Dia 03 de Agosto de 2012
Evangelho de Mt 13, 54-58
Dificilmente, reconhecemos a sabedoria presente nas pessoas simples, preferimos acreditar nas palavras retóricas das pessoas de alto "nível intelectual". Com isso, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos “pequenos”. Esquecemos de que Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples, para realizar as maravilhas de Deus no meio de nós!
Todos nós sabemos que um profeta nunca é reconhecido no meio em que vive, muitas vezes, é preciso que ele deixe o seu lugar de origem, para levar a verdade do evangelho a lugares onde o que será avaliado, não é a sua pessoa, e sim, a mensagem de Deus dirigida ao povo através dele!
Ninguém estudou para ser profeta e nem o é, porque escolheu ser, o profeta nasce de um anseio de alguém, que ao conhecer a verdade, não consegue calar diante da mentira e da injustiça!
O que sai da boca do profeta, não são palavras suas, são palavras inspiradas por Deus, que tem como finalidade despertar a humanidade sobre os valores do Reino! Ele é a voz que grita em defesa de um povo, é aquele que não se intimida diante dos poderosos, que tem coragem de denunciar suas falcatruas, levando a público suas ações contrárias a vida.
O verdadeiro profeta denuncia e anuncia, ele é um eterno insatisfeito, nunca se contenta com o que faz, está sempre acreditando que pode fazer algo mais.
Um profeta nunca tem consciência de que é um profeta, ele é alguém que se sustenta de uma fé profunda, uma fé que ele nunca separa da vida. Ele é seguro naquilo que fala , tem a clareza da presença de Deus em sua vida e vive esta presença, por isto fala com autoridade.
A vida de união e comunhão com Deus, vai impregnando a vida do profeta, de tal modo que ele vai aos poucos, aprendendo a interpretar os acontecimentos políticos, sociais e religiosos sempre à luz de Deus.
Nenhum profeta teme pela sua segurança e nem deseja se destacar, o que ele deseja mesmo, é denunciar o que não está certo e anunciar a verdade que liberta.
A sua maior aspiração é o bem comum, por isto, está sempre disposto a lutar por este bem maior, ainda que para isto, tenha que sacrificar sua própria vida!
“Um profeta não é estimado na sua Pátria, entre seus parentes e familiares”. Estas palavras de Jesus, descritas no evangelho de hoje, nos desperta para um questionamento: estamos acolhendo bem o profeta que vive no nosso meio? Ou acolhemos somente o profeta que vem de fora?
Jesus passou pela experiência dos muitos profetas do antigo testamento, além das autoridades políticas, religiosas, também seus conterrâneos o rejeitaram.
É o que ainda acontece com muitos profetas de hoje, eles também passam por esta experiência que Jesus passou: rejeição, indiferença, hostilidade...
Finalizando esta reflexão vou relatar um pequeno fato que pode nos mostrar claramente o não reconhecimento de um profeta no meio em que vive: Em uma comunidade, as pessoas se reuniam uma vez por semana, para um encontro de reflexão. Nestes encontros, lia-se uma mensagem, cujo nome do autor não era divulgado. A mensagem era bem acolhida por todos. Seu conteúdo, levava a crer, que eram escritas por alguém de grande sabedoria. Até que um dia, o povo descobriu quem era o autor de tais maravilhas: se tratava de um simples jardineiro, um grande observador da natureza. Suas mensagens tinham como finalidade conscientizar o povo da importância da preservação da natureza.
A partir de então, tais mensagens, passaram a não ter o mesmo valor para o povo, pelo simples fato de serem escritas por um humilde jardineiro.
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