Dia 08 de junho-sexta-feira
Mc 12,35-37
Como é que os mestres da Lei dizem
que o Messias é Filho de Davi?
Este pequeno Evangelho narra uma
pergunta que Jesus fez ao povo. Geralmente eram as pessoas que faziam perguntas
a ele; aqui foi o contrário. Ele citou o Sl 110,1: “Disso o Senhor (Deus) ao
meu Senhor (o Messias): senta-te à minha direita, até que eu ponha teus
inimigos debaixo dos teus pés”, e perguntou: Como é que os mestres da Lei dizem
que o Messias é Filho de Davi, se o próprio Davi o chama de Senhor?
A resposta é simples: Segundo a
carne, Jesus é filho, isto é, descendente de Davi. Mas, na realidade, ele é
Filho de Deus. É a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade que se encarnou, para
a nossa salvação. É o mistério que os teólogos chamam de união hipostática,
isto é, a união da natureza divina com a humana na pessoa de Jesus.
Ao referir-se a si mesmo, Jesus se
chamava de Filho do Homem. Filho do Homem, no modo de falar judaico, significa
homem. Jesus fazia questão de frisar que ele pertence à raça humana, com todas
as suas características e limitações. Assim como os demais seres humanos, Jesus
chora, se entristece, sente dor, medo, fome, sente a solidão...
Um dia o povo disse a Jesus: “Nós
ouvimos na Lei que o Cristo permanecerá para sempre. Como podes dizer que o
Filho do Homem precisa ser elevado? Quem é esse Filho do Homem?” (Jo 12,34). O
povo chegou exatamente ao mistério da união hipostática, que, sendo mistério,
nos ultrapassa.
A expressão Filho do Homem, para
indicar o Messias, tem a sua origem no profeta Daniel: “Em imagens noturnas
tive esta visão: Entre as nuvens do céu vinha alguém semelhante a um filho do
homem. Chegou até perto do ancião, foi levado à sua presença. Foi-lhe dada a
soberania, a glória e a realiza. Todos os povos, nações e línguas hão de
servir-lhe” (Dn 7,13-14).
O fato de Jesus se chamar quase só de
Filho do Homem mostra que ele gostava de se sentir igual a todos nós, porque
nos ama uma pessoa, além de querer fazê-la feliz, procura identificar-se com
ela. Jesus nos ama tanto que gostou de, durante um tempo, deixar a aparência
divina para ser igual a nós.
Tudo isso para nos salvar: “Ele carregou nossos pecados em seu próprio
corpo, sobre a cruz, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a
justiça. Por suas feridas fostes curados” (1Pd 2,24). Pelo plano de Deus, como
o homem não conseguia sair da lama em que caiu, o próprio Deus se tornou homem
e saiu da lama, levando junto a humanidade inteira.
Havia, certa vez, uma catequista que
dava aulas num bairro muito pobre. Eram crianças pequenas. Quando se aproximou o
tempo do Natal, ela resolveu fazer uma encenação com as crianças. Levou para a
sala uma imagem do Menino Jesus e explicou: “Nós vamos ficar em círculo em
torno do Menino Jesus e cada um vai pegá-lo e dizer o que quer ser para ele”.
Organizado o círculo, as criança iam, uma a uma, à mesinha que estava no
centro, pegava a pequena estátua e dizia o que queria ser para Jesus, e
colocava a imagem novamente na mesinha. Um garotinho se aproximou, pegou o
Menino Jesus e disse: “Eu quero ser um cobertor para Jesus”. Isso porque a
estatuazinha estava quase sem roupa e fazia frio!
Mais importante que ser um cobertor
para Jesus é acolher o Reino de Deus, pelo qual ele se encarnou e deu a vida.
“Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos
amou, quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida
juntamente com Cristo” (Fl 2,4-5)
Foi através de Maria Santíssima que
Jesus recebeu o seu lado humano, o seu bom coração. Que ela nos ajude a
imitá-lo!
Como é que os mestres da Lei dizem
que o Messias é Filho de Davi?
Padre Queiroz
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