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domingo, 30 de setembro de 2012

--Divórcio. A destruição da família e da felicidade dos filhos - J. Salviano



Dia 7 de Outubro
Mc 10,2-16

J. Salviano Silva


Prezadas irmãs, e prezados irmãos. Através da liturgia de hoje, Jesus nos convida a refletir sobre o divórcio. Sobre a instituição do casamento que Deus uniu e o homem nem a mulher tem o direito de separar. Mas infelizmente, muitos homens e mulheres  têm separado muitos casamentos unidos por Deus. E Jesus é categórico  ao dizer, que.  "O homem que mandar a sua esposa embora e casar com outra mulher estará cometendo adultério contra a sua esposa. E, se a mulher mandar o seu marido embora e casar com outro homem, ela também estará cometendo adultério."       

Os fariseus mais uma vez procuraram um motivo para enquadrar criminalmente  Jesus em algum artigo da Lei machista que associava o casamento à posse de bens materiais e dava ao homem o direito de repudiar sua mulher, relegando esta a uma posição de submissão. Jesus, porém, mostra o outro lado da moeda, ou seja, Ele recorre ao Projeto criador de Deus, para responder a interrogação maliciosa dos seus oponentes.

Na primeira leitura nós vimos que o homem e a mulher  foram trans formados em uma só carne pelo matrimônio, em igualdade de condições e de direitos. E é exatamente isso que Jesus mostra na sua resposta aos fariseus arrogantes e machistas.

Prezados irmãos e prezadas irmãs. É uma grande ilusão a ambição  da aquisição dos bens materiais pelo chamado  "golpe do baú". Porque a união da carne e da mente entre o casal, só subsiste se houver amor e a bênção de Deus através do sacerdote. Amor que deve ser verdadeiro de ambos os lados. Esse amor é o cimento que vai consolidar aqueles dois corpos e aquelas duas mentes para o resto da vida, até que a morte os separe.

Se você pesquisar o Catecismo da Igreja Católica, ou conversar com o padre, vai saber que, em certos casos, a Igreja reconhece a anulação do casamento, até mesmo de casos em que existam filhos, ou que o casal esteja junto há muitos anos. Mas não é por causa disso, que você  agora vai pensar: Ah! Legal! Minha mulher ronca. Eu posso me separar?  Não!  Meu marido  já não é mais aquele, anda bebendo muito... então  eu estou livre para...  A resposta é, não! Mas por  quê? Porque o que Deus uniu, nem o homem nem a mulher podem separar.

Lamentavelmente, nem sempre os dois, maridos e mulher são católicos  atuantes. E isso acontece, porque o amor surge indistintamente da convicção religiosa dos dois. E, também, as pessoas não se preocupam na hora de se escolherem, em saber qual a religião do outro. Dessa forma, podemos observar que nas comunidades paroquiais, a maior  parte dos cristãos atuantes são  do sexo feminino, onde vemos as esposas participando da catequese ou da liturgia, enquanto os maridos não se encontram  presentes.

Por outro lado, às vezes temos cristãos atuantes do sexo masculino desacompanhados de suas respectivas esposas.

Salviano.


Ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu. Padre Queiroz




Dia 6 de Outubro
Lc 10,17-24


Ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu.
Este Evangelho tem três partes: o regresso dos setenta e dois, a alegria de Jesus e a felicidade dos discípulos.
“Eles voltaram muito contentes, dizendo: Senhor, até os demônios nos obedeceram por causa do teu nome”. É a alegria do líder cristão, ao ver a conversão acontecer e as pessoas que acolhem a Boa Nova ficarem mais felizes. Não existe alegria maior do que possuir a graça de Deus.
“Jesus exultou no Espírito Santo.” Nós queremos dar a Jesus a mesma alegria que ele sentiu, vendo “Satanás cair do céu, como um relâmpago”, isto é, vendo o Reino de Deus já atuante na terra, destronando definitivamente as forças do mal. Por isso, “ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu”. Jesus se alegra porque, pela força de Deus, as coisas se inverteram: agora são os pequeninos que têm a primazia.
O Pai e Jesus constituem uma unidade de amor e conhecimento mútuo, na qual são admitidos os que se abrem a Deus com humildade e se abandonam nas suas mãos.
“Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!” Nós estamos incluídos nesses “felizes”, porque, através do Espírito Santo, nós também conhecemos e experimentamos a Boa Nova de Jesus triunfando sobre o mal. A história da humanidade tem duas partes bem distintas: antes de Cristo e depois dele. Mas isso significa também uma responsabilidade para nós: “Se a vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 5,20).
“Que Deus ilumine os olhos de vosso coração, para que conheçais a esperança à qual ele vos chamou, a riqueza da glória que ele nos dá em herança entre os santos, e a extraordinária grandeza do poder que ele exerce” (Ef 1,18-19). “Os olhos de vosso coração” nos lembra a bem-aventurança: “Felizes os puros de coração, porque verão a Deus”. A fé e o amor são inseparáveis; quanto mais se ama, mais se crê. O coração, isto é, o centro da pessoa, é o terreno onde pode enraizar a semente do Reino.
Para isso, precisamos ter os olhos do coração livres da miopia gerada pelo orgulho, pelas paixões e ideologias. É por aí que os simples têm mais entendimento do que os doutores e poderosos do mundo, inclusive, às vezes, mais que os teólogos.
“Eu te louvo, Pai, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos.” Quando líderes cristãos, humanamente incompetentes para a missão, fazem maravilhas, aparece mais claro que é Deus que realiza, não o líder; este é apenas um instrumento que Deus usa. E Deus gosta de usar instrumentos mais fracos, porque assim fica claro que é ele que faz. Deus é poderoso para usar qualquer instrumento para a conversão das pessoas. Ele já usou até animais, como o caso da mula de Balaão (Cf Nm 22).
“Ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.” É Deus que revela a Boa Nova aos que ouvem os líderes cristãos.
“Eu vos dei o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo. E nada vos poderá fazer mal.” Deus nos defende dos malvados do mundo e de todos os perigos que enfrentamos, no nosso trabalho de líderes cristãos. O discípulo e a discípula de Jesus podem ficar tranqüilo, porque existe Alguém muito forte que cuida deles.
Todos os cristãos e cristãs somos missionários, cada um do seu modo. Existe um “toque de compaixão”, despertado por Deus, que nos leva a sair do nosso mundinho e evangelizar. Hoje as multidões hoje são maiores que no tempo de Jesus, e a sêde da Boa Nova continua a mesma. Deus não toca diretamente no coração de ninguém; ele quer fazer isso através de nós, que já fomos tocados por ele. Nós recebemos de Jesus um tesouro de graças, que são os sacramentos, a Palavra de Deus, a vida em Comunidade... Vamos aproveitar bem esse tesouro, não só para nós mesmos, mas para enriquecer os outros.
Havia, certa vez, um viúvo, cuja esposa tinha falecido a pouco tempo, e ele morava numa casa de roça, junto apenas com seu filhinho de poucos meses de idade.
Ele tinha em casa uma raposa que era sua amiga. Desde pequeninha, ele a trouxe para casa e era tratada como animal de estimação. Ela fazia até as vezes de um cachorro, ajudando a guardar a casa.
Ele saía cedo para trabalhar na roça e todas as noites, quando voltava, a raposa ficava feliz com sua chegada. Os vizinhos sempre o alertavam: “Cuidado! Raposa é um bicho selvagem. Um dia ela pode sentir fome e comer a criança”. Mas ele respondia que isso era uma grande bobagem, a raposa era sua amiga e jamais faria uma coisa dessas.
Um dia, quando ele chegava em casa, a raposa veio ao seu encontro, mal totalmente ensangüentada. O homem suou frio. “Os vizinhos tinham razão, ela comeu o meu filhinho!” Mais que depressa, com o machado que tinha na mão, matou a raposa.
Mas, ao entrar em casa, qual não foi a sua surpresa: o filhinho estava no berço, dormindo, e, ao lado do berço, uma a cobra morta!
Aquele senhor, cheio de tristeza, pegou o cadáver da querida raposa e o enterrou, junto com o machado que a matara. Em cima da cova, plantou uma árvore, que regava todos os dias.
O homem foi precipitado, deixando-se levar pelo primeiro impulso. Quantas lágrimas a precipitação tem causado, tanto à pessoa como aos outros!
Os nossos conhecimentos são limitados e podemos nos enganar. Daí a necessidade de nos apegarmos com Deus, que nunca se engana, e de acolher e distribuir o grande tesouro que seu Filho nos deixou, que chamamos de Boa Nova.
Maria Santíssima é a grande missionária de Deus Pai, pela qual ele nos deu o seu Filho. Rainha dos missionários, rogai por nós!
Ficai alegres porque vossos nomes estão escritos no céu.

