terça-feira, 31 de março de 2015

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

 

“FICA CONOSCO, POIS JÁ É TARDE E A NOITE VEM CHEGANDO"! - Olívia Coutinho

 Dia 08 de maio de 2015
 
Evangelho de Lc 24,13-35
 
Quantas vezes, caminhamos sem rumo, sem motivação e no declinar do dia, sentimos cansados, desanimados, sem nenhuma perspectiva.
        Quando a nossa vida  perde o sabor, quando  os nossos passos não nos levam a lugar nenhum,   é sinal de que não estamos reconhecendo a presença de Jesus em nossa vida, de que está nos faltando algo imprescindível, o alimento vital capaz que nos devolve a alegria de viver, que nos mantém de pé nos vendavais da vida, que é  a fé!
  A fé nos motiva nos dá energia, vitalidade, nos devolve a esperança que o sofrimento insiste em roubar de nós!
         O evangelho de hoje, narra a história de dois discípulos, que não vendo mais razões para permanecerem em Jerusalém, após a morte de Jesus, decidem voltar para Emaús.
          Tristes e amedrontados com tudo que acontecera com o seu Mestre, a quem eles haviam depositado o destino de suas vidas. Completamente desiludidos, estes dois discípulos tomam o caminho de volta ao povoado de Emaús, carregando consigo,  um Jesus morto, o que os impediu de enxergar de imediato, o Jesus vivo  caminhando com eles!
Enfraquecidos na fé, eles haviam perdido a esperança muito rápido, dando a entender de que não haviam confiado no que Jesus lhes havia dito pouco antes de sua morte: “O filho do homem vai ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, mas no terceiro dia ele ressuscitará.” Mt 17,22-23.
        Nós também, às vezes somos assim, nem sempre confiamos no que Jesus nos diz, nem sempre O enxergamos junto de nós!
        Os discípulos de Emaús, só reconheceram Jesus, no momento em que Ele partiu o pão. Foi a partir deste instante, que os seus olhos se abriram e eles puderam vivenciar a alegria da ressurreição de Jesus, tornando em seguida, mensageiros desta Boa Notícia: Jesus Cristo ressuscitou! Ele vive entre nós!
 Cheios de alegria, os dois fazem o caminho de volta à Jerusalém, contando a todos, a bela experiência do encontro que eles  tiveram com o Cristo Ressuscitado!
         Estes dois discípulos, que demoraram tanto para reconhecer Jesus  caminhando com eles, representam todos  aqueles, que ainda não tem uma fé consistente, que perdem  a esperança diante a um suposto fracasso.
          Que esta lentidão dos discípulos de Emaús, não se repita conosco, que não sejamos cegos, lentos, para perceber a presença de Jesus caminhando conosco!
           Busquemos sempre nos alimentar na fé, pois é pela fé que enxergamos a presença do Cristo Ressuscitado no meio de nós!
           O episódio, que nos foi apresentado hoje , nos desperta também, para a importância de buscarmos sempre um jeito novo de viver a fé! O texto Chama a nossa atenção,  para algo que hoje quase não praticamos nas nossas relações humanas: o ouvir o outro, o caminhar com ele, o conhecer a sua história, seus sonhos... Foi isto que Jesus fez ao caminhar com os discípulos de Emaús, Ele, que à princípio fora visto com um forasteiro,  falou, ouviu, inteirou-se dos fatos...
           Muitas vezes, somos indiferentes ao outro, até mesmos dentro de nossas próprias casas, quantos filhos mal se falam com seus pais, quantos pais não reservam tempo para os filhos. Estamos sempre apressados e com isso, não nos damos tempo para perceber no outro a presença do Cristo Ressuscitado.
          A nossa missão nasce à partir do nosso encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado e cresce à medida do nosso envolvimento com Ele!
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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MULHER, POR QUE CHORAS? A QUEM PROCURAS?” - Olívia Coutinho

 
 Dia 07 de Abril de 2015 

Evangelho de Jo 20,11-18
 
 Neste tempo litúrgico, chamado tempo Pascal, ainda  ressoa  na Igreja o anuncio Pascal: Jesus Cristo ressuscitou! Ele vive entre nós!
Estamos vivendo as alegrias do domingo de Páscoa, uma festa que se estende por mais uma semana: a oitava da Páscoa!
“O Mistério Pascal é de tal importância na vida litúrgica da Igreja e na vida e atividade apostólica de todos os redimidos pelo Sangue de Cristo, que a sua celebração se prolonga por mais cinquenta dias, número cheio de significado, pois exprime a plenitude da salvação, definitivamente alcançada por Jesus Ressuscitado e por Ele oferecida aos homens”.
Vivemos um tempo especial, que nos tira do vazio e nos coloca no coração do Cristo Vivo! É Ele quem coloca  um   brilho novo  no nosso olhar, que  preenche o nosso coração com uma imensa alegria, que nos impulsiona a seguirmos em frente, a sairmos  de nós mesmos, para irmos ao encontro do outro.
O evangelho de hoje, narra o sofrimento de Maria Madalena! Ela chorava a morte de Jesus, sem perceber, que  àquele, a quem ela procurava, estava ali, de pé, diante de seus olhos, mas as suas lágrimas a impedia de enxergá-Lo.
Maria contentava em ter o corpo de Jesus, no entanto, centrada na sua dor, ela não percebia que Jesus  estava ali, vivo  diante  dela! O que pode acontecer também conosco! Quando deparamos com situações adversas, ficamos tão focados naquilo que nos causa dor, que não enxergamos as outras coisas boas diante dos nossos olhos!
 Maria Madalena, assim que reconheceu Jesus, encheu-se de alegria e recebeu  Dele uma missão muito especial: anunciar aos discípulos, a Sua ressurreição!
Foi uma responsabilidade muito grande para  ela: ser escolhida pelo próprio Jesus, como a primeira anunciadora  da notícia mais importante para a humanidade: JESUS CRISTO  RESSUSCITOU!
“Mulher porque choras? A quem procuras?” Essa duas perguntas que Jesus fez a Maria Madalena, hoje, Ele faz a nós também,  mas às vezes, por estarmos tão entregues ao sofrimento, não reconhecemos que quem nos pergunta, é Aquele a quem procuramos e por quem choramos: Jesus!
 Quantas vezes nos sentimos perdidos, abatidos, desanimados e não enxergamos a presença de Jesus, um sinal de que estamos presos aos túmulos vazios,  morrendo de sede diante da fonte de água viva!
Caminhemos, pois, rumo ao mundo novo, sem temer os desafios, na certeza de que, por mais sombrio que seja os nossos dias, o sol nunca deixa de brilhar!
Não desesperemos diante das adversidades da vida, confiemos no Cristo Ressuscitado, nós também, ressuscitamos com Ele quando nos libertamos de nossas amarras!  
Experimentemos, pois,  as alegrias de um novo dia quando deixamos pra trás as escuridões do passado, de um  passado que nos trouxe sofrimento, que ofuscou os  nossos olhos diante à luz!
Vivamos hoje, as alegrias de um recomeço, revestidos do novo nos  tornando portadores  e anunciadores da grande notícia:
 
JESUS CRISTO RESSUSCITOU ELE VIVE  ENTRE NÓS!

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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À beira do mar-Helena Serpa

10 DE ABRIL

Atos 4, 1-12 – “em nome de Jesus Cristo”

Pedro e João inauguravam o novo tempo do Anúncio da vida nova em Cristo e, por isso, padeciam as dificuldades e incompreensões próprias da missão do evangelizador. Assim, eles enfrentavam os primeiros obstáculos da sua missão de levar o Evangelho a todas as criaturas. Foram colocados na prisão, simplesmente porque em nome de Jesus Cristo, haviam curado um “homem coxo” e anunciavam esse Nome, concretamente, com a palavra e com atos! Com efeito, reuniram-se as autoridades para argui-los “com que poder ou em nome de quem eles haviam feito a cura”. Então, Pedro, cheio do Espírito Santo e com muita coragem e ousadia anunciou a eles a salvação de Jesus acusando-os de responsáveis pela Sua morte, mas afirmando que Deus O havia ressuscitado dos mortos. Pedro não se rendia diante das barreiras e apesar da incompreensão dos “grandes” ele atraia os “pequenos” para Jesus, por isso muitos acreditaram na sua pregação e se converteram.
Ainda hoje as obras de Deus são difíceis de ser compreendidas pelos homens! Muitos ficam admirados e não entendem o que acontece com aqueles (as) que abrem a boca e falam em nome de Jesus, dando testemunho das Suas maravilhas nas suas vidas. Ficam também intrigados quando vêm alguém ousar e interceder para que os milagres aconteçam na vida das pessoas e não acreditam que Deus possa agir por meio de qualquer um de nós. Assim sendo eles se perguntam: “com que poder?” Não sabem que é pelo poder do Espírito Santo que podemos também orar e curar os nossos irmãos e irmãs doentes, que vivem na ignorância. Só o Espírito Santo nos dá capacidade e a força para enfrentarmos as barreiras da incompreensão e da ignorância dos que vivem afastados de Deus. Em Nome de Jesus nós também podemos fazer prodígios e milagres, bastando para isso, que como Pedro e João, tenhamos firmeza e convicção da causa que abraçamos – Você já foi incompreendido (a) porque ousou orar em nome de Jesus, por alguém? – Em quem você confia quando ora pela cura das pessoas? – Com que poder você também tem feito todas as coisas? . – Aonde você tem sido mais perseguido quando fala e age em Nome de Jesus Cristo? – O seu testemunho tem dado frutos? – Como é que você tem defendido Jesus Cristo?

Salmo 117 – “A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.”

Se acreditássemos mesmo no poder do Senhor e que por Ele tudo foi criado, nós teríamos uma qualidade de vida muito melhor e viveríamos sempre alegres como se esse fosse o dia mais importante da nossa vida. O Senhor derrama as suas graças e bênçãos sobre nós a cada momento, porque Ele é bom e eterna é a sua misericórdia, o que quer dizer: Ele nunca irá nos faltar. Por isso demos graças ao Senhor!

Evangelho – João 21, 1-14 – “à beira do mar”

Pela terceira vez Jesus ressuscitado aparece diante dos seus discípulos, sendo que desta vez Ele os encontra na beira do mar, tristes e acabrunhados pelo fracasso da pesca que haviam tentado fazer. “Não pescaram nada naquela noite e já tinha amanhecido”. Mais uma vez Jesus pede aos Seus discípulos, “algo para comer” demonstrando que a refeição tomada em comum é um sinal de intimidade. Porém, como das outras vezes, os Seus discípulos ainda não O reconheceram e tentavam fazer as coisas do mesmo modo como faziam antes de encontrarem Jesus. Praticavam o que lhes era costumeiro, por isso, permaneciam na mesmice sem nada conseguir. Jesus, porém interveio e mandou que eles fizessem justamente o contrário do modo como estavam exercitando. Eles obedeceram e o milagre aconteceu. “Lançai a rede á direita do barco e achareis”. Entretanto, somente depois que eles viram o milagre acontecer foi que distinguiram a Jesus e disseram: “É o Senhor!”. Eles estavam ainda muito apegados às obras de Jesus, por isso, ainda não reconheciam a Sua pessoa. Hoje, também, Jesus está muito perto de nós à beira do mar da nossa vida, nos pede de comer e nos manda lançar a rede de outro modo, de um jeito novo, o oposto do que sempre temos realizado. Ele sabe precisamente do que precisamos pescar e nos dá as dicas, porém continuamos envolvidos (as) com a nossa “falta de sorte” e não ouvimos o que Ele fala para direcionar a nossa caminhada. Ficamos presos (as) às nossas expectativas e buscamos apenas os milagres que pretendemos que aconteçam na nossa vida. Perdemos as oportunidades e, por isso, muitas vezes deixamos a “hora da graça” (o kairós), passar. Por isso, é imprescindível que tenhamos a consciência de que Jesus ressuscitado continua muito perto de nós nos mandando lançar a rede de outra maneira, de um jeito novo, do contrário do que sempre temos feito. Ele sabe precisamente do que nós precisamos pescar e nos dá as palavras-chaves para que tenhamos sucesso nos nossos empreendimentos. – Você tem certeza de que está fazendo as coisas da maneira que Jesus quer? - Pergunte a Ele qual o lado certo para você lançar a sua rede. – O que você precisa fazer diferente? – Peça para que Ele lhe mostre a vida nova, o novo jeito de viver e ser feliz!

Helena Serpa,
Fundadora da Comunidade Missionária Um Novo Caminho

Jesus é o doador da paz!-Helena Serpa

9 de Abril de 2015


Atos 3,11-26 – “ Tudo é obra de Deus ”

Diante da admiração que a cura do coxo despertara no povo de Israel, Pedro e João refutavam a sua idolatria, pois tinham a devida consciência de que tudo o que acontecera por meio deles fora obra de Deus por causa de Jesus Cristo. Pedro, então, abriu os olhos do povo para que conhecessem a verdade e não ficassem apegados eles como se fossem deuses. As pessoas são apenas instrumentos de Deus para a cura libertação do Seu povo. Às vezes, nós ficamos apegados (as) ao prodígio e esquecemos o Autor dos milagres. Hoje também acontece de que as pessoas se apeguem àqueles que são mensageiros de Deus para ministrarem cura libertação. A fé no nome de Jesus e a certeza de que Ele tem poder para nos curar são a motivação para alcancemos as curas de que precisamos. Não devemos nos arvorar de autores da obra quando somos apenas meros instrumentos de Deus nem tampouco nos assombrarmos diante do que as pessoas realizam em Seu Nome. Ao invés disso, de uma maneira ou de outra, devemos nos colocar como portadores da graça libertadora que Deus quer realizar no mundo. A função de quem anuncia Jesus deve ser a de conscientizar às pessoas de que Jesus é o Seu único Senhor. O primeiro passo, para que todos nós possamos assumi-Lo como tal, é o arrependimento, que nos leva conversão. Nunca, porém, devemos deixar que as pessoas tornem-se “dependentes” de nós, mas sim, esclarecer que elas não precisam ficar paradas esperando algo de nós, pois, Jesus está mais adiante para abençoá-las e dar a elas uma vida nova. - Você é daqueles (as) que olham mais para as pessoas e esquece-se de Deus? - A quem você pode está idolatrando e colocando no lugar de Jesus, O Justo? - Qual a atenção que você dá aos pregadores, aos ministrados, aos “curadores” que estão a serviço de Deus? – O que realmente eles são para você?

Salmo 8 – “Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!”

Reconhecer a Deus como o Senhor de todo o universo não nos impede de também reconhecer que somos nós a obra prima da Sua criação. Devemos, porém, saber que tudo o que acontece é por graça de Deus; todo poder e autoridade que o homem e a mulher têm, vêm de Deus. Tudo o que existe é revelação do poder e da glória do Senhor que manifesta ao mundo a sua Onipotência. Portanto, mesmo que sejamos fracos e pecadores o Senhor nos concedeu o domínio sobre toda a criação. O poder do Senhor é quem nos move.

Evangelho - Lucas 24,35-48 – “Jesus é o doador da paz!”

Os discípulos de Emaús não perderam tempo e foram dar aos outros a notícia do seu encontro com Jesus. Na mesma hora, como que para confirmar as suas palavras, Jesus apareceu-lhes e disse: “A paz esteja convosco!” Jesus mostrava-se a eles, marcado, cicatrizado, porém vivo e ressuscitado. Embora, alegres e surpresos, eles ainda tinham dúvidas no coração, mas Jesus os convidou a que tocassem nele e pediu a eles algo para comer. Por meio das palavras e dos gestos de Jesus os discípulos começaram a entender o porquê de todos os acontecimentos. Assim, Jesus abriu a inteligência dos seus discípulos para entenderem as Escrituras e veio lhes trazer a paz e o entendimento de tudo quanto lhes dissera antes. Do mesmo modo acontece conosco: para que nós possamos compreender Jesus nós precisamos nos aproximar Dele, tocá-Lo e alimentarmo-nos com Ele. Quando nós temos uma experiência com Jesus e chegamos a tocar no Seu mistério de Amor por meio da Sua Palavra nós também alimentamos a nossa alma e temos a inteligência iluminada para compreendermos a obra que Ele quer realizar em nós. Na verdade, a primeira manifestação de que estamos tocando Jesus é o sentimento de paz que invade o nosso coração. Jesus vem também nos dizer que o sofrimento, a dificuldade, a aflição, são os acontecimentos próprios da nossa vida que nos trarão mais tarde a paz, o entendimento, a alegria da superação quando nos apoiamos e temos como exemplo a Sua Ressurreição. A paz é fruto da justiça. Jesus é o Justo por excelência por isso Ele é o doador da Paz. Porém a paz que Ele nos trouxe Ele a conquistou justamente na Cruz. O Seu sofrimento e a Sua entrega foram por Amor, por Paixão. - Você agora entende melhor os acontecimentos que Jesus viveu? – E os acontecimentos da sua vida, você compreende-os? - Você sente essa paz que Jesus veio nos dar? – Ela acontece em você apesar das suas dificuldades? – Você tem mostrado isso na sua vida?

Helena Serpa

Depois de oito dias, ele apareceu de novo-Claretianos

DOMINGO, 12 DE ABRIL DE 2015
Zenon, Júlio

Atos 4,32-35: Todos pensavam e sentiam o mesmo
Salmo 117: Deem graças ao Senhor porque é bom, porque eterna é a sua misericórdia
1João 5,1-6: Todo que nasceu de Deus vence o mundo
João 20,19-31: Depois de oito dias, ele apareceu de novo.

19 Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz esteja convosco! 20 Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. 21 Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. 22 Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. 23 Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos. 24 Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. 25 Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não acreditarei! 26 Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: A paz esteja convosco! 27 Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. 28 Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! 29 Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! 30 Fez Jesus, na presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão escritos neste livro. 31 Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.

COMENTÁRIO


Depois da morte de Jesus, a comunidade se sente com medo, insegura e indefesa ante as represálias que possa sobre da instituição judaica. Ela se encontra em uma situação de temor paralela à do antigo Israel no Egito, quando os israelitas eram perseguidos pelas tropas do faraó (Ex 14,10) e, como aconteceu com aquele povo, os discípulos estão também na noite (já anoitecendo) na qual o Senhor vai tirá-los da opressão (Ex 12,42; Dt 16,1). A mensagem de Maria Madalena, contudo, não os liberta do temor. Não basta ter notícias do sepulcro vazio; só a presença de Jesus pode dar-lhes segurança em meio a um mundo hostil. Porém, tudo mundo a partir do momento em que Jesus, que é o centro da comunidade, aparece no seu meio, como ponto de referência, fonte de vida e fator de unidade. Sua saudação lhes devolve a paz que haviam perdido. Suas mãos e as marcas da cruz, provas de sua paixão e morte, são agora sinais de seu amor e de sua vitória: o que está vivo diante deles é o mesmo que morreu na cruz. Se o medo da morte os afligia, agora percebem que ninguém pode tirar-lhes a vida que o ressuscitado comunica.
O efeito do encontro com Jesus é a alegria, como ele mesmo havia anunciado (16,20: vossa tristeza se converterá em alegria). E começou a festa da Páscoa, a nova criação, o novo ser humano capaz de dar a vida para gerar vida.
Com sua presença, Jesus comunica seu Espírito e este lhes dá força para enfrentar o mundo e libertar a homens e mulheres do pecado, da injustiça, do desamor e dar morte. Para isso os envia ao mundo, a um mundo que os odeia como odiou a ele (15,18). A missão da comunidade não será outra senão a de perdoar os pecados para dar vida, ouo que é igual, colocar fim a tudo que oprime, reprime ou suprime a vida, que é o efeito produzido pelo pecado na sociedade.
Porém, nem todos creem. Um deles, Tomé, o mesmo que se mostrou pronto para acompanhar Jesus na morte (Jo 11,16), que agora resiste a crer no testemunho dos discípulos e não lhes basta ver a comunidade transformada pelo Espírito. Não admite que o que eles viram seja o mesmo que ele havia conhecido. Não crê na permanência da vida. Exige uma prova individual e extraordinária. As frases redundantes de Tomé, com sua repetição e palavras, sublinham estilisticamente sua falta de capacidade de compreender. Não busca Jesus, fonte de vida, mas uma relíquia do passado.
Para crer ele precisa de algumas palavras de Jesus: “Coloca aqui teu dedo, olha minhas mãos; coloca tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas tenha fé”. Tomé, que não chega a tocar em Jesus, pronuncia a mais sublime confissão evangélica de fé chamando a Jesus de “meu Senhor e meu Deus”. Com esta dupla expressão alude ao mestre a quem chamavam Senhor, sempre disposto a lavar os pés de seus discípulos e ao projeto de Deus, realizado agora em Jesus, de fazer chegar ao ser humano ao ponto mais alto da divindade realizada agora em Jesus (meu Deus...).
Porém, sua atitude incrédula merece uma repreensão da parte de Jesus, que se transformou em bem-aventurança para todos os que não poderão vê-lo nem tocá-lo e terão, por isso, que descobri-lo na comunidade e notar nela sua presença sempre viva. De agora em diante a realidade de Jesus vivo não é percebida com discursos nem buscando experiências individuais e isoladas, mas que se manifesta na vida e conduta de uma comunidade que é expressão de amor, de vida de alegria. Uma comunidade de pensamentos e sentimentos comuns, de colocar em comum os bens e de repartir igualitariamente os bens como expressão de sua fé em Jesus ressuscitado, uma comunidade de amor como defende a primeira carta de João (1Jo 5,1-5).
Oração: Ó Deus de misericórdia infinita, que reanimas a fé do povo com a celebração anual das festas pascais: acrescenta em nós os dons de tua graça para que compreendamos melhor que és verdadeiramente Pai e doador da vida, que nos chamas a acolher e acrescentar e que a tua vida finalmente triunfará. Por nosso senhor Jesus Cristo...

Ide por todo o mundo e proclamem a Boa Nova!-Claretianos

SÁBADO, 11 DE ABRIL DE 2015
Estanislau

Atos 4,13-21:Devemos contar o que vimos e ouvimos
Salmo 117: Este é o dia do Senhor: seja nossa alegria e nosso gozo
Marcos 16,9-15: Ide por todo o mundo e proclamem a Boa Nova!

9 Tendo Jesus ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana apareceu primeiramente a Maria de Magdala, de quem tinha expulsado sete demônios. 10 Foi ela noticiá-lo aos que estiveram com ele, os quais estavam aflitos e chorosos. 11 Quando souberam que Jesus vivia e que ela o tinha visto, não quiseram acreditar. 12 Mais tarde, ele apareceu sob outra forma a dois entre eles que iam para o campo. 13 Eles foram anunciá-lo aos demais. Mas estes tampouco acreditaram. 14 Por fim apareceu aos Onze, quando estavam sentados à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e dureza de coração, por não acreditarem nos que o tinham visto ressuscitado. 15 E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.

COMENTÁRIO

Jesus ressuscitado aparece muito cedo de manhã a Maria Madalena. Ela corre em seguida para partilhar a notícia aos machucados e entristecidos companheiros de Jesus, porém estes não acreditam no que escutam, como se a esperança semeada neles por Jesus tivesse desaparecido com sua morte. Definitivamente, nem os próprios discípulos acreditavam no que se contava entre eles. As aparições devem ser tomadas como toques dados à consciência pela experiência que se vive no próprio interior com o ressuscitado. São importantes porque Jesus não pode ser buscado fora da história, mas através dos processos internos de tomada de consciência. A comunidade deve ter claro que as aparições estão ligadas à reconstrução da consciência pessoal e grupal. A recuperação das consciências se dá quando se sai da crise enfrentada por tantas dúvidas e temores e se experimenta que Jesus está vivo e nos chama a reconstruir a vida em torno de um projeto comunitário que se acreditava fracassado. É importante também como a comunidade reconstrói sua consciência e volta novamente à alegria de poder ter esperança. Já reconstruídos e com a experiência de ter vivido a partir de dento o processo da conversão, os discípulos serão capazes de anunciar e testemunhar com suas vidas a Boa Nova.


Ele repartiu o pão e o peixe-Claretianos

SEXTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2015
Exequiel

Atos 4,1-12: Nenhum outro nome pode salvar
Salmo 117: Deem graças ao Senhor porque é bom, porque é eterna a sua misericórdia
João 21,1-14: Ele repartiu o pão e o peixe.

1 Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galileia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. 3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. 4 Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. 5 Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. 6 Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. 7 Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. 8 Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). 9 Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. 10 Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. 11 Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 12 Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. 13 Jesus aproximou-se, tomou o pão e o deu a eles, e do mesmo modo o peixe. 14 Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado.
 

COMENTÁRIO

Jesus ressuscitado aparece um dia qualquer a seus discípulos, que não o identificam apesar do que ele lhes fala. Quando os manda lançar as redes e apanham quantidade de peixes, somente Pedro o reconhece. A aparição de Jesus faz com que a fé dos discípulos renasça, recuperem o tempo perdido e comecem a pensar em como vão se organizar de novo em função da antiga e grande utopia. O encontro com o ressuscitado não pode ficar guardado como uma lembrança. A transcendência desse momento leva aos protagonistas um desafio definitivo em suas vidas. O ofício da pesca tomará novo valor ao ser agora pescadores de homens e a missão será muito maior que a simples luta pela sobrevivência. Nestas celebrações pascais peçamos que Deus nos permita encontrar o rosto do ressuscitado no cotidiano de nossas vidas; que demos ares novos à nossa existência, assumindo a responsabilidade de ser pescadores de homens e mulheres com as redes da esperança.


O Messias padecerá e ressuscitará-Claretianos

QUINTA-FEIRA, 09 DE ABRIL DE 2015
Cassilda, Demétrio, Maria de Cléofas

Atos 3,11-26: Mataram o autor da vida
Salmo 8: Senhor, Senhor nosso, que admirável é teu nome em toda a terra!
Lucas 24,35-48: O Messias padecerá e ressuscitará.

35 Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 36 Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: A paz esteja convosco! 37 Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 38 Mas ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 39 Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho. 40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 41 Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: Tendes aqui alguma coisa para comer? 42 Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 43 Ele tomou e comeu à vista deles. 44 Depois lhes disse: Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos. 45 Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 46 Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 47 E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48 Vós sois as testemunhas de tudo isso.

COMENTARIO

Os discípulos vivem sua fé muitas vezes com dúvidas e temores, porém pouco a pouco vão compreendendo que o Mestre já não está no túmulo e que portanto, já não é possível viver na passividade e muito menos se antitestemunho do ressuscitado. Os discípulos viveram a experiência da ressurreição, uma ressurreição que transcende toda intuição humana e vai necessariamente sendo marcada na realidade da fé, a partir da qual é aceita e vivida.
Quem não reconhecesse o ressuscitado em comunidade não teria assumido a realidade plena de ser um cristão individual. Os discípulos estão congregados dando seu próprio testemunho do encontro com o Ressuscitado. No meio da reunião de fé estes se apresentam e sentem temor. É então quando a experiência individual começa a ser coletiva, comunitária, sem destruir o pessoal.
Nós, como igreja, temos a obrigação de encarnar o projeto de vida e de justiça que nos oferece o Ressuscitado. Sigamos crendo, construindo e assumindo o reino comum como nova experiência de vida para os homens e mulheres de boa vontade. Somente assim é possível ressuscitar também.


Reconheceram-no ao partir do pão-Claretianos

QUARTA-FEIRA, 08 DE ABRIL DE 2015
Dionísio, Constança

Atos 3,1-10: Tudo que tenho te dou
Salmo 104:Recordem as maravilhas do Senhor
Lucas 24,13-35: Reconheceram-no ao partir do pão.

13 Nesse mesmo dia, dois discípulos caminhavam para uma aldeia chamada Emaús, distante de Jerusalém sessenta estádios. 14 Iam falando um com o outro de tudo o que se tinha passado. 15 Enquanto iam conversando e discorrendo entre si, o mesmo Jesus aproximou-se deles e caminhava com eles. 16 Mas os olhos estavam-lhes como que vendados e não o reconheceram. 17 Perguntou-lhes, então: De que estais falando pelo caminho, e por que estais tristes? 18 Um deles, chamado Cléofas, respondeu-lhe: És tu acaso o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? 19 Perguntou-lhes ele: Que foi? Disseram: A respeito de Jesus de Nazaré... Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. 20 Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel e agora, além de tudo isto, é hoje o terceiro dia que essas coisas sucederam. 22 É verdade que algumas mulheres dentre nós nos alarmaram. Elas foram ao sepulcro, antes do nascer do sol; 23 e não tendo achado o seu corpo, voltaram, dizendo que tiveram uma visão de anjos, os quais asseguravam que está vivo. 24 Alguns dos nossos foram ao sepulcro e acharam assim como as mulheres tinham dito, mas a ele mesmo não viram. 25 Jesus lhes disse: Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes em tudo o que anunciaram os profetas! 26 Porventura não era necessário que Cristo sofresse essas coisas e assim entrasse na sua glória? 27 E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava dito em todas as Escrituras. 28 Aproximaram-se da aldeia para onde iam e ele fez como se quisesse passar adiante. 29 Mas eles forçaram-no a parar: Fica conosco, já é tarde e já declina o dia. Entrou então com eles. 30 Aconteceu que, estando sentado conjuntamente à mesa, ele tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e serviu a eles . 31 Então se lhes abriram os olhos e o reconheceram... mas ele desapareceu. 32 Diziam então um para o outro: Não se nos abrasava o coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras? 33 Levantaram-se na mesma hora e voltaram a Jerusalém. Aí acharam reunidos os Onze e os que com eles estavam. 34 Todos diziam: O Senhor ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão. 35 Eles, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

COMENTÁRIO

Os dois discípulos se dirigem a Emaús: eles que se haviam sentido interpelados pelo projeto do Nazareno, agora porém estavam assustados pelos últimos acontecimentos. O poder romano, aliado ao poder religioso judaico, assassinou Jesus; por isso os discípulos e seguidores do condenado caminham agora temerosos pelas ruas de Jerusalém e seus arredores.
Eles reconhecem que Jesus está vivo na fração do pão. É a mudança suscitada em seu interior pelo ressuscitado é que fez deles novas criaturas, capazes de partilhar a vida, o alimento, a amizade e a luta comum por um mundo mais justo e humano.
Foi no gesto da fração do pão onde se deram conta de que o assassinato do Mestre não tinha conseguido apagar o ardor de seus corações, mas que a partir desse mesmo instante não valeu outra coisa senão a experiência do Jesus ressuscitado. Já não tem validade a preocupação pelo sepulcro vazio; já não existe o temor a Roma nem à camarilha judaica. Já não há temor, porque a força do Cristo ressuscitado os impulsionou a anunciar a causa do reino.


Nós vimos o Senhor!-Claretianos

TERÇA-FEIRA, 07 DE ABRIL DE 2015
João Batista de La Salle

Atos 2,36-41: Convertam-se e batizem-se em Jesus Cristo
Salmo 32: A misericórdia do Senhor enche a terra
João 20,11-18: Nós vimos o Senhor!

11 Entretanto, Maria se conservava do lado de fora perto do sepulcro e chorava. Chorando, inclinou-se para olhar dentro do sepulcro. 12 Viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde estivera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13 Eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. 14 Ditas estas palavras, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não o reconheceu. 15 Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem procuras? Supondo ela que fosse o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar. 16 Disse-lhe Jesus: Maria! Voltando-se ela, exclamou em hebraico: Rabôni! (que quer dizer Mestre). 17 Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. 18 Maria Madalena correu para anunciar aos discípulos que ela tinha visto o Senhor e contou o que ele lhe tinha falado.

COMENTÁRIO

A Palavra de Deus apresenta hoje a experiência de Maria Madalena com Jesus ressuscitado. É algo que não pode ficar guardado. Ela partilha a experiência com os demais da comunidade e contribui om a tarefa de reanimar a fé dos discípulos. A comunidade começa a experimentar um capítulo novo em sua história; agora os medos e as dúvidas vão se transformando em confiança e compromisso. A comunidade discipular se prepara para receber o Espírito Santo e dessa maneira converte-se em comunidade missionária entregue ao anúncio de tudo que foi aprendido com Jesus, confirmando seu testemunho com obras e até coma própria vida. Maria Madalena e depois toda a comunidade discipular, reconhece que Jesus é o único mestre. Ao redor de sua proposta eles apostaram suas vidas e isso lhe dá um rumo novo. A vida cotidiana se vê transformada na consolidação do discipulado, ao redor da memória do Mestre. Eles e elas são herdeiros do projeto que em outro momento Jesus sonhou e que agora deve continuar na história. A Páscoa é um momento de graça que não podemos deixar passar sem agradecer a Deus as vezes em que ele deixou ver seu rosto e alcançou para nós misericórdia. Os seres humanos de toda raça e cultura temos sido convocados pelo testemunho destes primeiros cristãos, para que conheçamos e nos apaixonemos sem reservas pela causa de Jesus: o Reino.


E correram a dar a notícia aos discípulos-Claretianos

SEGUNDA-FEIRA, 06 DE ABRIL DE 2015
Celestino, Marcelino, Edite

Atos 2,14.22–23: Deus ressuscitou a este Jesus
Salmo 15:Protegei-me, ó meu Deus, pois eu me refúgio em ti
Mateus 28,8-15: E correram a dar a notícia aos discípulos.

8 Elas se afastaram prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos. 9 Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: Salve! Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés. 10 Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão. 11 Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes. 12 Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma importante soma de dinheiro, ordenando-lhes: 13 Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormíeis. 14 Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de dificuldades. 15 Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E esta versão é ainda hoje espalhada entre os judeus.

COMENTÁRIO

O evangelho de hoje segue animando a comunidade que depois de viver a dor da morte experimenta a alegria do sepulcro vazio e do encontro com o Ressuscitado. As mulheres, ansiosas e entusiasmadas pela notícia dada pelo anjo sobre a ressurreição de Jesus, abandonam pressurosas o sepulcro e vão avisar os discípulos. Jesus aparece-lhes e as saúda. A alegria deixa-as embargadas de emoção. Jesus as convida a que avisem seus irmãos na Galileia. A comunidade discipular, animada pelo testemunho das mulheres, empreende caminho para a Galileia, a terra dos pobres; aí onde tudo havia começado irão ao encontro do Mestre. É um novo nascimento e o crescimento integral da comunidade, na qual pouco a pouco irá compreendendo melhor tudo que ele lhes ensinou. Hoje é importante que participemos da alegria e da força da Ressurreição. Nesta hoje de vida oremos por todas as iniciativas que conhecemos na Igreja e na sociedade em favor da vida. Elas são sementes dessa mesma vida que manifestam o amor de Deus e a presença de Cristo Ressuscitado.



Ele devia ressuscitar dentre os mortos-Claretianos

05 de abril
DOMINGO, 05 DE ABRIL DE 2015
DOMINGO DE PÁSCOA
Vicente Ferrer

Atos 10,34a.37-43: Comemos e bebemos com ele depois da ressurreição
 Salmo 117: Este é o dia do Senhor fez para nós: seja nossa alegria e nosso gozo
Colossenses 3,1-4: Busquem os bens do alto onde está Cristo
João 20,1-9: Ele devia ressuscitar dentre os mortos.
1 No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. 2 Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! 3 Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. 4 Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. 5 Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. 6 Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. 7 Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. 8 Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. 9 Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos.

COMENTÁRIO

No primeiro dia que se seguia ao sábado, Maria Madalena foi ao sepulcro, de manhã cedo, quando ainda estava escuro. Viu a pedra removida do sepulcro. Correu e foi dizer a Simão Pedro e ao outro discípulo a quem Jesus amava: Tiraram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram! Saiu então Pedro com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Corriam juntos, mas aquele outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinou-se e viu ali os panos no chão, mas não entrou. Chegou Simão Pedro que o seguia, entrou no sepulcro e viu os panos postos no chão. Viu também o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus. Não estava, porém, com os panos, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o discípulo que havia chegado primeiro ao sepulcro. Viu e creu. Em verdade, ainda não haviam entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos.
A) Primeiro comentário
Para este domingo de Páscoa a liturgia nos oferece como primeira leitura um dos discursos de Pedro, uma vez transformado pela força de Pentecostes: aquele que pronunciou em do centurião Cornélio, a propósito do consumo de alimentos puros e impuros, o que estava em íntima relação com o tema do anúncio do Evangelho aos não judeus e de seu ingresso à nascente comunidade cristã. O discurso de Pedro é um resumo da proclamação típica do Evangelho que contém os elementos essenciais da história da salvação e das promessas de Deus cumpridas em Jesus. Pedro e os demais apóstolos pregam a morte de Jesus pelas mãos dos judeus, porém, também sua ressurreição por obra do Pai, porque “Deus estava com ele”. De modo que a morte e ressurreição de Jesus são a via de acesso de todos os homens e mulheres, judeus e não judeus à grande família surgida da fé em sua pessoa como Filho e Enviado de Deus, e como Salvador universal; uma família onde não há exclusões de nenhum tipo. Esse é um dos principais sinais da ressurreição de Jesus e o meio mais efetivo para comprovar ao mundo que ele se mantém vivo na comunidade.
Uma comunidade, um povo, uma sociedade onde há excluídos ou marginalizados, onde o rigor das leis divide e separa uns de outros, é a antítese do efeito primordial da ressurreição; e em muito maior medida em se tratando de uma comunidade ou de um povo que diz chamar-se cristão.
O evangelho de João apresenta Maria Madalena madrugando para ir ao sepulcro de Jesus. “Contudo estava escuro”, sublinha o evangelista. É preciso ter em conta este detalhe porque João gosta de usa esses símbolos em contraste: luz-trevas, mundo-espírito, verdade-falsidade, etc. Maria, pois, permanece às escuras; não experimentou ainda a realidade da ressurreição. Ao ver que a pedra com eu haviam tapado o sepulcro tinha sido retirada, não entra, como o fazem as mulheres no relato lucano, mas que volta para buscar a Pedro e o “outro discípulo”. Ela permanece submissa à figura masculina; sua reação natural é deixar que sejam eles quem vê e comprovem e que depois digam, eles mesmos, o que viram. Este é outro contraste com o relato lucano. Porém, inclusive entre Pedro e o outro discípulo que Jesus “amava muito”, existe no relato de João uma certa rejeição de tipo hierárquico: em que pese que o “outro discípulo” correu mais, devia ser Pedro, o de maior idade, quem deveria entrar por primeiro e olhar. Efetivamente, na tumba somente estão as amarras e o sudário; o corpo de Jesus desaparece. Vendo isto creram, entenderam que a escritura dizia que ele tinha que ressuscitar e partiram para comunicar tão transcendental noticia aos demais discípulos. A estrutura simbólica do relato fica perfeitamente construída.
A ação transformadora mais palpável da ressurreição de Jesus foi a partir de então sua capacidade de transformar o interior dos discípulos – antes desagregados, egoístas, divididos e atemorizados – para voltar a convoca-los ou reunidos em torno da causa do Evangelho e enchê-los do seu espírito de perdão.
A pequena comunidade dos discípulos, não somente havia sido dissolvida pela falta de justiça contra Jesus, mas também pelo medo de seus inimigos e pela insegurança que deixa em um grupo a traição de um de seus integrantes.
Os corações de todos estavam feridos. À hora da verdade, todos eram dignos de reprovação: ninguém havia entendido corretamente a proposta do Mestre. Por isso, quem não havia traído o havia abandonado à própria sorte. E se todos eram dignos de reprovação, todos estavam necessitados de perdão. Voltar a dar coesão à comunidade de seguidores, dar-lhes unidade interna no perdão mútuo, na solidariedade, na fraternidade e na igualdade, era humanamente impossível. Contudo, a presença e a força interior do ressuscitado conseguiu reunir novamente o grupo.
Quando os discípulos desta primeira comunidade sentem interiormente esta presença transformadora de Jesus e quando a comunhão é quando realmente experimental sua ressurreição. E é então quando já não precisam mais das provas exteriores da mesma. O conteúdo simbólico dos relatos do ressuscitado atuante que apresentam à comunidade, revela o processo renovador que opera o ressuscitado no interior das pessoas e do grupo.
Magnífico exemplo do que o efeito da ressurreição pode produzir também hoje em nós, no âmbito pessoal e comunitário. A capacidade do perdão; da reconciliação conosco mesmos, como naquele punhado de homens tristes, covardes e dispersos a que o milagre da ressurreição transformou.
B) SEGUNDO ESQUEMA – O RESSUSCITADO E O CRUCIFICADO
Como em outros anos, incluímos aqui um segundo esquema de homilia, nitidamente na linha da espiritualidade latino-americana da libertação, que intitulamos “O Ressuscitado é o Crucificado”.
O que não é a ressurreição de Jesus
Costuma-se dizer teologicamente que a ressurreição de Jesus não é um fato “histórico”, com isto não se quer dizer que seja um fato irreal, mas que sua realidade está mais além do físico. A ressurreição de Jesus não é um fato realmente que possa ser registrado pela história: ninguém teria a possibilidade de fotografar a ressurreição. Objeto de nossa fé, a ressurreição de Jesus é mais que um fenômeno físico. De fato, os evangelhos não narram a ressurreição: ninguém a viu. As testemunhas falam a partir de suas experiências de crentes: sentem que o ressuscitado “está vivo”, porém não são testemunhas do fato mesmo da ressurreição.
A ressurreição de Jesus não tem semelhança alguma com o “reavivamento” de Lázaro. Jesus não voltou a esta vida nem aconteceu a reanimação de um cadáver (de fato, em teoria, não teríamos problema em acreditar na ressurreição de Jesus ainda que seu cadáver houvesse ficado entre nós, porque o corpo ressuscitado não é, sem mais, o cadáver). A ressurreição (tanto de Jesus quanto a nossa) não é uma volta para trás, mas um passo adiante, um passo para outra forma de vida, a vida de Deus.
Importa realçar este aspecto para que nos demos conta de que nossa fé na ressurreição não é a adesão a um “mito” como ocorre em tantas religiões, que possuem seus mitos de ressurreição. Nossa afirmação da ressurreição não tem por objetivo um fato físico, mas uma verdade de fé com um sentido mais profundo, que é o que queremos desenvolver.
A “boa notícia” da ressurreição foi conflitiva
Uma primeira leitura de Atos provoca estranheza: por que a notícia da ressurreição suscitou a ira e a perseguição por parte dos judeus? Notícias de ressurreição não eram tão infrequentes naquele mundo religioso. Não deveria ofender a ninguém a notícia de que alguém tivesse tido a sorte de ser ressuscitado por Deus. Contudo, a ressurreição de Jesus foi recebida com uma gravidade extrema por parte das autoridades judaicas. Faz pensar no forte contraste com a situação atual: hoje ninguém se irrita ao escutar essa notícia. A ressurreição de Jesus hoje provoca indiferença? Por que esta indiferença? Será que não anunciamos a mesma ressurreição? Ou não anunciamos a mesma coisa no anúncio da ressurreição de Jesus?
Lendo mais atentamente o livro de Atos, percebe-se que o anúncio mesmo que faziam os apóstolos tinha um ar polêmico: anunciavam a ressurreição “desse Jesus a quem vocês crucificaram”. Isto é, não anunciavam a ressurreição em abstrato, como se a ressurreição de Jesus fosse simplesmente a afirmação do prolongamento da vida depois da morte. Tampouco estavam anunciando a ressurreição de alguém qualquer, como se o que importante fosse simplesmente que um ser humano, qualquer que fosse, havia transpassado as portas da morte.
O crucificado e o ressuscitado
Os apóstolos anunciavam uma ressurreição muito concreta: a daquele homem chamado Jesus, a quem as autoridades civis e religiosas haviam rejeitado, excomungado e condenado. Quando Jesus foi atacado pelas autoridades, ficou só. Seus discípulos o abandonaram, e Deus mesmo guardou silencio como se estivesse de acordo. Tudo parecia concluir com a crucificação.
Porém, aí ocorreu algo. Uma experiência nova e poderosa se lhes impôs: sentiram que estava vivo. Foram invadidos por uma certeza estranha: que Deus confirmava a missão de Jesus e se empenhava em reivindicar seu nome e sua honra. “Jesus está vivo; não puderam vencê-lo com a morte. Deus o ressuscitou, sentou-o à sua direita, confirmando a veracidade e o valor de sua vida, de sua palavra, de sua Causa. Jesus tinha razão e não as autoridades que o expulsaram deste mundo e desprezaram sua Causa. Deus está do lado de Jesus, Deus respalda a Causa do Crucificado. O crucificado ressuscitou e vive!
E foi isto que verdadeiramente irritou as autoridades judaicas: Jesus deixou-as irritadas estando vivo e, igualmente, estando ressuscitado. Também a elas, o que as irritava não era o fato físico mesmo de uma ressurreição, que um ser humano morra ou ressuscite; o que não podiam tolerar era pensar que a Causa de Jesus, seu projeto, sua utopia, que já haviam considerado tão perigosa em vida e que já acreditavam enterrada, voltasse e se colocasse novamente em pé, isto é, que houvesse ressuscitado. E não podiam aceitar que Deus estivesse se comprometendo por aquele crucificado, condenado e excomungado. Eles acreditavam em outro Deus.
Crer com a fé de Jesus
Porém, os discípulos que redescobriram em Jesus o rosto de Deus (como o Deus de Jesus) compreenderam que Jesus era o Filho, o Senhor, a Verdade, o Caminho, a Vida, o Alfa, o Ômega. A morte não tinha nenhum poder sobre ele. Estava vivo. Havia ressuscitado. E não podiam senão confessá-lo e “segui-lo”, “aderindo à sua Causa”, obedecendo a Deus antes que aos homens, ainda que custasse a vida.
Trata-se de crer que a ressurreição não é para eles a afirmação de um fato físico-histórico, que aconteceu ou não, nem uma verdade teórica abstrata (a vida pós-morte), mas a afirmação contundente da validez suprema da Causa de Jesus, à altura mesma de Deus (à direita de Deus Pai), pela qual é necessário viver e lutar até a doação da própria vida.
E se nossa fé reproduz realmente a fé de Jesus (sua visão da vida, sua opção diante da história, sua atitude diante dos pobres... ), será tão conflitiva como o foi na pregação dos apóstolos ou na vida mesma de Jesus.
Se, no entanto, reduzimos a ressurreição de Jesus a um símbolo universal da vida pós-morte, ou à simples afirmação de uma vida para além da morte, ou a um fato físico-histórico que ocorreu há vinte séculos... então essa ressurreição fica esvaziada do conteúdo que teve em Jesus e já não diz nada a ninguém, nem irrita os poderes deste mundo, mas chega até a desmotivar ou desmobilizar o seguimento e o compromisso pala Causa de Jesus.
O importante não é crer em Jesus, mas crer como Jesus. Não é ter fé em Jesus, mas ter a fé de Jesus: sua atitude diante da história, sua opção pelos pobres, sua proposta, sua luta decidida, sua Causa...
Crer lucidamente em Jesus na América Latina, ou neste Continente “cristão”, onde a notícia de sua ressurreição já não irrita a tantos que invocam seu nome para justificar inclusive as atitudes contrarias às de Jesus, implica voltar a descobrir o Jesus histórico e o sentido da fé na ressurreição.
Crendo com essa fé de Jesus, as “coisas de cima” e as da terra não são já duas direções opostas, nem sequer distintas. As “coisas de cima” são da Terra Nova que está enxertada já aqui embaixo. É preciso fazê-la nascer no doloroso parto da História, sabendo que nunca será fruto adequado de nossa planificação, mas dom gratuito daquele que vem. Buscar as “coisas de cima” não é esperar passivamente que soe a hora escatológica (que já soou na ressurreição de Jesus), mas tornar realidade em nosso mundo o Reinado do Ressuscitado e sua Causa: Reino de vida, de Justiça, de Amor e de Paz.
Oração comunitária:
Ó Deus, origem e fonte de nossa vida, que nos enches de alegria por ocasião das festas da Páscoa, ajuda-nos. Renovados pela grande alegria experimentada pela comunidade, queremos trabalhar sempre para vencer a morte e fazer crescer a vida, até que a experimentemos em sua consumação plena. Por teu Filho Jesus, morto e ressuscitado. Amém.
Complementamos a reflexão com este soneto de Pedro Casaldáliga:
“Eu mesmo O verei”
E seremos nós, para sempre,
como és Tu o que foste, em nossa terra,
companheiro de todos os caminhos.
Seremos o que somos, para sempre,
porém gloriosamente restaurados,
como são tuas essas cinco chagas,
imprescritivelmente gloriosas.
Como Tu és o que foste, humano, irmão,
exatamente igual na tua morte,
Jesus, o mesmo e totalmente outro,

Assim seremos para sempre, exatos,
o que fomos, somos e seremos,
totalmente outros, porém, tão nós mesmos.

segunda-feira, 30 de março de 2015

-POR QUE CHORA? José Salviano

3ª-feira na Oitava da Páscoa

7 de Abril de 2015-Evangelho - Jo 20,11-18



         Maria Madalena voltou-se para trás, e O Mestre estava bem ali de pé. E ainda perguntou por que ela chorava e a quem procurava. Mas Maria não percebeu que era Ele. Somente quando Jesus a chamou pelo nome, então ela o reconheceu.  Outro dia uma pessoa relatava uma pavorosa experiência de um sequestro, e frisou bem o seu desespero, quando ela em meio àquela situação de terror, em que lhe parecia que tudo estava acabado, que ela não escaparia da morte, ela disse desesperada. Deus me onde você está? Me ajude! Me ajude! Segundos depois ela escuta um pé na porta do local-esconderijo: Um chute na porta seguido de um grito: POLÍCIA!...
         Experimente falar com Deus nos seus momentos de pânicos, de desespero, de crise, de emergência total, de puro perigo! Lembre-se: Deus está em toda parte, ele está vendo tudo o que nos acontece, tudo o que fazemos e pensamos. E o melhor. Ele nos ama! Ele se compadece de nós. Ele nos protege! Ele nos acode nos momentos de aflição.
         Deus está em toda parte, e por incrível que nos pareça, pode parecer um jardineiro, um faxineiro, um mendigo, uma pessoa qualquer.
Acredite! Jesus ressuscitou e vive no meio de nós. Ele está sempre do seu lado, está aqui agora me orientando na escrita desta reflexão que você vai ler em breve. E está no Sacrário, no altar, na floresta, sobre as águas do oceano, na brisa que sopra, e nos tufões que nos ameaçam  a vida, no canto dos pássaros, no barulho da chuva, na homilia do sacerdote, no sorriso da criança.
         Um amigo me disse outro dia, que quando ele está de bem com Deus, as crianças se aproximam dele sorrindo. Passei a reparar isso. As crianças às vezes me olham com um interesse inexplicável... Teve um dia na missa que  uma criança se engraçou tanto comigo, que o seu pai ficou muito preocupado. Acho que ele viu em mim a figura de um pedófilo ou coisa parecida...  Que perigo!
         Jesus ressuscitado estava em seu corpo glorioso e por isso não podia ser tocado. E Maria teve de entender isso. Pois antes de voltar ao Pai, Jesus permaneceu na Terra, naqueles mesmos lugares por um certo tempo. E apareceu a muitos para que você e eu nunca duvidemos que Ele é o próprio Deus que embora tenha sido morto, no terceiro dia voltou à vida.
         Vamos prestar mais atenção na presença viva de Cristo ressuscitado em nossa volta. Perguntemos sempre a Ele o que devemos fazer. Qual a nossa próxima tarefa pelo bem do Reino. Estejamos sempre prontos a colaborar, prontos a fazer sempre a vontade do Pai, em vez da nossa vontade. Pois é para isso que estamos nesta vida. Amém.
Boa noite. José Salviano