24 de maio - quinta-feira
Jo 17,20-26
Estamos na semana de oração pela unidade dos cristãos. Neste Evangelho,
Jesus continua orando a Deus Pai e pedindo pela nossa união. Ela é importante
para que o mundo creia. Jesus pede ao Pai por quantos ao longo dos séculos
acreditarão nele, graças à palavra e ao testemunho dos cristãos da geração
anterior. A unidade será diante do mundo o sinal, ou o selo de autenticação da
verdadeira Comunidade de Cristo. O amor tem duas direções: a Deus e ao próximo,
união com Deus e união com o próximo. As duas se completam e não possível uma
sem a outra.
É importante construir a unidade dentro da pluralidade. Este é o caminho
para que os que acreditam em Cristo, e têm boa vontade, se unirem.
O livro dos Atos dos Apóstolos, ao referir-se à vida dos primeiros
cristãos, diz assim: “Todos viviam unidos e possuíam tudo em comum... E,cada dia, o Senhor
acrescentava a seu número mais pessoas que seriam salvas” (At 2,44.47). O amor
dentro da Comunidade cristã atrai novos membros para ela.
S. Pedro, quando estava em Cesaréia, na casa de Cornélio, disse as
seguintes palavras: “Irmãos, Deus não faz discriminação entre as pessoas. Pelo
contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a
nação a que pertença” (At 10,34-35). Nós também queremos ser abertos a todos e
a todas, sem rejeitar ninguém.
S. Paulo pede para não formarmos facções dentro da Comunidade: “Irmãos,
eu vos exorto, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a que estejais todos de
acordo no que falais e não haja divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem
unidos no sentir e no pensar. Com efeito, pessoas da família de Cloé
informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre
vós. Digo isto, porque cada um de vós fala assim: ‘Eu sou de Paulo’, ou: ‘Eu
sou de Apolo’, ou: ‘Eu sou de Cefas’, ou: ‘Eu sou de Cristo’! Será que Cristo
está dividido? Será Paulo quem foi crucificado por amor a vós? Ou foi no nome
de Paulo que fostes batizados?” (1Cor 1,10-13). Que forte apelo à nossa união,
não? Deve doer no coração de Jesus saber que pessoas que acreditam nele, que acreditam
em Deus Pai e no Espírito Santo, estão divididas e competindo entre si!
Por outro lado, uma Comunidade unida exerce uma forte atração sobre os
de fora, e a Comunidade vai crescendo dia-a-dia.
Havia, certa vez, uma ilha onde moravam várias virtudes e vários
defeitos, todos misturados. Lá viviam a alegria, tristeza, a vaidade, a
sabedoria, a riqueza, o poder, a verdade, a mentira, o amor etc.
Um dia, foi avisado aos moradores que a ilha ia ser inundada. Então eles
começaram a ir embora. Menos o amor, porque ele queria ficar um pouco mais com
a ilha. Até que, quando a ilha já estava quase coberta pelas águas, o amor
resolveu pedir ajuda. Ele viu a riqueza que ia saindo e pediu: “Riqueza, me
ajude. Deixe-me ir com você!” A riqueza respondeu: “Você não cabe no meu barco,
amor! Eu estou carregando muito ouro, muita prata!” E a riqueza foi-se embora.
A vaidade vinha chegando, e o amor pediu: “Por favor, vaidade, leve-me!” Ela
respondeu: “Não posso, amor. Você está todo molhado e estragaria o meu barco!”
Mas a tristeza vinha logo atrás, e o amor, chorando, pediu: “Tristeza, me
ajude. Leve-me com você!” Esta porém falou: “Não, amor. Estou tão triste que
prefiro ir sozinha”. A alegria também passou. Ela estava tão alegre que nem
ouviu o amor chamar.
O amor, já soluçando baixinho, se espantou quando um velhinho lhe disse:
“Venha, amor, eu levo você”. O amor ficou tão feliz que se esqueceu de
perguntar quem era. Chegando à margem segura, o velhinho o deixou e foi-se
embora. Então o amor viu a sabedoria e perguntou: “Quem era aquele bom velhinho
que me ajudou?” “O tempo” – disse a sabedoria. “Mas por que – insistiu o amor –
só o tempo me trouxe até aqui?” A sabedoria respondeu: “É porque só o tempo é
capaz de compreender um grande amor”.
Para chegarmos à unidade perfeita, precisamos ter paciência, pois ela
não se constrói de um dia para o outro. Só o tempo nos possibilitará conquistar
esta bela virtude. As pessoas precipitadas quebram a unidade, às vezes por
nada.
Maria Santíssima, Mãe do belo amor e do acolhimento, rogai por nós!
Para que eles cheguem à unidade perfeita.
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