XVI
DOMINGO DO TEMPO COMUM
Dia 08 de Julho de
2012
Evangelho Mc 6,1-6
Dificilmente, reconhecemos a sabedoria
presente nas pessoas simples, preferimos acreditar nas palavras retóricas
das pessoas de alto "nível intelectual". Com isso,
deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos “pequenos”.
Esquecemos de que Jesus, o Mestre
de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios
humanos bem simples, para realizar as maravilhas de Deus no meio de nós!
Um profeta nunca é reconhecido no meio
em que vive, muitas vezes é preciso que ele deixe o seu lugar de origem,
para levar a verdade do evangelho a lugares onde o que será avaliado, não
é a sua pessoa, e sim, a mensagem de Deus dirigida ao povo através dele!
Ninguém estudou para ser profeta, nem o
é, porque escolheu ser, o profeta nasce de um anseio de alguém, que ao conhecer
a verdade, não consegue mais calar diante da mentira e da
injustiça!
O que sai da boca do profeta, não são
palavras suas, são palavras inspiradas por Deus, que tem como finalidade
despertar a humanidade sobre os valores do Reino! Ele é a voz que grita em
defesa do povo, é aquele que não se intimida diante dos poderosos, que tem
coragem de denunciar as injustiçadas praticadas por eles, levando a público as
suas ações contrárias a vida.
O profeta denuncia e anuncia, ele é um
eterno insatisfeito, nunca se contenta com o que faz, está sempre
acreditando que pode fazer algo mais em favor do povo de Deus.
Um verdadeiro profeta nunca tem
consciência de que ele é um profeta, ele é alguém que
se sustenta de uma fé profunda, uma fé que não separa da vida, ele
caminha com a consciência clara da presença de Deus em sua vida e
vive esta presença, por isto fala com autoridade.
A vida de união e comunhão com Deus vai
impregnando a vida do profeta, de tal modo que ele vai aos poucos,
aprendendo a interpretar os acontecimentos políticos, sociais e religiosos,
sempre à luz de Deus.
Nenhum profeta teme pela sua segurança,
e nem deseja se destacar, o que ele deseja mesmo, é denunciar o que não está
certo e anunciar a verdade que liberta.
A sua maior aspiração é o bem comum, por
isto, ele está sempre disposto a lutar por este bem maior, ainda que para isto
tenha que sacrificar sua própria vida!
“Um profeta só não é estimado em
sua Pátria”. Estas palavras de Jesus, descritas no evangelho de hoje, devem
nos levar a um questionamento: estamos acolhendo bem o profeta que
vive no nosso meio? Ou acolhemos somente o profeta que vem de fora?
Jesus passou pela experiência dos muitos
profetas do antigo testamento, além das autoridades políticas, religiosas,
também seus conterrâneos o rejeitaram.
É o que ainda acontece com muitos
profetas de hoje, eles também passam por esta mesma
experiência que Jesus passou: rejeição, indiferença, hostilidade, mas assim
como Jesus, eles nunca desistem de anunciar e denunciar...
Finalizando esta reflexão, vou relatar
um pequeno fato, que pode nos mostrar claramente o não reconhecimento de um
profeta no meio em que vive: Em uma comunidade, as pessoas se
reuniam uma vez por semana, para um encontro de reflexão. Nestes
encontros, lia-se uma mensagem, cujo nome do autor não era divulgado. A
mensagem era bem acolhida por todos, seu conteúdo os levava a crer, que eram
escritas por alguém de uma grande sabedoria. Até que um dia, o povo
descobriu quem era o autor de tais maravilhas: se tratava de um
simples jardineiro, grande observador da natureza, suas mensagens tinham como
finalidade conscientizar o povo da importância da preservação da
natureza. A partir de então, tais mensagens passaram a não ter o
mesmo valor de antes pelo simples fato de serem escritas por um
humilde jardineiro.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia
Nenhum comentário:
Postar um comentário