22 Outubro 2017
Ano A
Tema do 29º Domingo do Tempo Comum
A liturgia do 29º Domingo do Tempo Comum convida-nos
a reflectir acerca da forma como devemos equacionar a relação entre as
realidades de Deus e as realidades do mundo. Diz-nos que Deus é a nossa
prioridade e que é a Ele que devemos subordinar toda a nossa existência; mas
avisa-nos também que Deus nos convoca a um compromisso efectivo com a
construção do mundo.
O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
A primeira leitura sugere que Deus é o verdadeiro Senhor da história e que é Ele quem conduz a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. Os homens que actuam e intervêm na história são apenas os instrumentos de que Deus se serve para concretizar os seus projectos de salvação.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do seu caminho e que, apesar das dificuldades, se comprometeu de forma corajosa com os valores e os esquemas de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no meio do mundo, vive ancorada numa fé activa, numa caridade esforçada e numa esperança inabalável.
O Evangelho ensina que o homem, sem deixar de cumprir as suas obrigações com a comunidade em que está inserido, pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
A primeira leitura sugere que Deus é o verdadeiro Senhor da história e que é Ele quem conduz a caminhada do seu Povo rumo à felicidade e à realização plena. Os homens que actuam e intervêm na história são apenas os instrumentos de que Deus se serve para concretizar os seus projectos de salvação.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de uma comunidade cristã que colocou Deus no centro do seu caminho e que, apesar das dificuldades, se comprometeu de forma corajosa com os valores e os esquemas de Deus. Eleita por Deus para ser sua testemunha no meio do mundo, vive ancorada numa fé activa, numa caridade esforçada e numa esperança inabalável.
LEITURA I – Is 45,1.4-6
Leitura do Livro de Isaías
Assim fala o Senhor a Ciro, seu ungido,
a quem tomou pela mão direita,
para subjugar diante dele as nações
e fazer cair as armas da cintura dos reis,
para abrir as portas à sua frente,
sem que nenhuma lhe seja fechada:
«Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito,
Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso,
quando ainda não Me conhecias.
Eu sou o Senhor e não há outro;
fora de Mim não há Deus.
Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias,
para que se saiba, do Oriente ao Ocidente,
que fora de Mim não há outro.
Eu sou o Senhor e mais ninguém».
a quem tomou pela mão direita,
para subjugar diante dele as nações
e fazer cair as armas da cintura dos reis,
para abrir as portas à sua frente,
sem que nenhuma lhe seja fechada:
«Por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito,
Eu te chamei pelo teu nome e te dei um título glorioso,
quando ainda não Me conhecias.
Eu sou o Senhor e não há outro;
fora de Mim não há Deus.
Eu te cingi, quando ainda não Me conhecias,
para que se saiba, do Oriente ao Ocidente,
que fora de Mim não há outro.
Eu sou o Senhor e mais ninguém».
AMBIENTE
O texto que hoje nos é proposto pertence ao
“Livro da Consolação” do Deutero-Isaías (cf. Is 40-55). “Deutero-Isaías” é um
nome convencional com que os biblistas designam um profeta anónimo da escola de
Isaías, que cumpriu a sua missão profética na Babilónia, entre os exilados
judeus. Estamos na fase final do Exílio, entre 550 e 539 a.C.
Durante o reinado de Nabónides, rei da Babilónia, desponta na Pérsia uma nova estrela da política internacional… Em 553 a.C., Ciro, rei dos Persas, conquista a capital da Média (Ecbátana) e junta no mesmo império os Medos e os Persas. Depois (547 a.C.), marcha contra a Lídia, conquista Sardes e apodera-se da maior parte da Ásia Menor. Nos anos seguintes, uma série de vitórias fulgurantes dão-lhe o domínio do Irão oriental, do Afeganistão e do Turquestão, até à Índia. Fortalecido em ouro e em homens dirige, em seguida, os seus exércitos contra a Babilónia e, em 539 a.C., entra vitorioso na capital babilónica onde, sem qualquer oposição, é recebido como libertador.
A actividade profética do Deutero-Isaías desenvolve-se nos anos que precederam a entrada vitoriosa de Ciro na Babilónia… As notícias que chegam sobre as vitórias de Ciro fazem os exilados sonhar com a proximidade da libertação do cativeiro. À alegria pela libertação iminente junta-se, no entanto, alguma confusão e perplexidade… Então o libertador não vai sair do meio do Povo de Deus, mas é um rei estrangeiro? E quando a libertação acontecer, a quem deve ser atribuída: a Jahwéh, o Deus dos exilados judeus, ou a Marduk, o deus de Ciro? Jahwéh ter-se-á desinteressado do seu Povo? Ou terá perdido o seu poder?
Trata-se de um problema teológico sério que, em última análise, pode determinar a manutenção ou não da fé do Povo em Jahwéh. O Deutero-Isaías vai procurar esclarecer esta questão e explicar o papel de Jahwéh nos acontecimentos.
Durante o reinado de Nabónides, rei da Babilónia, desponta na Pérsia uma nova estrela da política internacional… Em 553 a.C., Ciro, rei dos Persas, conquista a capital da Média (Ecbátana) e junta no mesmo império os Medos e os Persas. Depois (547 a.C.), marcha contra a Lídia, conquista Sardes e apodera-se da maior parte da Ásia Menor. Nos anos seguintes, uma série de vitórias fulgurantes dão-lhe o domínio do Irão oriental, do Afeganistão e do Turquestão, até à Índia. Fortalecido em ouro e em homens dirige, em seguida, os seus exércitos contra a Babilónia e, em 539 a.C., entra vitorioso na capital babilónica onde, sem qualquer oposição, é recebido como libertador.
