Terça Feira da 1ª Semana do TC 12/01/2016
1ª Leitura 1 Samuel 1, 9-20
Salmo 1 Samuel 2, 1 a “Exulta o m eu coração no Senhor, nele se
eleva a minha força””
Evangelho Marcos 1,21b – 28
Sempre me perguntei como era o ensinamento dos Mestres da Lei, ao
meditar esse evangelho, pois o povo acabara de encontrar algo novo, um pregador
diferente que não precisava de referências outras, para ter credibilidade.
Os Mestres da Lei também falavam bonito, mas eles o faziam com a
autoridade da tradição, da Lei, dos Profetas e todos os Santos homens que o
precederam. Não era uma autoridade própria que os levava a falar, mas
ensinamentos e exortações embasadas nas escrituras, e nem poderia ser diferente
por isso confirmavam com um “Conforme está escrito”, “Conforme falou o
profeta”, “Conforme disse nosso Santo Patriarca”. Sem essas referências, aquilo
que falavam cairia no vazio, nunca poderiam falar por eles mesmos...
Por acaso não fazemos isso em nossas comunidades, quando queremos
que aquilo que falamos, tenha credibilidade e aceitação? “Foi o Padre que
falou”, “Foi o Coordenador que falou”, “Isso quem disse foi o Diácono, ou o
Ministro da Palavra”. Se houver algum questionamento, a gente sai ileso, porque
não fomos nós que falamos, apenas transmitimos o que outro falou. E quando
falta incoerência daquele que anuncia, somente o que o outro falou, e falta
testemunho de vida, o pessoal costuma dizer que se trata de “Bagre ensaboado”,
sai sempre liso e nunca se compromete com aquilo que anuncia...
Assim eram os nossos amigos Mestres da Lei, que sabiam, mas não
viviam quase nada daquilo que pregavam e ensinavam.
Jesus fala com autoridade própria, Ele não precisa embasar aquilo
que diz, na tradição das Escrituras, ou na Lei e nos Profetas, ele até as cita
em algumas passagens, mas para refrescar a memória dos seus interlocutores. Mas
o grande diferencial é que ele VIVE tudo o que anuncia e ensina.
A sua autoridade vem do alto, Nele Deus não manda mais recados, mas
fala claramente. Por isso que na sinagoga nesse dia, Deus confirmou essa
autoridade única e legítima de Jesus, quando até um espírito mal, que dominava
um irmão presente naquela celebração, reconheceu e se submeteu á sua autoridade
“Eu sei quem tu és, Tu és o Santo de Deus!”. Mas Jesus não se deixa levar por
títulos, ainda que seja a mais pura verdade, e intimou o espírito “Cala-te e
sai dele”.
Sempre que anunciamos Jesus Cristo, seu reino e seu Santo
Evangelho, mas não o vivemos em nosso dia a dia, incorremos no mesmo grave erro
dos Doutores da Lei. Mas sempre que nos esforçamos, por viver, pelo menos um
pouco daquilo que cremos e anunciamos aos outros, essa autoridade do alto está
em nós, e nossas palavras movidas pela Graça, tem sim o poder de tocar no
coração dos ouvintes. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata
– Votorantim SP- E-mail cruzsm@uol.com.br)
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