4 de Janeiro de 2016-Evangelho - Mt 4,12-17.23-25
Bom dia!
Escrevi esse texto ano passado, mas seu
contexto ainda é muito atual…
A grande preocupação dos evangelhos
dessa semana será em apresentar a divindade de Jesus perante as coisas que
acontecem e nos cercam. Veremos manifestações de curas prodigiosas, desafios às
leis físicas que conhecemos (andando sobre as águas), declarações públicas do
seu ministério… É preciso então não deixar de perceber, nos evangelhos dessa
semana, que Deus se manifesta através de Jesus.
A primeira idéia de revelação ou
epifania (lembrar que celebramos a epifania nesse domingo) esta associada à
chegada dos magos a Belém e quando lá chegaram, depararam com o menino, seu pai
e Maria na manjedoura. Mais tarde, aquele mesmo menino é revelado novamente no
seu batismo no Jordão; e como citei no parágrafo acima, ele se deixa revelar na
vida e convívio com seus apóstolos, e nesse fato que me prendo a atenção…
É preciso estar atento as “epifanias” do
Senhor em nossa vida. Repare a ênfase que dou no fato de muitas vezes o Senhor
se revelar no nosso conviver, mas não nos atentamos, ou talvez, hesitamos em
atestar a sua presença.
É real que por desatenção ou preocupação
demasiada deixamos passar por nossos dedos novas multiplicações de pães,
milagres, curas, sorrisos, abraços, (…). Sim, esses últimos também, pois neles
Deus também se revela aos irmãos. Reparemos quem foram os escolhidos para ver a
epifania do Senhor no Jordão? Foram aqueles que de fato não tem nossos
sorrisos, nossos abraços, nossa atenção e tão pouco os conhecemos. Por ventura
quem eram os pastores que viram Jesus na manjedoura? Outros, para nós,
desconhecidos.
Jesus de fato, inicia seu ministério
após o batismo, sob os olhos ATENTOS daqueles com quem se preocuparia durante
toda sua vida pública. Sempre cito isso: Uma igreja lotada poderá ter de 100,
200, 500 pessoas ou mais, filhos e filhas de Deus que precisam muito Dele em
suas vidas, pessoas essas que nunca nos falaram qualquer coisa ruim sobre nosso
trabalho, nossas vidas, (…); que geralmente sentam nos bancos mais afastados e
lá, no silêncio, clamam ao Senhor por ajuda…
Se foi e ainda é a esses filhos que o
Senhor resolve se manifestar, por que não tornar o local mais receptivo para
esse encontro através de um belo canto, da acolhida, de uma boa preparação, no
zelo pelas leituras? Se tudo isso é nosso dever, por que HESITAMOS? Por que é
que temos mania de fazer coisas “meia-boca” para Deus, entretanto, quando “o
trem aperta” para nosso lado, me transformo no mais fervoroso dos devotos
(hunf).
Outro triste fato é que temos mania de “selecionar”
os que verão a epifania, se na verdade o Senhor já os escolheu. “(…) este povo,
que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para
os que jaziam na região sombria da morte”. Vemos isso quando “elegemos” em
nossas comunidades, grupos, pastorais, etc, pessoas que querem aparecer mais
que o próprio Jesus que foi para cruz.
O engraçado é que Deus, mesmo assim, age
em nós “meia bocas”, mas é claro que poderia fazer muito mais. Se hoje vemos
poucos milagres é por que faltam os que tragam os peixes, talvez por não
conseguir ver a grande epifania do Senhor em nossas vidas
“(…) Porque é gratuitamente que fostes
salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de
Deus. Não provém das obras, para que ninguém se glorie. SOMOS OBRA SUA, CRIADOS
EM JESUS Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós
as praticássemos”. (Efésios 2, 8-10)
A grande Epifania do Senhor esta na
salvação de cada filho que o encontra. Sim, somos humanos, limitados e frágeis,
mas com certeza da pra sermos ainda melhores no que fazemos e daí veremos
novamente, grandes multidões o acompanhando.
Um imenso abraço fraterno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário