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domingo, 2 de junho de 2013

NÃO CONDUZIR A VIDA PARA O BEM É NÃO DAR A DEUS O QUE É DE DEUS! - Olívia Coutinho


 
Dia 04 de Junho de 2013
 
Evangelho- Mc 12,13-17
Estamos no mês de Junho, mês dedicado ao Sagrado Coração de Jesus!
É um tempo propício para refletimos sobre o compromisso que assumimos com Jesus, a partir do nosso batismo e sobre  a intensidade do seu amor por nós, um amor imenso que o fez passar por tanto sofrimento para nos recolocar  no coração  do Pai.
No evangelho de hoje podemos perceber claramente que os  piores inimigos que nos distanciam do coração  de Jesus, é a ganância, o desejo do ter, do poder e do prazer.
 Foi o que aconteceu com as lideranças políticas e religiosas, que não quiseram reconhecer a divindade de Jesus, por estarem  fechadas  em seus próprios interesses.
A adesão do povo, à  proposta inovadora de Jesus, ia crescendo  dia pós dia, o que aumentava ainda mais a ira daqueles que detinham o  poder. Porém Jesus, não se intimidava diante dos seus opositores, Ele falava abertamente de suas propostas e o povo  tinha  Nele, a única esperança de libertação.
Fariseus e herodianos, eram grupos rivais, eram as lideranças locais nos povoados da Galileia, ao se sentirem ameaçados com a presença de Jesus, esses  dois grupos abriram mão de suas diferenças, para se unirem no mesmo propósito: eliminar Jesus, que significava uma grande ameaça para eles.
Para evitar um confronto direto com o povo, o qual era submisso,  as autoridades  preferiram incitar o próprio povo  contra Jesus, armando uma cilada para Ele.
 “As autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. Quando chegaram, disseram a Jesus: 'Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e não dás preferência a ninguém. Com efeito, tu não olhas para as aparências do homem, mas ensinas, com verdade, o caminho de Deus. Dize-nos: É lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?”
Esta pergunta maliciosa, sob a aparência de fidelidade a Deus, era na verdade uma intenção de acusar Jesus. Se Ele dissesse: “deve pagar”,  Ele poderia ser acusado junto ao povo, como amigo dos romanos. Se Jesus dissesse: “Não deve pagar”, poderia ser acusado junto às autoridades romanas como subversivo. Portantoo plano parecia perfeito, para eles, Jesus não tinha saída.
Porém Jesus, na sua sabedoria Divina, não perde tempo com discussões, limitando-se apenas em dizer: “Trazei-me uma moeda para que eu a veja. “Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou:
“De quem é a figura e a inscrição que está nessa moeda? “Eles responderam: “É de César’. “Então Jesus disse”: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”
Jesus disse isto, porque  sabia que  eles  já reconheciam a autoridade de César, ou seja, já estavam dando a Cesar o que era de Cesar.  O que  faltava, era que eles devolvessem   a Deus o que era de Deus, isto é: o povo, que era oprimido por eles.  Com isto, o plano arquitetado pelos opositores de Jesus  mais uma vez cai por terra, mostrando-nos que as forças do mal nunca sobrepõem o bem.
  Muitas vezes condenamos as atitudes dessas autoridades que tramaram contra Jesus, mas será que nós também não estamos tramando contra Ele, quando planejamos algo contra o nosso irmão?
Será que estamos acolhendo bem, um novo integrante que chega com idéias novas na nossa comunidade? Ou  ficamos com medo que ele tome o nosso lugar?
O que estamos dando a Deus?
Estamos devolvendo a Ele os frutos produzidos através dos dons que Ele nos deu?
 A vida é a maior expressão do amor de Deus,  não conduzi-la para o bem é não dar a Deus o que é de Deus!
Partilhar a vida, praticar a justiça, o perdão  é viver a lei do amor, é dar a Deus o que é de Deus!
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia

Estimado Leitor (a): Agradeço do fundo do meu coração, a todos que dispõe do seu precioso tempo na leitura destas minhas reflexões, em especial aos que deixam seus comentários, os quais  me incentivam a continuar nesta caminhada de evangelização.
QUE DEUS CONTINUE ABENÇOANDO A TODOS: Olívia Coutinho 
 

