Domingo, 18 de março de 2018.
Evangelho de Jo 12, 20-33.
Havia em Jerusalém alguns gregos (não judeus), que vieram para
adorar a Deus. Certamente já havia escutado falar de Jesus, dos seus milagres,
dos seus gestos de amor, do Mestre bom, amável, misericordioso, que falava e
vivia bonito. Eles queriam conhecer Jesus, encontrar-se com tão famosa
personalidade. Procuraram Felipe, que era de Betsaida da Galileia e disseram:
“Senhor, gostaríamos de ver Jesus.” Felipe, apóstolo de Jesus, combinou com
André, também apóstolo e os dois foram falar com Jesus para marcar um encontro.
Assim devemos ser nós cristãos leigos e leigas, conduzir as pessoas para se
encontrarem com Jesus por meio do nosso testemunho, exemplo, palavras, ensinamento
da Palavra, enfim indicar o caminho do Senhor.
Quantas pessoas apesar de frequentarem a Igreja não conhecem Jesus,
sabem muito pouco dele, por isso amam pouco, fazem pouco, não se comprometem
com Jesus e sua Igreja. E existem muitas pessoas que desejam conhecer Jesus e
sua mensagem de libertação. Por isso a necessidade de falar quem é Jesus,
ensinar o que Ele fez e ainda faz, por todos nós.
Na cultura bíblica conhecer quer dizer amar. Portanto,
conhecer Jesus inclui um compromisso de amor e fé com o seu Reino e seus
valores como: justiça, fraternidade, amor, misericórdia...
Nós cristãos leigos devemos fazer a nossa parte para ajudar os
irmãos a encontrar Jesus, como nos aconselha o papa Francisco, começando dos
mais próximos. Em comunidade, não fechado em si mesmo, podemos ajudar nossos irmãos
a se encontrar com Jesus, pois o serviço em favor do próximo dá sentido a nossa
vida, ao nosso existir. Devemos ser Igreja missionária, a qual o nosso papa a
chama de “Igreja em saída”.
Jesus aproveita a ocasião para falar da universalidade da Redenção,
mostrando que no Novo Reino, a Igreja, não haverá mais distinção de raças, de
nações, sexo, cor, todos serão acolhidos, amados e redimidos. O discurso de
Jesus é também para os gregos, Jesus lhes dá o sentido profundo de sua morte e
ressurreição, que estava próxima. Quando Jesus diz: “Chegou a hora em que o
Filho do homem será glorificado...” queria dizer de sua morte, o instante de
sua entrega ao Pai na solidariedade pela salvação da humanidade, é o momento do
sofrimento, da dor, da cruz, mas também da sua glória.
Ao se referir ao grão de trigo, queria dizer de si mesmo. Com essa
comparação ele está pedindo aos seus ouvintes, principalmente aos gregos, que
não se escandalizem quando, dias depois, virem-no sofrer humilhações e morrer:
é necessário que ele morra, como o grão de trigo, para ressuscitar o grande
fruto que é a salvação do mundo. Jesus se compara com o grão de trigo, se
ele não morre, permanece somente semente, grão, mas se morre libera todo o
germe da vida, toda a potencialidade que existe nele, produzindo muitas
sementes. O grão de trigo também simboliza a nossa vida cristã. Se quisermos
construir a Igreja no mundo, temos de seguir o mesmo caminho de nosso Mestre,
lutar contra as forças da morte e a derrotar.
O que Jesus queria dizer com “amar a sua vida, perdê-la-á e quem,
neste mundo, não ama sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.” “Mundo” aqui
significa o mundo dos pecadores, dos que não creem em Jesus. “Amar a sua vida
neste mundo” é viver apegado aos bens da terra, aos bens passageiros, com
prejuízo dos bens eternos. “Odiar a sua vida neste mundo” é uma forma oriental
de falar, um exagero. Significa simplesmente amar mais a Deus que ao mundo e
que à própria vida. Quem seguir Jesus nesta vida, aqui na terra estará ao lado
dele também no Céu e o Pai o honrará.
Jesus entrega sua vida nas mãos do Pai, está angustiado com tudo
que terá de enfrentar, mas foi para isso que Ele veio. Com sua morte e
ressureição Jesus arrancará o mundo do poder do demônio e passará a ser o Rei
do Universo. Será a vitória definitiva de Jesus e a derrota de Satanás. Com sua
morte e ressurreição Ele atraiu todos para si, querendo dizer que irá reunir
todos em torno dele na grande comunidade que é a Igreja. Cada vez que uma pessoa crê em Jesus e se
converte, foi por Ele atraído e assim terá sua vida transformada, mudada. Para
Jesus sua morte será uma glória, uma exaltação, uma vitória (cf 2, 7-10). A
glória de Cristo só foi possível porque ele passou pela cruz. Uma glória sem
cruz não é libertadora, não é glória. Nós seremos autênticos cristãos à medida
que colocarmos Jesus na nossa vida e segui-Lo na cruz e na glória.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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