Bom dia!
“(…) Aos ‘puros de
coração’ é prometido que verão a Deus face a face e serão semelhantes a Ele
(263). A pureza do coração é condição prévia para a visão.”. (Catecismo da
igreja Católica § 2519)
Era uma vez (…).
Adoro isso!
Certa vez, em uma
manha de inverno, o tempo pouco a pouco tomava novas atitudes. Árvores
balançando, galhos e folhas se desprendiam, poeira e terra começavam a circular
com o vento, (…) Uma pessoa olhando de sua janela imaginou: O frio estava
chegando!
Aos poucos o vento
aumentava e consigo também o número de folhas secas. Não tardou muito e a chuva
começou a cair. Não era uma chuva muito forte, mas os ventos a fazia
robustecer. Antenas balançavam, telhas voavam, (…) incrivelmente uma criança,
não preocupada com os chuviscos, via naquele tempo uma oportunidade de soltar
sua pipa nova. Enquanto alguns lamentavam as percas, ele permanecia soberano no
meio do vendaval.
Amarrou a linha da
pipa na grade da sua casa, correu para dentro de casa e voltou com uma vassoura
e mesmo contra o vento, tentava varrer as folhas que enchiam sua calçada.
- Guri bobo! Vai
trabalhar dobrado! Pensou o homem de sua janela!
O vento passou e
com ele a chuva também.
- Nossa quanta
folha na frente de casa! – disse o homem.
E lá estava ele em
frente a sua casa varrendo as folhas que o vento trouxe. Reclamando e
resmungando ia varrendo aquelas folhas, mas algo não estava por todo perdido.
Ele via aquele menino do vendaval ainda varrendo as folhas. E com uma vontade
de sair vitorioso do acontecido, o homem seguiu até o menino e perguntou com
tom de deboche:
- É guri (…), não
adiantou varrer sua casa durante o vendaval, não é? Ainda tem folhas na frente
de sua casa! Se seu desejo era economizar tempo, não deu certo!
- Não moço! Eu não
estava varrendo lá em casa não! Eu estava tentando evitar que elas fossem pra
sua casa, pois ao vê-lo na janela, imaginei que estava preocupado com isso e de
lá o senhor não podia ver o que eu estava vendo. A corrente de ar girava e
levava tudo da rua na direção da sua porta (…) – e continuou:
-Mas isso não
importa agora, pois já acabei! Que ajuda? Disse o menino.
Envergonhado disse
que não era necessário e agradeceu com um sorriso amarelo.
O menino deixou a
vassoura dentro de casa, desamarrou a linha da pipa e voltou a brincar. O homem
virou-se para o garoto e perguntou:
- Porque você não
recolheu a pipa? Você podia tê-la perdido! O menino prontamente respondeu:
- Senhor! Eu tenho
12 anos e ouço muito os conselhos dos meus pais. Meu pai disse que quando
abandonamos o que gostamos em beneficio do outro, Deus nos recompensa! Eu
poderia até perder a pipa, mas não pagaria o bem que fiz; Já minha mãe, que não
estudou muito, diz que mesmo que surja um furação, um vendaval, (…), não
podemos desistir ou abandonar o que gostamos; meu irmão mais velho, diz que eu
me tornaria um bom “soltador” de pipa no dia que conseguisse mantê-la no ar
durante uma chuva (…).
O homem resignou-se
com a sabedoria do menino e disse:
-Quero conhecer sua
família menino, pois tenho 50 e ainda não aprendi nada sobre a vida!
“(…) Lembro-me dos
dias de outrora, penso em tudo aquilo que fizestes, reflito nas obras de vossas
mãos. Estendo para vós os braços; minha alma, como terra árida, tem sede de
vós. Apressai-vos em me atender, Senhor, pois estou a ponto de desfalecer. Não
me oculteis a vossa face, para que não me torne como os que descem à sepultura.
Fazei-me sentir, logo, vossa bondade, porque ponho em vós a minha confiança.
Mostrai-me o caminho que devo seguir, porque é para vós que se eleva a minha
alma. Livrai-me, Senhor, de meus inimigos, porque é em vós que ponho a minha
esperança. Ensinai-me a fazer vossa vontade, pois sois o meu Deus. Que vosso
Espírito de bondade me conduza pelo caminho reto”. (Salmo 142, 5-10)
Essa estória
suscitou em meu coração, creio eu que além dos nossos ouvidos, ela tenha um
destino certo, ou seja, alguém precisava ouvir isso.
Um imenso abraço
fraterno.
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