05/01/2017 -
I Domingo da Quaresma - 1ª. Leitura – Gênesis 2, 7-9; 3,1-7 – “o
pecado original”
Em linguagem alegórica o autor do Livro do Gênesis retrata aqui a
raiz do pecado da humanidade, o pecado original. A desobediência foi o pecado
que afastou o homem de Deus. O homem, Adão e Eva, isto é, a humanidade, foi
criado por Deus para viver em perfeita harmonia com Ele, consigo mesmo, um com
o outro e com a natureza. Por influência do demônio, aqui representado pela
serpente, a mulher desobedeceu e levou o seu marido a também desobedecer às
ordens de Deus. Por curiosidade, e também por ambição de ser grande o homem
caiu na sugestão do inimigo. O homem e a mulher ainda hoje continuam sendo
tentados pela “serpente”, o inimigo de Deus, o demônio que se manifesta de
várias maneiras nos aliciando e nos fazendo cair nas concupiscências, que são:
a concupiscência da carne a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida. Da concupiscência da carne
nascem a gula, a luxúria e a preguiça;
da concupiscência dos olhos nasce a avareza (Amor desregrado pelo dinheiro e bens materiais); e do
orgulho da vida nascem a inveja,
a cólera e o orgulho ou amor da
vã glória, (“Paixão que nos leva a sobre-estimar e a
procurar de modo exagerado a glória”).
O prazer, o poder e o possuir são apetites inerentes à nossa humanidade
que nos impedem de caminhar na graça de Deus, nos fazem viver fora dos Seus
mandamentos e, consequentemente, nos afastam do Paraíso, isto é, da intimidade
com o nosso Criador assim como aconteceu com Adão e Eva. Eles também quiseram
ser senhores das suas vidas, quiseram ter conhecimento de tudo, mas na verdade,
encontraram-se, nus e abandonados, com medo de Deus. Este ciclo quaresmal nos é
propício para também fazermos uma reflexão sobre as concupiscências que nos
afastam de Deus. – Como você tem lidado com a tentação? – Você compreende logo
que estão tentando aliciá-lo (a), ou cai
na esparrela como um patinho? – Você costuma dar vazão às pretensões da sua
vontade própria? – As coisas que lhe dão prazer trazem paz à sua alma? – Você
tem intimidade com Deus? – O que pode
atrapalhar o seu crescimento espiritual?
Salmo 50 – “Piedade, ó Senhor, tende
piedade, pois pecamos contra vós.
A alegria e a paz são frutos da justiça. Quando estamos afastados
da graça de Deus a tristeza e a intranquilidade ocupam um lugar dentro do nosso
coração. Porém, a consciência de que somos miseráveis e pecadores, portanto,
injustos, nos dão a motivação necessária para clamar a Deus por um coração
renovado e puro e um espírito decidido a não mais pecar. Aí então, nós podemos
novamente cantar louvores ao Senhor com alegria e serenidade.
2ª. Leitura – Romanos 5, 12-19 – “a
obediência de Jesus nos salvou”
Por causa da desobediência de Adão, o pecado entrou no mundo,
consequentemente todo o gênero humano se tornou pecador. Adão foi, assim, causa
de perdição para toda a sua descendência. Da mesma forma, pela justiça de
Cristo a salvação veio ao mundo e todo o gênero humano foi redimido. Assim, pela obediência, Cristo se
tornou causa de salvação para todo o seu povo e para nós também. Somos
descendentes de Adão, segundo a carne, mas somos descendentes de Cristo,
segundo a graça. Jesus Cristo veio ao mundo assumindo uma alma e um corpo
realizando assim as núpcias com a natureza humana. “Pela
desobediência de um só homem a humanidade toda foi inserida numa situação de
pecado, mas pela obediência de um só homem, Jesus Cristo toda a humanidade
passará para uma situação de justiça.” Pelo Batismo somos purificados dos
nossos pecados e recebemos a vida nova no Espírito Santo. Deste modo, todo o homem renasce e se renova
em Cristo porque, a semente de Cristo, isto é, o Espírito de Deus tem o poder
de nos fazer novas criaturas. Não podemos permanecer no passado, no tempo da
ignorância, precisamos renunciar aos erros da vida antiga e seguir a Cristo
Jesus que é a justiça do Pai para nós. A graça de Deus é muito mais eficaz do
que o pecado. – Você se considera descendente de Adão ou
de Jesus Cristo? - Você já se apossou da
graça que recebeu no seu Batismo? – Você tem feito uma avaliação das suas ações
do tempo presente em relação ao seu passado? – Você melhorou?
Evangelho – Mateus 4, 1-11 – “
vencendo a tentação”
Cheio do Espírito Santo, depois de ser batizado, Jesus foi
conduzido ao deserto para ser tentado pelo demônio. No entanto, venceu todas as
investidas de satanás que, usando a própria Escritura tentou convencê-Lo a cair
nas suas artimanhas. Como homem, Jesus se submeteu a tudo quanto nós também
estamos sujeitos, para nos mostrar que podemos ser tentados, mas
necessariamente, não precisamos cair nas sugestões do inimigo. Assim sendo, Jesus
enfrentou e venceu as tentações do “prazer, do ter e do poder”, justamente as três fraquezas que trazemos em nós e que é
fruto do pecado original. O príncipe do mundo é satanás, por isso, ele acenava
para Jesus com as coisas que o mundo valoriza. Com efeito, Jesus nos dá uma
lição para quando estivermos sendo sugestionados a empreender qualquer obra que não tenha como finalidade a observância da
Palavra de Deus. Primeiramente, o demônio quis pôr em dúvida a identidade de
Jesus: ”se és Filho de Deus”. Quantas vezes nós também nos sentimos desafiados
a mostrar quem somos, com atitudes de vaidade e amor próprio! Jesus, porém, mesmo com fome, não se rendeu
ao prazer de comer e foi mais além daquilo que o demônio arrazoou como
justificativa para que pedras fossem transformadas em pães: “Não só de pão vive o homem, mas de toda
palavra que procede da boca de Deus”; Em seguida, o tentador apelou para o
sentimento que o homem tem de mostrar que tem
poder e prestígio a fim de dominar todas as coisas: ‘ Ele deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as
mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma pedra’. Jesus nos
ensina: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Somos filhos de Deus e sabemos que Ele nos
protege, porém nunca devemos tentar a Deus nos expondo aos perigos e às
facilidades da vida confiando em que Ele dará um jeito de nos socorrer.
Finalmente, o demônio tocou no ponto mais fraco do homem: o apego aos bens materiais, a ganância e a ambição
de, tendo já muito, fazer qualquer coisa para adquirir ainda mais: “Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te
diante de mim, me adorares.” Jesus
nos dá a dica: “Adorarás o Senhor teu
Deus, e só a ele servirás”. – Você também tem sido tentado (a) pelo inimigo
de Deus mesmo quando medita e reflete sobre a Palavra? – Qual é a maior
tentação que você tem enfrentado: o prazer, o poder ou o possuir? – Como você
tem vencido as tentações? – O que você tem feito com os bens que você possui?
Eles estão a serviço de Deus ou do demônio?
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