O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará
tudo.
Este Evangelho, podemos chamar de trinitário, porque nele aparecem,
de maneira explícita e muito viva, as três Pessoas divinas: quem guarda a
palavra de Jesus é amado por Deus Pai, os dois virão e farão morada nele, e o
Espírito Santo lhe ensinará tudo. Jesus chama o Espírito Santo de “Paráclito”,
termo complexo que compreende as funções de advogado, defensor, assistente,
protetor, mestre e consolador. O Espírito Santo exerce todas essas funções em
cada cristão e na santa Igreja. “O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará
em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho
dito”.
Tal como o Filho foi enviado em nome do Pai para realizar a sua
obra, assim o Espírito Santo é enviado em nome de Cristo para completar a sua
revelação à Igreja.
“Quem observa os meus mandamentos... Eu o amarei e me manifestarei
a ele.” Manifestar-se é no sentido de levar a pessoa a crer em Jesus. A fé é
proporcional à nossa obediência aos mandamentos de Jesus. Se uma pessoa começa
a observar com mais empenho os mandamentos, Cristo vai se manifestando, isto é,
a sua fé vai crescendo dia a dia. E, junto com ela, a esperança e a caridade. A
fé da pessoa vai ficando cada vez mais esclarecida e autêntica, isto é,
concretizada na Igreja que Jesus fundou: una, santa, católica e apostólica.
Se, pelo contrário, uma pessoa começa a se afastar dos mandamentos,
a sua fé vai diminuindo e se desviando dia a dia. De repente a pessoa está
“adorando animais”.
“Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino
dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos
céus” (Mt 7,21).
“Quem me dera que meu povo me escutasse, que Israel andasse sempre
em meus caminhos! Seus inimigos sem demora humilharia e voltaria minha mão
contra o opressor... Eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai
da rocha o fartaria” (Sl 80,14-17).
Jesus Cristo sempre procurou obedecer a Deus Pai: “Eis que venho, ó
Pai, para fazer a vossa vontade” (Sl 39,8). “O meu alimento é fazer a vontade
do meu Pai que está no céu” (Jo 4,34). “Eu desci do céu não para fazer a
minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,38).
Também os Apóstolos eram observantes fiéis dos mandamentos: “É
preciso obedecer antes a Deus que aos homens” (S. Pedro, no seu discurso no
tribunal. Está em At 5,29).
No Pai Nosso, nós rezamos: “Seja feita a vossa vontade, assim na
terra como no céu”.
Todos nós queremos que Jesus se manifeste a nós, a fim de sabermos
o caminho certo da nossa felicidade. Vamos então observar com dedicação os seus
mandamentos.
A principal força que nos leva a obedecer a Deus não é o interesse
em receber favores e benefícios dele, ou o medo de castigo, mas é o amor a ele.
Eu vou à Missa porque sei que Deus quer que eu vá, e eu o amo muito e quero
fazer a sua vontade. Havia um homem que, quando dava tempestade com raios, ele
rezava. Um dia ele instalou um pára-raios na sua casa, então parou de rezar. Na
verdade esse homem nunca teve uma fé verdadeira, por a sua “fé” sempre foi
interesseira. A fé verdadeira nasce do nosso amor a Deus, independente de recebermos
ou não benefícios dele.
Certa vez, Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, desceu à
terra para visitar um mosteiro. Os monges ficaram muito felizes com a visita.
Organizaram um fila e, um a um, ao se aproximar, prestava a sua homenagem. Um
recitava poesia, outro mostrava os desenhos que fazia na Bíblia ilustrando as
passagens, outro recitava de cór a lista dos santos de cada dia do ano etc.
No final da fila estava um monge muito simples e humilde, que ainda
não tivera chance nem de aprender a ler. Os colegas ficaram preocupados, com
medo de ele dar fora, comprometendo a imagem do mosteiro. Quiseram até
convencê-lo a sair da fila. Mas ele fez questão de prestar sua homenagem ao
Menino Jesus e à sua mãe. Quando chegou a sua vez, ele não disse nada. Apenas
pegou umas laranjas que trazia nos bolsos e começou a jogá-las para cima e
pegar todas, sem deixar cair nem uma. Isso em meio a belos gestos de
malabarismo. Aquele monge havia trabalhado em um circo e foi lá que aprendera
isso.
E sabe o que aconteceu? O Menino Jesus riu e bateu palmas, coisas
que não fizera em nenhuma das apresentações anteriores. No final, Maria
estendeu os braços e ofereceu o Filho para que aquele monge o pegasse um
pouquinho, coisa que também não havia feito com nenhum dos outros monges.
A ciência e os conhecimentos são importantes, mas muito mais
importantes são as nossas ações e os nossos gestos de amor, mesmo que esses
gestos sejam feitos unicamente para divertir o nosso próximo, fazendo-o rir.
A Encarnação aconteceu graças à obediência de uma mulher a Deus:
“Eis aqui a escrava do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).
Rainha da obediência, rogai por nós.
O Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará
tudo.
Eu todos os dias faço a leitura do dia e complemento com os comentários dessa equipe para complementar meus ensinamento e por em prática muito obrigado, que o Senhor Deus continue derramando benção a todos na Paz de Cristo, Jair Ferreira.
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