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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

“SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI MESMO TOME A SUA CRUZ DE CADA DIA E SIGA-ME"... Olivia Coutinho


Dia 27 de Fevereiro de 2020

Evangelho de Lc9,22-25

Estamos no início da Quaresma, um tempo forte na vida da Igreja e de cada um de nós que deseja reviver os últimos passos de Jesus aqui na terra, indo ao encontro daqueles que atualizam a via sacra de Jesus com o seu sofrimento.   
São muitos, os que assim como Jesus, continuam sendo crucificados pelas as injustiças de uma sociedade materialista que não os enxerga como gente. 
No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus revela aos discípulos o desfecho de sua trajetória terrena: “O Filho do homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciões, pelos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia. ”
Os discípulos tiveram muita dificuldade em entender esta revelação de Jesus, eles ainda não haviam entendido o seu messianismo, continuavam presos a mentalidade do mundo. Na mente deles, Jesus não poderia aceitar um desfecho tão trágico para a sua vida, tudo que lhes fora revelado por Jesus, soou para eles como um fracasso.
“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” Essas palavras de Jesus, deixaram os discípulos desapontados e porque não dizer: decepcionados, afinal, eles haviam apostado o futuro deles numa vida segura com Jesus.
Para os discípulos, tudo o que Jesus lhes dissera, fora de difícil compreensão para eles, enquanto que  para nós, que vivemos os frutos da sua ressurreição, não deve ser difícil de compreender, afinal, nós sabemos, que a cruz, a partir da ressurreição de Jesus, deixou de ser um sinal de morte para ser um sinal de vida!
Seguir Jesus é opção, renunciar a nós  mesmo, é condição para segui-lo!
Renunciar a nós mesmos, é o mesmo que colocar a vontade de Deus acima da nossa...
É certo que a cruz, vai estar presente  na vida de quem faz opção por Jesus, já que serão muitos, os inimigos do projeto de Deus a querer  tirá-lo do caminho.
Os discípulos demoraram, para aceitar o desafio da cruz, eles só foram compreender seu verdadeiro sentido, depois da ressurreição de Jesus! Foi a partir da  ressurreição de Jesus, que eles abraçaram a cruz, fazendo o mesmo caminho que Ele fez, dando a vida pela causa do Reino!
O conceito de ganhar e perder para Jesus, não é o mesmo que o mundo prega, o  que o mundo entende como ganhar a vida, para Jesus é perde-la!
Não hesitemos em seguir Jesus, afinal, Ele nunca nos pediu algo impossível,  tudo o que Jesus nos pede para fazer, Ele já o fez primeiro.

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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Segue-me-Dehonianos




