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terça-feira, 9 de outubro de 2018

-28º DOMINGO DO TEMPO COMUM-Ano B-José Salviano


28º DOMINGO DO TEMPO COMUM

14 de Outubro de 2018

 

Evangelho Mc 10,17-30

 

-VENDER TUDO E DAR O DINHEIRO AOS POBRES-José Salviano

 

 

 

PRIMEIRA LEITURA

                A verdadeira sabedoria não consiste em nos agarrarmos  de unhas e dentes às coisas dessa vida passageira, mas sim , em nos voltar para Deus, nos apegando a Ele com todas as nossas forças. Pois só Ele nos basta, só Ele é verdade eterna, e esperança nossa.
         A Sabedoria, a palavra de Deus, é mais importante para a nossa vida do que tudo o que buscamos.  Ela é a luz que  ilumina a estrada escura em que temos de atravessar,  nos mostrando os buracos e demais perigos que precisamos nos esquivar o tempo todo.  Sem a luz de Deus .

 

SALMO
"Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor, e exultaremos de alegria!
         Somente o amor de Deus nos basta, nos preenche, nos completa. Precisamos sim dos bens materiais: Abrigo, vestimenta, e o alimento. Também precisamos da distração, da diversão, do descanso e da fuga do trabalho por algumas horas, para que possamos nos recarregar. Porém, nada disso pode nem deve prejudicar a nossa saúda do corpo e da nossa alma, e principalmente da nossa espiritualidade.

SEGUNDA LEITURA
         A segunda leitura deste domingo é um texto pequeno, porém grande, porque é muito rico em sabedoria para a nossa salvação. Ela diz que a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes.   Se tem uma coisa viva no meio de nós, é a palavra de  Deus! Ele deve preencher a nossa mente, deve estar presente em nossos pensamentos a todo instante, nos lembrando a cada minuto que as coisas  que estamos fazendo pode estar sendo do agrado de Deus ou não.  Assim, a palavra de Deus é eficaz, por que faz efeito sobre o nosso comportamento, sobre as nossas decisões.  Por outro lado, a palavra de Deus pode ser cortante como uma espada, pois ela vai nos impedir de agir segundo os nossos interesses egoístas, nos impede de sermos cruéis com os mais fracos, nos mostra quando estamos nos desviando do caminho da graça, vivendo segundo a carne, quando deveríamos viver segundo o espírito. É por isso que o texto nos diz que a palavra de Deus penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas.
         A palavra de Deus  julga os pensamentos e as intenções do coração. Bem. Isso é somente uma força de expressão, um sentido figurado, pois como sabemos ou deveríamos saber, o coração não tem nada a ver com isso. Os pensamentos e intenções não acontecem no coração, mas sim no nosso cérebro. E pelo fato das emoções alterarem as batidas cardíacas, achamos que elas brotam de lá. Mas não é assim que funciona! Mas é fato conhecido de todos nós, que a palavra de Deus julga os nossos pensamentos, escolhas e decisões as quais podem ser boas ou más, dependendo das intenções pelas quais praticamos tudo isso. 
         
A palavra de Deus é atual e atuante. Ela é terrível! E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas. Palavra do Senhor.
         Sentiu?  Isso quer dizer que nunca podemos nos esconder de Deus e agir segundo os nossos instintos, nosso egoísmo, mesmo que a nossa consciência já esteja embaçada, embotada, e dominada pelo maligno!  Nós, diante da  palavra de Deus é como se estivéssemos nus, despidos de toda vestimenta e carapaças que escondem a nossa vida mentirosa, o nosso disfarce de pessoas íntegras, de honestos, de santos, e justos.
         E não devemos nos esquecer que um dia iremos prestar contas, de como vivemos nesta vida a palavra de Deus. Se fingimos ser boas pessoas,  se adaptamos  palavra de Deus aos nossos interesses, se cumprimos a palavra pela metade, se fugimos dela, em fim. Como vivemos a nossa vida, tendo em vista a presença ao nosso lado da palavra de Deus? 

 

 

