Sexta-feira, Dia 03 de Agosto
Mt 13,54-58
Não é ele o filho
do carpinteiro?
Hoje é o Dia do
Trabalhador e a festa de S. José Operário. Parabéns a você, trabalhador ou
trabalhadora, pelo seu dia! O Evangelho narra que Jesus ensinava na sinagoga de
Nazaré, de modo que os ouvintes ficavam admirados. E comentavam entre si: “De
onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é ele o filho do
carpinteiro?” Isso mostra que S. José era um profissional, um homem que amava o
trabalho, amava tanto que era conhecido na cidade como “O carpinteiro”. Ele
passou a vida toda fabricando ou consertando móveis domésticos. E mostra também
que os ouvintes tinham preconceito contra a profissão de carpinteiro, que era
uma profissão humilde e de gente pobre.
É idêntico ao
preconceito que muitos têm hoje contra o povo da roça, chamando-os de caipiras,
roceiros, matutos etc. Sendo que são eles que plantam e colhem os alimentos que
todos os dias vêm à nossa mesa.
Queremos celebrar
hoje todos os trabalhadores e trabalhadoras, sem exceção. Do lixeiro ao
prefeito da cidade, da professora à empregada doméstica, e na roça, do dono da
terra ao último peão.
Homenageamos S.
José, carpinteiro, Maria, a esposa e dona de casa, e Jesus que também exercia,
junto com o pai, a profissão de carpinteiro. E depois, na vida pública,
continuou trabalhando, pois a atividade missionária é também trabalho. Isso
mostra que a Família de Nazaré, colocada por Deus como nosso modelo, era uma
família de trabalhadores. Maria Santíssima, além do seu trabalho em casa, ainda
encontrava tempo para ajudar as pessoas, como a sua prima Isabel, os noivos de
Caná etc.
Deus trabalha, como
vemos na Bíblia: “No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava
deserta e vazia e as trevas cobriam o abismo... Deus disse: ‘Faça-se a luz’...”
(Gn 1,1-3). E quando Deus criou o homem e a mulher, disse-lhes: “Sede fecundos
e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar,
as aves do céu...” (Gn 1,28). “Quem não quer trabalhar também não coma” (2Ts
3,10).
O trabalho, além de
garantir o sustento nosso e da nossa família, nos dignifica, nos realiza e
desenvolve as nossas qualidades. O trabalho afasta as tentações.
O trabalho é uma
bênção de Deus. Poder trabalhar é poder servir. “Descubra a felicidade de
servir”. Quem tem fé gosta de trabalhar, pois a fé sem obras é morta. Nós, que recebemos
tanto da família e da sociedade, precisamos ajudá-las também, através do nosso
trabalho.
A sociedade deve
ser organizada de tal modo que todos tenham oportunidade de trabalhar. O
desemprego é um pecado social. É triste ver filas enormes de pretendentes ao um
trabalho, filas desproporcionais ao número de vagas. Precisamos unir esforços
para que haja reforma agrária e que os trabalhadores da cidade sejam
capacitados para o serviço que exercem. A organização de cooperativas e de
sindicatos são excelentes recursos que os trabalhadores têm em mãos para
conquistar seus direitos.
E queremos que haja
justiça no trabalho. Que não haja desemprego nem trabalho informal, pois todos
têm direito aos benefícios das leis trabalhistas. Quanto aos trabalhadores, que
sejam honestos e dignos de confiança. “Quem madruga Deus ajuda”.
Quem sabe, nós
também possamos, além da nossa luta diária, colaborar um pouco na nossa
Comunidade cristã. Nós sairemos ganhando e a Comunidade também.
Certa vez, um padre
comprou uma chácara e contratou um chacareiro que foi morar nela com a sua
família. Um dia, o padre pediu a amigo seu agrônomo que fosse lá dar umas
orientações ao chacareiro.
Dias depois, o
padre foi à chácara. Logo que encontrou o chacareiro, perguntou-lhe: “O meu
amigo agrônomo veio aqui?” O chacareiro fez uma cara ruim, virou de lado o
rosto e disse: “Veio”. Depois voltou o rosto para o padre e disse com firmeza:
“Sr. padre, cuidado com esse pessoal que estuda muito; eles não entendem nada!”
Precisamos fazer o
contrário daquele chacareiro: não só aceitar orientações de profissionais, mas
estudar e nos aperfeiçoar sempre, a fim de melhorar o nosso trabalho.
S. José operário,
rogai por nós!
Não é ele o filho
do carpinteiro?
Padre Queiroz
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