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domingo, 3 de fevereiro de 2013

: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” - Maria Regina



Terça feira 05.02.2013
Marcos 5,21-43

                                      A multidão que seguia Jesus o comprimia, mas somente quem se aproximou dele, quem o tocou, testemunhou a sua fé e recebeu a cura. Muitas vezes seguimos Jesus no meio da multidão, sem ter consciência do que queremos, do que precisamos, e tampouco conhecemos a realidade da nossa vida e das nossas necessidades. Queremos tudo e não conseguimos nada. Jairo, o chefe da sinagoga, aproximou-se de Jesus, caiu a seus pés e foi determinado e firme quando disse ao Mestre: “minha filhinha está nas últimas, vem e põe as mãos sobre ela!” Jesus deu ouvidos ao pedido daquele pai que rogou pela filha com fé e acompanhou-o até a sua casa reanimando a menina que apenas dormia. “Não tenhas medo. Basta ter fé”, disse-lhe Jesus. Pedido de pai é importante para Deus! O pai que tem fé tem autoridade pra pedir o que é bom para o seu filho, porque será atendido. Deus entregou os seus filhos e as suas filhas aos pais, portanto, eles têm prioridade diante de Deus nos seus pedidos.
                                     No caminho Jesus foi tocado por uma mulher que se consumia há doze anos, perdendo sangue, isto é, perdendo vida. Deveria ser uma mulher já cansada de lutar com os meios humanos, pois já havia gasto tudo o que possuía e não tinha mais nada. Muitas vezes, quando nós não temos mais nada nem mais aonde correr é que nós buscamos Aquele que é tudo. Por isso, aquela mulher se aproximou de Jesus com muita fé e apenas tocou-Lhe o manto dirigindo-se a Ele com a força do seu pensamento.
                                     Os nossos pensamentos são o começo para todo o processo que regula as nossas ações, por isso, a hemorragia parou imediatamente. Jesus precisa perceber que nós O buscamos e que O tocamos com os nossos pensamentos e nossos anseios, com fé. É muito importante que Ele alcance o nosso desejo sincero: Isto é ter fé! A hemorroisa enfrentou a todos para tocar Jesus. Não se importou em expor a sua enfermidade que àquela época era considerada uma maldição. Jesus também conhece quando nós O procuramos de coração, quando não temos dúvidas em expor as nossas mazelas, quando passamos vexames porque todos estão descobrindo os nossos segredos, porque temos fé! Que a Fé, portanto, seja o nosso maior motivo para nos aproximar e tocar em Jesus. Reflita – Você já tentou aproximar-se de Jesus, com fé e tocar no seu manto com os seus pensamentos?– Você tem vergonha de expor diante da multidão as suas mazelas quando você se aproxima de Jesus? – Você tem fé que Jesus pode curar você dos vícios que carrega? – Qual é a sua enfermidade, hoje?
Amém
Abraço carinhoso
- Maria Regina

:Acorrentados pelo orgulho,auto-suficiência,egoísmo,desânimo,ressentimentos,as mágoas,etc... - Maria Regina



Segunda feira 04.02.2013)
Marcos 5,1-20

                                    Jesus veio ao mundo para nos salvar da escravidão do pecado e da morte eterna. Assim, pois, como fez com esse homem, Ele nos cura para que possamos cumprir, no mundo, na nossa casa e no meio em que vivemos, a missão que nos foi destinada pelo Pai, de amar e ajudar os nossos semelhantes. No entanto, muitas vezes, continuamos reféns e escravos das artimanhas dos espíritos do mal e continuamos perambulando no mundo como quem caminha dentro de um cemitério. Insistimos em viver a cultura da morte. Não reconhecemos a Deus como nosso Pai e provedor e persistimos em lutar com armas que, ao invés de nos libertar são como algemas e correntes que nos prendem à mesma situação durante muito tempo da nossa vida.
                                 Os mortos que hoje nos cercam são o orgulho, a auto-suficiência, o egoísmo, amor próprio e outros males que também nos afligem, como o medo, o desânimo, os ressentimentos, as mágoas, etc., todos, consequência do nosso ser pecador.
                                 Porém, o Pai não quer que se perca nenhum dos Seus filhos, por isso, ainda hoje Jesus Cristo vem a nós a fim de nos libertar dos “espíritos maus” que nos perseguem. Porquanto, Ele nos perdoa, nos purifica e nos ressuscita a fim de nos tirar do sepulcro jogando para longe de nós os espíritos que nos prendiam.
                                Depois que somos curados e libertados Jesus nos envia para amar e cultivar relacionamentos saudáveis a partir da nossa casa, na nossa família. Ele nos tira do meio dos sepulcros e nos conduz a uma vida de paz e harmonia conosco e com o próximo, bastando para isso que nos rendamos ao Seu poder amoroso. Reflita – Você ainda continua lutando com as armas que o mundo lhe impõe ou já se rendeu ao poder do Deus que liberta o homem do pecado? – Quais são os “espíritos maus” que insistem em prender você no meio dos sepulcros? – Você ainda se vê caminhando entre os mortos ou já se sente capaz de amar na sua própria casa? Pense nisso!
Amém
Abraço carinhoso
- Maria Regina

Eram como ovelhas sem pastor. Padre Queiroz


09/02/2013
Mc 6,30-34

Eram como ovelhas sem pastor.
O Evangelho de hoje começa com o amável convite de Jesus aos Apóstolos, que acabavam de chegar da sua missão apostólica, satisfeitos e cansados: “Vinde sozinhos para um lugar deserto e descansemos um pouco”.
Entretanto, o povo descobriu para onde iam, e foi a pé, por terra. Assim, quando chegaram, encontraram uma multidão os esperando! Jesus “teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas”.
É interessante o modo de Jesus se relacionar com a multidão. Ele disse uma vez: “Eu conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Jesus evitava aquele messianismo político, pelo qual os seus contemporâneos judeus ansiavam. Evitava também o sectarismo gregário de massa. O seu contato era personalizado, dando origem ao Povo de Deus, ou à Comunidade cristã, na qual todos se conhecem e se amam, assim como o pastor conhece suas ovelhas.
“Foi vontade de Deus santificar e salvar os homens, não isoladamente e sem conexão alguma de uns com os outros, mas constituindo um Povo, que o confessasse em verdade e o servisse em santidade” (Concílio Vat. II, LG, 9).
Os primeiros cristãos entenderam bem essa lição e se uniam em Comunidades, onde viviam unidos como irmãos, tendo um só coração e uma só alma. Hoje a Igreja, pelo fato de ter milhões de membros, pode dar a impressão de ser massa. Mas não é. É só observar as nossas paróquias e Comunidades.
Várias vezes os evangelistas escrevem que Jesus sentiu compaixão. Ele tinha dó das pessoas carentes, das que sofriam, e aqui, das que estavam como ovelhas sem pastor. E ele não parava só no sentimento de compaixão, mas fazia o que ele podia pelo povo.
Jesus não possuía nada, não tinha nem onde reclinar a cabeça. Mesmo assim, não se preocupava consigo mesmo, mas com os outros. Quantos cristãos e cristãs têm esse mesmo coração! É deles que nascem as diversas pastorais e as atividades missionárias das Comunidades. Quando sentimos compaixão, e rezamos, Deus nos indica algum caminho.
Que bom seria se nós, ao nos depararmos com situações de carência, material ou espiritual, sentíssemos compaixão, uma compaixão ativa que se transforma depois em ação!
Certa vez, um homem terminou de construir a sua casa. Ficou linda. Ele a mobiliou com móveis novos, todos no mesmo estilo.
Então convidou um amigo para almoçar com ele e ver a casa. Terminada a refeição, mostrou toda a casa para o amigo, depois perguntou: “Falta alguma coisa? Pode dizer sem acanhamento, que vou comprar hoje mesmo”.
O amigo criou coragem e falou: “Eu sinto que está faltando Deus na sua casa!” O dono da casa se surpreendeu, porque não havia pensado nesse componente da casa. E ficou perdido, confuso, sem saber o que fazer, pois Deus não dá para se comprar!
Quantas casas hoje são assim: têm tudo, menos o principal que é Deus. Que sintamos compaixão, uma compaixão ativa, como fez o visitante da nova casa. “O que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a si mesmo?” (Lc 9,25).
Maria Santíssima foi uma mulher ativa na luta pelo bem do povo. Vemos os seus anseios expressos no magnificat, e levados à ação nas bodas de Caná, ao pé da cruz, no Cenáculo etc. Santa Mãe Maria, o povo continua como ovelhas sem pastor; dai-nos um coração semelhante ao vosso!
Eram como ovelhas sem pastor.

