1ª Leitura 1Jo 4, 11-18
Salmo 71 (72) “ As Nações de toda terra, hão de adorar-vos, ó
Senhor”
Evangelho Mc 6, 45-52
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No versículo final desse
evangelho, há uma afirmação de que “Os discípulos não tinham compreendido nada
a respeito dos pães, e que o coração deles estava endurecido”A travessia para
Betsaida foi logo após a multiplicação dos pães. Tem-se a impressão de que os
discípulos não estavam muito a fim de fazer a travessia e Jesus os obrigou a
entrarem na barca. Não compreender o milagre da multiplicação dos pães, é não
compreender que a base da comunidade é a partilha do “pouco”. “Dai-lhes vós
mesmos de comer...”Jesus havia dito a eles. Não significa que o discípulo deve
fazer tudo sozinho, do seu jeito, mas fazer com Jesus, pois ele, antes de
mandar distribuir os pães, os abençoou e só depois mandou distribuí-los. Quando
não se compreende esse princípio fundante da vida em comunidade, sempre vai
predominar o medo, a insegurança e a incerteza, sobre aquilo que está se
fazendo, e qual vai ser o resultado.
O resultado disso, quando
vemos os trabalhos pastorais apenas como um empreendimento humano, é exatamente
o quadro que aparece nesse evangelho, sente-se o efeito dos ventos contrários,
“Partilha do Pouco” e a comunhão com nosso Deus manifestado em Jesus, o mundo,
ao contrário, o muito para satisfazer as ambições de poucos, concentração de
riquezas nas mãos de poucos...Que nenhum cristão se iluda, os princípios e
valores do evangelho nunca vão coincidir com o que o mundo nos ensina.
Então, a presença de Jesus é sempre fantasmagórica
em uma comunidade que pensa assim, Jesus é uma vaga lembrança, uma evocação do
passado, mas que nada pode fazer nos desafios do presente...”Coragem, não
tenham medo, sou eu!”
A Fé que crê na vida de
partilha, não terá essa dificuldade, pois sabe que o Senhor caminha com os
seus, e o nosso “pouco” oferecido aos irmãos e irmãs, vai se tornando no
“muito”. Interessante que Jesus faz questão de entrar com eles na barca, não
fica de fora para realizar algum milagre, mas entra na barca, e quando assim o
faz, os ventos contrários cessam de soprar sobre a tênue barquinha.
Outros ventos soprarão
impetuosos, assim será até o final dos tempos, mas o Senhor caminha com a sua
Igreja, não fora, lá de cima, monitorando a situação e vendo o “apuro” dos
cristãos, mas dentro da igreja, ele não transforma a vida de comunidade em um
“mar de rosas”, mas garante que estará sempre caminhando lado a lado com todos
os que crêm Nele. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim SP – Email cruzsm@uol.com.br)
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