29 Fevereiro 2020
Lectio
Primeira leitura: Isaías 58, 9b-14
Eis o que diz o Senhor: 9Se retirares da tua vida toda a opressão, o gesto ameaçador e o falar ofensivo, 10se repartires o teu pão com o faminto e matares a fome ao pobre, a tua luz brilhará na tua escuridão, e as tuas trevas tomar-se-ão como o meio dia.110 Senhor te guiará constantemente, saciará a tua alma no árido deserto, dará vigor aos teus ossos. Serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas inesgotáveis 12Reconstruirás ruínas antigas, levantarás sobre antigas fundações. Serás chamado: «Reparador de brechas, restaurador de casas em ruínas.»13Se te abstiveres de trabalhar ao sábado, de te ocupares dos teus negócios no meu dia santo, se chamares ao sábado a tua delícia, consagrando-o à glória do Senhor; se o solenizares, abstendo-te de viagens, de procurares os teus interesses, e de tratares os teus negócios 14então, encontrarás a tua felicidade no Senhor. Far-te­ei desfilar sobre as alturas da terra, alimentar-te-ei com a herança do teu pai Jacob. É o próprio Senhor quem o diz!
Depois da forte denúncia dos pecados do povo (Is 58, 1), a pedido de Deus, o profeta passa à exortação. Exorta àquilo que hoje se poderia chamar a caridade fraterna (vv. 9- 10a), motivada pela promessa da comunhão com Deus e da restauração do país (vv. 10b-12). Vem, depois, a exortação ao respeito pelo sábado, agora visto a partir dos direitos de Deus (v. 13) e a consequente promessa de felicidade no Senhor (v. 14). Por outras palavras: primeiro Deus pede que seja afastado tudo o que divide o povo em si mesmo (opressão, falsas acusações em tribunal, difamação). Em consequência, Deus promete a comunhão Consigo e a prosperidade. A reconstrução da justiça social é condição para que também sejam restauradas as antigas ruínas. Depois, vem a exigência de abandonar o eficientismo e retomar o sentido do repouso sabático, com a consequente promessa de saborear a alegria do Senhor e dos seus bens.
Evangelho: Lucas 5, 27-32
27*Naquele tempo, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no posto de cobrança. Disse-lhe: «Segue-me.» 28*E ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu-o. 29Levi ofereceu-lhe, em sua casa, um grande banquete; e encontravam-se com eles, à mesa, grande número de cobradores de impostos e de outras pessoas. 30*Os fariseus e os doutores da Lei murmuravam, dizendo aos discípulos: «Por que comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?» 31*Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes. 32Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores.»
A conversão de Levi concretiza a afirmação de Jesus: «Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecedores.» (v. 32) e sintetiza toda a anterior acção de Jesus: a chamada dos primeiros discípulos, homens simples e rudes; a cura do leproso, sem medo da impureza legal. O perdão dos pecados e a cura do paralítico. Agora, Jesus convida ao seguimento um homem duplamente desprezível porque é um explorador profissional e um colaboracionista do ocupante romano.
Jesus revela a liberdade total das suas escolhas. Trata-se de uma liberdade que liberta, porque nasce do amor. Levi, «deixando tudo», pesos, amarras, «levantou-se» (anastás = o mesmo verbo que é usado para indicar a ressurreição de Jesus) e seguiu-o». A libertação e a vida nova estão orientadas para o seguimento de Jesus, para o discipulado.
Levi, libertado e tornado discípulo, quer fazer da sua experiência um acontecimento de graça para outros. Por isso, organiza um banquete em sua casa (v. 29).
Meditatio
«Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os que estão doentes. Não foram os justos que Eu vim chamar ao arrependimento, mas os pecadores» (vv. 32-33).
Jesus veio ao mundo para chamar o homem pecador à conversão e à comunhão com Deus. Mas, para experimentarmos a Misericórdia, devemos reconhecer-nos doentes e pecadores. Mas, por vezes, não é fácil colocar-nos entre os pecadores, porque, temos consciência de, por graça de Deus, não ter cometido faltas graves. Mas esta resistência em nos considerarmos pecadores, já é sinal de orgulho e de egoísmo.
Cada um de nós há-de reconhecer-se nos doentes a quem Jesus cura e em Levi a quem Jesus perdoa. Só então poderemos experimentar a felicidade da Misericórdia que cura e perdoa.
Há que sentir-nos pecadores, solidários com os outros pecadores e dispostos a carregar os seus pesos, tal como Jesus se fez solidário connosco e se dispôs a carregar sobre Si o nosso pecado.
Pela boca de Isaías, Deus exorta-nos à solidariedade e à partilha com os irmãos. Jesus é, para nós, o exemplo perfeito dessa solidariedade e dessa partilha. Ele partilhou a nossa vida e a nossa condição. Assumiu as nossas limitações e o nosso pecado. Passou fazendo o bem a todos e acolhendo a todos. Reconhecendo a misericórdia que usou para connosco, só a Ele havemos de procurar, solidarizando­nos com Ele na obra da redenção do mundo.
O Evangelho é realmente Boa Nova para todos quantos nos sentimos carecidos da misericórdia de Deus que nos cura e nos perdoa. É também Boa Nova para toda e qualquer pessoa humana, cuja dignidade defende de modo intransigente, especialmente quando se trata de gente espezinhada pelos outros, os pobres, os marginalizados (os leprosos), as pessoas desprezadas (os pecadores, publicanos, prostitutas). "O sábado foi feito para o homem - diz Jesus - e não o homem para o sábado" (Mc 2, 27). Para realçar a dignidade da pessoa humana, Jesus realiza muitos milagres ao sábado (cf. Mc 3, 1-6; Lc 14, 1-6; Jo 5, 1-14). Para Jesus, fazer bem ao homem é o melhor modo de santificar o sábado. &quot
;Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores" (Mc 2, 17). "Em verdade vos digo: os publicanos e as meretrizes preceder­vos-ão no reino de Deus" (Mt 21,31).
Oratio
Senhor, Tu podias separar-Te dos pecadores, porque não precisavas de penitência, nem de experimentar o sofrimento. Mas quiseste misturar-te com os pecadores e com os doentes para sobre todos derramares a tua misericórdia que salva e cura. Como Tu, quero colocar-me entre os pecadores, para sofrer e reparar pelos meus pecados, para sofrer e reparar pelos deles. Quero sentar-me à mesa dos pecadores para os ajudar a converter-se. Quero sentar-me à cabeceira dos doentes para os confortar. Quero estar junto de uns e de outros para ser sinal do teu amor e da tua misericórdia.
Perdoa-me se, tantas vezes, fechei as mãos e o coração à indigência material e espiritual de quem me rodeia, por me julgar melhor que os outros. Quero abandonar as minhas falsas seguranças, e seguir-Te no caminho novo que abriste aos indigentes e pecadores, para, com eles, participar na festa da tua Misericórdia. Amen.
Contemplatio
Mateus/Levi era publicano ou colector de impostos. Os homens desta profissão eram muito desprezados entre os Judeus, abusavam muito das suas funções para oprimirem as populações! Nosso Senhor quis, no entanto, escolher um dos seus apóstolos de entre eles.
Levi estava no seu escritório, junto do lago de Genesaré, quando Jesus dele se apercebeu e lhe disse para o seguir. O publicano abandonou imediatamente o posto lucrativo que ocupava, para se ligar a Nosso Senhor. Todo feliz e reconhecido pela sua vocação, convidou o divino Salvador e os seus discípulos para virem tomar uma refeição em sua casa. Convidou ao mesmo tempo vários publicanos seus amigos para os atrair a Jesus. Os fariseus ficaram escandalizados e disseram aos discípulos do Salvador: «Porque é que o vosso mestre come com os publicanos e os pecadores?». Jesus, ouvindo as suas murmurações, deu esta bela resposta: «Os médicos são para os doentes, e não para aqueles que estão de boa saúde. Eu vim chamar, não os justos, mas os pecadores». Palavra encorajadora caída do Coração de Jesus! Não percamos confiança, embora sejamos pecadores (Leão Dehon, OSP 4, p. 275).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Eu não vim chamar os justos ao arrependimento, mas os pecadores» (Mt 5, 32).


