terça-feira, 8 de setembro de 2020

-Um cego não pode guiar outro cego-José Salviano

 

11 de Setembro de 2020

 

Evangelho Lc 6,39-42

 

É muito comum às vezes uma pessoa desqualificada moralmente, ter a mania de querer corrigir os que erram. Este é um exemplo típico do que Jesus nos fala hoje neste Evangelho. Como posso oferecer, se não tenho? Como posso ensinar, se eu não sei? Como posso criticar o erro do outro se levo uma vida errada? Como posso dar aulas de moral se sou um imoral? Como posso dar aulas se não estudei? Como posso fazer um  sermão se não estudei a palavra, e os ensinamentos de Jesus?

E aí você vai dizer: O Espírito Santo iluminará. Com certeza, que sim. Mas a especialidade do Espírito de Deus é de nos lembrar o que nós aprendemos antes. A sua inspiração é feita em cima do que já sabemos. E se não aprecemos, não estudamos, como posso lembrar o que não está semeado em nossa memória?

Se um cego se atrever a guiar outro cego, o que resultará é que os dois cairão no primeiro buraco que encontrarão pela frente. E este exemplo é muito válido para o catequista. (Lembremos que catequista é todo aquele e aquela que anuncia a palavra de Deus). Se não sabemos, não podemos ensinar. Pois quem não sabe é como um cego. E o catequista cego por não saber, também pode ser cego por não viver a palavra.

Nós podemos nos fazer passar por muitas coisas nesta vida. Podemos fingir que somos ricos, podemos disfarçar a feiura com maquiagem, podemos até fingir que somos santos, tudo isso por algum tempo, é claro. Porém, só tem uma coisa que nunca podemos fingir ser: É fingir que sabemos. Não dá para fingir que conhecemos uma matéria. Na primeira tentativa, somos logo descobertos.

Ah! Mais aquele veterinário que se mudou para um lugar distante e numa cidade pequena se instalou num consultório como médico e foi muito bem sucedido, por um longo tempo? Ele resolvia todos os problemas de fratura  óssea, era atencioso com os seus pacientes, e acabou sendo muito querido por todos, ao ponto de fazerem uma grande manifestação no dia em que a polícia veio lhe prender por uso indevido da medicina.

Aconteceu que aquele veterinário era um bom homem. Muito estudioso, era dedicado ao seu  trabalho, um grande pesquisador, ao ponto de causar a inveja do filho do fazendeiro que acabara de se formar veterinário, porém não era nada talentoso como ele.

Por isso, ele foi forçado a sair daquela fazenda, indo para um lugar distante. Assim, com a ajuda de amigos, teve a idéia de se instalar naquela pequena cidade como médico ortopedista. Pois a sua especialidade maior era cuidar dos ferimentos de fraturas ósseas dos animais não só da fazenda em que trabalhava, mas também do gado dos amigos do seu patrão.

Depois de algum tempo de sucesso naquela pequena cidade, aquele bom homem, que se fez passar de médico com muito sucesso, a sua fama se espalhou e chegou até os ouvidos do seu rival, o filho do patrão. Então ele foi ao seu encalço, levou a polícia e o prendeu. Isso causou um grande protesto nos habitantes locais, que por meio de faixas, cartazes, gritos, diziam que o médico era até melhor do que muitos médicos daquela redondeza!...

Prezadas irmãs, e irmãos. Não dá para fingir que sabemos. Isso seria o mesmo que tentar fingir que enxergamos, se somos cegos. Assim como não dá para fingir que somos puros, fingir que estamos em estado de graça, que somos seguidores de Cristo, que somos católicos praticantes, etc.

Que Deus nos ajude a sermos verdadeiros, e não falsos cristãos. Pois um cego nunca poderá guiar outro cego.

 

José Salviano.  

 

 

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