A actividade profética do Deutero-Isaías desenvolve-se nos anos que precederam a entrada vitoriosa de Ciro na Babilónia… As notícias que chegam sobre as vitórias de Ciro fazem os exilados sonhar com a proximidade da libertação do cativeiro. À alegria pela libertação iminente junta-se, no entanto, alguma confusão e perplexidade… Então o libertador não vai sair do meio do Povo de Deus, mas é um rei estrangeiro? E quando a libertação acontecer, a quem deve ser atribuída: a Jahwéh, o Deus dos exilados judeus, ou a Marduk, o deus de Ciro? Jahwéh ter-se-á desinteressado do seu Povo? Ou terá perdido o seu poder?
Trata-se de um problema teológico sério que, em última análise, pode determinar a manutenção ou não da fé do Povo em Jahwéh. O Deutero-Isaías vai procurar esclarecer esta questão e explicar o papel de Jahwéh nos acontecimentos.
MENSAGEM
O Deutero-Isaías não tem dúvidas: Jahwéh é o
verdadeiro condutor de todo o processo que vai culminar na libertação do Povo
de Deus. Ciro, o grande rei que se apresta para derrubar o orgulhoso poderio
babilónico, é “o ungido” (no original hebraico: “o messias”; em grego: “o
cristo”) de Jahwéh. Dizer que Ciro é “o ungido” significa dizer que ele recebeu
a “unção” com óleo; e que, através dessa “unção”, Ciro recebeu o Espírito de
Deus e foi investido para uma missão. No Antigo Testamento, a unção com óleo
capacita o “ungido” seja para a missão real (cf. 2 Sam 5,3), seja para a missão
sacerdotal (cf. Ex 29,7), seja para a missão profética (cf. 1 Re 19,16; Is
61,1). Aqui trata-se, evidentemente, da missão real… Portanto, Deus escolheu
Ciro, derramou sobre ele o seu Espírito e concedeu-lhe a insígnia do poder
(“cingi-te” – vers. 5) para que ele, desempenhando a sua missão real, se tornasse
o instrumento de Deus no mundo.
O que é que, em concreto, Jahwéh pede a Ciro? Qual a missão que Ele lhe confia?
Ciro foi designado por Deus para “subjugar as nações”, “fazer cair as armas das cinturas dos reis”, “abrir as portas à sua frente sem que nenhuma lhe seja fechada”. As expressões utilizadas pelo Deutero-Isaías situam a missão confiada por Deus a Ciro no âmbito político-militar… No entanto, o que é aqui preponderante é que essa missão deve concretizar-se em benefício do Povo de Deus: se Deus chamou Ciro “pelo nome”, lhe deu “um título glorioso” e lhe confiou o poder sobre as nações foi, nas palavras de Jahwéh, “por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito…”. Ciro aparece, claramente, como o instrumento através do qual Deus actua no mundo e na história e realiza os seus projectos de salvação e de libertação do seu Povo. É através dos homens que Deus intervém no mundo.
De resto, o Deutero-Isaías deixa claro que só Jahwéh é o Senhor da história e que, fora d’Ele, não há Deus. É verdade que Ciro ainda não conhece Jahwéh; mas, sem o saber, ele está a realizar o projecto do Senhor.
Portanto, é a Jahwéh e não a Marduk que os exilados devem agradecer a sua libertação. Embora servindo-se de um rei estrangeiro, Jahwéh vai mostrar a Judá que é, definitivamente, esse Deus salvador e libertador, em quem o Povo pode sempre confiar.
O que é que, em concreto, Jahwéh pede a Ciro? Qual a missão que Ele lhe confia?
Ciro foi designado por Deus para “subjugar as nações”, “fazer cair as armas das cinturas dos reis”, “abrir as portas à sua frente sem que nenhuma lhe seja fechada”. As expressões utilizadas pelo Deutero-Isaías situam a missão confiada por Deus a Ciro no âmbito político-militar… No entanto, o que é aqui preponderante é que essa missão deve concretizar-se em benefício do Povo de Deus: se Deus chamou Ciro “pelo nome”, lhe deu “um título glorioso” e lhe confiou o poder sobre as nações foi, nas palavras de Jahwéh, “por causa de Jacob, meu servo, e de Israel, meu eleito…”. Ciro aparece, claramente, como o instrumento através do qual Deus actua no mundo e na história e realiza os seus projectos de salvação e de libertação do seu Povo. É através dos homens que Deus intervém no mundo.
De resto, o Deutero-Isaías deixa claro que só Jahwéh é o Senhor da história e que, fora d’Ele, não há Deus. É verdade que Ciro ainda não conhece Jahwéh; mas, sem o saber, ele está a realizar o projecto do Senhor.
Portanto, é a Jahwéh e não a Marduk que os exilados devem agradecer a sua libertação. Embora servindo-se de um rei estrangeiro, Jahwéh vai mostrar a Judá que é, definitivamente, esse Deus salvador e libertador, em quem o Povo pode sempre confiar.
ACTUALIZAÇÃO
Considerar os seguintes dados, na reflexão e
partilha:
• Também nós – como os exilados de Judá –
ficamos, tantas vezes, perplexos
e inquietos diante dos acontecimentos do nosso tempo. Não percebemos o significado nem o alcance de certos eventos e não conseguimos saber para onde é que a história nos conduz. Sentimo-nos perdidos, assustados, à deriva, como barco sem leme… E, para além disso, Deus parece manter-se em silêncio, assistindo calmamente e sem mexer um dedo, aos dramas que marcam o ritmo da nossa caminhada. Perguntamo-nos: onde está Deus, quando a história humana parece percorrer caminhos tão ínvios? Ele preocupa-Se, realmente, com os homens? Qual o seu papel na condução dos destinos do mundo? Porque é que Ele deixa que os homens destruam o planeta, inventem esquemas sofisticados de destruição e de morte, cultivem a exploração e a injustiça, mantenham tantos homens, mulheres e crianças amarrados à miséria e à escravidão? A primeira leitura deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona os homens. Ele encontra sempre formas de intervir na história e de concretizar os seus projectos de vida, de salvação, de libertação… Talvez as intervenções de Deus nem sempre sejam ortodoxas à luz da lógica dos homens; talvez nem sempre consigamos perceber o verdadeiro alcance dos projectos de Deus; mas Deus lá está, como Senhor da história, conduzindo o mundo de acordo com o projecto de vida que Ele tem para os homens e para o mundo. Resta-nos, mesmo quando não percebemos os seus critérios, confiarmos e entregarmo-nos nas suas mãos.