Os teus discípulos não jejuam?-Dehonianos


28 Fevereiro 2020
Lectio
Primeira leitura: Isaías 58, 1-9a
Eis o que diz o Senhor Deus: 1 Grita em voz alta, sem te cansares. Levanta a tua voz como uma trombeta. Denuncia ao meu povo as suas faltas, aos descendentes de Jacob, os seus pecados.2*Consultam-me dia após dia, mostram desejos em conhecer o meu caminho, como se fosse um povo que praticasse a justiça, e não abandonasse a lei de Deus. Pedem-me sentenças justas, querem aproximar-se de Deus.3Dizem­me: «Para quê jejuar, se vós não fazeis caso? Para quê humilhar-nos, se não prestais atenção?» É porque no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios, e oprimis todos os vossos empregados.4Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto.5Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica? Curvar a cabeça como um junco, deitar-se sobre saco e cinza? Podeis chamar a isto jejum e dia agradável ao Senhor? 60 jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, 7*repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão.8*Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti.9Então invocarás o Senhor e Ele te atenderá, pedirás auxílio e te dirá: «Aqui estou!»
Neste discurso, o profeta pretende alertar o povo para a falta de autenticidade com que vive (vv. 1-3a), proclamar o verdadeiro jejum (vv. 3b-7) e indicar as consequências positivas da ligação do jejum à prática da justiça (vv. 8-12).
O povo tinha regressado do exílio cheio de entusiasmo e de esperança. Mas as dificuldades eram grandes. Deus parecia surdo e indiferente às súplicas e ao culto do seu povo. Mas o profeta alerta para a prática de um jejum misturado com injustiças sociais, e condena-o. O culto deve estar unido à solidariedade com os pobres. Caso contrário, não agrada a Deus e é estéril. As manifestações exteriores de conversão têm a sua prova real na caridade e na misericórdia para com os pobres e oprimidos. Isaías parece já ter ouvido as palavras de Jesus: «Tinha fome e destes-me de comer ... (cf. Mt 25, 31-46). Mas afirmar que o verdadeiro jejum e o verdadeiro culto consistem na caridade, não significa negar o valor dessas práticas, mas afirmar que elas têm sentido e valor em vista da mesma caridade. O jejum tem sentido e valor quando se torna expressão de amor a Deus e ao próximo. Por sua vez, o verdadeiro culto é relação com Deus, sem individualismo e falsidade.
Evangelho: Mateus 9, 14-15
14*Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-lhe: «Por que é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?» 15*Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo e, então, vão jejuar.»
Os discípulos de Jesus são acusados de não Jejuarem. Jesus responde dando a entender que, com Ele, começaram os tempos messiânicos, o tempo das núpcias, o tempo escatológico anunciado pelos profetas, tempo de alegria durante o qual não se jejua, pois o Esposo está presente. Mas muitos não conseguem ver em Jesus o Messias esperado, e não reconhecem que o Reino de Deus é festa, é pérola pela qual se está disposto a deixar tudo com alegria. A renúncia, por Deus, não é um peso. Não há que ter medo do rosto alegre do Senhor. O jejum cristão não consiste apenas em abster-se de alimentos. Consiste, sobretudo, em desejar o encontro com Jesus salvador.
O contexto deste evangelho ajuda-nos a compreendê-lo. Nos versículos seguintes Jesus recorre a duas comparações: «Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha.. 17Nem se deita vinho novo em odres velhos. »(vv. 16.17), que oferecem outra motivação em favor do comportamento dos discípulos de Jesus. Com a vinda de Jesus, começou o tempo novo do Reino em que já não se sentem prisioneiros do jejum ou de outras práticas da Antiga Aliança. A novidade de Cristo não se limita a adaptar as velhas formas: arranca o pano velho, rebenta os velhos odres. Há um novo começo.
Meditatio
O jejum começa a reentrar na nossa cultura actual por razões de dieta e de estética, ou aconselhado por certas formas de religiosidade, com origem no Oriente. A Igreja, como sempre, também recomenda o jejum, particularmente na Quaresma. Mas podemos entender mal as suas motivações ou até cair no egoísmo e do orgulho. Por isso, a mesma Igreja, nos alerta para duas dimensões essenciais do jejum: a sua referência a Cristo e a sua dimensão de solidariedade.
Expliquemos: jejua-se porque Cristo, o Esposo, ainda não está totalmente presente em cada um de nós nem na sociedade em que vivemos. O Esposo está pronto. Mas nós não estamos prontos. Ainda não nos deixamos invadir completamente pelo seu amor. Jejuamos para Lhe dar lugar em nós, para que possa ocupar toda a nossa existência. Jejuamos para nos unirmos à sua Paixão. Já no século II era recomendado aos fiéis que não jejuassem nos mesmos dias em que jejuavam os judeus, mas sim na sexta-feira, em memória da paixão de Jesus.
