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domingo, 30 de abril de 2017

A REJEIÇÃO À JESUS NÃO INTERROMPEU O ANÚNCIO DO REINO! - Olívia Coutinho


Dia 01 de Maio de 2017 


Evangelho de Mt 13,54-58

 
O caminho do profeta,  como todos nós sabemos, é um caminho marcado pela perseguição, pela a rejeição...
Com Jesus, o profeta Maior de todos os tempos,  não foi diferente, Ele também   passou por esta experiência, além de rejeitado pelas autoridades políticas e religiosas, foi  rejeitado também pelos seus conterrâneos.
 O  evangelho que a liturgia de  hoje nos convida a refletir, nos trás uma amostra  dos desafios enfrentados pelos profetas de ontem e que os profetas de hoje continuam enfrentando.
A cruz é inevitável  no caminho de um  profeta,  pois são muitos os que tentam calar a sua voz, o que é impossível, pois nem a morte  faz calar a voz de um profeta! É  justamente depois da sua morte, que a voz do profeta, ressoa com mais intensidade ainda,  no coração da humanidade! O profeta morre, mas a sua palavra continua no mundo, como ficaram  as palavras de Jesus!
O texto nos fala  do retorno de Jesus a sua cidade de origem, quando Ele experimenta no corpo e na alma a dor da rejeição.  Uma dor, que certamente foi  mais forte ainda, por partir dos seus próprios conterrâneos, àqueles que deveriam ser os primeiros a acolhê-Lo. 
A admiração pelas palavras de Jesus cai por terra, quando a identidade do Messias, anunciado pelos profetas do antigo testamento, começa a se revelar na pessoa de Jesus. Aqueles,  que esperavam por um Messias extraordinário, milagreiro, que os favorecessem,  não quiseram aceitar um Messias na condição de servo, alguém, de origem simples, que tinha o olhar voltado para os pequenos, os pobres, os marginalizados...
Julgando  Jesus, pela  sua condição social, eles se recusaram a aprofundar no mistério de Deus, ficaram somente no superficial, o mais importante eles não foram capazes de perceber: o Rosto humano do Pai, se desenhando  no filho de um carpinteiro!
Os compatriotas de Jesus tiveram nas mãos a chave da felicidade, mas não se deram conta desta preciosidade, por isto desperdiçaram a graça de Deus! Ali, Jesus não pode realizar muitos  milagres, não, por retaliação, mas pela falta de fé daquele povo. 
Será que nós também, não temos atitudes semelhantes as atitudes dos conterrâneos de Jesus? Será que estamos aceitando o recado que Deus, que chega até a nós por meio das pessoas simples?
Dificilmente reconhecemos  a sabedoria presente nas pessoas simples, temos a tendência de acreditar somente nas pessoas de alto "nível intelectual", com isso, muitos de nós, deixamos escapar as mensagens que Deus quer nos passar através dos pequenos, esquecendo de que Jesus, o Mestre de todos os mestres, o profeta Maior de todos os tempos, serviu-se de meios humanos bem simples, para anunciar o reino de Deus!
Infelizmente, a humanidade ainda continua dividida, uns acolhe a voz do profeta e se dispõe a mudar de vida, outros, a  ignora,  preferindo continuar no  pecado.
A rejeição a Jesus,  não interrompeu o anúncio do Reino, que continua através dos incansáveis profetas de hoje: homens e mulheres que se embrenham pelo caminho da cruz, dispostos a dar a vida se preciso for, pela causa do Reino.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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"FICA CONOSCO, POIS JÁ É TARDE..." Olivia Coutinho

 
3º DOMINGO DA PÁSCOA
 
DIA 30 De Abril de 2017
 
Evangelho de Lc24,13-35“
 
Quantas vezes, caminhamos sem rumo, sem motivação e no declinar do dia sentimos cansados, desanimados, pois não chegamos a lugar nenhum.
Quando a nossa vida começa a perde o sabor, quando nossos passos já não nos levam a lugar nenhum, é sinal de que não estamos reconhecendo a presença de Jesus junto de nós, de que está  nos faltando algo  imprescindível  para o nosso bem viver, o alimento que nos sustenta verdadeiramente que é a fé. É a fé que nos fortalece, que mantém viva a nossa esperança,  que nos aponta  horizontes! A fé  movimenta a nossa vida, nos segura nos momentos de desolações, nos matem de pé nos vendavais da vida!
O evangelho que a liturgia deste terceiro Domingo da Páscoa nos convida a refletir sobre a importância  de confiarmos nas palavras de Jesus. Foi o que faltou para dois discípulos de Jesus,  que não vendo mais razões para permanecerem em Jerusalém, após a morte do seu Mestre e  Senhor, decidem retornar para  Emaús, um povoado distante onze quilômetros  de Jerusalém.
          Tristes e  porque não dizer, decepcionados  com tudo que acontecera com Jesus, a quem eles haviam depositado o destino de suas vidas, eles deram como encerrada, aquela história de amor.
 Enquanto  comentavam entre si  o acontecido, Jesus se ajuntou a eles no caminho para Emaús e logo entrou na conversa, mas eles não o reconhecera  de imediato, estavam como que cegos, carregando dentro de si, um Jesus morto.  
Como podemos perceber, esses discípulos, havia perdido a esperança muito rápido, um sinal de que eles  não haviam confiado no que Jesus lhes dissera pouco antes de sua morte: “O filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.” Mt 17,22-23.
A falta de fé destes dois discípulos, intitulados como discípulo de Emaús, ofuscou os seus olhos diante o Jesus vivo que caminhava com eles, levando-os a confundi-lo com um forasteiro.  Jesus  só foi reconhecido por eles,  no momento em que Ele partiu o pão. Foi a partir deste instante, que os seus olhos se abriram e eles  puderam vivenciar a alegria de estarem diante do Cristo Ressuscitado!   
Movidas pela alegria do reencontro com Jesus , eles tomam o caminho de volta, indo falar com os outros discípulos sobre a  experiência que tiveram com o Cristo Ressuscitado!
Estes dois discípulos que demoraram tanto para reconhecer Jesus, representam todos os que ainda não tem uma fé consistente,  os que perdem a esperança facilmente, que se dão como vencidos diante  a um suposto fracasso. 
Que esta lentidão dos discípulos de Emaús, não se repita conosco, que nós não sejamos cegos, lentos, para perceber a presença de Jesus em nossa vida!
Busquemos sempre nos alimentar na fé, pois é a fé que nos  faz enxergar a presença  do Cristo Ressuscitado caminhando junto de nós!
A narrativa nos desperta  também, sobre  a importância de buscarmos sempre um jeito atencioso de viver a fé, chama a nossa atenção para algo que quase não praticamos nas nossas relações humanas: o ouvir o outro, o caminhar com ele, o conhecer a sua história, seus sonhos, reconhecer nele, a presença do próprio Cristo! Foi isto que Jesus fez ao caminhar com os discípulos de Emaús, Ele falou, ouviu, inteirou-se...
Muitos de nós, somos indiferentes ao outro, até mesmos dentro de nossas próprias casas,quantos filhos mal se falam com seus pais, quantos pais não reservam tempo para dialogar com  os filhos, estamos sempre apressados e com isso, muitas vezes, não temos tempo para perceber no outro a presença do Cristo Ressuscitado.
A nossa missão nasce a partir do nosso encontro pessoal com o Cristo Vivo e cresce à medida do nosso envolvimento com Ele, através das  nossas relações humanas.
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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sexta-feira, 28 de abril de 2017

JESUS FAZ ARDER O CORAÇÃO E LEVA À MISSÃO! Maria de Lourdes Cury Macedo.


Domingo, 30 de abril de 2017.
Evangelho de Lc 24, 13-35.

