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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

TER CORAÇÃO DE CRIANÇA-Adélio


REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DIA 02/10/2018
-Mateus 18,1-5.10.

"TER CORAÇÃO DE CRIANÇA ..."

Tornar-se criança não é fácil para pessoas orgulhosas. Início sério de vida espiritual se dá quando a pessoa realiza um verdadeiro ato de humildade. A pedagogia da fé, para muitas pressas, ou o seu amadurecimento, para outras, são impedidos pela incapacidade de tornar-se simples, de lançar-se nos braços de Deus com um coração de criança. 
    Como "peritos" de Deus, querem impor condições ao Eterno, ao Infinito, e o Infinito não responde e o Eterno deixa que o tempo os destrua. Escribas  e fariseus "perfeitos " vêem no pecador inimigo de Deus. Mas Deus ama o pecador já antes do arrependimento; abandona tudo e vai em sua busca. Cabe ao responsável pela comunidade revelar ao pecador que Deus o ama e se preocupa com a salvação de todos. 
  No Evangelho   que  a  liturgia de hoje  nos  convida  a  refletir, vem  nos mostrar uma  instrução comunitária. 
Este capítulo apresenta o quarto dos cinco grandes discursos de Jesus. 
Dirige-se especialmente aos discípulos  e são instruções para uma comunidade dividida. Podem-se adivinhar tensões entre os diversos grupos e problemas de convivência. Para iluminar esta situação, o evangelistas nos exorta à prestar atenção aos pequenos e o perdão como norma básica na comunidade cristã; um modelo de comunidade para todos os tempos. Essa mudança de valores se inaugurou com a chegada do reino.
    A ocasião desse discurso deriva da pergunta dos discípulos, que querem saber de Jesus quem é o maior no Reino dos Céus. Eles deverão ser a Igreja nascente. A Igreja deve organizar-se e alguns assumem certos serviços e responsabilidade. São estas pessoas mais importantes? Os discípulos querem saber, e o evangelista Mateus lhes recorda os ensinamentos de Jesus sobre esse tema. Como resposta, Jesus toma uma  criança e pede aos discípulos que seguem façam  como criancinhas. 
   Diferentemente de agora, naquela sociedade a criança não tinha direitos legais; tudo o que recebia era para ela um presente. Da mesma maneira, o Reino de Deus não se adquire pelas próprias forças; é um dom que se recebe com a simplicidade e o agradecimento  de uma criança. 
  No evangelho de Mateus, a  palavra "pequeno" não se refere unicamente às crianças. Pequeno são todas aquelas pessoas humildes e simples que desde sua simplicidade de vida optaram por seguir Jesus com toda radicalidade.
A comunidade cristã, particularmente seus responsáveis, precisam ter cuidado em não subestimar a função e a retribuição dessas pessoas. Os pequenos encarnam os valores fundamentais da Boa-Nova e tornam patente a presença de Jesus entre os mais pobres e simples.
   O texto termina falando da "ovelha perdida". Talvez seria preferível falar do pastor que sai em busca da ovelha extraviada.
A experiência de Jesus em relação ao seu Pai não era de um Deus excludente. Ele sabia que Deus se definia como Pai, precisamente por ir ao encontro daquele que estava perdido, por fazer uma oferta de amor àquele que estava na pior circunstância. Deixar as noventa e nove ovelhas papa ir á busca da que se perdeu até encontrá-la, carregá-la sobre os ombros, alegrar-se por tê-la reencontrado e comunicar aos outros sua alegria, não era precisamente a maneira mais expressiva de anunciar que Deus é verdadeiramente pai? Amar a pessoa perdida não é deixar de amar as outras, mas garantir-lhes amor se chegassem a se poder. Mateus aplica a parábola aos discípulos seduzidos e enganados que se separaram dos ensinamentos de Jesus. É a conduta que deve ser assumida diante dos prostrados ou dos que se achem em perigo de cair, a vida extraviada precisa que alguém lhe dê valor e não a deixe morrer. Deus não considera perdido ninguém e sempre aguarda. 
   Lida neste contexto, a parábola salienta o valor único de cada pessoa e revela aos cristãos que a fraternidade se constrói a partir da paternidade de Deus: quando saem á procura da pessoa extraviada, estão cumprindo a vontade do Pai que "não quer que se perca nenhum desses pequenos"

PERMANECEMOS NA SANTA PAZ DE DEUS. 
-Adélio Francisco.

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