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de Janeiro-Evangelho - Lc 5,12-16
Bom
dia!
Quantos
passaram a procurar Jesus pelo que falavam de bem dele. Não acredito que eram
apenas os milagres que traziam as pessoas. Lembrem de ontem.
“(…)
Todos começaram a elogiar Jesus, admirados com a sua maneira agradável e
simpática de falar” (Lucas 4, 22a).
Agradável
e simpática na forma de falar!
Tenho
tanta convicção disso que me entristeço pelas pessoas que conduzem outras a
Jesus por coisas passageiras, mas ao mesmo tempo alegro-me por que vieram. Como
diria um frei da nossa comunidade quando questionado sobre aquele famoso dizer
popular que acostumamos a ouvir “os piores estão na igreja” ele respondeu:
“(…)
– Sim, pode ser, mas pelo menos são pessoas que reconhecem, mesmo sem saber,
sua pequenez e dentro da igreja procuram algo melhor, crescer, amadurecer,
enquanto outros acham que não precisam”!
Mas
o que adianta Deus arrebanhar seu povo se nós mesmos não os deixamos entrar? Já
falei isso e volto a afirmar: criamos regras impossíveis para quem acabou de
ter o encontro ou a epifanias de Deus em suas vidas e vivendo essa nova
experiência querem ardentemente voltar. Não estou falando das regras que cada
igreja tem, mas das “regras” que nós impomos as pessoas.
Regras
do tipo “EU NÃO TE DISSE”, “FALEI QUE VOCÊ IA QUEBRAR A CARA”, “VOCÊ NÃO ME
OUVE”, “QUE ROUPAS SÃO ESSAS?”,…
Jesus
corria dos holofotes e dos “tapinhas” nas costas. Tentava sem sucesso passar
despercebido aos olhos dos mestres da lei, mas duas coisas nele eram rotina:
OPTAR SEMPRE PELAS PESSOAS E SE AFASTAR PARA ORAR.
OPTAR
PELAS PESSOAS
Quem
era o centro da atenção na mensagem de Jesus? As pessoas. Em várias canções do
padre Fábio de Melo ele destaca o humano lado de Deus, ou seja, atento ao
sofrimento, um Deus próximo, que luta junto, mas não necessariamente precisa
dizer SIM a tudo que queremos ou que fazemos.
Quantos
irmãos precisam apenas de uma nova chance? Como posso cobrar tanto aquele que
nunca tive tempo de ensinar? Como posso perdoar com tanta rapidez um amigo que
nos traiu, mas guardar mágoas eternas de quem anda conosco há tanto tempo?
Dá-se a impressão que selecionamos, sem querer, quem merece ou não, ser curado.
AFASTAR
PARA ORAR
É
preciso deixar bem claro…
O
evangelho fala de cura, mas ela, ou qualquer outro prodígio, é um ato livre do
Senhor. O que cura verdadeiramente não são as mãos do pregador, do pastor, do
padre, mas a misericórdia infinita de Deus sobre aquele que pede e consegue
tocar ao Senhor.
“(…)
Aqui entramos no mistério de Deus. Nós não conhecemos os planos d’Ele na
escolha de quem será atendido. Conceder uma graça ou uma cura é um ato livre do
Senhor”. (livro “Como se faz um santo” – Cardeal Saraiva Martins)
Jesus
sabia que precisava estar em sintonia profunda com Deus para exercer seu
ministério, sendo assim, proponho uma auto-reflexão: o quanto paro ou me retiro
para rezar antes de tomar uma decisão? Sou ainda movido pelo primeiro impulso?
Falo o que vem “na telha”? Afastar e orar também podem ser um sinônimo de
DISCERNIMENTO
Boa
parte dos problemas poderia ser solucionada se não tomássemos atitudes sem
pensar ou movidas pelo “calor” do momento, movida por emoções… Como espero ter
raciocínio lógico em meio a uma situação complicada? Como explicar a alguém que
sofre que Deus existe?
Deus
precisa ser apresentado às pessoas, mas não apresentado como o grande culpado.
Frases do tipo “FOI DEUS QUE QUIS” devem ser bem pensadas ao serem ditas.
Devemos favorecer esses encontros e não afugentar as pessoas.
Um
Imenso abraço fraterno!
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