Bom dia!
Como sou lembrado? Como é que somos vistos? Isso importa para mim? Chega
ao ponto de me incomodar? Será que meus erros passados pesam ainda sobre meus
ombros?
Costumo dizer que o diabo é o melhor paparazzo que existe. Ele sempre
esta presente quando fazemos grandes ou pequenas burradas. Ele “tira” fotos dos
nossos deslizes em todas as posições e ângulos possíveis esperando o momento
certo – quando bate em meu coração o desejo do arrependimento puro e sincero.
Queremos voltar a caminhar, fazer, portanto o que é correto (…) então
ele “revela” as “fotos” dos nossos equívocos em nossa mente. É um mini
flashback. Lembramos de tudo nos mínimos detalhes e envergonhados, fugimos do
perdão. Quem nunca passou por isso? As “fotos” uma após outra “se revelam” em
nossa mente e a tristeza toma o lugar da vontade de voltar.
Não sei bem, mas surge então um dos nossos mecanismos de defesa (ou
seria de agressão?): passo a avalizar e julgar também os outros! -“Eu sei que
fiz”, mas ele (a) também não é santo (a) porque fez isso e isso (…). Fazemos
muito isso sem pensar.
O que isso tem haver com Tomé? Como ele é lembrado? A ele é dado o
estigma da incredulidade. O engraçado que esse mesmo homem, em meio à dúvida
dos apóstolos, sugere que todos acompanhem Jesus à Jerusalém e, se for o caso,
morram com Ele. Não lembramos Tomé por isso e sim pela sua fraqueza!
“(…) A isso Tomé, chamado Dídimo, disse aos seus condiscípulos: Vamos
também nós, para morrermos com ele”. (João 11, 16)
Pedro é lembrado pela tríplice negação, por não ter conseguido andar
sobre as águas, por ter cortado a orelha de Malco, mas José Prado Flores
apresenta uma perspectiva interessante desse apóstolo: Ele foi o único que teve
coragem de TENTAR caminhar nas águas; de fato Ele negou, mas ele estava lá,
onde estavam os outros? Pedro agride o soldado, pois reconhecia aquele ato
infundado como um ato contra o filho de Deus, sendo ele o primeiro a reconhecer
isso. E nós como somos lembrados? Como nos lembramos dos que nos acompanham?
É, pois tão difícil fazer o caminho de volta, reconhecendo seus próprios
erros e terrível encontrar alguém se pondo num trono de vaidade e soberba a
apontar nossos defeitos que o paparazzo já fez questão de revelar! Nesse
momento alguém pede apenas uma chance! O perdão não deve ser negado ou
condicionado. O resgate da confiança, sim vai depender dos próximos atos, mas
não devemos negar o perdão.
“(…) É por isso que o Senhor está desejoso de vos perdoar; é por isso
que ele se ergue para vos poupar; porque o Senhor é um Deus justo; ditosos
aqueles que nele esperam”. (Isaias 30, 18)
Começamos a viver uma convocação do papa Bento XVI – o ano sacerdotal.
Algo que, nesse evangelho é devidamente apropriado. O padre ou presbítero é, em
bom coloquial, “gente como a gente”. Alguém que busca, como nós, fazer mais
coisas certas que não certas. E como é lembrado? Vejo alguém jogando futebol e
quero participar. O jogo tem regras, mas desejo que elas se adaptem a mim.
Advinha quem é o juiz do jogo?
Em algum momento já escutamos que a igreja não deixa isso, isso e isso
(…) mas é a regra da igreja, o que chamamos de tradição e deve ser respeitada.
Não é culpa do padre! Se levássemos a sério o casamento não casaríamos por fogo
de palha ou evento social (respeito as exceções particulares); se levássemos a
serio a catequese, creio eu que teríamos mais crianças e adultos com amor ao
próximo, pois temos católicos que vemos no batismo e depois no casamento.
Se levássemos mais a serio o Pai Nosso não teríamos perdido tantos
irmãos e irmãs para outras religiões e se lá estão bem e reconhecem a Deus:
Glória a Deus! Gostaria, sinceramente, que estivessem aqui em só rebanho, mas
“nossos dedos” os empurraram pra longe.
São Tomé sou eu, você, nós que no fim das nossas mazelas, reconhecemos
nossas fraquezas e dizemos: “(…) Meu Senhor e meu Deus”! Somos chamados a ver
as chagas do mundo dentre elas as nossas.
Um imenso abraço fraterno!
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