1 Novembro 2017
Lectio
Primeira
leitura: Romanos 8, 26-30
Irmãos: é o
Espírito que vem em auxílio da nossa fraqueza, pois não sabemos o que havemos
de pedir, para rezarmos como deve ser; mas o próprio Espírito intercede por nós
com gemidos inefáveis. 27E aquele que examina os corações conhece as intenções
do Espírito, porque é de acordo com Deus que o Espírito intercede pelos santos.
28Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados, de acordo com o seu desígnio. 29Porque àqueles que Ele de antemão
conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à do seu Filho,
de tal modo que Ele é o primogénito de muitos irmãos. 30E àqueles que
predestinou, também os chamou; e àqueles que chamou, também os justificou; e
àqueles que justificou, também os glorificou.
Paulo
recomenda a oração, sem a qual não há vida verdadeiramente cristã. Para o
cristão, a oração, mais do que um dever a cumprir, é uma necessidade que vem do
dom recebido de Deus, da vida nova que decorre do baptismo, é um acto de
abandono e de confiança n´Aquele que podemos chamar Abbá, Pai! O próprio
Espírito, derramado em nossos corações, no baptismo, não só «vem em auxílio da
nossa fraqueza» (v. 26) para rezarmos, e rezarmos convenientemente, Ele próprio
«intercede por nós com gemidos inefáveis» (v. 26). A oração é fruto do Espírito
Santo em nós, é oração do Espírito Santo em nós: «é de acordo com Deus que o
Espírito intercede pelos santos» (v. 27). Temos, pois, dois intercessores
diante do Pai: Jesus, o único mediador, e o Espírito, o outro consolador. Por
isso, nunca estamos sozinhos na oração. A presença e a assistência de Jesus e
do Espírito tornam eficaz a nossa oração. A oração permite-nos tomar
consciência dos dons recebidos e dos que havemos de receber, progredindo na fé,
conforme o itinerário resumido pelo Apóstolo no v. 30: «Àqueles que
predestinou, também os chamou; e àqueles que chamou, também os justificou; e
àqueles que justificou, também os glorificou».
Evangelho:
Lucas 13,22-30
Naquele
tempo: Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para
Jerusalém. 23Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele
respondeu-lhes: 24«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo
que muitos tentarão entrar sem o conseguir. 25Uma vez que o dono da casa se
levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: ‘Abre-nos, Senhor!’
Mas ele há-de responder-vos: ‘Não sei de onde sois.’ 26Começareis, então, a
dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.’
27Responder-vos-á: ‘Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim,
todos os que praticais a iniquidade.’ 28Lá haverá pranto e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós
a serdes postos fora. 29Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul,
sentar-se à mesa no Reino de Deus. 30E há últimos que serão dos primeiros e
primeiros que serão dos últimos.»
O sumário
lucano do v. 22 introduz uma nova etapa da viagem de Jesus para Jerusalém.
Jesus não responde directamente à pergunta com que abre a nova secção (v. 23),
indicando o número dos que se salvam. Mas exorta a estar prontos e solícitos
para acolher o Reino que vem. É urgente um compromisso total de todo o nosso
ser e forças, como faríamos, se tivéssemos de entrar por uma porta estreita (v.
24). «Hoje» é o momento para esse compromisso: a salvação é o dom de Deus a que
se adere fazendo o bem, e não simplesmente reclamando laços familiares com Jesus
(vv. 25s.).
A imagem do banquete escatológico, em que participam todos os povos da terra (v. 29), manifesta a salvação oferecida a todos os homens e acolhida por muitos pagãos. Estes, os «últimos» a receber o anúncio do Evangelho, serão os «primeiros» a entrar no reino de Deus, enquanto Israel, o primeiro a ouvi-lo, se verá excluído dele, se não o acolher (v. 30). A salvação não é questão de pertença étnica, mas de fé em Jesus. Não é o ser filhos de Abraão que assegura a salvação, mas o realizar as obras de Abraão (cf. Jo 8, 39) que, na esperança da redenção futura, acreditou e, pela fé foi reconhecido como justo (cf. Tg 2, 23).
A imagem do banquete escatológico, em que participam todos os povos da terra (v. 29), manifesta a salvação oferecida a todos os homens e acolhida por muitos pagãos. Estes, os «últimos» a receber o anúncio do Evangelho, serão os «primeiros» a entrar no reino de Deus, enquanto Israel, o primeiro a ouvi-lo, se verá excluído dele, se não o acolher (v. 30). A salvação não é questão de pertença étnica, mas de fé em Jesus. Não é o ser filhos de Abraão que assegura a salvação, mas o realizar as obras de Abraão (cf. Jo 8, 39) que, na esperança da redenção futura, acreditou e, pela fé foi reconhecido como justo (cf. Tg 2, 23).
Meditatio
A primeira
leitura leva-nos a contemplar o projecto de Deus acerca do homem: «Àqueles que
Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem uma imagem idêntica à
do seu Filho» (v. 29). Somos, pois, chamados a tornar-nos semelhantes ao Filho
predilecto de Deus, para que nos possa amar com Cristo e n´Ele. Tudo está
ordenado para a realização deste projecto: «tudo contribui para o bem daqueles
que amam a Deus» (v. 28), que foram chamados de acordo com o seu projecto de
amor. É um pensamento de Deus estabelecido desde sempre: Ele «predestinou-nos».
Isto significa que, desde o princípio, fomos destinados a tornar-nos
semelhantes ao Filho: «Àqueles que predestinou, também os chamou; e àqueles que
chamou, também os justificou; e àqueles que justificou, também os glorificou.»
(v. 30). Este projecto de Deus deve suscitar a nossa admiração e tornar-se, em
nós, uma fonte de confiança e de generosidade constantes. Deus ama-nos, quer
que sejamos perfeitos, santos, unidos a Ele em estreitíssima comunhão. É quanto
basta para que o seu projecto se torne realidade. Deus pensa sempre nesse
projecto e inspira-nos o que havemos de fazer para progredir nesse caminho,
dá-nos a força necessária, dá-nos a luz e dá-nos o desejo de corresponder aos
seus dons.
Um projecto tão grandioso não está ao alcance das possibilidades humanas. Por nós mesmos, nunca seríamos capazes de nos tornar semelhantes a Jesus. Mas Deus dá-nos esse desejo, e o Espírito vem em ajuda da nossa fraqueza, para manifestarmos esse anseio: «o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis» (v. 26). Assim quando nos damos conta de que a santidade está para além das nossas capacidades, e deixamos que o Espírito Santo gema em nós, porque somos fracos, porque somos pobres, começa a realizar-se a nossa santidade. E podemos progredir com grande confiança em Deus, que nos predestinou para nos tornarmos semelhantes ao Filho, que quer trabalhar em nós por meio do sofrimento do desejo e, depois, na generosidade da realização.
No evangelho, alguém pergunta a Jesus: «Senhor, são poucos os que se salvam?» (v. 23) Jesus não responde à pergunta, mas acrescenta: «Esforçai-vos por entrar pela porta e
streita» (v. 24). O Senhor queria que essa pessoa não ficasse apenas pela especulação, mas assumisse uma atitude de vida. O desejo do Coração de Jesus é que todos se empenhem em entrar no projecto de amor e salvação idealizado por Deus em favor dos homens, projecto tão maravilhosamente descrito por Paulo.
Um projecto tão grandioso não está ao alcance das possibilidades humanas. Por nós mesmos, nunca seríamos capazes de nos tornar semelhantes a Jesus. Mas Deus dá-nos esse desejo, e o Espírito vem em ajuda da nossa fraqueza, para manifestarmos esse anseio: «o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis» (v. 26). Assim quando nos damos conta de que a santidade está para além das nossas capacidades, e deixamos que o Espírito Santo gema em nós, porque somos fracos, porque somos pobres, começa a realizar-se a nossa santidade. E podemos progredir com grande confiança em Deus, que nos predestinou para nos tornarmos semelhantes ao Filho, que quer trabalhar em nós por meio do sofrimento do desejo e, depois, na generosidade da realização.
No evangelho, alguém pergunta a Jesus: «Senhor, são poucos os que se salvam?» (v. 23) Jesus não responde à pergunta, mas acrescenta: «Esforçai-vos por entrar pela porta e
streita» (v. 24). O Senhor queria que essa pessoa não ficasse apenas pela especulação, mas assumisse uma atitude de vida. O desejo do Coração de Jesus é que todos se empenhem em entrar no projecto de amor e salvação idealizado por Deus em favor dos homens, projecto tão maravilhosamente descrito por Paulo.
Oratio
Bendito
sejas, Pai Santo, pelo teu projecto de amor para cada um de nós, realizado no
teu Filho Jesus Cristo, morto e ressuscitado para nossa salvação. Bendito sejas
pela alegria e pela confiança que esse projecto suscita em nós, pois estamos
certos de que o completarás em nós. Abandonamo-nos ao teu Espírito Santo. Que
Ele aperfeiçoe em nós a imagem de Jesus, resplendor da tua glória, para Te
darmos plena alegria, e glorificarmos no meio dos irmãos. Amen.
Contemplatio
Não estamos
na terra senão para aqui continuarmos a vida santa que Jesus aqui levou. No
baptismo, fizemos profissão de vivermos da sua vida, isto é, de o formarmos em
nós, segundo a expressão de S. Paulo: até que Cristo se forme entre vós! (Gl 4,
19). Devemos apropriar-nos das suas virtudes, dos seus sentimentos, do seu
espírito, das suas disposições e inclinações totalmente divinas. A vida e o
reino de Jesus nos nossos corações diviniza-nos. «Nosso Senhor, diz o P. Eudes,
desce e habita em nós pela graça, a fim de nos transformar em si mesmo.
Agarra-nos interiormente pelas mãos todo-poderosas do Espírito Santo, como uma
pequena hóstia que quer consagrar, para a oferecer consigo à glória do seu Pai
celeste: sacrifício admirável, consagração deificante, preciosa e inefável
elevação! Faz de nós seres sobrenaturais; de terrestres, torna-nos celestes, e
de pobres nadas, de pecadores indignos, faz cristãos, santos, filhos de Deus»
(P. Eudes, A vida interior). Unidos ao Coração de Jesus, tornamo-nos membros
vivos de Cristo. Participamos na luz do sol da Verdade. O amor do seu Coração
abrasa o nosso. Há algo de mais nobre, de mais sublime do que esta vida? (Leão
Dehon, OSP 3, p. 514)
Actio
Repete
muitas vezes e vive a palavra:
«Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8, 28)
«Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus» (Rm 8, 28)
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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