e inquietos diante dos acontecimentos do nosso tempo. Não percebemos o significado nem o alcance de certos eventos e não conseguimos saber para onde é que a história nos conduz. Sentimo-nos perdidos, assustados, à deriva, como barco sem leme… E, para além disso, Deus parece manter-se em silêncio, assistindo calmamente e sem mexer um dedo, aos dramas que marcam o ritmo da nossa caminhada. Perguntamo-nos: onde está Deus, quando a história humana parece percorrer caminhos tão ínvios? Ele preocupa-Se, realmente, com os homens? Qual o seu papel na condução dos destinos do mundo? Porque é que Ele deixa que os homens destruam o planeta, inventem esquemas sofisticados de destruição e de morte, cultivem a exploração e a injustiça, mantenham tantos homens, mulheres e crianças amarrados à miséria e à escravidão? A primeira leitura deste domingo garante-nos: Deus nunca abandona os homens. Ele encontra sempre formas de intervir na história e de concretizar os seus projectos de vida, de salvação, de libertação… Talvez as intervenções de Deus nem sempre sejam ortodoxas à luz da lógica dos homens; talvez nem sempre consigamos perceber o verdadeiro alcance dos projectos de Deus; mas Deus lá está, como Senhor da história, conduzindo o mundo de acordo com o projecto de vida que Ele tem para os homens e para o mundo. Resta-nos, mesmo quando não percebemos os seus critérios, confiarmos e entregarmo-nos nas suas mãos.
• Normalmente, Deus não intervém na história
através de manifestações impressionantes, espectaculares, caídas do céu, que se
impõem como verdades infalíveis e que deixam os homens espantados… Deus actua
no mundo com simplicidade e discrição, através de pessoas – muitas vezes
pessoas limitadas, pecadoras, “normais” – a quem Ele chama e a quem Ele confia
uma missão. O que é fundamental é que cada homem ou cada mulher que Deus chama
esteja disponível para acolher esse chamamento e para aceitar ser instrumento
de Deus na construção de um mundo novo.
• Aqueles que detêm responsabilidades na
condução das comunidades (civis ou religiosas) devem procurar, através de um
diálogo contínuo e próximo com Deus, perceber os seus projectos e planos para o
mundo e para os homens. Só assim poderão ser instrumento de Deus na construção
de um mundo melhor.
• Ciro, frustrando todas as expectativas do Povo
de Deus, é um pagão que “não conhecia” Jahwéh… Apesar disso (de acordo com a
catequese do Deutero-Isaías), foi ele quem Deus escolheu como seu instrumento a
fim de concretizar os seus projectos em favor do seu Povo. Deus pode servir-Se
daquele que é pecador e marginal aos olhos do mundo para oferecer aos homens a
vida e a salvação. O que interessa não são as “qualidades” do intermediário,
mas a força de Deus. É necessário ter isto presente… Se conseguimos fazer algo
para tornar o mundo um pouco melhor, isso não se deve às nossas brilhantes
qualidades, mas a esse Deus que age por nosso intermédio.
• A escolha de Ciro significa também a denúncia
de uma perspectiva fechada, nacionalista, racista, de Deus e dos seus
projectos. Ninguém tem o monopólio de Deus ou da missão… Deus é totalmente
livre de chamar quem quiser, quando quiser e como quiser – seja de que raça
for, de que extracto social for, ou sejam quais forem os seus antecedentes
religiosos. Certos cristãos que se sentem os únicos detentores da autoridade e
da missão e que se ficam quase ofendidos quando aparece alguém a fazer algo de
diferente na paróquia, deviam ter isto em conta.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 95 (96)
Refrão: Aclamai a glória e o poder do Senhor.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
cantai ao Senhor, terra inteira.
Publicai entre as nações a sua glória,
em todos os povos as suas maravilhas.
O Senhor é grande e digno de louvor,
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus.
mais temível que todos os deuses.
Os deuses dos gentios não passam de ídolos,
foi o Senhor quem fez os céus.
Dai ao Senhor, ó família dos povos,
dai ao Senhor glória e poder.
Dai ao Senhor a glória do seu nome,
levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios.
dai ao Senhor glória e poder.
Dai ao Senhor a glória do seu nome,
levai-Lhe oferendas e entrai nos seus átrios.
Adorai o Senhor com ornamentos sagrados,
trema diante d’Ele a terra inteira.
Dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.
trema diante d’Ele a terra inteira.
Dizei entre as nações: «O Senhor é rei»,
governa os povos com equidade.
LEITURA II – 1 Tes 1,1-5b
Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São
Paulo aos Tessalonicenses
Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos
Tessalonicenses,
que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo:
A graça e a paz estejam convosco.
Damos continuamente graças a Deus por todos vós,
ao fazermos menção de vós nas nossas orações.
Recordamos a actividade da vossa fé,
o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança
em Nosso Senhor Jesus Cristo,
na presença de Deus, nosso Pai.
Nós sabemos, irmãos amados por Deus,
como fostes escolhidos.
O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras,
mas também com obras poderosas,
com a acção do Espírito Santo.
que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo:
A graça e a paz estejam convosco.
Damos continuamente graças a Deus por todos vós,
ao fazermos menção de vós nas nossas orações.
Recordamos a actividade da vossa fé,
o esforço da vossa caridade e a firmeza da vossa esperança
em Nosso Senhor Jesus Cristo,
na presença de Deus, nosso Pai.
Nós sabemos, irmãos amados por Deus,
como fostes escolhidos.
O nosso Evangelho não vos foi pregado somente com palavras,
mas também com obras poderosas,
com a acção do Espírito Santo.