Padre Queiroz

VESTINDO-SE DE SACOS -Alexandre Soledade




Dia 5 de Outubro
Lc 10,13-16


Bom dia!
Vejo uma profunda ligação dessa passagem com algo que ocorreu com Jonas e os Ninivitas.
“(…) Jonas foi pela cidade durante todo um dia, pregando: Daqui a quarenta dias Nínive será destruída. Os ninivitas creram (nessa mensagem) de Deus, e proclamaram um jejum, VESTINDO-SE DE SACOS DESDE O MAIOR ATÉ O MENOR. A notícia chegou ao conhecimento do rei de Nínive; ele levantou-se do seu trono, tirou o manto, COBRIU-SE DE SACO E SENTOU-SE SOBRE A CINZA. Em seguida, foi publicado pela cidade, por ordem do rei e dos príncipes, este decreto: Fica proibido aos homens e aos animais, tanto do gado maior como do menor, comer o que quer que seja, assim como pastar ou beber. Homens e animais se cobrirão de sacos. TODOS CLAMEM A DEUS, EM ALTA VOZ; DEIXE CADA UM O SEU MAU CAMINHO E CONVERTA-SE DA VIOLÊNCIA QUE HÁ EM SUAS MÃOS. Quem sabe, Deus se arrependerá, acalmará o ardor de sua cólera e deixará de nos perder! Diante de uma tal atitude, vendo como renunciavam aos seus maus caminhos, DEUS ARREPENDEU-SE DO MAL QUE RESOLVERA FAZER-LHES, E NÃO O EXECUTOU”. (Jonas 3, 4-10)
Deus, em muitas narrativas do antigo testamento, é apenas mencionado pela dureza da sua justiça aos que preferem o mal; no novo testamento, Jesus esforça-se em apresentar o Deus amoroso e compassivo. O Evangelho de hoje reafirma a presença soberana do Deus justo.
Quando acontecem as fatalidades do dia-a-dia clamamos ardentemente pela justiça divina, mas quando somos nós os grandes opressores, pedimos a Sua misericórdia. Deus nunca, nem no novo e nem no antigo testamento deixou de olhar com justiça sendo assim compreensível a idéia que realmente precisamos TAMBÉM mudar.
Algo me chamou muito atenção numa fala de um padre da minha comunidade: “Será que somente rezar é suficiente”? Trazer essa reflexão é importante, pois nos trás de volta ao compromisso que temos com minha própria salvação e com a dos que me cercam sendo assim, inconcebível a idéia de salvação sem a cruz.
O mais engraçado é que todos sabem o que é certo e o que é errado, mas por que então não fazemos somente o correto? Passamos boa parte de o nosso tempo a justificar, para mim mesmo e para os outros, os atos e gestos (erros) que eu desde o começo sabia que não era para serem feitos. Sabemos que é errado, mas não conseguimos deixar de fazer… “(…) Ai de você, cidade de Corazim! Ai de você, cidade de Betsaida! Porque, SE OS MILAGRES QUE FORAM FEITOS EM VOCÊS TIVESSEM SIDO FEITOS NAS CIDADES DE TIRO E DE SIDOM, OS SEUS MORADORES JÁ TERIAM ABANDONADO OS SEUS PECADOS HÁ MUITO TEMPO”.
Iniciamos hoje o mês missionário e com ele a reflexão que precisamos antes de tudo começar pela conversão daquele (a) que vemos no espelho todos os dias. Talvez se conseguirmos convertê-lo (a) ou pelo menos fazê-lo (a) cair menos vezes, conseguiremos ter um mundo melhor.
Precisamos muito que isso aconteça, pois Deus é Justo e também será justo com nossa luta em buscarmos sermos alguém melhor do que já somos hoje.
Uma possível conclusão: Se sei o que é errado e tenho convicção disso devo começar minha caminhada de dentro pra fora. Sendo assim…
“(…) Além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos”. (Filipenses 4,8)
Um imenso abraço fraterno.