A morte de Jesus foi um fracasso total para seus discípulos e apóstolos, foi a derrota de Jesus. Eles haviam largado tudo para seguir o Mestre e, no entanto, Ele morrera como todo homem morre. Tristeza, medo, frustração, decepção tomaram conta do coração deles.
Eles não tinham entendido a missão de Jesus que era cumprir fielmente o desígnio salvífico do Pai, apesar de Jesus falar claro com eles sobre a sua morte e ressurreição. Esperavam que Jesus de Nazaré fosse o libertador de Israel. A paixão, a morte e a ressurreição do Mestre ainda não eram uma alternativa de caminho para os discípulos. Quem deseja fracasso, sofrimento, dor e morte?!
Foi o que aconteceu com os discípulos de Emaús. A tristeza, a desesperança, a decepção tomou conta deles a ponto de não esperarem em Jerusalém para constatar se Jesus havia mesmo ressuscitado.  Cabisbaixos, frustrados, desanimados, entristecidos partiram para suas casas, que ficavam mais ou menos 12 km de Jerusalém, caminhavam como se tivessem perdido o sentido da vida. Ir para Emaús não é somente ir para casa, mas abandonar o projeto de Deus. Eles revelam o estado de ânimo de uma comunidade desorientada, sem força para o testemunho. É com esse tipo de comunidade que Jesus ressuscitado outra vez se põe a caminho.
Conversando pelo caminho sobre os últimos acontecimentos, eis que surge um forasteiro no meio deles, que não se fez reconhecer, e pergunta sobre o que estão falando. Contaram da tristeza e decepção que estavam vivendo com a morte do grande profeta Jesus de Nazaré, que já era o terceiro dia, e que algumas mulheres disseram que Ele está vivo.
Os judeus acreditavam que depois do terceiro dia o espírito se afastaria definitivamente do corpo, sem possibilidade de retornar. A morte teria tomado conta de Jesus e da comunidade. Nem o testemunho das mulheres, nem o túmulo vazio, nem a mensagem dos anjos e a própria constatação do sepulcro vazio não mereceu crédito, pois “ninguém o viu”.
Jesus, então tomando a palavra, começou a contar toda a história da salvação até chegar ao servo sofredor, anunciado por Isaías, Jesus. Eles ficaram encantados com suas palavras e o convidaram para entrar em sua casa.
Jesus aceitou o convite. Ao invés do dono da casa partir o pão, eles pedem que Jesus o faça. Jesus tomou o pão, o abençoou, depois partiu e deu a eles. Neste gesto de Jesus de partilhar o pão, os discípulos o reconhecem.
Jesus usou dois recursos para ser reconhecido: 1º a Bíblia, a Sagrada Escritura; 2º a Eucaristia, a partilha. Jesus desaparece porque já não é mais necessária a presença física d’Ele. A Palavra e o gesto de partir o pão abriram os olhos deles. Os discípulos concluem: não nos queimava o coração quando Ele explicava a Sagrada escritura?
Levantaram e correram para Jerusalém para testemunhar a ressurreição de Jesus. Ao abrir os olhos, reconheceram e sentiram o efeito da explicação da Palavra que foi: o ardor, a força da graça, o sinal, o gesto da mesa/pão, fez com que entendessem tudo e saíssem correndo para anunciar aos outros. Alegres voltam para Jerusalém, lugar do testemunho de Jesus, para testemunhar Jesus vivo, na comunidade dos apóstolos reunidos.
  - ARDE o coração no peito;
 - ABREM-se os olhos; 
 - Eles Correm para anunciar a mensagem aos outros apóstolos;
 - Os apóstolos encontram-se reunidos e a todos PROCLAMAM a Palavra.

Com a Santa Palavra, a Santa Eucaristia e a Comunidade sentimos a presença forte de Jesus em nossas vidas. Sentimos Cristo vivo e presente entre nós. Jesus vem ao nosso encontro, caminha conosco, nos fortalece, nos ilumina, nos tira o medo e a timidez para sermos anunciadores da Boa Notícia.
Jesus se faz presente no caminho dos que procuram descobrir o significado de suas palavras e obras, dos que fazem memória de sua vida doada totalmente.
Podemos concluir: o que Jesus fez com os dois discípulos faz conosco hoje. Fiquemos firmes na Palavra e na Eucaristia, testemunhando na comunidade a presença viva de Jesus no meio de nós.

Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes


quinta-feira, 27 de abril de 2017

Jesus vence a morte-Alexandre Soledade

04-05-2017
Jo 6,44-51





Bom dia!
Preciso fazer uma ponte com a reflexão de ontem:
“(…) Para que ninguém se perca é preciso maior empenho e novas taticas, mas mesmo assim temos que entender e conhecer bem as nossas limitações. Tamanha dedicação sempre estará condicionada a vontade de quem se ‘perdeu’ em querer ‘se encontrar”.
Agora façamos uma conexão com esse versículo: “(…) ’Todos serão ensinados por Deus’. E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim”.
É uma perspectiva interessante. Deus se manifesta a todos os seus filhos, mas se revela através de Jesus. É Jesus que apresenta a salvação àqueles que se deixaram tocar pelo pai, pois não é seu desejo que ninguém se perca, mas trazendo a reflexão de ontem, é preciso que quem “se perdeu” também se deixe encontrar, ser tocado, conduzido, (…).
Jesus vence a morte e de imediato apresenta a nova dinâmica de evangelização aos seus discípulos; novos afazeres ligados a apresentação desse reino as criaturas. Até antes da cruz, as pessoas corriam, se acotovelavam para ver Jesus, e ao ressuscitar, Jesus vai ao encontro das pessoas, ordenando que se faça o mesmo.
“(…) Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mateus 28, 19-20)
Esse reino de Deus é dinâmico e não estático. Esse reino inicia quando levantamos, mas não se despede ao no fim do dia quando dormimos; esse reino tem sua primeira célula a família, dentro de casa, perto dos nossos e se estende a comunidade, a igreja, a paróquia,… O reino não se resume no castelo, mas em todos que vivem em torno dele, ou seja, nas pessoas. Portanto se conclui que nenhuma pastoral ou movimento é mais importante que a comunidade, que a família, que o coletivo.
É preciso ficar claro: Se deixar ser encaminhado por Deus começa por um ato individual chamado de oração. É através dela que o pastor consegue encontrar sua ovelha e é através dela também que reconhece a voz do seu pastor. É por ela que o fraco se torna forte, o desanimado se levanta, é através dela que se sente filho
“(…) Junto de vós, Senhor, me refugio. Não seja eu confundido para sempre; por vossa justiça, livrai-me! Inclinai para mim vossos ouvidos, apressai-vos em me libertar. Sede para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza bem armada para me salvar. Pois só vós sois minha rocha e fortaleza: haveis de me guiar e dirigir, por amor de vosso nome.“ (Salmo 30/31, 2-4)
Precisamos então re-ensinar as pessoas a rezar, a parar, a ouvir, a ter contato com o divino. A modernidade do qual falamos durante essa semana gerou e não para de gerar pessoas imediatistas. Uma geração “aperta um botão e liga”, ninguém quer mais levantar para mudar o canal da TV e assim tem sido com a fé. Querem um Deus maná, que atenda de imediato, mas que não exija compromisso
Nossas homilias, reflexões, pregações devem ir além do contexto político, econômico,… Ela deve ser social, abrangente e pedagógica. Nenhum bom professor se atreve a lecionar sem preparar a aula, ainda mais hoje com a informação a um clique do mouse, pois se assim o fizer é capaz de ficar “sem graça” ao ser corrigido por um aluno primário.
Nenhum movimento da igreja pode se rejeitar a ter o documento de aparecida como livro de cabeceira; não pode fugir da missão de ir até as pessoas, não pode parar e esperar que venham. Acreditar em Jesus é apresentá-lo e não buscá-lo apenas por interesse.
Minha oração e minha prece por aqueles que lutam para apresentar o reino de Deus aos que dormem nas calçadas, aos que passam frio, aos abandonados nos asilos, aos que pagam seus erros nos presídios, aos doentes, aos que precisam de conselho, oração e um ombro.
Um imenso abraço fraterno