Mas também jejuamos para nos tornarmos sensíveis à fome e à sede de tantos irmãos e para assumirmos a nossa responsabilidade na resolução dos problemas dos pobres e carenciados. A memória da paixão de Jesus não é um simples ritual, mas um acto de misericórdia, no sentido da palavra do Senhor: «Prefiro a misericórdia ao sacrifício» (cf. Mt 9, 13). A sua paixão é obediência ao Pai, mas também um gesto de extrema caridade, de
solidariedade com todos nós.
Tendo bem presentes estas dimensões, entendemos melhor o sentido do jejum que nos é recomendado e pedido pela Igreja, e mais facilmente evitamos cair na busca de uma perfeição individualista e fechada, sem nos preocuparmos com os outros.
Deixemo-nos conduzir pelo Espírito nas formas de ascese a escolher para vivermos proveitosamente a nossa Quaresma. E sucederá connosco o que sucedeu com Jesus: "O Espírito do Senhor está sobre Mim - diz Jesus na sinagoga de Nazaré - ... enviou-Me a anunciar a boa nova aos pobres ... e a pregar um ano de graça do Senhor' (Lc 4,18-19; Cf. Cst 28). Amar um pequeno, um pobre, é amar Jesus: "Todas as vezes que fizeste isto (as obras de misericórdia) a um só destes meus irmãos mais pequenos, foi a Mim que o fizestes" (Mt 25, 40; cf. Cst 28).
o tempo da Quaresma é propício a percorrermos os diversos graus da caridade evangélica: "Ama o próximo como a ti mesmo" (Mt 19, 19). É a regra de ouro que já foi proclamada no Antigo Testamento e que Jesus faz Sua: não faças aos outros o que não queres que te façam a ti (Cf. Mt 7,12); Lc 6,11; Lv 19,18; Tob 4,15). Este é o primeiro grau da caridade. O segundo grau é: ama o próximo como amas a Jesus (Cf. Mt 25, 40; cf. n. 28). O terceiro grau é amar o próximo como Jesus nos ama: "Este é o Meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amel' (Jo 15,12). O quarto grau, o mais perfeito, é revelado por Jesus em forma de oração: pede que os seus discípulos se amem uns aos outros como as Três Pessoas da SS. Trindade se amam: "Não rogo só por estes, mas também por aqueles que, graças à sua palavra, hão-de acreditar em Mim, para que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, estás em Mim e Eu em Ti, sejam também eles uma só coisa, para que o mundo creia que Tu Me enviaste" (Jo 17,20-21).
O fruto da caridade é Jesus presente no meio de nós: "Onde dois ou três estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles" (Mt 18, 20). Mas o preço da caridade é sempre a cruz, a negação de nós mesmos, a superação do nosso egoísmo: "Se alguém quiser vir após Mim, renegue a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-Me" (Lc 9, 23).
Oratio
Senhor Jesus, infunde em mim o teu Espírito, que seja o meu guia neste tempo da Quaresma. Quero comungar no teu jejum para estar unido a Ti, para Te experimentar como o Esposo desejado. Aumenta em mim o sentido esponsal da vida cristã. Ensina-­me a jejuar de quanto me faz esquecer de Ti, de quanto me afasta da meditação da tua Palavra, de quanto me leva a procurar outros «amantes» e a correr o perigo de Te ser infiel.
Que o meu jejum me abra também ao amor dos irmãos e me faça percorrer o caminho da caridade até amar como Tu amas, até que o meu amor pelos irmãos seja reflexo daquele amor que reina entre Ti, o Pai e o Espírito. Amen.
Contemplatio
Jesus quis jejuar quarenta dias e quarenta noites. Moisés e Elias tinham feito o mesmo antes de empreenderem a sua grande missão perante o povo de Deus.
Nosso Senhor quis que este jejum absoluto e miraculoso fosse algumas vezes reproduzido na Igreja. É atribuído a S. Simão, o estilita, a Santa Catarina de Sena, etc.
O primeiro Adão tinha pecado por gula, o novo Adão quis reparar pelo jejum.
Havia também a expiar toda a nossa sensualidade, que é infinita.
Nosso Senhor quis também mostrar-nos como é preciso combater as nossas más paixões. O nosso corpo é um inimigo que é preciso enfraquecer e dominar, se não queremos que nos domine e que sujeite a nossa alma.
«O jejum, diz S. Basílio, serve de asas à oração para se elevar em altura e penetrar até aos céust.é também o guardião da castidade».
O período de quarenta dias tem as suas oportunidades misteriosas. É preciso sem dúvida este lapso de tempo para que a penitência actue fortemente sobre a natureza. A Igreja pede-nos também quarenta dias de um jejum relativo, para imitarmos o jejum absoluto de Nosso Senhor.
O jejum é o guardião da castidade para nós, sobretudo neste período da primavera em que os sentidos estão mais excitados.
Dá asas à oração que a abundância de alimentos torna pesada e sonolenta. Tenho aproveitado do exemplo de Nosso Senhor? Tenho obedecido ao preceito da Igreja, na medida das minhas forças e da minha saúde? Tenho feito durante quarenta dias uma penitência suficiente e verdadeiramente eficaz? Tenho substituído por alguma outra mortificação o que não podia fazer?
Não desperdicei tantas graças que se me ofereciam? (Leão Dehon, OSP 3, p. 223).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra: «Prefiro a misericórdia ao sacrifício» (cf. Mt 9, 13)

Negue-se a si mesmo-Dehonianos


27 Fevereiro 2020
Lectio
Primeira leitura: Deuteronómio 30,15-20
Moisés falou ao povo, dizendo: 15«Repara que coloco hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal. 16Assim, ordeno-te hoje que ames o SENHOR, teu Deus, que andes nos seus caminhos, que guardes os seus mandamentos, preceitos e sentenças. Assim viverás, multiplicar-te-ás e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra em que vais entrar para dela tomar posse. 17Mas se o teu coração se desviar e não escutares, se te deixares arrastar e adorares deuses estranhos e os servires, 18declaro-vos hoje que, sem dúvida, morrereis; os vossos dias não se prolongarão na terra na qual ides entrar, passando o Jordão, para dela tomar posse» 19«Tomo hoje por testemunhas contra vós o céu e a terra; ponho diante de vós a vida e a morte, a bênção e a maldição. Escolhe a vida para viveres, tu e a tua descendência, 20amando o SENHOR, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a Ele, porque Ele é a tua vida e prolongará os teus dias para habitares na terra, que o SENHOR jurou que havia de dar a teus pais, Abraão, Isaac e Jacob.»
Os desterrados de Israel são convidados a reflectir sobre as causas da sua sorte, a acolher novamente a aliança do Senhor com todas as suas exigências e a abrir-se à esperança. Para ser mais incisivo, o autor sagrado recorre à contraposição dizendo que se trata de uma escolha entre a vida e a morte, entre o bem e o mal, entre a bênção e a maldição. Há que fazer uma opção responsável, com todas as suas consequências. O céu e a terra são testemunhas dessa opção (v. 19).
A vida é um dom de Deus, mas também é participação no seu ser (c. 20). Deus é Aquele que vive e faz viver. Há que estar unidos a Ele no amor e na obediência aos seus preceitos. Esses preceitos não têm outra finalidade que não seja a de nos ajudar a percorrer os seus caminhos (v. 16) e a alcançar a sua promessa (v. 20) de vida e de bênção.
Evangelho: Lucas 9, 22-25
22Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do Homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos-sacerdotes e pelos doutores da Lei, tem de ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar.» 23*Depois, dirigindo-se a todos, disse: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me. 24Pois, quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-Ia; mas, quem perder a sua vida por minha causa há-de salvá-Ia. 25Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, perdendo-se ou condenando-se a si mesmo?
Jesus anuncia, pela primeira vez, a necessidade da sua paixão aos discípulos, que acabavam de Lhe referir a opinião do povo sobre Ele e de proclamar a sua fé. Jesus reserva este ensinamento a um pequeno grupo de discípulos, os mais íntimos. Mas a todos ensina o caminho a seguir por quem pretende tornar-se seu discípulo. De acordo com os costumes de então, quem decidia tornar-se discípulo de um rabi, caminhava seguindo os seus passos.
Àqueles que o querem seguir, Jesus apresenta o caminho da abnegação, do sofrimento e da morte, o caminho da cruz. Era frequente, sob a dominação romana, que um condenado carregasse o braço transversal da cruz desde o lugar da condenação ao lugar da execução. Tratava-se, pois, de uma imagem tremendamente realista: seguir a Cristo era viver como condenados à morte pelo mundo, prontos a enfrentar o desprezo de todos. Mas é a morte de Jesus, a sua cruz, que nos dá a vida verdadeira. Por isso, há que estar prontos a perder tudo, que de nada serve, se não alcançarmos a vida.
Meditatio
A primeira leitura apresenta-nos Deus que, com afecto paterno, respeitando-nos e querendo o nosso bem, nos apresenta dois caminhos, aconselhando-nos a escolher o bom: «Coloco hoje diante de ti a vida e o bem, a morte e o mal... Ordeno-te hoje que ames o SENHOR... que andes nos seus caminhos, que guardes os seus mandamentos, preceitos e sentenças. Assim viverás, multiplicar-te-ás e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra em que vais entrar para dela tomar posse» (w. 15-16). A vida consiste em amar o Senhor, em observar os seus preceitos, em ser dócil à sua palavra. O mal consiste em seguir os caprichos do coração ... E leva à morte: «Se o teu coração se desviar e não escutares, se te deixares arrastar e adorares deuses estranhos e os servires, declaro-vos hoje que morrereis ... » (VII. 16- 17). Deus avisa-nos, mas não nos obriga a obedecer-lhe. Ninguém, como Ele, respeita a liberdade que nos deu. Quero que O sirvamos, mas por amor e, por isso, livremente: «Escolhe» (v. 19). Mas, como deseja o nosso bem, quase nos suplica: «Escolhe a vida para viveres, tu e a tua descendência, 20amando o SENHOR, teu Deus, escutando a sua voz e apegando-te a Ele» (v. 19).
A escolha da vida não é óbvia, porque encerra um paradoxo: Jesus diz que se alcança a vida segundo Deus, que é Deus, renunciando a nós mesmos, carregando a cruz de cada dia, aceitando perder a vida presente por causa d ' Ele. É seguindo Cristo, de modo radical, até ao fim, que se chega à vida. O seguimento de Cristo implica passar pelo Calvário, pela cruz. Mas é por aí que se chega à ressurreição, que se salva a vida.
O ensinamento de Jesus deita por terra os modelos das velhas religiões. A grandeza do homem não consiste em transcender a finitude da matéria, subindo à altura do ser do divino (mística oriental), nem consiste em identificar-nos sacramentalmente com as forças da vida latentes na profundidade radical do cosmos (religião dos mistérios), nem é perfeito quem cumpre a lei até ao fim (farisaísmo), nem o que pretende escapar da miséria do mundo, na esperança da meta que se aproxima (apocalíptica) ... Diante de todos os possíveis caminhos da história do homens, Jesus apresenta-nos o seu caminho: «Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me».
A vida de oblação, no concreto, no humilde dia a dia, consiste em aceitar com serenidade, dando graças, as cruzes e canseiras; consiste em irradiar com espontaneidade simples os frutos do Espírito. Assim realizamos o convite de Jesus: Quem quiser ser Meu discípulo "tome a sua cruz, dia a dia, e siga-Mé' (Lc 9, 23). Sequi-lO na mansidão e na humildade do coração: "Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração' (Mt 11, 29). Irradiar alegria, paz, bondade, para alívio, não só nosso, mas também dos nossos irmãos. Assim, como "Sacerdotes do Coração de Jesus, vivemos hoje no nosso Instituto a herança do Padre Dehon" (Cst. 26).
Oratio
Senhor Jesus, o teu desafio é tremendamente claro, deixando-me sem escapatória possível: ou a salvação imediata, que me levará a perder a vida; ou renúncia a mim mesmo, que me conduzirá à vida. E desafias-me, não só com palavras, mas também com o te
u exemplo, pois quiseste percorrer, antes de mim, o caminho que leva à salvação. Como Tu mesmo declaraste, trata-se de um caminho muito difícil: «O Filho do homem tem de sofrer muito, tem de ser condenado à morte», mas «ao terceiro dia, ressuscitar», Seguindo as tuas pegadas sangrentas, não errarei o caminho, e estarei seguro da tua graça, que me conduzirá até ao fim. Infunde em mim o teu Espírito Santo para que, unido a Ti durante a caminhada, e até ao sacrifício, Contigo continue unido na glória da Ressurreição. Amen.
Contemplatio
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque o reino dos céus lhes pertence.
Nosso Senhor no-lo dirá muitas vezes: no seu seguimento, na sua companhia, a gente leva a cruz. Ele dá a sua força, mesmo o gosto dela. Esta paciência é o sinal da união com Nosso Senhor.
a esposo divino quer que a sua esposa lhe seja semelhante. «Se alguém quiser vir atrás de mim, que tome a sua cruz e siga-me».
a maior sinal do amor é sofrer pelo objecto amado.
Como são admiráveis os vossos ensinamentos, ó meu Salvador! E como sabeis em poucas palavras traçar-nos todo o caminho que conduz a vós! (Leão Dehon, asp 3, p. 31s).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Se alguém quer seguir-me, tome a sua cruz e siga-me» (cf. Lc 9,23).


terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

“CONVERTE-VOS E CREDES NO EVANGELHO.” Olivia Coutinho


QUARTA-FEIRA DE CINZAS...

Dia 26 de Fevereiro de 2020

Evangelho de Mt6,1-6.16-18

 Quarta-Feira de cinzas; início da Quaresma, um tempo propício para fazemos um retiro interior uma  limpeza da alma... É um tempo oportuno  para reavermos os valores que às vezes vamos deixando de lado, por estarmos iludidos com os valores do mundo, “valores” que descartam o ser e abraçam o ter.
Este é  um tempo de profunda reflexão, que não deve ser visto como algo do passado e sim, do presente, pois são muitos os irmãos, que continuam fazendo a mesma caminhada de Jesus, carregando pesadas cruzes colocadas em seus ombros pelos os continuadores  daqueles que torturam Jesus até a morte. 
Para que possamos chegar à Páscoa do Senhor Jesus, revestidos de uma nova roupagem, precisamos nos libertar das correntes do mal que nos impede de caminhar, de ir ao encontro do outro, como a vaidade, a autossuficiência, o egoísmo, grandes inimigos, que ao nos distanciar dos irmãos nos distancia de Deus. 
Todas as práticas que a Igreja nos recomenda durante este tempo, como a oração, o jejum e a esmola, tem como propósito nos levar a conversão, a uma reconciliação conosco, com Deus e com os irmãos.
O Evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos alerta sobre o perigo de cairmos na hipocrisia de praticar boas obras somente para sermos vistos, elogiados, e ver crescer o nosso prestígio frente as pessoas.
O texto nos apresenta três exercícios que poderão  nos ajudar a crescer na vida cristã, que é a esmola, a oração e o jejum.
A esmola, no seu sentido amplo, é toda a nossa disponibilidade em  ajudar ao próximo, tanto materialmente como espiritualmente...
A oração é o nosso contato íntimo e filial com Deus, é a prova de que reconhecemos nossas fragilidades e queremos  nos colocar na sua total dependência. E o jejum, é o exercício do autocontrole das nossas vontades, firmando a nossa resistência ao pecado.
Quem tem um relacionamento com o irmão através da partilha, da atenção para com os necessitados, vive a caridade (esmola). Do mesmo modo, quem tem um relacionamento íntimo com Deus, tem uma vida de oração. E quem consegue ter    um autocontrole sobre suas vontades e seus impulsos, pratica o jejum.
Todas essas, praticas, quando partidas do coração, nos possibilitam uma vivencia harmoniosa com Deus e com os irmãos. Porém, se junto a elas, estiver embutido o desejo de sermos vistos e elogiados pelas pessoas, estas práticas, perdem o seu valor, não serão reconhecidas por Deus, serão aplaudidas pelos os homens e ignoradas por Deus.
O sacrifício que agrada a Deus, não é o que fazemos para cumprir preceitos e sim, o que fazemos de coração, na gratuidade, como oferta de amor a Ele e aos irmãos...
DESEJO A TODOS: UM FRUTUOSO TEMPO QUARESMAL!
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

-O PAI NOSSO - Mt 6,7-15-José Salviano


03 de Março-2020

Evangelho – Mt 6,7-15

 


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1ª Leitura - Is 55,10-11

A chuva faz a terra germinar.
Leitura do Livro do Profeta Isaías 55,10-11
Isto diz o Senhor:
assim como a chuva e a neve descem do céu
e para lá não voltam mais,
mas vêm irrigar e fecundar a terra,
e fazê-la germinar
e dar semente, para o plantio e para a alimentação,
assim a palavra que sair de minha boca:
não voltará para mim vazia;
antes, realizará tudo que for de minha vontade
e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.
Palavra do Senhor.

 

REFLEXÃO

Às vezes pensamos que o nosso sermão, a nossa catequese, e até mesmo o nosso bom exemplo de nada adiantou. Achamos que não surtiu nenhum efeito nas mentes daqueles e daquelas que ouviram as nossas palavras.

Felizmente, não é bem assim que acontece. A palavra de Deus dita por nos, sempre surtirá um efeito positivo, por mais incrível que isso possa parecer. Haverá sempre alguém que foi tocado pela graça de Deus, e isso o poderá até mesmo a ser conduzido à conversão.

Por isso, não desanimemos. Vamos em frente, vamos semear a palavra de Deus ha quantos nós podemos.

 

 

REFLEXÃO

Salmo - Sl 33, 4-5. 6-7. 16-17. 18-19 (R. 18b)

 O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

Comigo engrandecei ao Senhor Deus, *
exaltemos todos juntos o seu nome!
Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, *
e de todos os temores me livrou.

Contemplai a sua face e alegrai-vos, *
e vosso rosto não se cubra de vergonha!
Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, *
e o Senhor o libertou de toda angústia.

O Senhor pousa seus olhos sobre os justos, *
e seu ouvido está atento ao seu chamado;
mas ele volta a sua face contra os maus, *
para da terra apagar sua lembrança.

Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta *
e de todas as angústias os liberta.
Do coração atribulado ele está perto *
e conforta os de espírito abatido.

REFLEXÃO


Caríssimas e caríssimos. Somente Deus pode nos livrar dos nossos sofrimentos. O cirurgião efetua todos os procedimentos, mas quem nos cura é Deus. Se nós somos justos, se seguimos os mandamentos, Deus é por nós. Muito mais do que  por aqueles que praticam a injustiça, e a iniquidade.

Por tanto, vamos confiar mais na providência divina, vamos rezar mais e com mais fé.