O Reino de Deus chegou até vocês” - Alexandre Soledade



Dia 4 de Outubro
Lc 10,1-12


Bom dia!
Vamos abordar três pontos…
Muitas pessoas associam esse evangelho a diferenças religiosas. Imaginam aquele irmão que passa de porta em porta a anunciar sua fé e se mal recebido declara aos ventos que nem a poeira das sandálias ficará. Se certo ou errado aquela pessoa queria apenas dizer que “(…) O Reino de Deus chegou até vocês”.
Mesmo nos batendo à porta nos horários mais inconvenientes, bastaria para nós dizer: “Sim irmão, ele já chegou! Vá em paz”! Como é que normalmente respondemos? Não estou aqui dizendo que devemos ouvir e acatar tudo falam ou nos entregam nas portas, nas ruas, nas praças, mas pelo menos não sermos mal educados com quem leva uma mensagem positiva de casa em casa. Filtremos bem os proselitistas!
“(…) Por essa razão, incentivo-vos a prosseguir dando passos positivos nesta direção, como é o caso do diálogo com as igrejas e comunidades eclesiais pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs, que com iniciativas como a Campanha da Fraternidade Ecumênica ajudam a promover os valores do Evangelho na sociedade brasileira”. (BENTO XVI)
Outro ponto…
Os judeus possuíam muitos rituais particulares, hoje talvez déssemos o nome de costume, hábitos, crendices, (…). Era, portanto um ritual particular, onde todos ao saíssem da sua região para outra sendo esta pagã ou descrente, ao retornarem não trouxessem (simbolicamente) nada daquele lugar onde não aceitavam a Deus. O gesto era sacudir as sandálias como que dissessem: “não trago nem o pó dessa terra”!
A sabedoria do povo judeu não se limitava a costumes. Talvez dissessem hoje: “QUANDO VOLTAR PARA CASA, À NOITE, VINDO DO TRABALHO, NÃO DESCONTE SEU CANSAÇO E SUAS INSATISFAÇÕES NA SUA FAMÍLIA”!
A nossa vida nem sempre é aquela que sonhamos ou idealizamos. Ela é cheia de altos e baixos, coisas boas e não tão boas. Padre Léo dizia que temos a grata mania de olhar NOSSOS problemas com lentes de aumento, os tornado assim maiores do que são. Passamos, talvez inconscientemente, a responder a insatisfação ou a frustração com desamor, rancor, ranzinzes, (…). Essa poeira não deve voltar para casa!
Um terceiro ponto…
Não é por nada que acredito que esse evangelho caiba tão bem com dia de hoje – Dia de são Jerônimo – Dia da Bíblia.
Pensem num homem que tinha tamanha inteligência que preferiu viver no isolamento por acha difícil que as pessoas pudessem conviver com ele. Herdou com a morte do pai uma boa fortuna que transformou em estudo. Ficou responsável pela tradução da Bíblia para o Latim que quando concluída fora chamada de Vulgata.
Suas palavras e reflexões duras não “perdoavam” nem mesmo santo Agostinho, doutor da igreja, mas se resignava a reconhecer que fazia isso pelo bem da igreja, e por isso preferia ficar longe a magoar. Mesmo tão contundente em suas afirmações preferiu o silencio. O seu “eu” impetuoso se rendia ao amor de Jesus. Essa situação casa-se bem com uma frase de Santa Terezinha que comemoramos amanhã
. “(…) No lugar do medo do “Deus duro e vingador”, ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna”.
Duro ter a convicção de estar certo e ter que se refugiar no Senhor.
“(…) Provai e vede como o Senhor é bom, feliz o homem que se refugia junto dele. Reverenciai o Senhor, vós, seus fiéis, porque nada falta àqueles que o temem. Os poderosos empobrecem e passam fome, mas aos que buscam o Senhor nada lhes falta. Vinde, meus filhos, ouvi-me: eu vos ensinarei o temor do Senhor. Qual é o homem que ama a vida, e deseja longos dias para gozar de felicidade? Guarda tua língua do mal, e teus lábios das palavras enganosas. Aparta-te do mal e faze o bem, busca a paz e vai ao seu encalço. Os olhos do Senhor estão voltados para os justos, e seus ouvidos atentos aos seus clamores”. (Salmo 33, 9-14)
Católicos ou evangélicos (mesmo sem aceitar isso) agradecem a São Jerônimo por seu investimento, seu tempo, disposição e sabedoria em traduzir a Bíblia para que mais que 72 pudessem ir de porta em porta, de casa em casa e dizer: “Que a paz esteja nesta casa!”
Um imenso abraço fraterno.