Padre Queiroz

É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou. Padre Queiroz



Dia: 08/02/2013
Mc 6,14-29

É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou.
Neste Evangelho, o evangelista Marcos conta para nós como foi o martírio de S. João Batista, e por quê.
O fato de Marcos situar este relato entre o envio dos doze Apóstolos e o seu regresso, adquire um valor de sinal. O martírio de João é uma antecipação e um anúncio da sorte final que correrão Jesus e os seus discípulos. É a sina dos profetas.
O evangelista começa relatando várias opiniões sobre Jesus, entre elas a de Herodes: “É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou”.
O motivo do assassinato foi que Herodes se casara com Herodíades, mulher de seu irmão Filipe, e João reprovava-lhe este ato. Por isso Herodes queria eliminá-lo. Mas Herodes respeitava João e “gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava”. Isso mostra a fragilidade do caráter de Herodes.
A ocasião chegou quando Herodes deu um banquete pelo seu aniversário, e a filha de Herodíades, chamado Salomé, segundo o historiador Flávio Josefo, dançou diante dos comensais. Herodes entusiasmou-se tanto que jurou dar à menina qualquer coisa que ela pedisse, mesmo que fosse a metade do seu reino. Salomé, instigada pela mãe, pediu a cabeça de João Batista, e ele atendeu. Poucos anos depois, em 39, Calígula lhe tiraria todo o reino, enviando-o para o desterro em Lião.
Vemos no relato uma impressionante aproximação entre o luxo e a luxúria, a embriaguês e o crime passional. Isso do lado do assassino. Do lado do mártir, o que nos interessa, vemos a aproximação entre a vida austera e penitente, e a coragem profética. O profeta não deve ter medo de denunciar, para a pessoa certa e com palavras certas, as situações anti-evangélicas.
Outra mulher, Ester, também por encantar o rei, Assuero, recebeu a promessa da “metade do seu reino”. Graças a essa promessa, ela libertou o povo israelita da escravidão da Babilônia (Cf livro de Ester).
Os martírios de João Batista e de Jesus são parecidos. Ambos morreram vítimas de sua luta pelo Reino de Deus, um reino de verdade, de justiça, de amor verdadeiro e de bom exemplo.
O escândalo de Herodes, ao se casar com a cunhada, era o tipo da coisa que todo mundo sabia, mas ninguém tinha coragem de abria a boca. Se ele vivesse hoje, certamente denunciaria tantos escândalos semelhantes que vemos todos os dias. Criticaria também outros pecados e injustiças, cometidas especialmente por autoridades, chefes e gente importante. Por isso, também hoje João Batista não viveria muito tempo; nem ele nem Jesus. “Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,10).
Havia uma família, cujos filhos eram contra a oração em comum às refeições. Mas a mãe não se deixava levar por eles. Quando acabava de por a comida na mesa, ela dava um sorriso, fazia o sinal da cruz e rezava uma oração curta e bonita, pedindo a bênção de Deus para a comida e para outras coisas da família. Em seguida, rezava a Ave Maria.
Os filhos ficavam emburrados, e o marido em cima do muro. Alguns respondiam a Santa Maria de cabeça baixa, ou engolindo a voz, outros nem isso faziam. E a mãe perseverou assim anos e anos.
Hoje ela é falecida, e os filhos são ótimos cristãos. Fazem em casa o mesmo que a mãe fazia. Como é importante não ter respeito humano dentro de casa!
O profeta é persistente, ele ou ela não se deixa levar pela onda do mundo pecador, mas sempre dá testemunho de Cristo e de sua Igreja. Como o nosso mundo precisa de outros João Batista, e de outras mães como esta!
Maria Santíssima é o melhor exemplo de mãe que temos, exemplo dado a nós pelo próprio Deus. Por isso o seu Filho “crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens”.
É João Batista, a quem mandei cortar a cabeça, que ressuscitou.

Padre Queiroz

Quais são as arreias que precisam deixar nossas sandálias?- Alexandre Soledade



Dia: 07/02/2013
Mc 6,7-13

Alexandre Soledade


Bom dia!
Achei muito interessante e pertinente começar essa reflexão partindo da mensagem inicial proposta no site das Paulinas para esse evangelho… “(…) Jesus não envia os apóstolos para pregar uma nova doutrina, mas para anunciar uma nova realidade e testemunhar uma nova prática: a manifestação do amor que liberta e restaura a vida”.
A cultura judaica é repleta de símbolos e costumes que por si só poderiam nos trazer a imagem ruim. “(…) se os receberem entre se não protestem contra eles”. Se simplificássemos a mensagem no plano literal PODERIAMOS ter um entendimento agressivo, prova disso que uma vez fui indagado por um amigo que sempre teve a impressão de um Jesus arrogante e soberbo. Quem vive dentro da igreja pode até se espantar com essa declaração, mas para aqueles que vivem sem pastor lá fora, não. Onde Ele nos envia, pode haver pessoas com outras opiniões.
Um breve parêntese…
Na realidade o costume Judaico de bater as sandálias simbolizava para que não se trouxessem nenhuma impureza. Se trouxéssemos esse costume a um exemplo mais próximo, seria para uma pessoa que trabalha na recuperação de viciados (drogas, alcoolismo, jogo) um alerta para que não passasse em casa a também fumar; ou aquele que convive com pessoas diariamente adquirisse costumes que não possuía como piadas infames, palavrões, destrato, fofocas…
Jesus bem conhecia a sabedoria do costume judaico e também o quanto outros costumes são facilmente assimilados. Não é difícil de ver católicos lendo horóscopo, fazendo três pedidos na fitinha amarada no braço; não passando por debaixo de escadas, pulando sete ondas, escolhendo cor de roupa para virar de ano (risos). De onde adquirimos esses costumes? Nem bem sabemos! Vá para o Nordeste ou pro Sul e lá passe um ano e ganhe de brinde o sotaque típico da região. Hábitos são como esses sotaques.
Voltando… Jesus roga a Deus por nós que estamos no mundo, mas hoje, aos maduros na fé, os envia aos que também estão, no entanto o desconhecem
“(…) Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. AGORA ELES RECONHECERAM QUE TODAS AS COISAS QUE ME DESTE PROCEDEM DE TI. Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste E ELES AS RECEBERAM E RECONHECERAM VERDADEIRAMENTE QUE SAÍ DE TI, e creram que tu me enviaste. Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós “. (João 17, 6-11)
Esse envio é para os maduros na fé, pois depararemos com pessoas que por muitas vezes tem uma vida repleta de maldades, vícios, ceticismo, crenças, superstições, (…) que antes de terem qualquer contato com a Boa Nova já passaram por terreiros, “benzeções”, simpatias… Que já “apelaram” para todos os “santos”, mas que mesmo assim não temos que nos afastar delas, pois creio que o próprio pastor as trouxe. Mas é certo, não podemos carregar para casa a areia que veio junto.
“(…) Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, PORQUE ERA COMO OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR. E COMEÇOU A ENSINAR-LHES MUITAS COISAS”. (Mateus 6, 33-34)
Quem trabalha com gente que precisa de ajuda para não sucumbir, deve se resguardar em oração. Quem trabalha em hospital nos dá o exemplo. Eles têm por hábito de segurança descartar as roupas em água e sabão, tomar banho e só assim poder brincar com os filhos evitando assim doenças oportunistas.
Quem dedica um pouco do seu tempo para levar Deus às pessoas não precisa fugir delas, mas deve procurar uma vida o mais irrepreensível que for possível para de fato poder ajudá-las e não sucumbir também. Nem todos que procuram por ajuda conhecem a Deus e para levar a manifestação do amor que liberta e restaura a vida é preciso ser a todo instante renovado.
Quais são as arreias que precisam deixar nossas sandálias?
Um Imenso abraço fraterno!

Um profeta só não é estimado em sua pátria. Padre Queiroz



Dia: 06/02/2013
Mc 6,1-6

Um profeta só não é estimado em sua pátria.

Jesus foi rejeitado em Nazaré, porque era de lá, e todos o conheciam desde criança, e também a sua família. Nós também frequentemente fazemos esse pecado de rejeitar nossos líderes cristãos locais e valorizar mais os que vêm de fora.
“Jesus se admirou da incredulidade deles, e “ali não pôde fazer milagre algum.” A graça de Deus depende da nossa abertura a ela e da nossa fé.
Os chefes judeus eram divididos em três grupos: fariseus, saduceus e sacerdotes. Os fariseus colocavam sua segurança na Lei. Os saduceus colocavam sua segurança no dinheiro; eram todos latifundiários. E os sacerdotes colocavam a sua segurança no culto. Assim, nenhum deles precisava de profetas. O pior é que essas mesmas tentações estão nos rodeando o tempo todo!
“Esse povo me procura só de palavra, honra-me apenas com a boca, enquanto o coração está longe de mim. Seu temor para comigo é feito de obrigações tradicionais e rotineiras” (Is 29,13). “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15,8).
“Na sua boca, tu (Senhor) estás presente, mas longe do coração” (Jr 12,2).
“Jesus admirou-se com a falta de fé deles.” A rejeição a um líder, só porque é da própria cidade ou bairro, é sinal de falta de fé. Pensando bem, é até preferível um líder cristão local, porque nos conhece, para falar o que precisamos ouvir, e porque nós o conhecemos e unimos às suas palavras o seu exemplo de vida. Também porque possibilita a continuidade na evangelização, já que o líder está sempre presente ali.
Entretanto, na maioria das vezes a rejeição não é ao líder, mas à sua mensagem. Se o profeta falasse o que o povo quer ouvir, ninguém o atacaria. É mais fácil destruir o mensageiro do que acolher a mensagem.
“Eles roubam, matam... e depois se apresentam diante de mim no Templo, dizendo: estamos salvos” (Is 1,11-15).
Se os destinatários do líder fossem santos, não precisariam dele. Por isso, o líder deve continuar firme, confiando em Deus que sempre o protegerá. “Se, quando éramos pecadores, fomos reconciliados com Deus, muito mais agora, redimidos, seremos salvos” (Rm 5,10). Vamos imitar a Deus, amando os pecadores.
O profeta tem o dom de falar a palavra certa, na hora certa, para a pessoa certa e do jeito certo. O profeta tem o dom de tocar na ferida, isto é, falar aquilo que precisamos ouvir, não o que queremos ouvir. Por isso a sua palavra às vezes dói em nossos ouvidos, mas nos liberta e nos faz felizes.
O profeta não se preocupa em agradar os ouvintes, mas em levá-los à conversão e à felicidade plena. Ele tira todas as nossas seguranças e apoios. Ficamos como Pedro andando sobre as águas.
Há muitos modos de perseguir um profeta ou líder: “Gelá-lo”; exagerar os seus pontos fracos; torcer as suas falas, jogando-os contra o povo.
Recebemos no batismo, e principalmente na crisma, a missão de sermos profetas. Nós a exercemos, ou não, todos os dias em nossos relacionamentos, palavras e atitudes.
Certa vez, um professor mandou um aluno conjugar o verbo amar. Ele conjugou direitinho, no presente, no passado e no futuro. Ganhou nota dez.
Na hora do recreio, aquele aluno brigou com um colega sem motivo e o xingou de palavrão. O professor ficou sabendo e, depois do recreio, lhe disse: “Vou diminuir a sua nota. Você conjuga bem o verbo amar, mas não o pratica”.
Quantas vezes nós fazemos isso, falando uma coisa e vivendo outra!
Maria Santíssima é Rainha dos profetas. Ela testemunhou a verdade com atitudes e com palavras, especialmente no hino Magnificat. Que ela ajude a nós, seus filhos e filhas, a cumprir bem a nossa missão de profetas.
Um profeta só não é estimado em sua pátria.

Padre Queiroz

Menina, levanta-te! Padre Queiroz


Dia: 05/02/201
Mc 5,21-43

Menina, levanta-te!

Neste Evangelho, nós temos dois belos exemplos de fé: de Jairo, chefe da sinagoga e pai da menina doente, e da mulher que sofria de hemorragia. A mulher estava doente há doze anos e “tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais”. Mas a sua fé era tão grande, que não perdeu a esperança.
Quando Jesus caminhava para a casa de Jairo, ela “aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. A hemorragia parou imediatamente.” Hoje vivemos, às vezes, pertinho de Jesus, presente na Eucaristia, mas nos falta fé nele! A fé nos leva a ir além das esperanças humanas, pois o poder de Deus é infinito.
Havia o preconceito de que uma mulher, especialmente nas condições dela, não podia tocar em outra pessoa. Mas a fé a levou a superar esse tabu, e tocou em Jesus. A fé nos dá coragem e discernimento.
Jesus estava ainda falando com a mulher, quando “chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga e disseram: ‘Tua filha morreu; por que ainda incomodar o mestre?’ Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: Não tenhas medo. Basta ter fé”. A fé elimina o medo e nos dá uma esperança sem limites.
“Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando.” A morte, para os que não têm fé, é um mal irreversível; é o fim de todas as esperanças.
“A criança não morreu, mas está dormindo. Começaram a caçoar dele”. Para Jesus, a morte não é um fim nem uma fatalidade. Para Deus, ela não passa de um sono maior. Mas quem não tem fé até caçoa dessa afirmação! Mesmo se Jesus não levantasse a menina naquela hora, fá-lo-ia na Ressurreição.
“Começaram a caçoar dele.” As pessoas que não têm fé agridem quem age a partir da fé. Os incrédulos dificultam o caminho dos justos, chamando-os de imprudentes e ingênuos. “Você não está vendo?” dizem eles. O cristão está vendo sim, e muito mais do que eles, que são cegos guiando cegos. O cristão vê realidades que são invisíveis aos olhos da carne, mas que são mais reais do que aquilo que os olhos vêem.
A Bíblia toda insiste em nos dar esperança, baseada na fé. Com Deus, tudo é possível, e não há motivo para desilusão, pânico ou medo. Nenhum problema é maior que Deus.
Imagine agora Jesus dizendo diretamente a você, no seu coração: “Fulano (a), levanta-te!”
Havia, em El Salvador, Capital de San Salvador, um bispo muito santo. Seu nome: Dom Oscar Romero. Como havia no País muito desrespeito à vida humana, por parte dos chefes políticos e da polícia, ele sempre pedia ao povo que tivesse mais amor e mais respeito à vida.
Um dia, ele recebeu um telefonema anônimo ameaçando-o. A pessoa disse: “Se o senhor não mudar a linguagem, será morto”. E a pessoa desligou o telefone, sem que ele pudesse dizer uma palavra.
No domingo seguinte, ele foi ainda mais claro na sua homilia, na catedral: “Quero fazer um apelo, de modo especial aos homens do exército, da guarda nacional e da polícia: Irmãos, vocês são parte integrante de um mesmo povo, e matam seus próprios irmãos! Lembrem-se de que diante da ordem dada por um homem, prevalece a Lei de Deus que diz: Não matarás. Nenhum soldado está obrigado a obedecer a uma lei imoral”.
Na manhã seguinte, ele estava celebrando a Missa na capela do hospital e uma bala, vinda da janela, atravessou o seu coração. Era dia 24/03/1980. Dom Romero tinha 63 anos de idade.
Numa carta, ele havia dito: “Aqueles que se entregam aos outros por amor de Cristo, se morrem, morrem só aparentemente. Todo esforço para melhorar a sociedade é abençoado por Deus. Mesmo que passem pela dor, pelo sofrimento e até pela morte, continuam vivos em Deus e presentes no meio de nós. Nós cristãos sabemos que a última palavra não é a da morte, mas a da vida.”
A fé nos dá coragem. Deu coragem à mulher que sofria de hemorragia, deu coragem a Jairo, pai da Talita, deu coragem a Dom Oscar Romero e continua dando a mesma coragem a todos os que crêem de verdade.
Vamos pedir a Maria Santíssima que nos ajude a crescer na fé, e abençoe os líderes cristãos que trabalham para que as pessoas tenham mais fé.
Menina, levanta-te!
Padre Queiroz

