15
- de Junho -Segunda - Evangelho - Mt
5,38-42
Teu
irmão estava morto e tornou a viver.
Este
Evangelho – a parábola do Filho Pródigo – nos ensina o amor de misericórdia. É
o amor que Deus tem para conosco e que nós também devemos ter uns com os
outros.
O
pai é Deus e os dois filhos somos nós, seja quando pecamos (filho mais novo),
seja quando não acolhemos os que pecam (filho mais velho), o que é também
pecado. A família é a Comunidade cristã.
O
amor de Deus por nós é sempre maior do que as nossas fraquezas. Esta é a grande
luz que brilha no fim do túnel do pecador.
Mais
que desobediência, pecar ofender, é magoar a Deus, que é Pai misericordioso. O
que sobressai na nossa conversão é o abraço de Deus.
O
pecado desumaniza, destrói a vida, leva a pessoa a comer lavagem de porco. O
resultado do pecado é a morte, bem o contrário daquilo que a tentação nos
propõe, antes de cometê-lo.
“Eu
te proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Se obedeceres aos
preceitos do Senhor... viverás. Se, porém, o teu coração se desviar,
deixando-te levar pelo erro, morrerás. Eu te proponho a vida e a morte. Escolhe,
pois, a vida” (Dt 30,15-20).
A
veste nova representa a graça, a amizade de Deus que é recuperada totalmente.
Isto nos causa arrependimento e ao mesmo tempo alegria, após o pecado.
Um
casal de namorados, se um deles está apaixonado e o outro não quer continuar o
namoro, o apaixonado não o força. É próprio de quem ama respeitar a pessoa
amada. Provavelmente o pai sabia onde o filho estava, cuidando dos porcos, mas
não foi buscá-lo. Sofria ao saber que o filho estava passando fome, mas
respeitava a sua liberdade, a sua iniciativa. É o que acontece conosco, e é bem
por isso que existe inferno: a pessoa escolhe o seu destino e Deus respeita.
Ele continua nos amando eternamente, mesmo que estejamos no inferno! Deus
respeita tanto o homem, que o deixou matar seu próprio Filho!
Deus
é o primeiro a não querer o inferno para nós. Mas, se alguém o escolhe, isto é,
escolhe viver longe de Deus, viverá eternamente. Portanto, não tem sentido
aquele questionamento: “Como pode existir inferno, se Deus é bom e nos ama
tanto?” É justamente por isso Deus nos ama que existe o inferno! Quem ama
respeita.
Já
o filho mais velho é mesquinho, sem coração, não sabe perdoar o irmão. Nem o
chama mais de irmão: “Esse teu filho”. Se nós nos julgamos perfeitos e não
aceitamos ser irmãos daqueles que erram, tornamo-nos piores do que eles. Não
queremos imitar o filho mais velho e sim o pai da parábola, sendo
misericordiosos.
O
banquete que o pai preparou representa a Eucaristia. Ela é a festa dos
misericordiosos. Quem não tem esta mentalidade, não consegue participar da
Eucaristia.
Para
se alcançar a paz após um conflito é necessário o respeito à vida, à cultura, à
liberdade de expressão, o compromisso com a não-violência, a colocação das
pessoas acima dos bens materiais e a fé cristã junto com suas virtudes.
Certa
vez, numa aldeia de índios do Rio Grande do Sul, o pajé reuniu os índios jovens
e lhes disse: “Se, um dia, alguém fizer o mal a você e você quiser vingar-se
dele, matando-o, primeiro sente-se e tome uma cuia de chimarrão. Você compreenderá
que a morte é um castigo desproporcional ao mal que a pessoa lhe fez. Ao invés
disso, resolva dar-lhe uma boa sova. Porém, antes, encha novamente a cuia e
tome. Você vai refletir melhor e pensar que, em vez de sova, é melhor uma boa
repreensão. Mas antes, encha de novo a cuia e tome. Você se lembrará do Filho
de Deus que nos perdoou e nos mandou fazer o mesmo. Então você se convencerá de
que o melhor é ir ao encontro do inimigo e, com humildade, abraçá-lo”.
Pagar
o mal com o bem. “Se alguém te der uma bofetada numa face, oferece também a
outra. Se alguém te tomar o manto, deixa-o levar também a túnica” (Mt 5,38-42).
Maria
Santíssima nunca se afastou da casa do Pai, e nunca manchou sua veste pura da
graça. Ela é a mãe dos pecadores, Mãe de misericórdia. Que Nossa Senhora nos
ajude a não nos afastarmos de Deus e a sermos misericordiosos com os pecadores,
seja que pecado tenham cometido.
Teu
irmão estava morto e tornou a viver.
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