Eu te seguirei para onde quer que fores - Padre Queiroz



Dia 3 de Outubro
Lc 9,57-62


Eu te seguirei para onde quer que fores.
Este Evangelho narra três exemplos de vocações. O primeiro e o terceiro são as pessoas que se apresentam a Jesus, e o segundo é Jesus que chama.
O primeiro vocacionado é generoso: “Eu te seguirei para onde quer que fores”. Mas Jesus joga água fria no entusiasmo dele, dizendo: “As raposas têm tocas e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”. Este recado vale para nós hoje. Se alguém assume a vocação cristã, ou qualquer específica dentro da Igreja, pensando em ter algum retorno em bens materiais, ou em boa vida, vai dar com os burros n’água, pois acontecerá o contrário: será pobre e carregará a cruz.
Jesus era pobre e fazia questão que as pessoas que queriam segui-lo soubessem disso, a fim de não terem ilusões. Soubessem não só que Jesus era pobre, mas que essa era a sorte dos seus seguidores. Deus é infinitamente poderoso e é nosso Pai; ele não deixa nenhum de nós passar necessidade de qualquer bem material que necessita.
Ao segundo vocacionado Jesus apresenta outra condição: “Deixa que os mortos (espiritualmente) enterrem os seus mortos (materialmente), mas tu, vai anunciar o Reino de Deus”. Em outras palavras, o discípulo deve sentir-se livre frente aos compromissos com a sua família e o seu ambiente. Dificilmente um cristão poderá sentir-se livre, se não está disposto a viver e agir de forma diferente dos padrões aceitos pelos parentes, vizinhos e os de sua terra natal. Por exemplo, Francisco de Assis tornar-se mendigo, pertencendo a uma família rica.
Durante séculos, as ordens religiosas foram o caminho quase único que libertava do todo-poderoso ambiente familiar e permitia seguir melhor o caminho do Evangelho.
Ao terceiro vocacionado, que quer despedir-se da família, Jesus responde: “Quem põe a mão no arado e segue olhando para trás, não está apto para o Reino de Deus”. Há pessoas que dizem a Jesus que querem segui-lo, mas a vida diz o contrário. Outras dizem a Jesus: eu gostaria, eu quereria, eu tenho vontade... Nada disso vale para Jesus. O que vale para ele é: “Eu quero”, e ponto final.
Nesta última resposta de Jesus: “Quem põe a mão no arado e segue olhando para trás, não está apto para o Reino de Deus”, há uma referência bíblica à mulher de Lot (Gn 19,26). Deus permitiu um grande incêndio que destruiu Sodoma e Gomorra, duas cidades que viviam no pecado. Mas antes Deus quis salvar os seus amigos Lot e a família. Os anjos de Deus colocaram-nos fora da cidade e recomendaram: “Não olheis para trás (Gn 19,17). A esposa de Lot desobedeceu e olhou para trás, e tornou-se uma estátua de sal.
O touro, quando vai numa direção, nem cerca o segura. Assim devemos ser. Prometer pouco, mas o que prometemos, cumprimos, ainda que caia o mundo ao nosso redor.
Vivemos uma cultura do descartável: o copo é descartável, o guardanapo é descartável... E muitos consideram os compromissos também descartáveis.
Sobre o casamento, alguns dizem: “O casamento dura enquanto dura o amor”. Vêem o amor como simples sentimento. Mas amor não é só sentimento. É compromisso. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por quem ama”.
Hoje celebramos a festa de S. Jerônimo. Ele nasceu pelo ano 340, na atual Croácia. Quando jovem, foi para Roma, a fim de estudar. Em Roma, longe do ambiente familiar, acabou se esquecendo da boa formação que recebera dos pais e se tornou escravo das vaidades e paixões. Formou-se em filosofia, em grego e em hebraico.