AMBIENTE
Tessalónica era, no século I da nossa era, a cidade
mais importante da Macedónia. Importante porto marítimo e cidade de intenso
comércio, era uma encruzilhada religiosa, na qual os cultos locais coexistiam
lado a lado com todo o tipo de propostas religiosas vindas de todo o
Mediterrâneo.
Tessalónica foi evangelizada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária, muito provavelmente no Inverno dos anos 49-50. Paulo chegou a Tessalónica acompanhado de Silvano e Timóteo, depois de ter sido forçado a deixar a cidade de Filipos. O tempo de evangelização foi curto – talvez uns três meses; mas foi o suficiente para fazer nascer uma comunidade cristã numerosa e entusiasta, constituída maioritariamente por pagãos convertidos. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reacção da colónia judaica… Os judeus acusaram Paulo de agir contra os decretos do imperador e levaram alguns cristãos diante dos magistrados da cidade (cf. Act 17,5-9). Paulo teve de deixar a cidade à pressa, de noite, indo para Bereia e, depois, para Atenas (cf. Act 17,10-15).
Entretanto, Paulo tinha a consciência de que a formação doutrinal da comunidade cristã de Tessalónica ainda deixava muito a desejar. A jovem comunidade, fundada há pouco tempo e ainda insuficientemente catequizada, estava quase desarmada nesse contexto adverso de perseguição e de provação (cf. 1 Tes 3,1-10). Preocupado, Paulo enviou Timóteo a Tessalónica, a fim de saber notícias e encorajar os tessalonicenses na fé (cf. 1 Tes 3,2-5). Quando Timóteo voltou e apresentou o seu relatório, Paulo estava em Corinto. Confortado pelas informações dadas por Timóteo, o apóstolo d
ecidiu escrever aos cristãos de Tessalónica, felicitando-os pela sua fidelidade ao Evangelho. Aproveitou também para esclarecer algumas dúvidas doutrinais que inquietavam os tessalonicenses e para corrigir alguns aspectos menos exemplares da vida da comunidade.
A Primeira Carta aos Tessalonicenses é, com toda a probabilidade, o primeiro escrito do Novo Testamento. Apareceu na Primavera-Verão do ano 50 ou 51.
O texto que nos é proposto apresenta-nos o endereço da carta (“Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” – 1 Tes 1,1) e um extracto de uma longa oração colocada no início da carta, na qual Paulo dá graças a Deus pelo comportamento exemplar dos tessalonicenses: apesar das provas que tiveram de suportar, permanecem fiéis ao Evangelho e ao ensino de Paulo (cf. 1 Tes 1,2-3,13).
Tessalónica foi evangelizada por Paulo durante a sua segunda viagem missionária, muito provavelmente no Inverno dos anos 49-50. Paulo chegou a Tessalónica acompanhado de Silvano e Timóteo, depois de ter sido forçado a deixar a cidade de Filipos. O tempo de evangelização foi curto – talvez uns três meses; mas foi o suficiente para fazer nascer uma comunidade cristã numerosa e entusiasta, constituída maioritariamente por pagãos convertidos. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reacção da colónia judaica… Os judeus acusaram Paulo de agir contra os decretos do imperador e levaram alguns cristãos diante dos magistrados da cidade (cf. Act 17,5-9). Paulo teve de deixar a cidade à pressa, de noite, indo para Bereia e, depois, para Atenas (cf. Act 17,10-15).
Entretanto, Paulo tinha a consciência de que a formação doutrinal da comunidade cristã de Tessalónica ainda deixava muito a desejar. A jovem comunidade, fundada há pouco tempo e ainda insuficientemente catequizada, estava quase desarmada nesse contexto adverso de perseguição e de provação (cf. 1 Tes 3,1-10). Preocupado, Paulo enviou Timóteo a Tessalónica, a fim de saber notícias e encorajar os tessalonicenses na fé (cf. 1 Tes 3,2-5). Quando Timóteo voltou e apresentou o seu relatório, Paulo estava em Corinto. Confortado pelas informações dadas por Timóteo, o apóstolo d
ecidiu escrever aos cristãos de Tessalónica, felicitando-os pela sua fidelidade ao Evangelho. Aproveitou também para esclarecer algumas dúvidas doutrinais que inquietavam os tessalonicenses e para corrigir alguns aspectos menos exemplares da vida da comunidade.
A Primeira Carta aos Tessalonicenses é, com toda a probabilidade, o primeiro escrito do Novo Testamento. Apareceu na Primavera-Verão do ano 50 ou 51.
O texto que nos é proposto apresenta-nos o endereço da carta (“Paulo, Silvano e Timóteo à Igreja dos Tessalonicenses que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo” – 1 Tes 1,1) e um extracto de uma longa oração colocada no início da carta, na qual Paulo dá graças a Deus pelo comportamento exemplar dos tessalonicenses: apesar das provas que tiveram de suportar, permanecem fiéis ao Evangelho e ao ensino de Paulo (cf. 1 Tes 1,2-3,13).
MENSAGEM
O verbo principal do nosso texto é o verbo grego
“eukharistéô”(“dar graças”); todos os outros verbos que aparecem são
secundários. Assim, fica logo claro quais os sentimentos e qual a atitude
fundamental de Paulo, Silvano e Timóteo, os remetentes da carta: eles estão
profundamente agradecidos e reconhecidos a Deus. Porquê?
Porque a acção de Deus se nota claramente na vida diária da comunidade cristã de Tessalónica. Diante da proposta do Evangelho, os tessalonicenses responderam generosamente, com uma fé activa, uma caridade esforçada e uma esperança firme (vers. 3). A “fé activa” traduz a realidade de uma adesão ao Evangelho que não se manifesta só em palavras, mas também em atitudes concretas de conversão e de transformação; a “caridade esforçada” dá conta de um amor que não é teórico mas é efectivo, e que se traduz em gestos de entrega, de partilha, de doação; e a “esperança firme” define essa confiança inabalável dos tessalonicenses em Deus e na vida nova que Ele reserva àqueles que O amam – confiança que, nem a hostilidade do mundo, nem as dificuldades da vida conseguem deitar por terra.
Na verdade, tudo isto resulta do facto de os tessalonicenses terem sido “escolhidos” por Deus (vers. 4). No Antigo Testamento, a “eleição” é um privilégio de Israel, escolhido por Deus de entre os outros povos, não em virtude dos seus méritos particulares, mas como resultado da graça e do amor de Deus; agora, são as comunidades cristãs de origem pagã que são objecto do mesmo privilégio, que tem a sua fonte no amor gratuito do Deus salvador.
O Evangelho que Paulo, Silvano e Timóteo anunciaram aos tessalonicenses não foi um discurso feito de belas palavras, mas inconsequente; foi uma Boa Nova de Deus, poderosa e transformadora, que encontrou eco no coração dos tessalonicenses que, pela acção do Espírito Santo, deu frutos de fé, de amor e de esperança (vers. 5a.b).
É por tudo isto que Paulo, Silvano e Timóteo louvam o Senhor.
Porque a acção de Deus se nota claramente na vida diária da comunidade cristã de Tessalónica. Diante da proposta do Evangelho, os tessalonicenses responderam generosamente, com uma fé activa, uma caridade esforçada e uma esperança firme (vers. 3). A “fé activa” traduz a realidade de uma adesão ao Evangelho que não se manifesta só em palavras, mas também em atitudes concretas de conversão e de transformação; a “caridade esforçada” dá conta de um amor que não é teórico mas é efectivo, e que se traduz em gestos de entrega, de partilha, de doação; e a “esperança firme” define essa confiança inabalável dos tessalonicenses em Deus e na vida nova que Ele reserva àqueles que O amam – confiança que, nem a hostilidade do mundo, nem as dificuldades da vida conseguem deitar por terra.
Na verdade, tudo isto resulta do facto de os tessalonicenses terem sido “escolhidos” por Deus (vers. 4). No Antigo Testamento, a “eleição” é um privilégio de Israel, escolhido por Deus de entre os outros povos, não em virtude dos seus méritos particulares, mas como resultado da graça e do amor de Deus; agora, são as comunidades cristãs de origem pagã que são objecto do mesmo privilégio, que tem a sua fonte no amor gratuito do Deus salvador.
O Evangelho que Paulo, Silvano e Timóteo anunciaram aos tessalonicenses não foi um discurso feito de belas palavras, mas inconsequente; foi uma Boa Nova de Deus, poderosa e transformadora, que encontrou eco no coração dos tessalonicenses que, pela acção do Espírito Santo, deu frutos de fé, de amor e de esperança (vers. 5a.b).
É por tudo isto que Paulo, Silvano e Timóteo louvam o Senhor.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão e na partilha, considerar os
seguintes elementos:
• Hoje, uma comunidade cristã que viva, com
fidelidade e entusiasmo, a fé, a esperança e a caridade, não será notícia; em
contrapartida, os meios de comunicação social explorarão, com gosto, a vida de
uma comunidade cristã marcada pelos escândalos, pelos dramas, pelas
infidelidades… Tornamo-nos progressivamente insensíveis às coisas bonitas e
boas e só nos deixamos impressionar pelo espampanante, pelo escandaloso, por
aquilo que chama a atenção por razões negativas. O nosso texto convida-nos,
antes de mais, a repararmos nos testemunhos de fé, de amor e de esperança que
encontramos à nossa volta e a vermos aí a presença e a acção de Deus no mundo.
• O nosso texto convida-nos, depois, a renovar e
potenciar a nossa capacidade de louvar e de agradecer a Deus. Ao contemplarmos
tantos gestos de bondade, de amor, de doação, de solidariedade que, em geral,
acontecem no mundo e que, em particular, enchem as vidas das nossas comunidades
cristãs, não podemos deixar de ver aí a presença amorosa de Deus… Teremos
sempre a capacidade de agradecer a Deus a sua presença e a sua acção no mundo,
na vida das nossas comunidades cristãs ou religiosas, na vida das nossas
famílias e de cada um de nós?
• O exemplo da comunidade cristã de Tessalónica
interpela-nos e questiona-nos… É uma comunidade que, apesar de uma catequese
incipiente e de um ambiente hostil, abraçou com entusiasmo o Evangelho e
concretizou a proposta de Jesus na vida do dia a dia, através de uma fé activa,
de um amor esforçado e de uma esperança firme. Nós, seguidores de Jesus, depois
de muitos anos de catequese e de compromisso com Jesus, como vivemos o nosso
compromisso cristão: com um entusiasmo sempre renovado e sempre coerente, ou
com o desleixo e a indiferença de quem não se quer comprometer? A nossa fé não
é apenas uma questão de palavras, mas leva-nos a um efectivo compromisso com a
transformação da nossa vida, da nossa família, da nossa comunidade ou do mundo
que nos rodeia? O nosso amor traduz-se em atitudes concretas de partilha, de
doação, de solidariedade, de luta contra tudo o que oprime os pequenos, os
débeis, os marginalizados? A nossa esperança mantém-nos serenos e confiantes, de
olhos postos nesse futuro novo que Deus nos reserva, apesar das vicissitudes,
das dificuldades, das incompreensões que dia a dia temos de enfrentar?
ALELUIA – Filip 2,15d.16a
Aleluia. Aleluia.
Vós brilhais como estrelas no mundo,
ostentando a palavra da vida.
ostentando a palavra da vida.
EVANGELHO – Mt 22,15-21
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
São Mateus
Naquele tempo,
os fariseus reuniram-se para deliberar
sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse.
Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos,
juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe:
«Mestre, sabemos que és sincero
e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus,
sem Te deixares influenciar por ninguém,
pois não fazes acepção de pessoas.
Diz-nos o teu parecer:
É lícito ou não pagar tributo a César?».
Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu:
«Porque Me tentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo».
