Sexta - feira, 08 de Junho de 2012.
Evangelho: Mc 12,35-37
Na reflexão de hoje ouvimos atentamente Jesus falando no Templo que não compactuava com a tradição messiânica que desejava restaurar o poder dinástico de Davi. Jesus é verdadeiramente Filho de Deus e tinha uma proposta incrível para seu povo e, portanto não estava para alimentar uma antiga tradição que o Messias viria da descendência de Davi para governar Israel com intuito de eliminar os estrangeiros do governo.
Sempre se ouvira falar que o Messias surgiria da família de Davi, pois politicamente a descendência de Davi voltaria a reinar para sempre em Israel. Assim, Jesus seria, então, este Messias para dar cabo aos impostores de outras nações que apossaram da governança de Israel.
No templo Jesus pregava firmemente e para contrariar os mestres das leis Jesus afirmou: “O próprio Davi, movido pelo Espírito Santo, falou: ‘disse o Senhor ao meu Senhor: senta-te a minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés’. Portanto, o próprio Davi chama o Messias de Senhor. Como é que ele pode então ser seu filho?”. Como todos os salmos eram atribuídos a Davi, este por sua vez é o salmo 110,1, é ele que está falando que “o Senhor (=Deus) disse ao meu Senhor” (=Messias). Deste modo, o Messias não poderia ser filho de Davi, pois ele O chama de Senhor.
Neste contexto, a fala de Jesus é clara: não estou para negociar política de ninguém, estou aqui para mostrar o caminho reto a ser seguido e nada mais. Jesus condenava os poderosos que atrelavam poder excludente nas práticas diárias; os poderosos usavam da política para alienar o povo e maltratá-lo, como compactuar com os mestres que defendiam um sistema que matava o povo? Jesus rejeitava toda e qualquer prática que amargurava os pequenos e, portanto, Ele ironizava aqueles que acreditavam na idéias de que o Messias viria para restabelecer a ordem da monarquia em Israel.
Ademais, tudo que fizer para o povo no sentido de aproximar da justiça e da solidariedade, com certeza será abençoado por Deus. Ajudar o povo a crescer, ser amigo e companheiro seria uma meta a ser alcançado pelos dirigentes do poder público. Na verdade a missão dos dirigentes público seria descarregar os pesados fardos das costas e serenizar a vida como todo, ou seja, tornar a vida plausível, feliz e amorosa. Contudo, como tornar a vida bela se os “mandões” não permitem? Como tornar a vida cheia de graça e abundante se as pessoas responsáveis para o bom andamento não importa com o povo? Como viabilizar a justiça se os dirigentessó pensam em engrandecer-se? São questões que temos que responder a luz do Santo Evangelho e, olha que Jesus falou muito sobre estas questões.
No final do Evangelho Jesus disse que “uma grandemultidão o escutava com gosto”. Que maravilha! Devemos também ouvir o Santo Evangelho com gosto, com prazer, praticar os ensinamentos de Jesus, viver a dignidade e a felicidade na sua essência, mas não se preocupar em levar as injustiças, a malvadeza e nem a discórdia entre os irmãos. Devemos sim acreditar na Escritura, mas interpretá-la dignamente, não levar as premissas ao pé da letra, pois o próprio Jesus encontrava contradição nas falas do sacerdotes do Templo e rebatia com veemência. Isto na verdade chama-se discernimento, e nós precisamos discernir melhor nossas atitudes diante de nosso Deus. Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja Louvado. Amém! Fiquem com Deus.
Claudinei M. Oliveira.
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