18 de julho-Sexta-Evangelho
- Mt 12,1-8
Os diversos conflitos de Jesus com os fariseus e demais
líderes religiosos de Israel refletem o distanciamento do Senhor em relação à
instituição religiosa do Judaísmo. Todavia, Cristo não suprime explicitamente a
lei do sábado, tendo em vista que, em dia de sábado, visitava a sinagoga e
aproveitava a ocasião para anunciar o Evangelho. Só que de modo mais violento
do que os profetas, Ele atacava o rigorismo formalista dos fariseus e dos
mestres da Lei:“O sábado está feito para o homem e não o
homem para o sábado”.
Para o Senhor Jesus o dever da caridade é anterior à
observância material do repouso. Por isso, Ele fez várias curas em dia de
sábado, obras proibidas neste dia. Ademais, o Senhor se atribuiu poder sobre o
sábado: “o
Filho do Homem é Senhor do sábado”. Quer dizer, o dono do sábado e sendo dono tem autoridade
sobre o sábado.
Essa nova maneira de observar o sábado se chocou
violentamente com a mentalidade legalista dos fariseus. E essa era uma das
acusações graves que eles faziam contra Jesus. Mas o Senhor estava consciente
de que, fazendo o bem no dia de sábado, imitava Seu Pai, o qual, tendo
repousado no sétimo dia, no final da criação, continua governando o mundo e
vivificando os homens: “Meu
Pai trabalhou até agora, e eu também trabalho”.
Assumindo
o cultivo da vida como tarefa prioritária, Jesus se proclama o Senhor do
sábado. E afirma Sua autoridade em suprimir as observâncias legais, de forma a
favorecer a libertação das pessoas e a primazia do amor e da vida.
A
atitude de Jesus diante desse dia [sábado] nos ensina que Ele agiu com
liberdade de espírito com relação a essa lei e nunca considerou a observância
do sábado como algo essencial em Sua pregação. Isso era algo menos importante
para Ele.
Jesus Cristo disse claramente que não veio para suprimir a Lei, mas para dar-lhe seu verdadeiro
significado.Veio
dar à Lei um caráter misericordioso, compassivo, características próprias de
Deus. Este dia
de sábado não é para semear a morte, mas a vida. Não é para condenar, mas
libertar. Para fazer o bem e não o mal. Qual sentido você tem dado ao sábado
cristão?
Alguém poderia perguntar: Se Jesus observou o sábado por que nós
cristãos não o observamos? A
razão para optar pelo dia de domingo procede da Ressurreição do Senhor. Os
quatro evangelistas concordam que a Ressurreição de Cristo aconteceu no primeiro dia da semana, que
corresponde ao domingo atual (cf. Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1 e 19).
O fato de a Ressurreição de Cristo ser no dia de domingo
– para os discípulos – era altamente significativo, razão pela qual tornou-se,
desde então, o centro da fé cristã. Existem duas razões fundamentais para
celebrar este dia da Ressurreição. E São Paulo diz: “Se Cristo não ressuscitou vã é a vossa fé” (I Coríntios 15,14).
Portanto,
a Ressurreição é a verdade fundamental da nossa fé. Cremos, aceitamos e vivemos
pela fé no Cristo vivo, ressuscitado dos mortos, após a consumação da nossa
salvação na cruz (cf. João 19,28-30).
Com Sua Morte e Ressurreição, Jesus começou a Nova
Aliança e terminou a Antiga Aliança. Durante a Última Ceia, Jesus proclamou: “Este cálice é a Nova Aliança, selado com meu
sangue, que vai ser derramado por vós” (Lc 22,20). Os discípulos de Jesus,
pouco a pouco, perceberam que nesta Nova Aliança a lei de Moisés e suas
práticas teriam outro sentido.
A Morte e Ressurreição de Cristo significavam também para
os primeiros cristãos a nova criação, já que Jesus culminava Sua obra
precisamente com isso [Sua Morte e Ressurreição] justamente no domingo,
passando a ser desde então o
dia do Senhor.
Nós também recebemos a promessa de entrar com Cristo
neste repouso. De agora em diante, a fé dos cristãos tem como centro Cristo ressuscitado
e glorificado. Por isso, é fundamental – e muito lógico – celebrar o dia do
Filho do Homem, ou seja, que este dia seja o dia
do Senhorcomo o novo dia da criação (cf. Is 2,12).
Padre Bantu Mendonça
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