O SENHOR DA VIDA - Diac. José da Cruz


X DOMINGO DO TEMPO COMUM 09/06/2013
1ª Leitura 1Reis 17, 17-24
Salmo29(30) “Eu vos exaltarei, Senhor, porque me livrastes”
2ª Leitura Gálatas 1, 11-19
Evangelho Lucas 7, 11-17

O SENHOR DA VIDA”

Jesus não ressuscitou muita gente naquele tempo, os evangelhos mencionam apenas três: Lázaro de Betânia, irmão de Marta e Maria, a filhinha de Jairo, Chefe da Sinagoga, e o filho da viúva de Naim, que Lucas narra no evangelho desse domingo.
Conclui-se, portanto, que não era propósito de Jesus libertar e salvar os homens da morte biológica, pois se fosse assim, sua missão teria sido um fracasso já que ressuscitou apenas esses três e nem José, seu pai adotivo, ele teria conseguido livrar da morte. Há ainda outra questão importante a ser considerada: que vantagem teria se ressuscitar fosse apenas retornar a esta vida, com todas as suas limitações e aprendizado, suas angústias e tribulações? Por acaso não iríamos morrer novamente, como o próprio Lázaro, a filha de Jairo e o moço que Jesus ressuscita nesse evangelho? Não, não valeria a pena, com toda certeza!
Essa vida nova que Cristo nos dá, através de sua paixão, morte e ressurreição, é infinitamente melhor e superior a esta existência terrena, a ponto do apóstolo Paulo afirmar em uma de suas cartas “os sofrimentos do tempo presente nem se comparam àquilo que Deus irá nos revelar”, ou ainda “o que vemos hoje é como se fosse em um espelho, mas depois nos veremos como de fato o somos”.
A chave que decifra esse mistério da Vida e da morte está precisamente em Cristo, nele o Pai não só se revela, mas revela também quem é o homem. A graça de Deus que em Cristo recebemos nos faz criaturas novas onde o mistério é iluminado pela luz da Fé.
Essa grande e feliz Verdade chegou até nós por causa do evangelho, anunciado pelo próprio Cristo – filho de Deus feito homem, que ao trazer-nos a Boa Nova permitiu-nos conhecer a Deus, descobrindo o sentido da nossa vida na Vida de Cristo, onde todos os limites humanos foram superados, ao dar-nos acesso a Deus, rompendo para sempre a barreira do pecado.
Sem este anúncio e esta graça, a nossa esperança por uma Vida Nova, seria vã, não passaria de uma grande utopia, uma fantasia e ilusão que um belo dia chegaria ao seu final, mas o homem que vive pela fé, a comunhão com Cristo, sabe em seu coração que não caminha para o fracasso da morte e esta esperança viva é que dá a esta vida terrena um sentido novo.
Portanto, nossa Vida está em Cristo porque nele nos movemos e somos, sem ele, nossa caminhada terrena não passa de um cortejo fúnebre, onde somos como um morto vivo, caminhando para a ruína da morte biológica, para ser devorado pela terra.
A vida do homem que tomou a decisão de viver sem Deus, ignorando esta Salvação e Libertação oferecida por Jesus, é muito triste, porque ele se ilude com toda pompa que esta vida oferece, satisfazendo seus desejos egoístas, colocando toda sua esperança nas coisas que passam, e no final, descobre que foi enganado, quando percebe que caminha para a morte. Mas nunca é tarde para reverter esse quadro doloroso, pois, para quem caminha assim, como se fosse um corpo sem vida, irradiando tristeza e dor aos que o acompanham, o evangelho desse domingo anuncia algo maravilhoso: no sentido contrário, vem chegando Cristo Jesus, Senhor da Vida, aquele que movido de compaixão, como na entrada da cidade de Naim, irá dizer a viúva e aos que a seguiam no enterro de seu filho: não chores!
Hoje há tantas mães caminhando tristes, levando seus filhos para a sepultura, há tanta gente caminhando cabisbaixa, sem uma perspectiva de vida e sem esperança no coração. Não chores mais – diz o Senhor, que ao tocar no esquife, que são as misérias do homem, dirá com firmeza “Moço, eu te ordeno, levanta-te!”.
E diante de sua palavra libertadora e restauradora, o homem renasce e se torna uma nova criatura, só Cristo é a nossa vida, só ele tem a palavra de ordem, capaz de nos levantar de todos os nossos pecados que querem nos arrastar inexoravelmente para a morte. Longe de Deus e da sua Salvação oferecida por Jesus, iremos fatalmente morrer, mas com ele teremos a Vida Eterna, que extrapola os nossos limites e nos reconduz ao paraíso da plenitude, resgatando a nossa imagem e semelhança com que fomos criados por Deus.
É missão nossa como Igreja anunciar a toda criatura esta vida que vem de Jesus, mas isso só será possível se como ele, tivermos no coração essa compaixão, que nos leve a sofrer e chorar com quem sofre e chora, onde um sorriso, um abraço, uma palavra de consolo ou um gesto de caridade, sempre feito em nome de Jesus, terá a mesma força de sua palavra libertadora, capaz de levantar quem se julga morto. O cristão, como qualquer ser humano, também pranteia seus mortos, mas a diferença está naquilo que ele espera: a plenitude da Vida, reservada aos que crêem que esta vida é uma peregrinação para a casa do Pai, predestinados que fomos desde toda a eternidade.


