5
de Janeiro-Evangelho - Mc 6,34-44
Ontem
falávamos muito da nossa hesitação no serviço de Deus e mesmo sendo as vezes
“meia boca” Ele ainda age. Não vejo como motivo de martírio, mas alerta, pois
até mesmo os apóstolos, com quem conviveu, também titubearam
Hoje
vemos um discípulo que toma a voz e também HESITA: “(…) Este lugar é deserto, e
já é tarde. Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum
alimento”. E nesse caso também, Jesus INSISTE – ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’.
Por
que digo que ele fraqueja? Seria fraqueza mesmo? O que acha?
Se
eu perguntar quanto é a soma de dois mais dois rapidamente um grupo responderá
“quatro”, no entanto outro grupo não responderá e perguntará o porque da
pergunta e não duvido que haverá um terceiro grupo, que mesmo sabendo a
resposta, não responderá esperando ser uma “pegadinha”.
Em
meio aos tantos que ajudam em nossas comunidades na missão de evangelizar toda
criatura, sempre haverá os que prontamente responderão ao chamado, os que
apenas sabem questionar os porquês e aqueles que só observam, que apesar do
talento que tem, não ajudam se não forem devidamente movidos, paparicados, (…).
Quem
fala pelos discípulos nesse episódio da multiplicação dos pães e peixes é
Felipe (João 5, 5-7). O mesmo Felipe que foi discípulo de João Batista e que
pouco tempo atrás havia dito e convencido Bartolomeu sobre quem era Jesus:
“(…)
Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é
Jesus de Nazaré, filho de José” (João 1,45-46).
Ele
já havia feito a escolha de seguir Jesus; acreditou e proclamou que Ele era o
messias que deveria e estaria por vir, mas quando se deparou com um problema,
questionou a solução dada pelo Senhor. Quantas vezes também agimos assim? Somos
fieis, temos fé, mas ao depararmos com um problema um pouco maior que nosso
conhecimento ou nossas forças, deixamos de ouvir a solução que Deus sussurra em
nosso coração?
Na
verdade, essa nossa falta de constância na fé nos impede (ou poderá nos impedir
no futuro) de ver a epifania do senhor nesse problema, na nossa vida, na nossa
realidade. Sim, o Senhor vai insistir novamente, mas crer Nele advém de uma
mudança de comportamento, ou seja, ALÉM DE TER FÉ, preciso ver o que tenho e
que poderá ser “multiplicado”, portanto, buscar soluções, alternativas, para um
problema pode requerer estudo, leitura, compreensão, maturidade…
Partindo
disso abro um parêntese para uma afirmação que fiz ontem: “(…) Se hoje vemos
poucos milagres é por que faltam os que tragam os peixes”. Mas é muito
importante explicar algo – O que é graça e o que é milagre? O cardeal Saraiva
Martins diz:
“(…)
A graça é uma ajuda divina que se obtém para o bom êxito das atividades do
homem… Uma assistência particular que Deus concede intensificando as
potencialidades naturais; O milagre, por sua vez, manifesta-se precisamente
como um acontecimento que se distingue do habitual desenvolvimento da
realidade”. (Fonte: Site da Canção Nova)
Esse
mesmo cardeal afirma que:
“(…)
Entramos no mistério de Deus. NÓS NÃO CONHECEMOS OS PLANOS D’ELE NA ESCOLHA DE
QUEM SERÁ ATENDIDO. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do Senhor.
ELE PEDE-NOS TOTAL CONFIANÇA”.
Então
a de convir que faltam ainda aqueles que tragam os peixes; que saiam do campo
das palavras e também tenham ações; que não hesitem, que não temam, que tenham
total confiança, que respondam rapidamente quanto é dois mais dois; pois é
desses, como a diz uma canção, “os adoradores, que o Pai precisa”.
Se
acreditarmos e não hesitarmos, responderemos. Quando duvido ou temo, me calo ou
fujo.
Um
imenso abraço fraterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário