sexta-feira, 27 de março de 2020

“VÓS ME CONHECEIS E SABEIS DE ONDE SOU...Olivia Coutinho


Dia 27 de Março de 2020

Evangelho de Jo7,1-2.10.25-30
Jesus, ao contrário de nós, não pulava etapa, Ele não atropelava os planos de Deus, seguia tudo a risca, isto é; Jesus fazia somente a vontade do Pai. Como Filho de Deus, Ele  não precisaria de se precaver tanto, mas na sua condição humana, em alguns momentos, Jesus se precaveu, não por medo, mas para evitar um confronto direto com os seus adversários, o que poderia comprometer o projeto de Deus, que Ele queria levar até o fim.
Deus quis salvar o humano contando com o próprio humano, o que podemos constatar desde o início da historia quando Ele quis precisar de um útero materno para se fazer um de nós, ou seja, o projeto de Deus começou a se desenvolver a partir de um “sim” humano, que foi o “Sim” de Maria!
As autoridades tramaram um jeito de tirar Jesus do caminho deles, mas Ele não morreria sem antes passar para os discípulos, através de seus ensinamentos, a missão iniciada por Ele.
Ao tomar para si, a bandeira da justiça, Jesus contrariou o interesse de muitos, atraindo para si, a ira dos donos do poder. Obediente ao Pai, Ele enfrenta com coragem, todos os desafios do seu ministério, não levando em conta a hostilidade daqueles que tentavam tirá-lo do caminho deles!
O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, num contexto de clima tenso, vem nos mostrar que Deus é o Senhor da vida, e que nada acontece sem o seu consentimento.
O texto narra um do muitos desafios que Jesus, na sua condição humana, teve que enfrentar para levar em frente a sua missão, o que aconteceu na ocasião de uma festa judaica, quando Jesus é desafiado pelos próprios irmãos que ainda não acreditavam Nele. (Jo7,3-5) (É bom lembrarmos que quando um texto bíblico diz: “irmãos de Jesus” ele está se referindo aos seus parentes. Na cultura judaica, os parentes, eram chamados de irmãos.)
À princípio, Jesus disse que não iria à festa, para não se expor, já que Ele sabia que os judeus queriam matá-lo, mas depois, Ele decidiu ir, como que às escondidas. (Jo,7,8-10)
Jesus depositava a sua segurança no Pai, por isto Ele pregava livremente, sem medo de falar da verdade em alta voz. O determinante para Jesus, não era agradar este ou aquele, e sim, agradar o Pai, mantendo-se fiel à sua vontade.
Jesus pregava com autoridade, pois Ele falava daquilo que Ele vivia, o que Ele ouvia do Pai, diferente dos mestres da lei, que falavam o que ouviam dos outros.
Como qualquer ser humano, Jesus não queria morrer, e nem era da vontade do Pai que isso fosse acontecer.
A história da salvação, não foi uma história escrita como uma novela, tendo Jesus como o personagem que morre no último capítulo. A morte de Jesus, não foi da vontade de Deus, e sim, uma consequência da maldade humana.
Jesus, o profeta Maior de todos os tempos, foi corajoso, Ele anunciava a verdade e denunciava as injustiças sem medo das consequências. Em momento algum, Ele provocou perseguições, Ele só não calou, diante as injustiças.
O jeito de Jesus agir e reagir diante aos conflitos, nos ensina a superar os desafios da nossa missão. Como continuadores da sua presença aqui na terra, não podemos curvar diante os desafios, e nem deixar que o medo nos impeça de seguir em frente, de dar continuidade à nossa missão.
Na cruz, o Filho pede ao Pai: “Pai, se queres, afasta de mim este cálice...”(Lc22,42). O Pai, não atende o único pedido do Filho, ou seja, por nossa casa, Deus não retirou Jesus da Cruz.
Deus investiu alto no humano ao permitir que o seu Filho pagasse com o seu sangue, o preço da nossa liberdade.
Que resposta temos dado a este amor sem limites?

FIQUE NA PAZ DE JESUS! - Olívia Coutinho
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