2º DOMINGO DA
PÁSCOA
08 DE ABRIL DE 2018
ANO B
EVANGELHO
- JO 20,19-31
PRIMEIRA
LEITURA
Aqui nós temos um belo exemplo de partilha. A multidão dos fiéis era
uma só alma... ... entre eles ninguém passava necessidades...O dinheiro
arrecadado era distribuído para suprir as necessidades de cada um.
Isso é parecido com a arrecadação do imposto de renda que nós pagamos
para o bem público: Hospitais, escolas, construção e manutenção dos mananciais
de água, etc. Mas é somente parecido. Porque há uma grande diferença
entre essas duas realidades. Naquela primeira comunidade onde não faltava nada
a nenhum dos seus membros, ninguém metia a mão no dinheiro público, ninguém se
enriquecia de um ano para o outro ilicitamente, e ninguém precisava assaltar
para sobreviver.
Acontece que aquela comunidade todos viviam a fé. Eles praticavam os
ensinamentos de Jesus ressuscitado. Ao contrário de comunidades outras, que
vivem somente em busca da satisfação do seu egoísmo, de defender os seus caprichos,
e de enriquecer às custas do dinheiro arrecadado.
Aqueles homens e aquelas mulheres daquela comunidade em que tudo o que possuíam
era posto em comum, era posto à disposição de todos, o CRER já era para eles o
VIVER nesse mundo, o mundo de Deus. Eles já estavam saboreando, desfrutando, a
glória definitiva baseada na justiça e no amor de Deus, por antecipação.
SALMO
Aqueles que temem o senhor, que agora digam. Eterna é a sua misericórdia. O
Senhor pode nos provar severamente como o fez a Jó. Mais em seguida, a mão
direita do Senhor nos levanta. Foram três anos de sofrimentos terríveis. Mas
sei que o Senhor não me abandonou. Sinto sua mão forte me levantando e, sinto
que não morrerei por enquanto, e agradeço a todos vocês pelas suas orações!
Amém!
SEGUNDA
LEITURA
Todos nós somos filhos de Deus, todos temos um só Pai. Portanto, somos todos
irmãos, quer o queiramos, ou não. Muito embora os arrogantes se julgarem
superiores aos humildes e pobres, eles precisam admitir que somos irmãos.
E se amamos a Deus, temos de amar os seus filhos, ou seja, os nossos irmãos. É
mentiroso aquele que diz que ama o Pai, se não ama o seu irmão. Amar a Deus
significa guardar os seus mandamentos. E guardar os mandamentos de Deus,
significa pô-los em prática. E a prática é isso: Amar uns aos outros como
Cristo nos amou! Porém, este amar tem de ser
na prática. Não pode ser da boca par fora. Não pode ser de palavras, não pode
ser apenas na teoria.
Ora, o próprio Cristo nos garantiu que os seus mandamentos não são
pesados: Meu jugo é leve e o meu peso é suave. É comum
alguém dizer no confessionário que não resistiu aquela tentação. Porém, nunca
seremos tentados acima das nossas forças. E todo aquele que praticar os
mandamentos, vencerá as tentações. Todo aquele que nasceu de Deus
vencerá o mundo com suas ilusões, suas enganações, suas propostas de
diversão sem limites, como foi dito pelos repórteres, a respeito do carnaval.
Ora, é impossível viver sem limites. Até o crime organizado tem limites. É
inadmissível e impraticável um viver sem nenhuma ordem, sem
nenhuma regra, sem nenhuma limitação!
Os mandamentos não são freios dolorosos de um Pai severo, mas sim, orientações
práticas, para organizar a sobrevivência, para que evitemos encrencas,
aborrecimentos, prejuízos, e tenhamos uma existência tranquila. O trânsito flui
tranquilamente quando todos os motoristas obedecem as leis de trânsito.
Assim deve ser a nossa vida. Precisamos guardar e praticar os mandamentos de
Deus para o nosso próprio bem.
EVANGELHO
Tomé
representa todos aqueles e aquelas que não vendo, não acreditam. Não
podendo tocar a alma, dizem que é uma invenção humana. Não vendo Deus,
duvidam da sua existência. Não vendo Jesus Cristo, ignoram os seus
ensinamentos, e buscam preencher seus dias na busca desenfreada pela riqueza,
pensando que assim ENCONTRARÃO O SIGNIFICADO DA VIDA, que assim serão felizes.
Se
buscarmos a realidade da existência de Deus com olhos matemáticos, com
raciocínios lógicos, de uma "fé" intelectual, não vamos nunca chegar
a uma conclusão saudável, a respeito dos mistérios de Deus. É como tentar
explicar a uma criança ainda no útero da mãe, como é a realidade aqui de fora.
As cores, os sons, as paisagens. Assim, é a realidade de Deus e da vida
eterna. Buscar entendê-la com olhos humanos fica complicado. Porém, com os
olhos da fé, nós conseguimos ver o invisível, conseguimos acreditar sem mesmo
ver, e por isso seremos felizes porque o essencial é invisível.
Não
estamos falando aqui de uma fé cega, muito menos de alucinações, de fanatismos ou
de atitudes ingênuas. Estamos falando do instinto religioso. Trata-se da
inclinação natural e instintiva para Deus que todo ser humano normal possui.