 

Evangelho - Mt 6,7-15

Vós deveis rezar assim.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 6,7-15
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
Quando orardes,
não useis muitas palavras, como fazem os pagãos.
Eles pensam que serão ouvidos
por força das muitas palavras.
Não sejais como eles,
pois vosso Pai sabe do que precisais,
muito antes que vós o peçais.
Vós deveis rezar assim:
Pai Nosso que estás nos céus,
santificado seja o teu nome;
venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como nos céus.
 pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
perdoa as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do mal.
De fato, se vós perdoardes aos homens
as faltas que eles cometeram,
vosso Pai que está nos céus
também vos perdoará.
Mas, se vós não perdoardes aos homens,
vosso Pai também não perdoará
as faltas que vós cometestes.
Palavra da Salvação.

 

REFLEXÃO

 

Melhor do que nós, Deus sabe muito bem do que necessitamos. Porém, Ele quer que nós lhe pedimos.

A oração do Pai Nosso é a oração mais perfeita, pois ela contém tudo o que precisamos pedir a Deus. Tudo! Absolutamente tudo. Pois afinal, nós precisamos de muito pouco para sobreviver.

Você não acredita? Então pense naquele mendigo que neste instante está lá fora na calçada. Ele não tem escova de dentes, nem sabonete, não tem banheiro, não tem comida, nem água, não tem salário, ele não tem nada.

No entanto, já faz um bom tempo que você o vê todos os dias lá caído, deitado, dormindo pela fraqueza da subnutrição, enfim, ele ainda não morreu... Você já pensou nisso?  

É que Deus está de olho nele. Pois ele é necessário para que nós pratiquemos a caridade! Sem mendigos, como vamos nos apresentar um dia diante de Deus no dia do Juízo?    

Como Jesus poderia nos dizer: Tive fome e me destes de comer ?...

O Pai Nosso é uma oração poderosa. Você mesmo pode confirmar isso. Experimente rezar o Pai Nosso naquelas horas mais difíceis. Um assalto, uma complicação inesperada, uma discussão na família, ou quando você perdeu algum objeto. Experimente, e você verá o resultado! Se não for possível rezar em voz alta, reze apenas em seus pensamentos.

Nós começamos a rezá-lo dizendo: Pai nosso que estás no Céu.  Sabemos que na verdade, o Pai está no Céu e em toda parte, pois Deus não tem forma, nem ocupa espaço. Para Deus não há distância. Para Deus não existe causa perdida.

Aquele seu filho que infelizmente ficou viciado em drogas, e que todos da família o considera um caso perdido, para Deus não é. Pois para Deus nada é impossível.

Por tanto, meus irmãos. Não desanimemos nunca de pedir a Deus pelo nosso país, pela nossa economia, pelos nossos desempregados, pelo futuro dos nossos jovens, pela conversão dos pecadores, pelas vocações sacerdotais, pelo seu filho desgarrado...

O que nunca podemos é desanimar e parar de rezar. Pois Deus quer o melhor para nós.  Deus atende os clamores dos justos. Deus é amoroso, misericordioso, e nos ama com amor de mãe multiplicado a milionésima vez e muito mais...

Deus cuidou de nós até hoje, desde  o nosso período intra-uterino. Desde os 9 meses que passamos no corpo da nossa mãe.

Deus cuida da germinação da semente no chão, e todos os fios do nosso cabelo estão contados.  Confiemos então na sua misericórdia, e rezemos com mais fé, e mais vezes.

 

Tenha um bom dia.  José Salviano.


-VINDE BENDITOS DE MEU PAI! - Mt 25,31-46-José Salviano


02 de Março-2020

Evangelho – Mt 25,31-46


 


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1ª Leitura - Lv 19,1-2.11-18

Julga teu próximo conforme a justiça.
Leitura do Livro do Levítico 19,1-2.11-18
 Senhor falou a Moisés, dizendo:
'Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes:
Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo.
Não furteis, não digais mentiras,
nem vos enganeis uns aos outros.
Não jureis falso por meu nome,
profanando o nome do Senhor teu Deus.
Eu sou o Senhor.
Não explores o teu próximo
nem pratiques extorsão contra ele.
Não retenhas contigo a diária do assalariado
até o dia seguinte.
Não amaldições o surdo,
nem ponhas tropeço diante do cego,
mas temerás o teu Deus.
Eu sou o Senhor.
Não cometas injustiças no exercício da justiça;
não favoreças o pobre nem prestigieis o poderoso.
Julga teu próximo conforme a justiça.
Não sejas um maldizente entre o teu povo.
Não conspires, caluniando-o,
contra a vida do teu próximo.
Eu sou o Senhor.
Não tenhas no coração ódio contra teu irmão.
Repreende o teu próximo,
para não te tornares culpado de pecado por causa dele.
Não procures vingança, nem guardes rancor
aos teus compatriotas.
Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Eu sou o Senhor.
Palavra do Senhor.

REFLEXÃO

A proposta, o conselho para nós, é o ideal: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. Não furteis, não digais mentiras, nem vos enganeis uns aos outros.
Não jureis falso por meu nome, profanando o nome do Senhor teu Deus.
Dizemos que é o ideal, Por que ninguém jamais será santo como o Senhor é santo, e é bom que nos lembremos muito bem disso.
Porém, uma coisa podemos conseguir: amar os nossos irmãos de verdade, não os enganando, nem os prejudicando de nenhum modo.
Pelo contrário, sempre devemos estar dispostos e disponíveis para ajudar os nossos irmãos em caso de alguma emergência.

Salmo - Sl 18, 8. 9. 10. 15 (R. Jo 6,63c)

R. Ó Senhor,vossas palavras são espírito e vida!

A lei do Senhor Deus é perfeita,*
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,*
sabedoria dos humildes.R.

Os preceitos do Senhor são precisos,*
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,*
para os olhos é uma luz.R.

É puro o temor do Senhor,*
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos*
e justos igualmente.R.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios*
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,*
meu Rochedo e Redentor!R.