EVANGELHO

         As leituras deste domingo nos alertam para os perigos do apego aos bens materiais.  Não condenemos a riqueza em si, pois ela gera empregos. Porém, o que Jesus está nos mostrando como sinal de perigo à nossa salvação, é o que pensamos sobre o acúmulo  de bens materiais,  e o apego exagerado sobre  o conforto que eles nos proporcionam.
         Aquele jovem rico até era bom menino. Ele obedecia os mandamentos. Mas quando Jesus lhe disse para vender  tudo e dar o dinheiro aos pobres, foi como jogar um balde de água em uma fogueira! O seu mundo desabou sobre ele.  Sua vida se desmoronou em seus pés. Ficou  tão  sem jeito que nem se despediu, e saiu sem saber o que mais dizer, ou o que fazer.    Por que o seu apego para com a sua riqueza falava mais alto do que a sua bondade, do que a sua fé, do que a sua fraca caridade.    Ele vinha amando a Deus do seu jeito.  Ele observava os mandamentos, porém com muitas reservas. Isto é, arrumava sempre uma desculpa para continuar apegado ao seu conforto, ao seu mundo particular.
         Aquele jovem rico  representa todos os bons ricos do mundo.  Eles até são bons meninos.  Porém,  quando chega a hora de abrir mão de um pedacinho do seu muito para aliviar o sofrimento do irmão, aí a casa cai, o desânimo, aparece, a usura,  o seu lado mesquinho fala muito mais alto do que a necessidade do irmão.  E aí, nesse momento, vem a tristeza, e eles se calam. A TRISTEZA CAUSADA PELO DESEQUILÍBRIO ENTRE O AMOR A DEUS E O AMOR AO PRÓXIMO.
         Segundo a cultura daquele povo, a riqueza significava um prêmio de Deus àqueles a quem Ele muito amava. Desse modo, aquele jovem rico estava certíssimo de que era um homem coreto e justo diante de Deus. Por isso, sua alegria foi grande ao ter a oportunidade de conhecer de perto o Messias, e só para confirmar que a sua vida caminhava rumo à salvação pela sua prática de vida, ele faz uma pergunta a Jesus, esperando ouvir que ele estava no caminho certo, e que a glória eterna estava garantida.  Porém, a sua decepção foi tamanha, pela reação do Mestre, pois ele teve uma decepção ao ouvir a resposta. Desse modo, ele esperava ouvir uma coisa, e ouviu outra bem diferente!
         Primeiro, pela sua atitude de bajulação ao chamar Jesus de BOM MESTRE, o que foi  logo desarmado recebendo uma repreensão, " Por que me chamas de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. ”Ele não esperava ouvir isso...
         O elogio do tipo bajulação, nem sempre faz o efeito esperado.  Por incrível que pareça, por mais inesperado, quando elogiamos uma moça bonita, quando elogiamos demais uma pessoa pelas suas qualidades, em vez de sermos acolhidos como um bom sujeito, ao contrário, podemos ser interpretados como pessoas chatas!  Se você tem o hábito de elogiar, pare e pense nessa verdade, que é confirmada do ponto de vista psicológico.  Você só está querendo fazer o bem.  Só está demonstrando o que você vê, o que você pensa da outra pessoa com todo carinho, sinceridade e afeição, mas acaba estragando tudo! Por que o ELOGIO PODE FAZER UM EFEITO CONTRÁRIO muito desagradável.  A moça bonita quer ser admirada, mas pelo rapaz a sua altura. Admirada, e não elogiada. E se recebe elogios de um velho, de um cara feio ou chato, a coisa se complica ainda mais, pois a sua reação é de EVITAR aquela pessoa dali para a frente.   
           "Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!" Disse Jesus. E, segundo a comparação que Ele faz, a salvação dos ricos seria impossível, visto que um camelo jamais passaria no fundo de uma agulha. Porém, não fiquemos desanimados, nem tristes como ficou aquele jovem rico! Pois em seguida, Jesus nos deixa UMA ATENUANTE FAVORÁVEL, que nos deixa aliviados diante das suas  duras palavras.
         Os discípulos ficam preocupados com a dura realidade imposta pelo Messias, e questionam: "Então, quem pode ser salvo?"  Jesus olhou para eles e disse: "Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível". UFA!  que alívio para os nossos irmãos ricos!
         Porque pensando bem, ninguém mereceria a salvação.  Somos salvos pela graça e bondade divina, e não necessariamente pelos nossos méritos, os quais nunca chegam ao nível desejado por nós, e requisitados pelo Pai.
         Além da bondade divina, resta-nos outra atenuante.  Estamos falando da intenção de pecar, ou não pecar. Por causa da nossa intenção  podemos estar pecando ou não. Exemplo. Muitos dos nossos pecados, tornam-se leves, pois devido a uma série de circunstâncias, (vício, pressão dos amigos, tentações constantes e muito fortes, carência afetiva, solidão, estado de pobreza extrema, etc.), acabamos por cometer atos contrários a vontade do Pai, não por total escolha da nossa parte, por tanto tornam-se pecados leves. Desse modo, só nos resta contar com a divina misericórdia que nos perdoa, nos acolhe na conversão e nos conduz a vida eterna.
         A palavra de Deus tem ficado de lado  porque o mundo tem nos oferecido palavras outras, as quais têm sido mais atraentes, por causa da contaminação, da lavagem cerebral que a mídia vem fazendo nas mentes principalmente dos jovens. Mas felizmente, há ainda outros que não obstante terem de conviver com as enganações do mundo chamado moderno, PREFEREM LER, OUVIR A PALAVRA DE VIDA ETERNA.  Amém.

Seja você um desses. Bom domingo, José Salviano.

(Vídeo)28º DOMINGO DO TEMPO COMUM-Ano B- Vera Lúcia

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