Conheceu o cristianismo e, quando tinha 18 anos, quis receber o batismo. Tornou-se então catecúmeno. Aos domingos, junto com os novos colegas catecúmenos, ele visitava as catacumbas. Descendo ao fundo daquelas galerias, ficou impressionado ao ver as gravuras e os escritos dos primeiros mártires cristãos.
Alguns anos após o batismo, ele foi vítima de uma peste, que matou muita gente em Roma, inclusive vários amigos dele. Um dia, Jerônimo teve uma febre tão alta que entrou em delírio. Neste estado, pareceu-lhe que foi levado ao tribunal de Cristo. Lá, alguém lhe perguntou: “Quem és?” Ele respondeu: “Sou cristão”. A pessoa lhe disse: “Estás mentindo, porque onde está o teu tesouro aí está o teu coração”. Depois que acordou, Jerônimo pensou: É verdade. Como posso dizer que sou cristão se meu coração está apegado a outras coisas?
Ficou tão tocado por aquela experiência que, ao recuperar a saúde, resolveu converter-se inteiramente a Deus. Como estava muito difícil para ele dominar os seus instintos, ingressou em um mosteiro. Ali praticava o jejum e a penitência.
Devido ao seu amor à Sagrada Escritura, ao seu conhecimento de línguas e à vasta cultura, Jerônimo recebeu do Papa S. Dâmaso a missão de traduzir a Bíblia para o latim, que era a língua mais falada no mundo da época. Para cumprir bem esta missão, ele foi transferido para um mosteiro na cidade Belém, na Palestina.
Mas em Belém a sua luta contra as paixões e os maus costumes adquiridos na juventude continuava. Ele unia o estudo com a oração, a penitência e o jejum. Nas horas de tentação, chegava a bater pedras no peito, a ponto de sair sangue. E venceu! Tornou-se um santo.
Por tudo isso, vemos que S. Jerônimo, depois que pôs a mão no arado, não olhou para trás.
Setembro é o mês da Bíblia por causa de S. Jerônimo.
Maria Santíssima, quando foi chamada por Deus, deu uma resposta imediata, generosa e total. Não só acolheu o chamado, mas disse para Deus que estava à disposição dele para o que der e vier, pois era sua escrava. Santa Maria e S. Jerônimo, rogai  por nós.
Eu te seguirei para onde quer que fores -

Padre Queiroz

Não desprezeis nenhum desses pequeninos -- Missionários Claretianos




Dia 2 de Outubro
Mt 18,1-5.10



Não desprezeis nenhum desses pequeninos.
Nas sociedades antigas um dos valores fundamentais era a honra. E a desonra era fortemente temida, a ponto de muitas pessoas preferirem morrer a cair em desonra. Uma das maiores honras era ser importante e reconhecido, porque o individuo anônimo e desconhecido era deprezado. Jesus muda essa maneira de pensar, e o evangelista nos mostra isso pela imagem do “pequenino” e da “ovelha perdida”.
O pequenino, não só representa a criança que, por sua dependência, ignorância e debilidade, era considerada insignificante. “Pequenino” era também uma alusão a todas as pessoas simples, pacíficas e anônimas que não tinham vontade nem meios sociais para ocupar um lugar na escala de honras. Jesus toma como modelo cristão essas pessoas que, sem se deixar contaminar pelos valores de sua época, colocam toda sua existência a serviço da vida.
O mesmo ocorre com a “ovelha perdida”. O evangelho nos recorda que na comunidade não há lugar para exclusão e para a indiferença. Se alguém se perde, é dever da comunidade reintegrar essa pessoa perdida. Qual é nossa atitude ante as pessoas anônimas e ante os extraviados?