Todo ser humano que veio de Deus, tem a tendência natural de estar com Deus,
muito embora esteja com a sua mente invadida pelos "valores" do
mundo.
Tomé
duvidou do que disseram os seus amigos, e essa falta de fé em seus irmãos
daquela comunidade, suscitou uma segunda aparição de Jesus para que ele pudesse
ver, em Jesus!
Os
"Tomés" do mundo atual estão por toda parte, questionando a nossa
prática da fé, rindo de nós por vivermos o amor de Cristo, por nos dedicar aos
trabalhos da paróquia, etc.
O
ciclo pascal está dividido em 3 períodos: Preparação, celebração e
prolongamento.
A
preparação é a quaresma que vai de quarta-feira de cinzas até a festa da
Páscoa.
A
celebração acontece na Semana Santa que se inicia no Domingo de Ramos,
indo até o Domingo da Páscoa.
O
prolongamento vai da Festa da Páscoa, até a festa de Pentecostes, sendo que a
primeira semana, é a oitava da Páscoa. Oito dias em que celebramos como se
fosse um dia só dia. Aliás, toda a páscoa é, na realidade, UM SÓ DIA.
Na
quarta-feira de cinzas a Igreja nos conduz a refletir sobre a nossa curta
existência terrena, e nos conduz a pensar na realidade de que devemos nos
preparar para voltarmos para Deus. Cinzas significa a fragilidade da nossa
vida. "Tu és pó e ao pó voltarás. Portanto, convertei-vos e
crede no Evangelho"
E
neste tempo de preparação, devemos preenchê-lo com: jejum, abstinência de
carne, muita oração, penitência, mortificações, caridade...
O
jejum é uma privação voluntária de uma coisa que nos dá prazer. Não precisa ser
necessariamente a comida. Aliás, os idosos, com seus corpos debilitados,
PRINCIPALMENTE AQUELES QUE DESCONHECEM
CLORETO DE MAGNÉSIO PA, nem devem se privar do alimento. Porém, eles
podem fazer jejum, sim. Ele podem se privarem das coisas que os podem levar ao
pecado. Cada um de nós sabemos muito bem quais as coisas que nos conduzem às quedas.
Frequentar um certo lugar de diversão, olhar para certas cenas ou pessoas, e
até mesmo abrir certas páginas da Internet, em fim, são aquelas ocasiões de
pecar que geralmente em nosso dia-a-dia se apresentam diante de nós, e que
precisamos evitá-las para podermos viver na presença de Deus, para viver
segundo o Espírito.
Essa
forma de jejum pode até ser mais eficiente, e pode agradar muito mais a Deus,
do que ficar sem comer, por fazer um jejum tradicional desacompanhado de uma
boa dose de devoção.
Não
comer carne tem dois significados. O primeiro é um sinal de respeito pelo
sofrimento de Jesus Cristo que deu a sua carne, seu corpo, a sua vida por nós.
O segundo, é porque se a nossa carne é causa de pecado, o abster-se de comer
carne nos dá força para evitar os pecados da carne e viver segundo o
espírito. Porque é este o objetivo do jejum: O fortalecimento da nossa
vontade, para fortalecer a nossa fé.
O
jejum não é uma privação-castigo de um Deus cruel que quer nos ver sofrendo. Não.
O JEJUM É BOM PARA A NOSSA ALMA, PARA A NOSSA SALVAÇÃO! Jejum é disciplina,
jejum é autocontrole dos que buscam a Deus e por isso SE RECUSAM A VIVER SEM
LIMITES.
Caríssimos.
A Santa Igreja nos recomenda que pelos menos no ciclo pascal, comunguemos o
corpo de Cristo. Que pelo menos neste prolongamento da Páscoa, nos voltemos
para Deus, e aproveitemos o poder que Jesus deu aos discípulos, cujos padres
são herdeiros, para nos perdoar os nossos inúmeros pecados.
Muitos
porém, querem voltar para Deus mas não querem deixar de lado os seus vícios, os
seus prazeres, as briguinhas com os parentes...
Muitos
querem voltar para Deus porém não querem voltar para o irmão ofendido, o irmão
ao qual estamos de mal, com o qual brigamos, maltratamos, humilhamos,
prejudicamos, excluímos, etc. Acontece que NÃO EXISTE UM VOLTAR
PARA DEUS SEM ANTES VOLTAR-SE PARA O IRMÃO AO QUAL CORTAMOS RELAÇÕES. Mas
quem foi que disse isso? Foi o próprio Jesus. Se tiveres
indo fazer uma oferta a Deus e te lembrares que o teu irmão tem alguma coisa
contra ti, deixa a tua oferta no altar e vai reconciliar com ele. Depois disso
volta e faz a tua oferenda.
Meus
irmãos. Estamos no prolongamento dos tempos de conversão, de caridade, de
muita oração, e acima de tudo, TEMPO DE PERDÃO. Está na hora de perdoar sua
mãe, seu pai, seu cunhado seu marido sua esposa, seu irmão, sua irmã...
Bom domingo. José Salviano.
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