Eles apresentaram-Lhe um denário,
e Jesus perguntou:
«De quem é esta imagem e esta inscrição?».
Eles responderam: «De César».
Disse-lhes Jesus:
«Então, daí a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus».
os fariseus reuniram-se para deliberar
sobre a maneira de surpreender Jesus no que dissesse.
Enviaram-Lhe alguns dos seus discípulos,
juntamente com os herodianos, e disseram-Lhe:
«Mestre, sabemos que és sincero
e que ensinas, segundo a verdade, o caminho de Deus,
sem Te deixares influenciar por ninguém,
pois não fazes acepção de pessoas.
Diz-nos o teu parecer:
É lícito ou não pagar tributo a César?».
Jesus, conhecendo a sua malícia, respondeu:
«Porque Me tentais, hipócritas?
Mostrai-me a moeda do tributo».
Eles apresentaram-Lhe um denário,
e Jesus perguntou:
«De quem é esta imagem e esta inscrição?».
Eles responderam: «De César».
Disse-lhes Jesus:
«Então, daí a César o que é de César
e a Deus o que é de Deus».
AMBIENTE
O nosso texto situa-nos em Jerusalém, o local
onde vai desenrolar-se o confronto final entre Jesus e o judaísmo. De um lado
estão os dirigentes judeus: instalados nas suas certezas e preconceitos,
recusam-se terminantemente a acolher a proposta do Reino. Do outro lado está
Jesus: Ele procura que os dirigentes do seu Povo tomem consciência de que, ao
recusar o Reino, estão a recusar a oferta de salvação que Deus lhes faz.
Para ilustrar a situação, Jesus conta-lhes três parábolas (que lemos e meditámos nos últimos três domingos). Na primeira, identifica-os com o filho que disse “sim” ao seu pai, mas que não foi trabalhar no campo (cf. Mt 21,28-32); na segunda, equipara-os aos vinhateiros maus que tiveram a ousadia de matar o filho (cf. Mt 21,33-46); na terceira, compara-os com os convidados para o banquete que rejeitaram o convite (cf. Mt 22,1-14). Irritados com a ousadia de Jesus e questionados pelas suas comparações, os líderes judaicos procuram ansiosamente um pretexto para o acusar.
É neste contexto que Mateus nos vai apresentar três controvérsias entre Jesus e os fariseus (cf. Mt 22,15-22.23-33.34-40). Em qualquer caso, o objectivo é surpreender afirmações controversas e encontrar argumentos para apresentar em tribunal contra Jesus.
A primeira questão que os fariseus, aliados com os partidários de Herodes Antipas, põem a Jesus é muito delicada. Diz respeito à obrigação de pagar os tributos ao imperador de Roma…
Além dos impostos indirectos (portagens, direitos alfandegários, taxas várias), as províncias romanas pagavam ao Império o tributo, que era uma quantia estipulada por Roma e que todos os habitantes do Império (com excepção das crianças e dos velhos) deviam pagar. Era considerado um sinal infamante da sujeição a Roma. A questão que põem a Jesus é, portanto, esta: é lícito pactuar com esse sistema gerador de escravidão e de injustiça?
Os partidários de Herodes e os saduceus (a alta aristocracia sacerdotal) estavam perfeitamente de acordo com o tributo, pois aceitavam naturalmente a sujeição a Roma. Os movimentos revolucionários, no entanto, estavam frontalmente contra, pois consideravam o imperador um usurpador do poder que só pertencia a Jahwéh e interditavam aos seus partidários o pagamento do dito tributo. Os fariseus, embora não aceitando o tributo, tinham uma posição intermédia e não propunham uma solução violenta para a questão…
De qualquer forma, era uma questão “armadilhada”. Se Jesus se pronunciasse a favor do pagamento do tributo, seria acusado de colaboracionismo e de defender a usurpação pelos romanos do poder que pertencia a Jahwéh; mas se Jesus se pronunciasse contra o pagamento do imposto, seria acusado de revolucionário, inimigo da ordem romana…
Como é que Jesus vai resolver a questão?
recusar o Reino, estão a recusar a oferta de salvação que Deus lhes faz.
Para ilustrar a situação, Jesus conta-lhes três parábolas (que lemos e meditámos nos últimos três domingos). Na primeira, identifica-os com o filho que disse “sim” ao seu pai, mas que não foi trabalhar no campo (cf. Mt 21,28-32); na segunda, equipara-os aos vinhateiros maus que tiveram a ousadia de matar o filho (cf. Mt 21,33-46); na terceira, compara-os com os convidados para o banquete que rejeitaram o convite (cf. Mt 22,1-14). Irritados com a ousadia de Jesus e questionados pelas suas comparações, os líderes judaicos procuram ansiosamente um pretexto para o acusar.
É neste contexto que Mateus nos vai apresentar três controvérsias entre Jesus e os fariseus (cf. Mt 22,15-22.23-33.34-40). Em qualquer caso, o objectivo é surpreender afirmações controversas e encontrar argumentos para apresentar em tribunal contra Jesus.
A primeira questão que os fariseus, aliados com os partidários de Herodes Antipas, põem a Jesus é muito delicada. Diz respeito à obrigação de pagar os tributos ao imperador de Roma…
Além dos impostos indirectos (portagens, direitos alfandegários, taxas várias), as províncias romanas pagavam ao Império o tributo, que era uma quantia estipulada por Roma e que todos os habitantes do Império (com excepção das crianças e dos velhos) deviam pagar. Era considerado um sinal infamante da sujeição a Roma. A questão que põem a Jesus é, portanto, esta: é lícito pactuar com esse sistema gerador de escravidão e de injustiça?