SER COMUNIDADE-Alexandre Soledade

03-05-2017
Jo 14,6-14




Bom dia!
Notaram que pulamos de João 3 para João 14? Isso acontece geralmente quando vivemos um tempo de comemoração. Hoje lembramos São Tiago e São Felipe. Salve!
Sem polemizar, mas esse é um dos trechos do evangelho que nossos irmãos protestantes justificam sua forma peculiar de profetizar a fé e suas ações, ou seja, uma relação criada sem intermediários com Deus e é claro que não estamos aqui pra delinear linhas e laudas sobre o que é correto para essa ou aquela igreja, mas o fato que esse entender parcial, também tem levado muita gente a se afastar DA CASA DE DEUS.
Esse evangelho é denso na interpretação visto que precisa estar o mais próximo da íntegra e não somente em partes. Como assim?
Por exemplo, lemos apenas os versículos “sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém pode chegar até o Pai a não ser por mim”, “Senhor, mostre-nos o Pai, e assim não precisaremos de mais nada”, “creiam pelo menos por causa das coisas que eu faço” e “quem crê em mim fará as coisas que eu faço e até maiores do que estas”. Eles em separado já representam a verdade, mas o texto na íntegra propõe o ensinamento.
Como Tiago e Felipe também fragmentamos o ensinamento, pois se isso não fosse verdade por que os discípulos deixaram Jesus sozinho a rezar? Por que o abandonaram? Por que se esconderam? Fragmentos de ensinamento. Em pedaços ouvimos apenas o que nos interessa. Isso é um traço humano.
Os versículos que separei justiçam, por si só, que Deus nos ouve, que esta atento a minha oração onde quer que eu esteja, que tudo Nele eu posso e que os milagres acontecerão, mas não queremos ouvir o ensinamento completo que exorta que preciso ter e manter a fé, mudar de atitude e comprometer-se com o próximo.
Reparem esse versículo em meio ao ensinamento: “(…) O PAI, QUE ESTÁ EM MIM, É QUEM FAZ O SEU TRABALHO”.
Jesus deixa bem claro que é o portador do sonho de Deus para nós, e que sua missão é ser canal da graça do Pai em meio aos irmãos. Em muitos momentos, não somente nesse evangelho, fica evidente que, já que é interesse de Deus, nada o impediria, ou seja, qualquer dificuldade seria (e será) transposta mediante a vontade de Jesus (ou nossa) em prosseguir. Deus oferece as ferramentas, mas o filho, de vontade própria, precisava ter a ação concreta.
Ele diz “peça e receberá”, “não tenhas medo”, “venha”, mas precisa da ação concreta de cada um em acreditar e FAZER ACONTECER. Onde eu quero chegar?
Cada vez mais vemos as pessoas FRAGMENTAS sendo cristãs apenas a frente da TV. Participam de Missas, Novenas e Encontros “ao vivo” diretamente do conforto do seu sofá, da sua cadeira… Temos locais que esse conforto desmotivou as pessoas a ir à missa, estar com os irmãos, partilhar, emprestar seu talento, dom ou carisma.
Justificam a violência das cidades, a falta de estacionamento nas igrejas, não ter ar condicionado, a demora da homilia, “aquele padre chato”, “Deus ouve minha oração em casa”, (…) para preferirem ficar em casa.
Claro que o conforto é bom e que a tecnologia também nos aproximou de Deus, em especial nas formações, na reza do terço, nos momentos de oração matinal, mas veja quantos grupos e pastorais sucumbem de ajuda, pois não queremos sair de casa na hora da novela, “justificando” que já fiz meu compromisso cristão ao assistir a missa pela manhã pela TV?
Penso que as homilias e ensinamentos dados na TV deveriam estimular ou desafiar mais as pessoas a SER COMUNIDADE. Enquanto Jesus sofria seu calvário, seus discípulos onde estavam? As coisas grandiosas que podemos fazer e que Jesus menciona estão relacionadas no contato com as pessoas, OU SEJA, bem além dos muros das nossas casas.
Os discípulos que hoje celebramos (que tomaram esse “pito” de Jesus hoje) se transformaram em grandes divulgadores da Boa Nova, fato este que os levou ao martírio. A ação concreta deles, em meio aos irmãos, trouxe o entendimento completo do ensinamento de Jesus
Por fim deixo a reflexão final proposta pela CNBB para esse evangelho:
“(…) Nós também participamos dessa comunhão NA MEDIDA EM QUE NOS TORNAMOS ÍCONES de Cristo e A PARTICIPAÇÃO NESSA COMUNHÃO É QUE NOS GARANTE A VIDA EM PLENITUDE, a vida eterna”.
Um imenso abraço fraterno



Buscar o senhor-Alexandre Soledade

02-05-2017- 
Jo 6,30-35



Bom dia!
Os milagres não eram a principal ação de Jesus. Ele fazia questão de deixar claro isso, mas o apego ao visível obscurecia a graça invisível. O povo de Cafarnaum, bem como da Judéia não havia entendido que a mensagem sobrepõe-se ao tocável, e de fato não entenderiam visto que culminou com a ida de Jesus para a cruz.
Esse apego ainda perdura até nossos dias e parece ser nosso. Parece ser algo que precisamos constantemente para reafirmar nossas convicções de fé. Poderíamos chamar isso de carência da nossa natureza humana?
“(…) Portanto, meus irmãos, nós temos uma obrigação, que é a de não vivermos de acordo com a nossa natureza humana. Porque, se vocês viverem de acordo com a natureza humana, vocês morrerão espiritualmente; mas, se pelo Espírito de Deus vocês matarem as suas ações pecaminosas, vocês viverão espiritualmente Pois aqueles que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”. (Romanos 8, 12-14)
Por vezes vi e teci comentários bem delineados sobre a falta de fé de São Tomé quando condicionou sua crença a tocar nas cicatrizes de Jesus, mas por vezes também somos assim. Partindo dessa afirmação notamos a dimensão que tem o nosso testemunho de vida e oração. Somos reflexos do criador, mas nós BUSCAMOS OS MILAGRES OU A PRESENÇA DE JESUS?
Todos conhecem ou já ouviram falar o contexto cristão da expressão “O EXEMPLO ARRASTA”. Ela se aplica bem ao evangelho de hoje. Se nos apegamos aos milagres extraordinários não conseguiremos convencer ninguém dos ordinários. Se como liderança, coordenador, ministro, catequista, (…) me apego ao visível, como convencerei as pessoas que caminhem sobre as águas?
Temos por acaso conhecimento ou conhecemos o trabalho feito pelas intercessoras da RCC? Conhecemos algo da dinâmica desse ministério de serviço? A grosso modo, elas (porque geralmente são mulheres) ficam de fora do que acontece nos grandes encontros; revezam-se na presença do Senhor, seja Ele eucarístico ou contemplativo na oração, durante horas e horas. Pouco as vemos, pouco assistem dos encontros, mas não deixam de acreditar.
Uma irmã intercessora diz com muita simplicidade (ou seria sabedoria?) que a presença de Jesus sentida já vale o encontro. Talvez seja essa a fonte da fortaleza dessas senhoras. São difíceis de serem vistas tristes. A idade talvez já se faça injusta, mas os joelhos ainda estão dispostos a tocar o chão por quem precisa (…) será que era isso que Jesus quis dizer no evangelho de hoje? “(…) Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
Alguém poderia perguntar: Mas eu conheço um monte de intercessoras que vivem reclamando disso e daquilo! Mas é claro que reclamam, elas são humanas! Sofrem com a idade, tem saudade, ficam doentes, (…) por que seriam diferentes? O que enalteço é a forma devocional e respeitosa que se apresentam ao Senhor. “A sua presença basta” ou como diriam os discípulos de Emaús: Fica conosco Senhor!
Buscar o senhor apenas por interesse é voltar a viver do maná que caía do céu. Amar o Senhor sobre todas as coisas não é por acaso que é o primeiro mandamento. Nosso Deus é um ser amoroso e compassivo e como diria Isaias “busquemos enquanto Ele se deixa encontrar”.
Santas intercessoras! Hoje uma ave Maria por vocês!
Um imenso abraço fraterno


