintes, o homem atacou a Jesus, tentando fazer com
que ele parasse de falar. Mas deu o contrário, o possesso é que foi curado. Não
é o homem mau que Jesus ataca, mas sim o espírito mau que está nele. O pobre
homem, Jesus continua amando.
O possesso se contradisse. Pela forma
de atacar, ele acabou confessando que Jesus é realmente o Messias: “Que queres
de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o
Santo de Deus”. Também hoje, Deus nos defende quando somos atacados e até vira
ao contrário o ataque, transformando em testemunho a favor do Reino de Deus.
Jesus é “o Santo”; ele está acima de
todas as forças do mal, as visíveis e as invisíveis. Nós cristãos precisamos
desmascarar as maldades escondidas e disfarçadas da sociedade pecadora. Seremos
atacados, mas compensa; afinal, Deus estará conosco e a vitória é certa.
Mas para isso precisamos ter fé
convicta e não ficar inseguros diante das estruturas de pecado e dos homens e
mulheres pecadores. Nós apenas emprestamos a nossa voz ao Espírito Santo.
“Então o espírito mau sacudiu o homem
com violência, deu um grande grito e saiu.” O mal não sai das pessoas de graça.
Ele dá o troco, fazendo a sua última maldade para a pobre pessoa que, até há
pouco, era possuída por ele.
Certa vez, foi anunciado que o diabo
deixaria o seu trabalho e por isso queria vender suas ferramentas. A data e o
local da venda foram anunciados.
Quando chegou o dia, muita gente foi
lá para ver que ferramentas o diabo usa. Logo que chegavam, viam as ferramentas
expostas de uma maneira atraente, para despertar o interesse dos compradores.
Estavam ali a malícia, o ódio, a luxúria, a inveja, o ciúme, a mentira, a
fraude, a lisonja... Ali estavam todos os instrumentos do mal que o diabo usa.
Cada ferramenta tinha o seu preço afixado.
Andando pela exposição, alguém
encontrou, em um cantinho escuro, uma ferramenta. Ela tinha aparência
inofensiva e apresentava sinais de ser bastante usada. O preço era altíssimo. O
mais alto da exposição. E o nome da ferramenta: desânimo.
A pessoa procurou o diabo e perguntou
por que aquela ferramenta era tão cara. Ele respondeu: “Porque ela me é muito
útil. Os homens e as mulheres a aceitam facilmente, pensando que ela é
inofensiva. Eles nem percebem que ela pertence a mim. E, depois que a acolhem,
eu posso entrar dentro deles e agir à vontade, colocando as outras ferramentas
que eu tenho para levar as pessoas para o inferno.
Cruz credo, não? Vamos tomar cuidado
com o desânimo e nunca permitir que ele se instale em nós.
Deus está conosco, um amigo poderoso,
zelando vinte e quatro horas pelo nosso bem e salvação. Vamos ouvi-lo e viver
“fortes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade”.
Que Maria Santíssima nos ajude,
primeiro a não nos deixar levar pelos espíritos maus; depois, a termos uma fé
convicta, a fim de sermos um instrumento de Deus na libertação dos que são
possuídos pelas forças do mal.
Ensinava como quem tem autoridade.
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