08-05-2017
Jo 10,11-18
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
Hoje, o quarto domingo da Páscoa, chamado o Domingo do Bom Pastor,
nós celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas.
No Evangelho, Jesus se apresenta como o Bom Pastor que dá a vida por suas
ovelhas. A parábola está dividida em três partes, e continua amanhã e depois.
A comparação é muito viva, porque seus ouvintes eram, na maioria,
pastores. Jesus é o nosso Bom Pastor e nós somos as suas ovelhas. Ele cuida de
nós com carinho, inclusive carregando nas costas as ovelhas que se afastam do
rebanho (Lc 15,1-10). Deus ama você por inteiro, isto é, com as suas falhas e
tudo. Por isso que ele vai atrás de você, quando você peca. Não só vai atrás
mas, com carinho põe você nas costas e traz de volta para o rebanho. Como é bom
sabermos disso! Faz-nos felizes e alegres, em meio às lutas da vida.
“O mercenário, quando vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge,
e o lobo as ataca e devora. Pois ele é apenas mercenário e não se importa com
as ovelhas.” Nós cristãos nos preocupamos com as ovelhas desgarradas, que estão
à mercê dos mercenários, pessoas que têm outros interesses que não são o bem
das ovelhas. Queremos trazer todas para o rebanho do Bom Pastor, pois assim
elas estarão protegidas e se salvarão.
Redil é o curral de ovelhas. Ele geralmente é grande e cabem muitos
rebanhos, que passam a noite juntos para se defenderem dos animais predadores.
Quando começa o dia, é só o pastor chamar que as suas ovelhas vêm.
“Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem.” Deus nos deu um
dom, chamado “sensus fidelium”. A tradução literal é: O sentido dos fiéis. São
Clemente traduzia esse dom chamando-o de “nariz católico”: Os cristãos têm um
“faro” pelo qual percebem se uma pessoa está falando em nome da Igreja de Jesus
Cristo, ou não.
“Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas
devo conduzir.” “Jesus viu uma grande multidão e encheu-se de compaixão por
eles, porque eram como ovelhas que não têm pastor” (Mc 6,34). Era por isso que
Jesus não parava, vivia pregando a Palavra de Deus, curando os doentes e
fazendo todo tipo de bem ao povo. Ele sabia que o povo está sujeito a milhares
de mercenários e de lobos, que não se interessam pelas ovelhas e querem apenas
aproveitar-se delas.
Nesta parábola do Bom Pastor, Jesus vê a sociedade divida em quatro
grupos: 1) As ovelhas, isto é, o povo em geral. 2) Os lobos são os exploradores
do povo. 3) Os mercenários são aqueles que só cumprem o que está mandado,
pensando não no povo, mas no seu salário ou nos seus interesses. 4) E
felizmente existem os bons pastores que continuam o trabalho de Jesus, cuidando
bem das ovelhas e indo atrás das ovelhas afastadas. Pena que estes são poucos!
“A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da
colheita que envie trabalhadores para sua colheita!” (Mt 9,37-38). O desejo de
Jesus é que haja “um só rebanho e um só pastor”. Este é também o nosso desejo e
a nossa luta.
Certa vez, Jesus estava andando com os Apóstolos e anoiteceu. Noite
muito escura, de modo que não podiam mais andar. Pedro foi até uma casa e
bateu. Veio o dono da casa e ele lhe disse: “A gente queria um pouso. É
possível?” O homem falou: “Sim. Nós damos um jeito”. Pedro ficou meio sem graça
e disse: “Acontece que eu não estou sozinho. Há mais doze ali na estrada”. O
homem assustou-se, mas pensou um pouco, conversou com a esposa e respondeu:
“Mande-os entrar aqui. A gente dá um jeito”. Pedro chamou o grupo, eles
entraram e lavaram os pés enquanto a dona da casa preparava algo para comerem.
Eles comeram e foram dormir. No outro dia, agradeceram e foram embora.
Muitos anos se passaram e aquele dono da casa morreu. Quando foi
chegando à porta do céu, encontrou doze parentes seus que estavam tristes,
porque S. Pedro não os havia deixado entrar. Disse-lhes que o lugar deles era o
inferno. Então falaram para o homem que acabava de chegar: “A gente estava
esperando você, porque sabíamos que você vinha logo. Converse lá, dê um jeito”.
O homem aproximou-se da porta, S. Pedro olhou a ficha dele e disse:
“Sua ficha é pesada. Seu lugar seria o inferno. Mas você acolhia os peregrinos.
E, como Jesus disse: ‘Eu era peregrino e me acolheste, por isso venha para o
Reino’, você está admitido. Pode entrar”.
Nesta hora o homem falou: “Mas eu não estou sozinho. Tenho mais
doze ali atrás!” Pedro olhou bem para ele e se lembrou da hospedagem lá na
terra. Emocionado, usou a mesma frase que o homem havia usado para ele: “Pode
chamar todos eles; a gente dá um jeito”. Assim todos entraram no céu e fizeram
a festa, a festa que não tem mais fim.
Os peregrinos são como ovelhas desgarradas. Precisamos acolhê-los.
Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e
Religiosas, peçamos a Maria Santíssima, a Mãe da Igreja, que interceda por nós
junto do seu Filho, para que tenhamos muitas e santas vocações!
O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.
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