Os partidários de Herodes e os saduceus (a alta aristocracia sacerdotal) estavam perfeitamente de acordo com o tributo, pois aceitavam naturalmente a sujeição a Roma. Os movimentos revolucionários, no entanto, estavam frontalmente contra, pois consideravam o imperador um usurpador do poder que só pertencia a Jahwéh e interditavam aos seus partidários o pagamento do dito tributo. Os fariseus, embora não aceitando o tributo, tinham uma posição intermédia e não propunham uma solução violenta para a questão…
De qualquer forma, era uma questão “armadilhada”. Se Jesus se pronunciasse a favor do pagamento do tributo, seria acusado de colaboracionismo e de defender a usurpação pelos romanos do poder que pertencia a Jahwéh; mas se Jesus se pronunciasse contra o pagamento do imposto, seria acusado de revolucionário, inimigo da ordem romana…
Como é que Jesus vai resolver a questão?
MENSAGEM
Confrontado com a questão, Jesus convidou os
seus interlocutores a mostrar a moeda do imposto e a reconhecerem a imagem
gravada na moeda (a imagem de César). Depois, Jesus concluiu: “dai a César o
que é de César e a Deus o que é de Deus” (vers. 21). O que é que esta afirmação
significa? Significa uma espécie de repartição equitativa das obrigações do
homem entre o poder político e o poder religioso?
Provavelmente, Jesus quis sugerir que o homem não pode nem deve alhear-se das suas obrigações para com a comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o que é de César”.
No entanto, o que é mais importante é que o homem reconheça a Deus como o seu único senhor. As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. O homem, no entanto, não tem inscrita em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus (cf. Gn 1,26-27: “Deus disse: ‘façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança’… Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus”): portanto, o homem pertence somente a Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-l’O como o seu único senhor.
Jesus vai muito além da questão que Lhe puseram… Recusa-Se a entrar num debate de carácter político e coloca a questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento ou do não pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus (ele foi criado por Deus, pertence a Deus e transporta consigo a imagem do seu senhor e seu criador). Jesus não está preocupado, sequer, em afirmar que o homem deve repartir equitativamente as suas obrigações entre o poder político e o poder religioso; mas está, sobretudo, preocupado em deixar claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
Provavelmente, Jesus quis sugerir que o homem não pode nem deve alhear-se das suas obrigações para com a comunidade em que está integrado. Em qualquer circunstância, ele deve ser um cidadão exemplar e contribuir para o bem comum. A isso, chama-se “dar a César o que é de César”.
No entanto, o que é mais importante é que o homem reconheça a Deus como o seu único senhor. As moedas romanas têm a imagem de César: que sejam dadas a César. O homem, no entanto, não tem inscrita em si próprio a imagem de César, mas sim a imagem de Deus (cf. Gn 1,26-27: “Deus disse: ‘façamos o homem à nossa imagem, à nossa semelhança’… Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus”): portanto, o homem pertence somente a Deus, deve entregar-se a Deus e reconhecê-l’O como o seu único senhor.
Jesus vai muito além da questão que Lhe puseram… Recusa-Se a entrar num debate de carácter político e coloca a questão a um nível mais profundo e mais exigente. Na abordagem de Jesus, a questão deixa de ser uma simples discussão acerca do pagamento ou do não pagamento de um imposto, para se tornar um apelo a que o homem reconheça Deus como o seu senhor e realize a sua vocação essencial de entrega a Deus (ele foi criado por Deus, pertence a Deus e transporta consigo a imagem do seu senhor e seu criador). Jesus não está preocupado, sequer, em afirmar que o homem deve repartir equitativamente as suas obrigações entre o poder político e o poder religioso; mas está, sobretudo, preocupado em deixar claro que o homem só pertence a Deus e deve entregar toda a sua existência nas mãos de Deus. Tudo o resto deve ser relativizado, inclusive a submissão ao poder político.
ACTUALIZAÇÃO
Na reflexão, considerar as seguintes questões:
• A questão essencial que o nosso texto aborda é
esta: o homem pertence a Deus e deve considerar Deus o seu único senhor e a sua
referência fundamental. No entanto, embriagados pelo turbilhão das liberdades e
das novas descobertas, os homens do nosso tempo consideraram que eram capazes
de descobrir, por si próprios, os caminhos da vida e da felicidade e que podiam
prescindir de Deus… Instalaram-se no orgulho e na auto-suficiência e deixaram
Deus de fora das suas vidas. É preciso voltarmos a Deus e redescobrirmos a sua
centralidade na nossa existência. Deus não atenta contra a nossa identidade e a
nossa liberdade. Fomos criados para a comunhão com Deus e só nos sentiremos
felizes e realizados quando nos entregarmos confiadamente nas suas mãos e
fizermos d’Ele o centro da nossa caminhada.
• Em muitos casos, Deus foi apenas substituído
por outros “deuses”: o dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a
ascensão social, o clube de futebol… tomaram o lugar de Deus e passaram a
dirigir e a condicionar a vida de tantos dos nossos contemporâneos. Quase
sempre, no entanto, essa troca trouxe, apenas, escravidão, alienação,
frustração e sentimentos de solidão e de orfandade… Como me sinto face a isto?
Há outros deuses a tomarem posse da minha vida, a condicionarem as minhas
opções, a dirigirem os meus interesses, a dominarem os meus projectos? Quais
são esses deuses? Eles asseguraram-me a felicidade e a plena realização, ou
tornam-me cada vez mais escravo e dependente?
• O homem e a mulher foram criados à imagem de
Deus. Eles não são, portanto, objectos que podem ser usados, explorados e
alienados, mas seres revestidos de uma suprema dignidade, de uma dignidade
divina. Apesar da Declaração Universal dos Direitos do Homem e de uma
infinidade de organizações e de associações destinadas a proteger e a assegurar
os direitos, liberdades e garantias, há milhões de homens, mulheres e crianças
que continuam, todos os dias, a ser maltratados, humilhados, explorados,
desprezados, diminuídos na sua dignidade. Destruir a imagem de Deus que existe
em cada criança, mulher ou homem, é um grave crime contra Deus. Nós, os
cristãos, não podemos permitir que tal aconteça. Devemos sentir-nos
responsáveis sempre que algum irmão ou irmã, em qualquer canto do mundo, é
privado dos seus direitos e da sua dignidade; e temos o dever grave de lutar,
de forma objectiva, contra todos os sistemas que, na Igreja ou na sociedade,
atentem contra a vida e a dignidade de qualquer pessoa.
