Domingo, 10 de novembro de 2019.
Evangelho de Lc 23, 27-38.
As leituras bíblicas deste domingo têm como tema central o triunfo
da vida. Neste Domingo somos convidados, pela palavra de
Deus, a aprofundar a nossa fé, na ressurreição dos mortos. Jesus confirma que nosso Deus
é o Deus da vida, por isso nos aconselha mantermos firmes na fé, na esperança e
na caridade, promovendo e defendendo a vida em nossa sociedade.
A reflexão nossa de hoje é sobre a ressurreição, os fariseus
acreditavam nela e os saduceus não. Os saduceus eram judeus formados por uma classe aristocrata sacerdotal do templo e das
elites de poder políticos e econômicos em Israel. Era um grupo de
famílias ricas, latifundiárias, que formavam a elite de Jerusalém, eram muito
conservadores, politicamente eram aliados do poder romano opressor. Na religião
se destacavam pela negação da ressurreição. Não se preocupavam com a vida após
a morte, porque estavam satisfeitos com a vida rica que levavam, com seu bem
estar, à custa dos impostos altíssimos pagos pelo povo. Eles tinham aversão aos costumes dos fariseus, e não aceitavam a
doutrina da ressurreição. (At23,8) Não aceitavam que as escrituras
fossem interpretadas, eles eram conservadores fundamentalistas. O
objetivo dos saduceus ao se aproximarem de Jesus não era outro senão
ridicularizar a crença na ressurreição. Eles não
queriam a explicação de Jesus, mas queriam desafiá-Lo baseado na lei do Levirato
(lei do cunhado), que garantia a descendência para o irmão falecido. (Dt 25,5-10)
Essa lei fazia parte das leis de solidariedade familiar e tinha como objetivo
garantir a sobrevivência da viúva, que, dessa forma, teria direito à herança do
marido falecido, porque uma viúva sem filho não teria nenhum direito. A
resposta de Jesus foi maravilhosa, sábia, como sempre, extraordinária, não
fugiu do tema escolhido pelos saduceus, foi convincente dizendo que no céu
seremos como os anjos, teremos os olhos fixos no Deus da vida e também vivermos
em comunhão com os irmãos, como filhos amados pelo único Pai.
Jesus respondeu: Os filhos deste mundo
casam-se, e dão-se em casamento. Mas os que serão julgados dignos do
século futuro e da ressurreição dos mortos, não terão mulher e nem
marido. Eles jamais poderão morrer, porque serão iguais aos anjos, e
são filhos de Deus, porque são ressuscitados, e não poderão morrer. (Lc
20,35-36) Muitos dos saduceus exclamaram com admiração. Mestre falaste
bem..!
Quando rezamos o Creio na Santa Missa estamos dizendo a
Deus Pai que cremos e professamos a nossa fé na ressurreição da carne, e na
vida eterna. O Senhor Jesus disse: Tudo é possível àquele que crê, se Cristo
ressuscitou não e vã, a nossa fé. (1 Cor 15,14 ) Jesus também disse: Quem
come a minha carne, e bebe o meu sangue, tem a vida eterna; e eu o
ressuscitarei no último dia. ( Jo 6, 54 ).
Assim
como os saduceus duvidaram da ressurreição e procuraram ridicularizar Jesus e
os que acreditavam nessa doutrina, muitas pessoas em nossos dias não creem na
ressurreição dos mortos e vivem como se não existisse nada após esta vida
terrena.
O processo da ressurreição começa aqui neste mundo
por meio das nossas escolhas. Se escolhermos o bem, com certeza na eternidade
encontraremos o bem e seremos o que semearmos aqui neste mundo. Temos que
seguir as pegadas de Jesus promovendo a vida, a justiça e a verdade na nossa
sociedade. Não podemos perder oportunidades em servir a Deus, nosso Pai, e
engrandecer o seu santo nome por meio de uma vida em santidade. Com os olhos fixos
nos exemplos dos santos que viveram uma fé autêntica e animados pelo Espírito
Santo somos capazes de testemunhar Cristo, orientados pelo Santo Evangelho,
levando uma vida no amor, amando como Ele mesmo nos amou.
Este
evangelho nos convida a renovar nossa fé na vida pós-morte e no Deus da vida,
que ressuscitou Jesus, o primeiro a ressuscitar dos mortos. Assim, como Jesus
ressuscitou nós podemos crer, ter fé que participaremos de sua glória ressuscitados.
Não podemos nos esquecer das palavras de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê
em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá
eternamente” (Jo 11,25-26). Portanto, a nossa fé cristã
nos faz afirmar: “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos”.
Abraços
em Cristo!
Maria
de Lourdes
Amém,sabia reflexão, santo final de semana. Paz e bem.
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