REFLEXÃO

Viver a justiça e a Lei de Deus é um verdadeiro conforto para a nossa alma. Muitos por aí estão estressados ou deprimidos.  Se fizermos uma análise psiquiátrica dos seus quadros de saúde mental, chegaremos à conclusão, de que a causa principal é a consciência pesada.
Caríssimas, e caríssimos.  A verdade é que se vivermos o amor de Cristo, pondo em prática os seus ensinamentos, isso nos trará alegria a nossa alma.  Pois o viver em Cristo nos trás a paz interior,  a paz com o irmão, nos dá força para suportar os sofrimentos desta vida terrena, em fim, nos dá  a coragem e a alegria de viver nesta vida nos preparando para a vida eterna. 


Evangelho - Mt 25,31-46

Assentar-se-á em seu trono glorioso
e separará uns dos outros.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 25,31-46
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
Quando o Filho do Homem vier em sua glória,
acompanhado de todos os anjos,
então se assentará em seu trono glorioso.
Todos os povos da terra serão reunidos diante dele,
e ele separará uns dos outros,
assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.
E colocará as ovelhas à sua direita
e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita:
`Vinde benditos de meu Pai!
Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou
desde a criação do mundo!
Pois eu estava com fome e me destes de comer;
eu estava com sede e me destes de beber;
eu era estrangeiro e me recebestes em casa;
eu estava nu e me vestistes;
eu estava doente e cuidastes de mim;
eu estava na prisão e fostes me visitar'.
Então os justos lhe perguntarão:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome
e te demos de comer?
com sede e te demos de beber?
Quando foi que te vimos como estrangeiro
e te recebemos em casa,
e sem roupa e te vestimos?
Quando foi que te vimos doente ou preso,
e fomos te visitar?'
Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos,
foi a mim que o fizestes!'
Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda:
`Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno,
preparado para o diabo e para os seus anjos.
Pois eu estava com fome e não me destes de comer;
eu estava com sede e não me destes de beber;
eu era estrangeiro e não me recebestes em casa;
eu estava nu e não me vestistes;
eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'.
E responderão também eles:
`Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede,
como estrangeiro, ou nu, doente ou preso,
e não te servimos?'
Então o Rei lhes responderá:
`Em verdade eu vos digo,
todas as vezes que não fizestes isso
a um desses pequeninos,
foi a mim que não o fizestes!'
Portanto, estes irão para o castigo eterno,
enquanto os justos irão para a vida eterna'.
Palavra da Salvação.


REFLEXÃO

Sem sombra de dúvidas, a nossa salvação está diretamente ligada ao nosso relacionamento com os nossos irmãos.
Veja que Jesus priorizou completamente a caridade como virtude maior e indispensável para a nossa salvação eterna.
Ele não disse: Vinde benditos de meu Pai,  por vocês terem rezado muito. Por que vocês foram à missa, por que vocês ajoelhavam e batiam no peito, etc.
Veja: não estamos dizendo que tudo isso não é importante para a nossa prática religiosa, mas sim, queremos mostrar que o principal para a nossa entrada para a glória eterna, é a caridade. Veja:
Jesus disse: “Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou
desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar”.

E os discípulos lhe interrogaram, pois queriam saber quando foi que o viram com fome, com sede, etc. e qual foi a resposta de Jesus?

Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso
a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!

E do mesmo modo, isso é válido para aqueles e aquelas que se negaram a fazer tudo isso aos seus irmãos necessitados. Ou seja, todas as vezes em que negamos uma esmola, uma ajuda ao nosso irmão carente,  é  a Jesus que negamos.  Logo, desse modo nos condenamos. Assim nos  tornaremos malditos do meu Pai, e seremos conduzidos ao fogo eterno...

O mandamento é: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei.
E como foi que Deus nos amou? Ele nos amou mandando ao mundo o seu Filho para CUIDAR de nós. Para cuidar dos excluídos, dos pobres, dos sem tetos. Para cuidar da nossa salvação eterna!
Desse modo, o verdadeiro significado do amor, é o CUIDADO. QUEM AMA CUIDA. A mãe cuida do filho, da filha. Ela se preocupa para que não lhe falte nada.  Ela exige que o filho leve o agasalho.
E depois que esse mesmo filho atinge a adolescência, ele repudia os cuidados dos pais. Ele agora está preocupado com o que os outros adolescentes vão pensar e dizer sobre a sua conduta.

Do mesmo modo, quando  nós estamos dependentes, vulneráveis, ou diante do perigo, nós nos lembramos de Deus.  Porém, quando estamos numa boa, quando não está nos faltando nada, nós dispensamos os cuidados de Deus, e nem nos lembramos de Jesus.

Amar o próximo como a nós mesmo, e como Jesus nos amou, é cuidar dos nossos irmãos de verdade, e não somente por meio de palavras bonitas.  É cuidar de fato, quando uma dificuldade aparece.

O egoísta não ama. O egoísta só ama a si mesmo. E tudo o que ele faz, mesmo  que  aparentemente esteja agradando o irmão, o seu objetivo é apenas defender o seu lado, priorizando sempre os seus interesses.

No amor verdadeiro, o namorado cuida da namorada, assim como ela cuida dele.  Isso por que eles se querem de verdade. Eles querem um ao outro, ao ponto de dar a vida pelo outro.  Esse é o amor de verdade,  o amor abençoado pelo Pai.

Já no amor interesseiro, ou apenas pelo puro prazer, isso não acontece de verdade.  E o pior, no amor possessivo, pode até acontecer crimes como muito bem o sabemos.

Prezadas irmãs e irmãos. Roguemos ao Pai para que naquele dia do juízo final, nós estejamos do lado da direita, e possamos ouvir da boca de Jesus: Vinde benditos de meu Pai!

Cuidemos de nós, mas também cuidemos dos nossos irmãos. Assim como rezemos pelos nossos irmãos desempregados,  pela conversão dos pecadores...

Tenha um bom dia. José Salviano