...muitos ricos depositavam grandes quantias - Diac. José da Cruz



SÁBADO DA IX SEMANA DO TC  08/06/2013
1ª Leitura Tobias 12, 1-5
Salmo 1Samuel 2,1ª Exulta o meu coração no Senhor, nele se eleva a minha alma”
Evangelho Marcos 12, 38-44

Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção: vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito de "rasgação" de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.

De repente, no meio de tantos talentos grandiosos de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembléia. Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.

Certamente os que ofertavam grandes quantias eram os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que se tomassem decisões sem consultá-los previamente.

Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade? Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos acostumados a pensar que pessoas simplesinhas dessa maneira, só atrapalham porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o que pensam...

Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em que fez os agradecimentos, mandou levantar –se uma mulher humilde que estava ali na assembléia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso reparto com ela esse título que vocês me concedem”.

E nesse momento a mesa das autoridades e toda a assembléia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que sentiu-se valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser para trabalhar na cozinha...


Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de si naquilo que fazem...

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - Diac. José da Cruz



SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS 07/06/2013
1ª Leitura Ezequiel 34, 11-16
Salmo 22 (23), 1 “O Senhor é meu Pastor, nada me faltará”
2ª Leitura Romanos 5, 5b -11
Evangelho Lucas 15, 3-7
UMA CONVERSA COM A OVELHA DESGARRADA

___Escute ovelhinha, o que você sentiu quando percebeu que não fazia mais parte do rebanho e que estava completamente perdida, em outro rumo e direção totalmente contrárias?
___Tristeza, mágoa e desespero....vaguei dias na escuridão, por entre caminhos tenebrosos e espinheiros que me feriam.
___E por que você se desgarrou do rebanho, porque quis ou porque as demais ovelhas a olhavam com desdém?
___Digamos que começou a me sentir uma estranha no ninho, as outras ovelhas sempre bem comportadinhas, carinhas de santinhas, obedeciam o pastor, só faziam o que ele mandava sem se desviar nem para a direita e nem para a esquerda....
___Ah entendi, ovelhas piedosas, perfeitas, obedientes, e de conduta irrepreensível...
___Isso mesmo, eu ao contrário nunca fui perfeita, de vez em quando andava pelas quebradas e atalhos, ouvia a voz do pastor lá longe e achava bom ficar sozinha, fazer o que me dava na cabeça, sem qualquer compromisso com o rebanho e o pastor...Afinal, quem é que não quer ser livre? Os homens aí do seu tempo são todos assim, preferem o isolamento de uma vida egoísta do que comprometer-se em andar com o rebanho, ao comando do Pastor Eterno.
___Bom, mas e daí Dona Ovelha, conte-nos o que aconteceu...
___Pois é, um dia tentei alcançar o rebanho e entrei em um caminho errado, vaguei ao léu, sem rumo e direção, comecei a compreender que minha visa só tinha sentido junto ao rebanho, aos cuidados do Pastor...mas daí era tarde, veio tempestade, noites escuras e tenebrosas, passei frio e medo e até desejei que viesse um Lobo e me devorasse, dando um fim á minha desgraçada existência....Foi então que.....
___Você foi salva......
___Ah que momento sublime, quando senti umas mãos me tocando com ternura, quando olhei, quase morri de vergonha, era o nosso Pastor, achei que ele iria me estrangular pela minha rebeldia, infidelidade e desobediência, mas ao contrário, com palavras doces chamando-me de "minha pequenina pobrezinha, não se assuste, pare de tremer, eu estava a sua procura há dias e dias..."
E quando perguntei-lhe se o rebanho tinha se acabado ele sorriu, apanhou-me com carinho, pois uma de minhas patas estava ferida e não conseguia caminhar, colocou-me sobre seus ombros, e disse-me
__As outras estão á sua espera, sem você o rebanho está incompleto, vamos para casa que até uma festa vou fazer porque te encontrei com vida minha querida ovelhinha..E bem acomodada nos ombros do pastor, fiquei pensando que eu não merecia nada daquilo, foi daí que compreendi que o amor desse pastor pelo rebanho era gratuito e incondicional, juntei-me aos meus irmãos e irmãs do rebanho e somos todos muito felizes, em saber que ele nos ama tanto.....