Segue-me - Alexandre Soledade


04/02/2013
Mc 5,1-20

Alexandre Soledade


Bom dia!
Sempre ouvi lindos relatos e pregações focadas no “abandone tudo que tenha e segue-me” que de fato é mais que uma missão e sim um chamado daqueles que Jesus assim o deseja, mas é intrigante, e a primeira leitura, surpreendente, a resposta que o Senhor deu ao homem que acabara de restituir a vida em sociedade: “(…) Volte para casa e conte aos seus parentes o que o Senhor lhe fez e como ele foi bom para você”.
“(…) O que nós queremos fazer a partir do momento em que fazemos uma experiência mais profunda do amor de Deus em nossas vidas? Em muitos casos, o que acontece é que a pessoa adota UMA POSTURA INTIMISTA E INDIVIDUALISTA DE VIVÊNCIA RELIGIOSA. O Evangelho de hoje nos mostra essa tendência, mas nos mostra também a vontade de Deus. Jesus não permitiu que o homem que tinha sido endemoninhado ficasse com ele, mas o enviou para ser evangelizador através do testemunho da misericórdia de Deus, mostrando-nos, assim, que a verdadeira resposta ao amor de Deus é o compromisso evangelizador”. (Reflexão proposta pela CNBB)
Quando o texto acima diz que adotamos uma “postura intimista e individualista” eu creio que seja em virtude que muitas vezes nós nos esquecemos da missão pelo beneficio que recebemos. Os apóstolos mesmo pediram para não descer do monte quando Jesus transfigurou. Sim! É muito bom estar aqui, mas é preciso que outros conheçam por nós esse Jesus que me libertou.
Existem pessoas que só se relacionam ou convivem com pessoas que são do seu grupo, pastoral, equipe e em casos extremos, apenas de sua religião, e a verdade não é essa, pois quem trabalha ou estuda, mesmo que não quisesse teria que lidar ou conviver com todas as pessoas ao seu redor.
“(…) A FÉ NOS ELEVA A UMA CONDIÇÃO SUPERIOR, MAS NÃO DE SUPERIORIDADE. É na vivência profunda da fé que o homem se encontra completamente consigo mesmo E COM O OUTRO, e realiza plenamente a vocação a que foi chamado”. (Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro)
Pessoas que se escondem no monte Tabor ou que querem fugir da realidade, pois a fé madura não admite que fujamos da realidade, precisam entender que ser cristão não é viver numa redoma de vidro evitando o contato com os “diferentes”. Que tipo de cristão é esse que olha para o outro, ou por cima do outro, de outra religião, grupo ou pastoral e se sente superior a ele (a)? Muitas pessoas já nos tratam assim por termos fé, Jesus não ofereceu a outra face?
E por fim, esse é o ano da fé! Esse homem curado aceitou o convite de Jesus a ficar e apresentar essa graça aos seus. Muita gente que convive conosco precisa ver de nós que Deus existe, não somente com palavras ou versículos decorados da bíblia, mas com o testemunho real de nossas vidas
“(…) Peçamos a Nosso Senhor Jesus Cristo a graça de viver nossa fé com toda nossa alma, com todo nosso coração e com todo nosso entendimento. Só assim seremos o que temos de ser e transformaremos o mundo. Só em Cristo, por Cristo e com Cristo conseguiremos transmitir os tesouros de nossa fé e incidir positiva e efetivamente na sociedade. Não tenhamos medo de falar daquilo que preenche nosso coração; não tenhamos medo de falar d’Aquele que dá um sentido último às nossas vidas. Subamos nos telhados e nos preparemos para anunciar com amor que o Amor existe, se fez carne e habita em nós e está entre nós”. (Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro)
Vai no site da CNBB e lê o artigo completo desse inspirado Bispo do Rio de Janeiro…
Um Imenso abraço fraterno!