DIA 26 DOMINGO-Mt 4,12-23
O Evangelho é uma narração global de
vários aspectos da atividade de Jesus nos começos do Seu ministério: contactos
humanos, curas, pregação. Como membros da Igreja, somos associados
à obra de Cristo, continuadores da Sua Missão. A nossa vida deve manifestar um
desejo e esforço contínuos de conversão própria e ajuda através da palavra,
contacto e testemunho de vida em Cristo aos nossos irmãos. Só assim poderemos
ser verdadeiramente luz de Cristo.
Jesus começou seu ministério na Galiléia,
agora passamos a destacar o conteúdo de sua mensagem. A expressão “o tempo está
cumprido” se relaciona ao que já mencionamos acima, a respeito do cumprimento
das antigas profecias. Todos os três evangelhos sinópticos indicam que Jesus
começou seu ministério com esta mensagem, a passagem de Lucas 4, ilustra bem
isto. Jesus visita a sinagoga de Nazaré, onde ele lê a famosa escritura de
Isaias 61 a respeito do Messias, ele choca seus conterrâneos nazarenos, ao
dizer que a tão esperada profecia se cumpriu, e que ele era o Ungido, sob o
qual o Espírito do Senhor repousava.
A chegada do Reino, não vem para cumprir
as promessas de Deus em termos políticos, como era o pensamento geral na época
de Jesus. Seu exorcismo de demônios é um sinal de que, em antecipação à
destruição final de Satanás e suas hostes no fogo eterno, Deus invadiu a esfera
de ação de Satanás, como quem entra na casa do homem forte e o amarra antes de
saquear os bens,(Mc 3:27). Seus milagres de cura são sinais que apontam para a
vinda do fim, quando a morte vai ser absorvida pela imortalidade.
A presença do Reino é bem expressada na
Igreja quando ela confessa o senhorio de Cristo. Dizer que Cristo é Senhor
hoje, não soa como soava no primeiro século, onde os mártires cristãos forjavam
o crescimento da Igreja. A palavra Senhor, no grego kyrius, era usada para se
referir ao Imperador. Dizer que Cristo é o Senhor, é dizer que ele reina no
lugar do Imperador. Esta é uma frase subversiva, e tinha duras implicações para
os primeiros crentes. A perseguição era inevitável para aqueles que obedeciam
ao senhorio de Cristo.
A expectativa da Segunda Vinda anima os
crentes deste século, ao ponto de muitos marcarem datas para a volta de Jesus,
causando confusão e engano. Mas isto não deveria nos espantar, pois Jesus se
referiu a estes falsos sinais, bem como a falsos cristos que apareceriam,
querendo enganar, se possível, até os eleitos.
Essa afirmação esta no mesmo contexto de
outra, que o Reino demoraria a chegar. Jesus se refere ao sofrimento que
guerras e rumores de guerra trarão aos seus seguidores, no versículo 9, Jesus
afirma quer os discípulos seriam levados aos tribunais, por causa do seu nome.
Mas é necessário que o evangelho seja pregado a todas as nações, e aí virá o
fim.
Jesus afirma que nem mesmo ele sabia
quando viria o Reino. Jesus ensina a necessidade de vigiar, contando a parábola
da figueira. “A incerteza quanto ao tempo da parousia significa que os homens
devem estar espiritualmente despertos e prontos para encontrar o Senhor em
qualquer ocasião que ele venha”.
Não podemos esquecer que a proclamação
de Jesus é arrependei-vos e crede no evangelho. A proclamação do evangelho é
inseparável do chamado ao arrependimento à fé.
Arrepender-se, no grego metanoia,
significa mudança de pensamento, mentalidade. Aponta para uma mudança radical
de vida. Não quer dizer contrição em conseqüência do pecado, mas algo muito
mais profundo.
A mensagem de arrependimento foi
proclamada por João Batista, Marcos indica que Jesus chamava os homens para que
se arrependessem, já que lhes estava sendo oferecido o Reino de Deus como um
dom presente, colocado a deposição de todos em antecipação ao fim do tempo.
O arrependimento é um dom de Deus, mas
antes de tudo um mandamento. Só a graça de Deus, seu dom, nos capacita a
receber o Reino, mas Jesus deixa clara a ordem, arrependam-se. Recebemos a
graça de Deus, quando o obedecemos.
O arrependimento é inseparável da fé,
“arrependei-vos e crede no evangelho”. Não existe base para a tese, segundo
alguns, que o chamado ao arrependimento é para os judeus, e a chamada a fé,
para os gentios, com base de uma dispensação antiga, que se dizia que o
requisito era a salvação pelas obras, e que nós vivemos a era da graça,
salvação pela fé. Já no Antigo Testamento, Abraão foi justificado pela sua fé,
como diz Gênesis 15:6.
A mensagem de Jesus a respeito de Reino
de Deus é a proclamação por palavras e atos de que Deus está agindo e
manifestando dinamicamente sua vontade redentora na história. Deus está
buscando os pecadores: ele os está convidando a entrar no Reino e participar da
benção messiânica; ele está solicitando deles uma resposta favorável à sua
oferta graciosa. Por isso chama Pedro, André, Tiago e João seu irmão e fâ-los
já participar da Sua missão. E eles deixando tudo, aderiram à mensagem do
Mestre e o seguiram. O Pedro, André, Tiago e João sou eu, és. Cristo passando
pelas nossas ruas e cidades, continua chamando homens e mulheres à conversão e
ao arrependimento, porque na verdade “ o Reino de Deus está próximo”.
Quanta Riqueza! Quanta benção! Que mais e mais cristãos possam ter acesso e interesse em acessar tais conhecimentos!
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