Palma. Uma planta sem beleza- Alexandro Soledade




Dia 1º de Outubro
Lc 9,46-50

Bom Dia!
Essa história foi escrita no ano passado, mas tem um tremendo valor ainda no dia de hoje
“(…) Houve certa vez um conferencia sobre todas as plantas que existiam em uma região. Todos foram convidados a enviar seus representantes para que ao final saísse qual era a planta, árvore ou arbusto mais importante.
Horas e horas de longos debates e apresentações foram necessárias para que três espécimes fossem selecionados dentre tantas que ali se apresentaram e bravamente foram defendidas. A Sequóia americana, a Orquídea e a Palma.
A Sequóia começou a ser apresentada como a rainha imponente da floresta. Aquela que homem nenhum poderia arrancá-la do solo, pois seu porte de tronco e raízes profundas deixavam claro sua força e por ser uma arvore americana, ou seja, importada, era que tinha mais requisitos para o cargo.
Após muitas palmas, o defensor da Orquídea pôs-se em defesa dela dizendo logo de cara que ninguém consegue ser tão bela e também tão destemida como ela. Dizia ele que alguns gostam de difamá-la como fresca por gostar de pouco de sol e de muitos cuidados, mas desafiava a poderosa Sequóia a ficar presa, com suas raízes fortes nas paredes de um precipício íngreme igual ela – com o discurso provocativo a orquídea foi aplaudida de pé.
Veio então a Palma. Uma planta sem beleza, sem raízes e troncos fortes que se comparassem a poderosa Sequóia; não era bela ou de aparência agradável tão pouco intrépida ao ponto a se alojar um penhasco. Seu defensor, sem ter muito que falar pelo clima de “já ganhou” da Orquídea, pois se então a falar:
- Colegas e irmãos! Reconheço que temos pouco a apresentar para contrapor a beleza e a força dos nossos adversários. Deixo claro que não são nossos inimigos, apenas temos nossas belezas diferentes. Sinto-me feliz em estar aqui! Gostaria de apresentar a PALMA que nada mais é que um cacto. Ela não possui a beleza da Orquídea e nem a imponência da rainha Sequóia, mas creio que temos chances… Surgiram alguns risos na platéia, iguais aos dados a Suzan Boyle no programa Ídolos Inglês.
- Esta é a PALMA! O local que vive e não fácil. Lá não chove, não tem belas cachoeiras, não tem um terreno rico para mantê-la sempre bela, mas mesmo assim ela tem flores! Nunca se ouviu dizer de uma palma que se entregou, pois as condições eram adversas; nunca ouviu-se dizer que alguém quis tirar fotos com ela para mostrar o quanto era grossa e imponente; nunca se ouviu dizer seria fácil ser uma ou ter sua vida
- Atrevo-me a dizer, que não existe nada igual a ela. Animais vêm de longe para poder se alimentar dela, pois mesmo em condições extremas de calor e sofrimento permanecem vivas. A dor sempre rondou sua vida, mas mesmo assim era uma referencia para quem tinha fome
- Por fim, creio eu, que certo dia numa cidade do deserto, quando viu um homem ser levantado numa cruz por coisas que não fez, homem esse também sem beleza ou força física, a motivou a também a se dar pelos outros sem precisar perder o que ainda tinha de belo que eram suas flores. Deixo, portanto a escolha para vocês!
“(…) Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos. Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele. Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado. Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós. Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador”. (Ele não abriu a boca.) (Isaias 53, 2-7)
Conseguiu entender a mensagem? Criei essa estória para mostrar que existem coisas que ainda preciso aprender com a vida.
Um imenso abraço fraterno

Alexandre Soledade