Domingo, 2 de abril de 2017.
Evangelho de Jo 11, 1-45.
Esta passagem do Evangelho é uma das mais comoventes, Jesus mostra
seu lado humano, sua amizade que o leva ao choro.
Estamos chegando ao fim da nossa caminhada quaresmal em direção a
Páscoa, a maior festa do cristianismo, a ressurreição de Jesus. A liturgia
desse domingo nos aponta para o Deus da vida, Jesus dá a vida e é a
Ressurreição. Deus quer vida para todos, e vida em plenitude. (Jo10,10)
Jesus era amigo de Marta, Maria e Lázaro, era na casa deles em
Betânia que muitas vezes Jesus se refugiava para descansar. São João
evangelista faz questão de mostrar o lado humano de Jesus: era um homem que
tinha amigos. Tinha um grande amor aos três irmãos. Isso quer dizer que esse
amor de Jesus é para todos os homens. É um amor, que é a fonte da Vida e da
Ressurreição.
Marta representa a
comunidade dos creem em Jesus, que professa sua fé, que vai ao encontro de
Jesus consciente de quem ele é. Maria representa a comunidade dos que o segue,
mas sem muita convicção. Lázaro representa a comunidade que vive presa a suas
amarras, suas sepulturas. E o povo judeu que representa aqueles que seguem sem
saber o porquê de estar seguindo.
Lázaro adoece e as duas
irmãs mandam avisar Jesus da doença de
seu irmão. Elas fazem isso porque são amigas de Jesus. Toda pessoa que ama
Jesus não tem receio de lhe pedir algo, pois está assim demonstrando sua fé e
confiança na bondade do Mestre. Por isso Marta e Maria, por amar muito a Jesus,
lhe mandaram dizer: “Senhor, aquele que amais está enfermo”. Essas palavras são
um ardente pedido, cheio de confiança, para que Jesus venha trazer o
restabelecimento a Lázaro.
Quando Jesus recebeu a notícia da doença de Lázaro, Jesus disse:
“Esta enfermidade não é de morte, mas para a glória de Deus, a fim de que o
Filho de Deus seja glorificado por ela”. Jesus amava seu amigo, mas esperou
ainda dois dias para ir visitá-lo. Isso porque a obra de Jesus tem “sua hora”.
Tudo deve ser feito para a glória do Pai, conforme seu plano.
No tempo de Jesus os judeus tinham uma crença de que a alma do
falecido permanecia durante três dias nas proximidades do cadáver. E só tinham
certeza da morte após o quarto dia.
Quando Marta soube que Jesus tinha vindo, foi ao seu encontro e
disse a ele: “Senhor, se tivesse estado aqui, meu irmão não teria morrido”! Ela
não estava decepcionada com Jesus, nem com rancor, mas suas palavras revelam
sua confiança ilimitada na pessoa de Jesus.
Qual será o sentido do diálogo de Marta com Jesus? (v. 22-27) Marta
a princípio, não pensa na possibilidade de uma ressurreição, a não ser a do
último dia. Esse diálogo entre eles leva Marta a um ato de fé mais perfeito.
Jesus explica: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Esta expressão “Eu Sou” é o
nome de Deus, mostra a divindade de Jesus, porque Cristo é a Ressurreição e a
fonte de Vida, quem está com ele está vivo. Apesar de Marta não entender bem o
significado das palavras de Jesus, ela faz uma profissão de fé solene: “Sim,
Senhor, eu creio que tu és o Messias, o Filho de Deus vivo, aquele que deve vir
a este mundo”. (v.27)
Antes de fazer o seu último e grande milagre, o da ressurreição de
Lázaro, diante da multidão dos judeus que o cercava, Jesus dirige ao Pai uma
oração de agradecimento e não de pedido. (V. 41-42) Agradecimento porque
naquela hora Jesus estava sendo glorificado. Depois da oração, Jesus chama
Lázaro para fora do túmulo. Jesus realiza aí a promessa da Ressurreição. Ele
prometeu a Ressurreição e agora dá um exemplo. Lázaro saiu amarrado com as
mortalhas, o que significa que ele ainda necessitava ser libertado das amarras
da morte e não estava livre da morte biológica, isto significa que um dia ele
voltaria ao túmulo, um dia iria morrer
para ressuscitar nos fins dos tempos para nunca mais morrer. Ao contrário,
Jesus quando ressuscitou, deixou os sinais de morte, o lençol e o sudário no
túmulo, nunca mais morreria, ele venceu a morte para sempre.
Com a realização desse milagre muitos creram nele, outros se
dirigiram às autoridades religiosas fariseus e sacerdotes, a fim de saber deles
o que pensavam sobre o milagre que Cristo tinha realizado.
A narrativa da ressurreição de Lázaro é para nós mais um “sinal”,
mais um milagre que Jesus fez para despertar nossa fé. Se acreditamos em
Cristo, podemos confiar que ele nos libertará do sono do pecado e nos dará
novamente a sua vida, a vida da graça, a verdadeira vida. Nossa vida, nossa
salvação e ressurreição não é realidade longínqua, mas uma realidade presente
hoje. Se não creio, estou morto. Se minha fé for viva, estou unido a Cristo que
é a fonte da Vida.
Aprendemos nessa passagem do evangelho uma grande lição, a lição do
amor. A lição daquele que recebeu o seguinte recado: “Senhor, aquele a quem amais
está doente”. Aprendamos a amar a todos e por todos seremos amados.
A exemplo de Marta, professemos nossa fé em Cristo Jesus, sigamos
com ele até o fim, onde vislumbraremos a Páscoa, a ressurreição.
Que a liturgia desse domingo que promove a vida nos ensine e nos
ajude a promover a vida de todos os irmãos que vivem no sofrimento, na miséria,
na dor. Que possamos ajudar os Lázaros de hoje a sair de seus túmulos,
removendo os obstáculos, as amarras que os impedem de buscar a vida plena, a
caminhar com Jesus. E que cada um de nós pense, quais são nossos túmulos,
nossas amarras que nos atrapalharam de sermos libertos para servirmos a Deus e
ao próximo com santidade.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Maria de Lourdes; Que Deus continue te iluminando. Tenha um bom fim de semana.
ResponderExcluirJOSÉ, OBRIGADA PELA SUA GENTILEZA! TENHA UM BOM FIM DE SEMANA COM AS BENÇÃOS DE DEUS.
ResponderExcluirMARIA DE LOURDES