A fome e a vontade de comer-Alexandre Soledade

01-05-2017 - Mt 13,54-58


Bom dia!
Talvez essa seja uma das grandes verdades a serem superadas por nós: Será que Deus está falando através do meu irmão, mas eu insisto em por barreiras para escutar? O quanto consigo perceber que a dificuldade de ver ou ouvir está em mim e não naquele que me aconselha? O quanto estamos abertos para ouvir um conselho?
Uma verdade é certa, ainda temos profunda dificuldade em reconhecer nossos próprios erros e talvez seja essa a dificuldade ou barreira mais colocada, porém a menos vista para se ouvir. Em contrapartida, temos uma habilidade tremenda de procurar um culpado, uma “conspiração”, uma segunda intenção na fala das pessoas.
“A fome e a vontade de comer” num mesmo momento: Não querer ouvir associado aos pré-julgamentos que fazemos daquele que nos exorta.
Além dos fatos já narrados, Jesus era oriundo de uma cidade, uma região, um povo simples…; num tempo onde o povo se acostumou (ou foi obrigado a se acostumar) a ver a verdade vir apenas dos sábios e doutores da lei que advinham de uma classe social acima, de um povo nobre, estudado, (…). Jesus rompia assim mais um paradigma sócio-cultural.
Onde estão os profetas? Por que se calaram? Calaram-se ou como antes, não são ouvidos?
Partindo desse ponto…
Chamo muita atenção daqueles que se encantam ao ver ou ouvir falar da oração em línguas. Um gesto ou dom muito comum nos grupos da renovação carismática, mas que precisaria ser olhado sob outra ótica. A oração em línguas mais que uma manifestação é TALVEZ a comprovação de muita gente naquele lugar esta sem fé e que precisa “ver para crer”. Precisamos mais de profecias do que línguas, mas pra isso precisamos ter fé.
“(…) Assim, AS LÍNGUAS SÃO SINAL, não para os fiéis, mas PARA OS INFIÉIS; enquanto as PROFECIAS SÃO UM SINAL, não para os infiéis, MAS PARA OS FIÉIS. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos? Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós“. (I Coríntios 14, 22-25)
A condição nunca foi o estudo, o posto, a idade e sim fé. Se milagres não acontecem, um dos motivos é a nossa falta de fé. Repito, onde estão os profetas?
Estão na RCC, nas legionárias, nos vicentinos, no cursilho, na PJ, em meio aos catequistas, espalhados por todas as pastorais e também fora delas (…), mas por que não falam?.
Quando disse “fora delas” é porque devidamente acredito que Deus ainda suscita profetas onde mais precisa deles e onde ainda existe um fio de esperança nas pessoas. Vejo profetas em meio a uma reivindicação social, nos que trabalham como voluntários em causas nobres e humanitárias, vejo profetas lendo essa mensagem e levantando seu clamor a Deus; vejo ainda esperança no matrimonio, nas famílias, nos jovens, pois vejo Deus colocando profetas aonde se precisa.
Historicamente, os grandes estudiosos dividiram os profetas do antigo testamento em maiores e menores em virtude de sua atuação e compromisso popular, mas o que na verdade o que os diferenciava era a missão que Deus lhes confiou. Reparemos Jesus, conhecido pelos estudiosos como o maior de todos os profetas, que nada fez de errado, foi condenado sem ao menos ser ouvido.
Assim, não engano, seremos nós em nossas casas, nossas famílias, no nosso trabalho, em nossa comunidade (…), mas como o mestre o fez, mesmo recenseados, não deixemos de falar, de ter fé, de profetizar a vida. A alguns Deus chamou para grandes obras sociais e a outros a pequenos reparos em suas (nossas) famílias.
A história um dia nos classificará como maiores ou menores, mas Deus nos oferece sempre a MAIOR missão que podemos suportar, sendo assim, a cada vitória uma nova missão na medida em que suportamos.
E quanto a não ser ouvido, demonstre com a vida, não tem como não verem. Jesus assim o fez e por até os céticos reconhecem que Ele foi realmente grande.
Um imenso abraço fraterno.



