Quarta-feira, 11 de julho
Mt 10,1-7
Ide, antes, às
ovelhas perdidas da casa de Israel.
Este Evangelho
narra Jesus chamando os doze Apóstolos. “Ide, antes, às ovelhas perdidas da
casa de Israel”. Nessa recomendação, é importante o advérbio “antes”. O povo de
Israel é o povo eleito por Deus que teve a missão de preparar a vinda do
Messias, por isso deve receber em primeiro lugar a Boa Nova de Jesus. Mas
depois será esclarecido que essa Boa Nova é para todos, sem distinção: “Ide
fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo” (Mt 28,19). Quando Deus faz aliança, ele a cumpre, mesmo que
a outra parte não a cumpra.
Assim como os
Apóstolos, todos nós somos chamados por Deus para cumprir uma missão. Aliás,
Deus não faz nada à toa; tudo o que ele criou tem uma finalidade, e é feita de
acordo com aquela finalidade. Aliás, isso acontece também conosco; qualquer
pessoa inteligente, se faz um objeto, é para uma finalidade; ninguém faz nada à
toa.
O cumprimento da
vocação realiza e faz feliz. Já o não cumprimento deixa a pessoa frustrada e
“fora do eixo”. Ela fica andando pela vida como um carro sem alinhamento ou sem
balanceamento. E isso vale também para os objetos feitos por Deus ou pelo
homem. Imagine tentar fincar um prego na parede, usando uma lâmpada! É o
martelo que foi feito para isso. Deus criou a flor para perfumar, a abelha para
produzir mel e para espalhar as sementes pela terra.
A nossa vocação foi
a primeira coisa que Deus pensou, já antes de nos criar, pois fomos criados já
adaptados ao seu cumprimento. Deus tem um plano para a humanidade, e quer
realizá-lo através das próprias pessoas que ele cria.
Existe o
ecossistema, isto é, tudo na natureza é harmonioso e “trabalha” em conjunto,
cada coisa desempenhando a sua tarefa, desde a formiguinha até as grandes
estrelas. Nós fazemos parte desse conjunto, com um detalhe: somos os reis da
criação. Tudo foi feito para nos servir. “Deus disse: ‘Façamos o ser humano à
nossa imagem e semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do
céu, os animais... Eis que vos dou todas as plantas...” (Gn 1,26-29).
Os seres
irracionais seguem automaticamente o chamado de Deus. Conosco é diferente,
temos de seguir livre e conscientemente o chamamento de Deus a nós. Também a
descoberta da nossa vocação não nos vem por si, mas é fruto de um trabalho
nosso. Descobrir a própria vocação é descobrir o caminho da felicidade.
“Jesus chamou os
doze discípulos e deu-lhes poder...” Assim como Jesus deu poderes aos Apóstolos
para cumprirem a sua vocação, ele no-los dá também.
Numa floresta,
havia três leões. Como o leão é o rei dos animais, a bicharada queria saber
qual dos três era o rei. Numa assembléia, surgiu uma proposta que os leões
aceitaram. Havia no local uma montanha alta e rochosa, dificílima de escalar. O
leão que conseguisse subir até o topo da montanha seria o rei. Como fiscais
foram escolhidas as gaivotas.
O primeiro leão
começou a subir, mas desistiu. Ao chegar embaixo, disse para a assembléia: “Não
dei conta”. O segundo leão foi, mas chegou a uma rocha enorme e voltou para
trás. Disse também para a bicharada: “É impossível subir essa montanha”. O
terceiro leão conseguiu ir até um pouco mais na frente, mas também se cansou e
voltou. Ele disse para os bichos: “Desta vez eu não consegui. Mas é só por
enquanto. No futuro conseguirei escalar essa montanha”. Pronto, este foi
coroado rei. Foi por causa das suas duas expressões: “desta vez” e “por
enquanto”.
Quem tem fé vai em
frente no cumprimento da sua vocação e nunca desanima, porque sabe que tem Deus
ao seu lado, o qual tem poder infinito. E quem tem fé tem esperança, sempre
acredita que amanhã poderá dar um passo à frente e ir mais longe, no
cumprimento da vocação.
Muita gente desiste
da própria vocação, devido aos problemas que encontra. Basta ver o matrimônio,
o sacerdócio, a vida religiosa...
Que Maria
Santíssima, o melhor modelo, depois de Jesus, de resposta vocacional, nos
ajude.
Ide, antes, às
ovelhas perdidas da casa de Israel.
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