Procuravam um motivo para denunciá-lo - Diac. José da Cruz


QUINTA FEIRA DA IX SEMANA DO TC 6/06/2013
1ª Leitura Tobias 6, 10-11ª
Salmo 127 (128),1ª  “Felizes os que temem o Senhor”
Evangelho Marcos 12,  28b – 34

Muitas vezes nos evangelhos, algumas pessoas importantes que se aproximam de Jesus para o interrogá-lo, entre elas Escribas e Doutores da Lei, já o rejeitaram e só estão a procura de um argumento para denunciá-lo ao Conselho visando a sua condenação e morte.
Mas no evangelho de hoje esse Escriba procurou Jesus com sinceridade para lhe perguntar qual era o Mandamento mais importante de toda a Lei de Moisés.

Jesus mostra com absoluta clareza aquilo que está no centro da Lei “O amor sem medidas para com Deus, em primeiro lugar, e o amor ao próximo” que é tão importante quanto o primeiro, e que , no dizer de Jesus, não há nenhum outro que supere esses dois.
É fácil percebermos quando a pessoa que se aproxima de Jesus para conhecê-lo e experimentá-lo, está a procura de algo novo. Basta ver o entusiasmo na concordância com a Palavra “Perfeitamente Mestre, dissestes bem...”. E o Escriba repetiu exatamente, palavra por palavra, o ensinamento que Jesus acabara de fazer, respondendo a sua pergunta e ainda fez uma bela interpretação “Esse amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios”. O Escriba captou que algo bem maior e mais profundo do que as Verdades do Judaísmo estava ali diante dele, trazido por Jesus, o grande Mestre.

Vivemos em uma sociedade que até conhece e crê em Jesus, mas que dificilmente concorda com a sua Palavra e o seu ensinamento, centralizado na preservação da Vida e da Dignidade humana, em um Reino pautado pela Justiça e Igualdade. Basta ver o que a nefasta cultura da pós Modernidade apregoa sobre aborto, divórcio, eutanásia e outros pontos que contrariam totalmente esse Amor a Deus e ao próximo.
Jesus ao final da conversa encheu o coração daquele Escriba de alegria e esperança quando lhe disse “Na verdade não estás longe do Reino de Deus”. Certamente não dirá o mesmo do Homem ateu da pós-modernidade, perdido na sua arrogância, prepotência e Egocentrismo, sempre pensando que o Homem é o Centro do Mundo. Quanta ilusão...


Como será na Vida Eterna? - Diac. José da Cruz


 
QUARTA FEIRA DA IX SEMANA DO TC 05/06/2013
1ª Leitura Tobias 3,1-11ª.16.
Salmo 24(25),1 “Para vós, Senhor, elevo a minha alma”
Evangelho Marcos 12, 18-27