Os discípulos de Emaús-Alexandre Soledade

 30 de abril - DOMINGO - Evangelho - Lc 24,13-35


Bom dia!
Tudo indica que um dos discípulos de Emaús (Cleófas) era o pai de Judas Tadeu e Tiago, ambos apóstolos. O que impedia, segundo estudos recentes, o próprio tio de Jesus de reconhecê-lo pelo caminho? E a nós? O que nos impede ainda de ver a Jesus ressuscitado?
Tristeza, a falta de fé, a descrença, o orgulho, a vaidade, o desamor, a perca da esperança, a decepção, a ansiedade, a urgência, (…) nos cobrem os olhos a graça da presença de Jesus em nosso meio. “(…) Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus chegou perto e começou a caminhar com eles, MAS ALGUMA COISA NÃO DEIXOU QUE ELES O RECONHECESSEM”. Em virtude disso, e de outros fatores, deixamos de ver Deus a nos cercar e também de vê-lo no irmão ao nosso lado.
Algo brotou nessa reflexão: O quanto sou igreja? Consigo ver no irmão de outra pastoral ou movimento a face de Jesus? Consigo ver no irmão que perambula pela rua a imagem do seu Senhor? Sou igreja ou uma identidade? Parecem perguntas desconexas, mas tem muito haver com a reflexão.
Alguns movimentos e pastorais sucumbem ou sofrem por falta de humildade ou de apoio. Muitos, como os discípulos de Emaus, andam com o Senhor, mas não o reconhecem, pois esquecem que são igreja quando se apegam a uma identidade pastoral para justificar suas faltas com a igreja como um todo. “Batem no peito” o nome do seu grupo ou movimento, esquecendo o principal: VER JESUS, A PRÓPRIA CABEÇA DA IGREJA.
Essa cegueira (ou seria miopia) que fez sucumbir a teologia da libertação, que apesar de ser muito preciosa e bem fundamentada, agarrou-se ao partidarismo político abandonando a oração e consequentemente a Jesus. Essa cegueira, como dos discípulos de Emaús, tem sinais bem clássicos:
Marcam reuniões nos horários de missas e celebrações, não participam e tão pouco ajudam nas festas comunitárias; não acatam ou aceitam regras de horários; nas missas esquecem da liturgia, não ajudam na campanha da fraternidade, no natal, no advento; não fazem ações sociais; mas no quesito “CRÍTICA”, são imbatíveis! (risos).
Quando limito propositalmente meu olhar esqueço paulatinamente os propósitos de Cristo. Quando vejo que precisam do meu serviço, da minha ajuda, da minha atenção, mas limito a ajudar os meus, grandemente me equivoco.
Veja na primeira leitura. Se Pedro fingisse não ver o problema do coxo, não teria compreendido o quanto Deus habitava em seu coração
“(…) Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: ‘Olha para nós!’ 5O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse:’Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,levanta-te e anda!’”. (Atos 3, 3-6)
Esse evangelho nos apresenta um alerta: MESMO CAMINHANDO COM JESUS, SENDO SEU PRÓXIMO, ESTUDANDO SUA PALAVRA, SEM A DIVINA SENSIBILIDADE E A DOCILIDADE EM OUVIR, NÃO CONSEGUIREMOS RECONHECÊ-LO.
Preciso rever minhas falas e meus conceitos sobre ser igreja. Será que ficar só numa sala rezando é ser igreja? Será que fazer uma ação social sem rezar é ser igreja? Em ambos os casos, é e não é! Frei Faustino Paludo (referencia em liturgia da CNBB) certa vez disse que receber a eucaristia sem meditar a consequência do nosso pecado “como” e “na” comunidade torna nossa comunhão incompleta. “Sou santo”, mas não me misturo; vou à igreja todos os dias, mas não mudo minha forma de lidar com as pessoas… É preciso rever isso!
Ainda estamos vivendo a páscoa, a espera de Pentecostes, mas não podemos esquecer nossos dons, o que aprendemos, por medo ou preciosismo.
Sim, parece utopia, mas busquemos completar o gesto eucarístico de cada dia com ações, a começar enxergando o que minha comunidade igreja precisa.
Para terminar deixo a reflexão proposta pela CNBB
“(…) Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente, as pessoas estão caminhando em comunidade. NINGUÉM CAMINHA VERDADEIRAMENTE QUANDO ESTÁ SOZINHO. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada das pessoas, caminha com elas. DURANTE A CAMINHADA, FAZ SEUS CORAÇÕES ARDEREM, PORQUE DESPERTA NELES O AMOR, PERMANECE COM ELES, FORMANDO UMA NOVA COMUNIDADE, E SE DÁ VERDADEIRAMENTE A CONHECER QUANDO AS PESSOAS DÃO RESPOSTAS CONCRETAS AOS APELOS DO AMOR, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da ressurreição”. (CNBB)
Um imenso abraço fraterno.