O BATISMO DE JESUS
Dia 10 de janeiro-Ano C
Hoje
festejamos o início oficial da vida pública de Jesus, no acontecimento inesperado,
no qual o próprio Filho de Deus entrou na fila dos pagãos, dos pecadores, como
soldados, prostitutas, e demais arrependidos, para ser redimido e batizado pelo
“batizador”, o João Batista, no Rio Jordão.
Jesus
se rebaixa à condição de pessoas comuns, misturando-se com eles, e indo na
direção daquele que gritava no deserto, para ser batizado e purificado, mesmo
sem ter nenhuma mancha de pecado.
Mas o que Jesus queria mesmo era valorizar o
trabalho missionário de João, Jesus queira era dar-nos o exemplo.
Por que também nós precisamos nos misturar no meio
dos pecadores para dar-lhes o exemplo de uma vida na presença de Deus, para
anunciar-lhes com o exemplo e com a palavra, o Reino de Deus.
Não sintamos nojo dos pobres, nem dos pecadores!
Pois em suas veias e artérias, corre o mesmo sangue que existe em nosso corpo.
Somos originados pelo mesmo processo, somos criados pelo mesmo Deus poderoso,
somos filhos de um mesmo Pai, portanto, embora possa não parecer, somos todos
irmãos.
Jesus se fez humilde e se juntou aos pecadores na
fila para o batismo de João, para nos dar o exemplo. Porque a bem da verdade, Ele não precisava
ser batizado. Ele, sendo o próprio Deus, “Eu e o Pai
somos um...” Não
necessitava daquele sacramento realizado pelo Batista a todos que o procuravam
nas bordas do deserto.
A
voz que veio do alto “Tu és o meu filho amado”, oficializa
aquele encontro entre os dois escolhidos, um missionário e o outro o messias. A voz que veio do alto tirou qualquer dúvida
que poderia ter pairado na cabeça de alguns dos presentes, a respeito do que
estava acontecendo ali.
Era O Filho de Deus no meio do povo, disposto a
ser batizado por um mortal, porém, um humano escolhido para uma missão imortal.
A Voz que veio do Alto era Deus se revelando
naquele momento sagrado, momento que marcou a história da humanidade.
Deus
também se revela a cada um de nós, e até podemos não O perceber pelo menos no
momento. Só depois do ocorrido é que nos cai a fixa. Momentos ou horas depois é
que vamos perceber que aquilo que nos aconteceu foi Deus se revelando...
Um
exemplo. Quando uma criança inocente se engraça com a sua pessoa, num sorriso
insistente, é Deus se revelando a você! Mas cuidado! Com essa onda de pedofilia
que anda por aí, não chegue muito perto de crianças. Fique parado, deixe que
ela venha, sorri também para ela, de preferência cruze os braços ou coloque as
mãos para trás. Não toque nela. Às vezes do nada, uma criança se aproxima de
você, faz algum gesto, fala do jeito dela...
Mas não se a baixe para ficar do tamanho dela. Porém,
fale também com ela. Pergunte sobre o seu brinquedo...
Você
pode ter certeza: O interesse daquela criança por você, é uma demonstração do
quanto Deus lhe ama! É uma revelação do
Pai diretamente à sua pessoa, através daquela inocente criaturinha, que se
escapou da proteção dos pais, e veio até você, como se lhe conhecesse... É um
momento mágico, no qual a gente fica até sem jeito, mas no fundo ficamos muito
felizes, pelo carinho, pela ternura, pela pureza estampada no rostinho cheio de
vida, de futuro, de despreocupação, de desprendimento de alegria...
Aquele
é um momento de experiência sua com o Divino! É o instante em que Deus lhe
toca, semelhante àquele arrepio que às vezes sentimos na oração, no pós
comunhão etc.
Caríssimos.
Quanta criança sem batizar existem por aí? Será que temos alguma
responsabilidade, alguma culpa disso?
Ora, partindo do princípio que todos nós somos catequistas diretos ou
indiretos, precisamos nos lembrar das palavras de Jesus: “Aquele que crer e for batizado, será salvo”. E sem medo ou vergonha, precisamos mostrar ou
dizer isso a quantos o podemos. E essa é a nossa obrigação, a nossa missão, o
nosso dever de cristão batizados. Portanto, se não estamos movendo uma palha a
esse respeito, se estamos de braços cruzados, acomodados em nosso mundinho de
ir à missa, rezar, trabalhar, comer e dormir e não fazer mais nada de útil para
o Reino de Deus, então aí temos culpa sim pelo fato de existir muita gente por
aí que não receberam o batismo.
Em uma certa paróquia do Estado de São Paulo,
crianças filhas de mães solteiras estão sendo batizadas direto. Todos os
domingos de manhã, a porta daquela igreja fica repleta de pessoas que trazem
crianças, frutos de uniões fora do casamento, para receberem o batismo, coisa
que em outras paróquias não acontece. Para alguns, isso é um verdadeiro
escândalo dentro da Igreja. Crianças, filhas de jovens irresponsáveis, que se
recusaram ao casamento na Igreja, não seguidores do Evangelho, e portanto
desligados do Reino de Deus, sendo batizadas. E o pior, dizem eles, é um
batizar por batizar. Isto por que, aquelas crianças nunca mais em toda a sua
vida entrarão dentro de uma igreja para
rezar ou participar da missa, tendo em vista a falta de exemplo dos seus pais.
São protestos válidos e pertinentes. Além do mais,
Eu conheci pessoalmente o ritmo de trabalho daquela referida paróquia.
Infelizmente devo denunciar, ou dizer que: Realmente ali tem algo de muito errado.
Uma certa pessoa seguidora de um seita, dominou aquela comunidade, expulsando
dali todos os líderes, fiéis autênticos.
Porém, quanto ao batismo das crianças filhas de
mães solteiras, sinceramente não sei o que dizer. Pois se Jesus perdoou a prostituta,
se Jesus perdoou o ladrão Dimas, se Jesus foi fazer uma refeição na casa de
Zaqueu, se Jesus acolheu os pecadores, e se as criança não têm culpa do modo
pelo qual vieram ao mundo, eu não vou dizer mais nada, pois tenho de ser
Igreja, e portanto, devo esperar que o bispo resolva essa parada difícil! Amém.
Bom domingo, José Salviano.
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