Tenho um amigo que o pai morreu de Alzheimer e cuja preocupação é que no dia em que ele também morrer e for encontrar-se com o pai na Vida Eterna, este não o reconheça. Outro colega de serviço quis saber, em certa ocasião em que falávamos sobre o assunto, se ele na Vida Eterna irá se reencontrar com o cachorrinho de estimação que perdeu vítima de uma doença.
Um outro disse em tom de brincadeira que não quer se encontrar com a sua sogra na Eternidade, e se registrarmos todas as conversas e opiniões sobre o assunto, facilmente percebemos que a maioria confunde ressurreição com ressuscitação, que são coisas bem distintas. Queremos todos chegar na Vida Eterna e dar continuidade a tudo que somos e fizemos nesta vida, com as mesmas emoções e sentimentos, com o mesmo modo de se relacionar com as pessoas.
 Os Saduceus, um grupo que não acreditava na ressurreição, resolveu contar uma piadinha para Jesus, sim, uma historinha dessa só pode ser uma piada, é o caso de uma super mulher, que teve sete maridos e todos “bateram a cacholeta”, e por fim um belo dia a viúva por sete vezes também morreu, essa realmente descansou....Só que na cabeça dos Saduceus espirituosos, a história continuou, agora a coitada chega no Céu e dá de cara com os sete que a esperavam, e no final veio a perguntinha descabida : “De quem ela terá que ser esposa?” Pronto ! Está feito a “misturança”, uma realidade terrestre com uma realidade ultra-terrestre, alguém aí já imaginou se fosse assim, levar conosco para a Vida Eterna os problemas mal resolvidos ou a resolver aqui nesta terra, para dar continuidade a historia? Podem ter a certeza de que não valeria a pena ressuscitar. Um pouco pior é o pensamento reencarnacionista onde a gente sobe e desce, vai e volta , até terminar o processo de purificação total,  pagando todas as nossas faltas. Ressurreição não é nada disso! Como é que podemos afirmar isso? Na ressurreição de Jesus e nas suas aparições na comunidade. É um processo de continuidade, Jesus é o mesmo, nós seremos os mesmos, a pessoa que construímos com nossas ações boas ou más, porém, de um outro jeito, Jesus Ressuscitado é o Jesus crucificado, mas de um outro jeito, o mesmo irá acontecer com todos nós, seremos os mesmos, mas de um outro jeito.
Por não termos a união hipostática das duas naturezas como Jesus, só seremos revelados o que de fato somos, após a consumação dos séculos, quando a história chegar ao seu final e o Reino atingir a sua plenitude, sempre lembrando que a nossa Vida se dá no tempo e espaço, enquanto que Deus é Eterno, não tem passado nem futuro, e portanto a nossa morte biológica nos permite mergulharmos no infinito de Deus. Não estaremos mais sujeitos ao tempo ou ao espaço, não teremos mais nenhuma necessidade de qualquer ordem, seja ela corporal, afetiva ou espiritual, por isso as relações de afetividade não terão mais razão de ser. Em Deus estaremos completos e perfeitos. O Amor que nos ama nos transformará, e nós também seremos Amor, e viveremos eternamente nesse Amor. 


- Diac. José da Cruz

Pagar imposto não têm nada a ver com religião! - Diac. José da Cruz


TERÇA FEIRA DA IX SEMANA DO TC 4/06/2013
1ª Leitura Tobias 2, 9-14
Salmo 111(112),7c “Seu coração está firme e confiante no Senhor”
Evangelho Marcos 12, 13-17
Nem tínhamos acabado de ler esse evangelho, e a minha equipe de debatedores da comunidade já estava debatendo .
___Pagar imposto não têm nada a ver com religião! -  exclamou o Miltão, que não gosta de falar em política na igreja. Afonso, uma pessoa nova na comunidade replicou:
___Olha Sêo Milton, tem sim! Um bom cristão cumpre bem os seus deveres de cidadão.
___Em nosso país a Lei tributária é uma roubalheira, por mim não pagaria imposto nenhum.....-   comentou Jorge, que é sempre contra qualquer governo.
__Calma meus irmãos...vamos ver o que há por trás desse texto. --- disse, chamando a atenção do grupo.
___Bom, prá mim está bem claro, esses caras , que eram “Pelegos” do partido dos Fariseus, e do poderoso Herodes, foram buscar lã e saíram tosquiados. Jesus acabou com eles! -  disse Jorge, que via em Jesus um Líder inigualável, que poderia encabeçar uma revolução contra os Romanos e até contra o poder religioso da época.
___Gente, espere um pouco...A pergunta era uma armadilha para tentar pegar Jesus, para qualquer um dos lados que ele pendesse, Cesar ou Deus, seria condenado por seus opositores. --- disse Vera, catequista que chegou atrasada no debate, mas que mandou bem, em sua primeira intervenção.
___Bom, se é assim, uma contenda entre eles e Jesus, o que esse evangelho tem a ver com a nossa realidade? Por que Lucas o escreveu? -   indaguei do grupo todo.
___A imagem de Cesar cunhada na moeda, mostrava que o cara era poderoso e todas as pessoas deviam se submeter a ele, parece até que o imperador era um deus, se não me engano.--- comentou Miltão.
Jesus não entra nessa questão, apenas aproveita a imagem da moeda para lembrar que o Reino de Deus supera e de longe, qualquer estrutura político-econômica desse mundo, e que no homem há também uma imagem, não de um imperador que quer ser deus, mas de um Deus que se fez homem. Dar a Deus o que é de Deus, significa ter esse reconhecimento, manifestando gratidão ao Deus da Vida, que nada nos impõe, mas propõe, um jeito novo de se viver a Vida, colocando o Reino que Jesus inaugurou, com um valor absoluto, e sabendo que as estruturas imperiais são transitórias e relativas. De fato, podemos perguntar “Onde está o poderoso Cesar e o Império Romano que fazia tremer os povos vizinhos?”.