• Para o cristão, Deus é a referência
fundamental e está sempre em primeiro lugar; mas isso não significa que o
cristão viva à margem do mundo e se demita das suas responsabilidades na
construção do mundo. O cristão deve ser um cidadão exemplar, que cumpre as suas
responsabilidades e que colabora activamente na construção da sociedade humana.
Ele respeita as leis e cumpre pontualmente as suas obrigações tributárias, com
coerência e lealdade. Não foge aos impostos, não aceita esquemas de corrupção,
não infringe as regras legalmente definidas. Vive de olhos postos em Deus; mas
não se escusa a lutar por um mundo melhor e por uma sociedade mais justa e mais
fraterna.
• Como é que eu me situo face ao poder político
e às instituições civis: com total indiferença, com sujeição cega, ou com
lealdade crítica? Como é que eu contribuo para a construção da sociedade? À luz
de que critérios e de que valores julgo os factos, as decisões, as leis
políticas e sociais que regem a comunidade humana em que estou inserido? As
minhas opções políticas são coerentes com os critérios do Evangelho e com os
valores de Jesus?
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 29º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 29º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. DURANTE A CELEBRAÇÃO.
No momento da oração universal, sobretudo neste domingo em que se celebra o Dia Missionário Mundial, poderá ser expressa a atenção às coisas do mundo, em nome da nossa fé em Deus.
No momento da oração universal, sobretudo neste domingo em que se celebra o Dia Missionário Mundial, poderá ser expressa a atenção às coisas do mundo, em nome da nossa fé em Deus.
3. PALAVRA DE VIDA.
O Dia Mundial das Missões deveria manter-nos acordados. Será que, sim ou não, nós acreditamos que a mensagem de Cristo se dirige a todos os homens dos cinco continentes, quaisquer que sejam a sua situação, as suas alegrias, os seus sofrimentos, as suas questões, os seus projectos? Se a mensagem de Cristo é universal, é necessário que aqueles que dela beneficiaram não a guardem só para si, mas devem anunciá-la, gritá-la, e dar àqueles que partiram para a anunciar os meios de a fazer conhecer. Esta mensagem não consiste apenas em palavras para escutar, mas numa Palavra que faz viver, que volta a erguer, que dá felicidade. Então, estejamos preocupados com a propagação do Evangelho em toda a parte e para todos.
O Dia Mundial das Missões deveria manter-nos acordados. Será que, sim ou não, nós acreditamos que a mensagem de Cristo se dirige a todos os homens dos cinco continentes, quaisquer que sejam a sua situação, as suas alegrias, os seus sofrimentos, as suas questões, os seus projectos? Se a mensagem de Cristo é universal, é necessário que aqueles que dela beneficiaram não a guardem só para si, mas devem anunciá-la, gritá-la, e dar àqueles que partiram para a anunciar os meios de a fazer conhecer. Esta mensagem não consiste apenas em palavras para escutar, mas numa Palavra que faz viver, que volta a erguer, que dá felicidade. Então, estejamos preocupados com a propagação do Evangelho em toda a parte e para todos.
4. UM PONTO DE ATENÇÃO.
Programar uma partilha do Evangelho… De vez em quando, será bom programar uma partilha de Evangelho. Trata-se essencialmente, entre algumas pessoas, de dizer o que o texto do Evangelho evoca, de que modo fala a cada um: não se trata de uma discussão, mas de uma verdadeira partilha. Como proceder? Primeiro, desde o início da celebração, é útil advertir que haverá uma partilha para aqueles que quiserem: este anúncio prévio permite uma escuta mais atenta dos textos; será ainda melhor se as pessoas puderem ter o texto nas mãos. De seguida, o grupo que se forma espontaneamente não deve exceder quatro ou cinco pessoas, a fim de que cada um se possa exprimir. É bom indicar o tempo de que se dispõe (cerca de 10 minutos no total). Pode-se orientar a reflexão colocando uma ou duas questões. O essencial, durante a partilha, é que cada um tenha a palavra e se possa exprimir e que todos possam escutar e enriquecer-se com o que os outros dizem.
Programar uma partilha do Evangelho… De vez em quando, será bom programar uma partilha de Evangelho. Trata-se essencialmente, entre algumas pessoas, de dizer o que o texto do Evangelho evoca, de que modo fala a cada um: não se trata de uma discussão, mas de uma verdadeira partilha. Como proceder? Primeiro, desde o início da celebração, é útil advertir que haverá uma partilha para aqueles que quiserem: este anúncio prévio permite uma escuta mais atenta dos textos; será ainda melhor se as pessoas puderem ter o texto nas mãos. De seguida, o grupo que se forma espontaneamente não deve exceder quatro ou cinco pessoas, a fim de que cada um se possa exprimir. É bom indicar o tempo de que se dispõe (cerca de 10 minutos no total). Pode-se orientar a reflexão colocando uma ou duas questões. O essencial, durante a partilha, é que cada um tenha a palavra e se possa exprimir e que todos possam escutar e enriquecer-se com o que os outros dizem.
5. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Dizer a nossa felicidade a outros… Cabe a cada um fazer o ponto da situação sobre a missão precisa que lhe confere o seu baptismo, no seu lugar de vida. Suscitar esta semana uma ocasião de a testemunhar explicitamente. «Dar a Deus o que é de Deus» é dizer também a outros a felicidade que nos é dada pelo Altíssimo!
Dizer a nossa felicidade a outros… Cabe a cada um fazer o ponto da situação sobre a missão precisa que lhe confere o seu baptismo, no seu lugar de vida. Suscitar esta semana uma ocasião de a testemunhar explicitamente. «Dar a Deus o que é de Deus» é dizer também a outros a felicidade que nos é dada pelo Altíssimo!
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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