-QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?- Mc 3,31-35-José Salviano
28 de Janeiro-2020
Evangelho
– Mc 3,31-35
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Naquele tempo:
Chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos.
Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.
Havia uma multidão sentada ao redor dele.
Então lhe disseram:
'Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.'
Ele respondeu:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
E olhando para os que estavam sentados ao seu redor,
disse: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
Quem faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'
Palavra da Salvação.
Jesus perguntou: Quem é minha mãe, e quem são meus
irmãos?
Se perguntarmos aos ricos quem são os seus irmãos, eles com certeza
irão responder que seus irmãos, são todos aqueles do seu nível sócio econômico.
Se não disserem ele pensarão com toda certeza.
O mesmo vai acontecer com os pobres, eles responderão que seus
irmãos e irmãs são todos aqueles e aquelas com os quais eles convivem, se
relacionam, se ajudam mutuamente, ou seja, os demais pobres como eles.
Porém, felizmente, se perguntarmos aos católicos praticantes quem são
os seus irmãos. Eles certamente responderão que são todos os habitantes deste
Planeta Terra. E mais, eles poderão dizer que os seus melhores irmãos, são os
que praticam a palavra de Deus.
Alguns poderiam dizer que Jesus foi grosseiro com a sua mãe, ou que
Ele não a amava de verdade.
Jesus amava sua mãe sim,
respeitando-a e sendo-lhe obediente. Porém, Jesus estava consciente da sua
missão na Terra. Ele veio ao mundo por intermédio de Maria, porém, Ele tinha
uma missão que extrapolava a sua família. Por isso, Jesus não estava apegado
aos seus familiares ao ponto de parar uma catequese, uma conversa com a
comunidade, para atender ao chamado de sua família. Muitos cristãos são
exageradamente apegados à família, ao ponto de não se doar ao trabalho
catequético, ou paroquial. Alguns moram do lado da paróquia, e dizem que não
têm tempo para ajudar em nada. Pois precisam cuidar da família.
“aquele que deixar mulheres e filhos para me seguir terá cem vezes mais e
ainda a vida eterna”.
A primeira impressão que
nos dá, é que Jesus foi mal educado ou mesmo grosseiro com a sua mãe.
Porém, Ele quer nos mostrar que a dedicação para com o Reino de Deus é
mais importante do que tudo, inclusive mais importante do que os pais e
familiares. Então, a resposta de Jesus quando lhe disseram que sua mãe e
seus irmãos estavam lá fora querendo falar com Ele, não foi uma resposta rude
ou mesmo grosseira. Mas sim, uma resposta de quem tem Deus em primeiro lugar em
sua visa! É o que nós devemos copiar e seguir. ”Pois todo aquele que faz a
vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha
mãe.” Como sabemos, a vontade do Pai é que nos amemos uns aos outros.
Ajudando, perdoando, colaborando, emprestando sem nos preocupar com o retorno,
nunca prejudicando ninguém, sem fazer política de congelar alguma pessoa, sem
passar os outros para traz, enfim, sem fazer nada daquilo que assistimos no cinema,
nas novelas, no teatro, que nada mais é do que a retratação do que acontece na
vida real no dia a dia. Como é duro fazer a vontade do Pai! Um dia em seu
sermão um padre disse que geralmente quando as pessoas vão ao
confessionário, a preocupação número um é com os pecados da carne, ou
seja, o comportamento sexual o nosso desvio de conduta. Esquecendo-se de que a
caridade é muito mais importante. Discutimos com a esposa, com a sogra, com o
vizinho, e depois estamos na fila da comunhão. Dependendo do tipo da discussão,
se foi apenas reclamação sobre algum tipo de injustiça, até podemos comungar.
Porém, se nos colocamos em posição de ofensas, desabafos de rancor, ameaças,
graves ofensas verbais ou mesmo predisposição para brigar, sem que a outra
pessoa tenha sido injusta, precisamos rever os nossos valores, nossos conceitos
de pecado, precisamos consultar um sacerdote. Muitos de nós já
presenciamos cenas de discussões carregadas de ofensas sérias por ambas as
partes, e no dia seguinte, estão todos na fila da comunhão.
Podemos observar que a fila para o confessionário, é nula, enquanto a
fila da comunhão é cheia e grande!
Onde queremos chegar?
Estamos tentando colocar aqui neste comentário, que nos esquecemos sempre
de que a falta de caridade é o pecado mais grave depois da falta de fé. E
geralmente passamos por cima disso, com a desculpa de que estamos corrigindo,
educando, apenas dando ordens na administração da empresa, da escola, da
família etc. E o que acontece é que na verdade, ofendemos e magoamos
gravemente as pessoas que às vezes não têm nenhum poder de fogo para
nos enfrentar. Não estamos querendo dizer que os pecados da carne, não têm
nenhuma importância para a nossa salvação. Nem tampouco queremos com estas
palavras dizer que a promiscuidade está liberada. Caríssimos. Vamos
prestar mais atenção na nossa conduta para ver nos mínimos detalhes, se não
estamos faltando com a caridade começando com os nossos familiares, na escola,
no emprego, na rua, no trânsito. Vamos avaliar também a nossa dedicação para
com o Reino de Deus que também é nosso. Estamos sendo missionários,
catequistas, cristãos de verdade, ou só na teoria?
Fica com Deus. José
Salviano
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