Amar sem ser amado - Diac. José da Cruz

SEGUNDA FEIRA DO TEMPO COMUM 03/06/2013
1ª Leitura Tobias 1,3;2,1-8
Salmo 111(112),1 a “Feliz o homem que teme o Senhor”
Evangelho Marcos 12, 1-2

Na história dos grandes romances, o pior que pode acontecer é quando um grande e sincero amor não é correspondido, ou o Amado é traído pela amada. Em nossos tempos a história real ou fictícia, dessa dor de amar sem ser amado,  acaba virando moda de viola no cancioneiro sertanejo, ou nos compositores românticos remanescentes dos  tempos em que se ouvia boas músicas...

Há nos profetas algo ligado a esse tema "Meu amigo tinha uma vinha....", onde alguém, muito chegado do amado traído, ou não correspondido, como um compositor de música sertaneja, faz uma canção - poesia, para contar da decepção de um amigo que amou alguém e deu tudo de si, mas que não foi correspondido.
No evangelho de hoje Jesus, o Filho de Deus ( o Amado não correspondido) conta essa história da Vinha e pergunta aos seus interlocutores, que fazem parte dos que rejeitam esse Amor de Deus, que atitude deverá tomar esse Homem que fez o possível e o impossível para que a sua "Vinha"  frutificasse, e que de maneira surpreendente, além de não dar os frutos desejados, ainda trataram com violência os servos que ele enviou, para lhe trazer os frutos que eram seus, por direito.

Volto aos anos 70 quando não tínhamos e-mails, Orkut, MSN e outros canais de comunicação imediata, quando gostávamos prá valer de uma menina, e ela não acreditava na sinceridade do afeto, costumávamos mandar recados através dos amigos mais chegados, até que um belo dia tínhamos que ir pessoalmente se declarar...
O Filho do Dono da Vinha não veio para se vingar dos que rejeitaram os servos e bateram  neles,mas com certeza Deus pensou "Chega de recados, eu mesmo vou lá declarar o meu amor por eles"....Mas deu no que deu....Pegaram o Filho do Homem e planejaram matá-lo para ficar com a Vinha. O que isso significa? Exatamente a criação de um amor que é caricatura do Amor Único e Verdadeiro, os homens se apossaram de algo que não lhes pertencia e o tomaram para si, criando um amor falsificado e sem nenhum valor, não quiseram saber de uma relação autêntica e sincera com Aquele que é o Amor, mas preferiram os amantes.....Entretanto, Deus não desistiu do seu projeto e levou o seu Amor até as últimas consequências e este venceu e superou o amor medíocre que os maus empregados tinham transformado o que pertencia a Deus.

Em toda essa trama que envolve a mais bela, verdadeira e sublime História de Amor, diante dessa parábola, é forçoso que nos perguntemos: o amor que vivemos na comunidade, em nossas relações com as pessoas, vem de onde? Daquele que é o Amor, ou dos empregados corruptos, ladrões e assassinos. Falamos e testemunhamos o Amor Verdade, ou vivemos no amor da mediocridade e da mentira....?