segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

-QUEM SÃO MEUS IRMÃOS?- Mc 3,31-35-José Salviano


28 de Janeiro-2020

Evangelho – Mc 3,31-35

 


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Naquele tempo:
Chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos.
Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.
Havia uma multidão sentada ao redor dele.
Então lhe disseram:
'Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura.'
Ele respondeu:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
E olhando para os que estavam sentados ao seu redor,
disse: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
Quem faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.'
Palavra da Salvação.

 

 

Jesus perguntou: Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?

Se perguntarmos aos ricos quem são os seus irmãos, eles com certeza irão responder que seus irmãos, são todos aqueles do seu nível sócio econômico. Se não disserem ele pensarão com toda certeza.

O mesmo vai acontecer com os pobres, eles responderão que seus irmãos e irmãs são todos aqueles e aquelas com os quais eles convivem, se relacionam, se ajudam mutuamente, ou seja, os demais pobres como eles.

Porém, felizmente, se perguntarmos aos católicos praticantes quem são os seus irmãos. Eles certamente responderão que são todos os habitantes deste Planeta Terra. E mais, eles poderão dizer que os seus melhores irmãos, são os que praticam a palavra de Deus.

Alguns poderiam dizer que Jesus foi grosseiro com a sua mãe, ou que Ele não a amava de verdade.

Jesus amava sua mãe sim, respeitando-a e sendo-lhe obediente. Porém, Jesus estava consciente da sua missão na Terra. Ele veio ao mundo por intermédio de Maria, porém, Ele tinha uma missão que extrapolava a sua família. Por isso, Jesus não estava apegado aos seus familiares ao ponto de parar uma catequese, uma conversa com a comunidade, para atender ao chamado de sua família. Muitos cristãos são exageradamente apegados à família, ao ponto de não se doar ao trabalho catequético, ou paroquial. Alguns moram do lado da paróquia, e dizem que não têm tempo para ajudar em nada. Pois precisam cuidar da família.
aquele que deixar mulheres e filhos para me seguir terá cem vezes mais e ainda a vida eterna”.  

A primeira impressão que nos dá, é que Jesus foi mal educado ou mesmo grosseiro com a sua mãe. Porém, Ele quer nos mostrar que a dedicação para com o Reino de Deus é mais importante do que tudo, inclusive mais importante do que os pais e familiares. Então, a resposta de Jesus quando lhe disseram que sua mãe e seus irmãos estavam lá fora querendo falar com Ele, não foi uma resposta rude ou mesmo grosseira. Mas sim, uma resposta de quem tem Deus em primeiro lugar em sua visa! É o que nós devemos copiar e seguir. ”Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Como sabemos, a vontade do Pai é que nos amemos uns aos outros. Ajudando, perdoando, colaborando, emprestando sem nos preocupar com o retorno, nunca prejudicando ninguém, sem fazer política de congelar alguma pessoa, sem passar os outros para traz, enfim, sem fazer nada daquilo que assistimos no cinema, nas novelas, no teatro, que nada mais é do que a retratação do que acontece na vida real no dia a dia. Como é duro fazer a vontade do Pai! Um dia em seu sermão um padre disse que geralmente quando as pessoas vão ao confessionário, a preocupação número um é com os pecados da carne, ou seja, o comportamento sexual o nosso desvio de conduta. Esquecendo-se de que a caridade é muito mais importante. Discutimos com a esposa, com a sogra, com o vizinho, e depois estamos na fila da comunhão. Dependendo do tipo da discussão, se foi apenas reclamação sobre algum tipo de injustiça, até podemos comungar. Porém, se nos colocamos em posição de ofensas, desabafos de rancor, ameaças, graves ofensas verbais ou mesmo predisposição para brigar, sem que a outra pessoa tenha sido injusta, precisamos rever os nossos valores, nossos conceitos de pecado, precisamos consultar um sacerdote. Muitos de nós já presenciamos cenas de discussões carregadas de ofensas sérias por ambas as partes, e no dia seguinte, estão todos na fila da comunhão.

Podemos observar que  a  fila para o confessionário, é nula, enquanto a fila da comunhão é cheia e grande! 

Onde queremos chegar? Estamos tentando colocar aqui neste comentário, que nos esquecemos sempre de que a falta de caridade é o pecado mais grave depois da falta de fé. E geralmente passamos por cima disso, com a desculpa de que estamos corrigindo, educando, apenas dando ordens na administração da empresa, da escola, da família etc. E o que acontece é que na verdade, ofendemos e magoamos gravemente as pessoas que às vezes não têm nenhum poder de fogo para nos enfrentar. Não estamos querendo dizer que os pecados da carne, não têm nenhuma importância para a nossa salvação. Nem tampouco queremos com estas palavras dizer que a promiscuidade está liberada. Caríssimos. Vamos prestar mais atenção na nossa conduta para ver nos mínimos detalhes, se não estamos faltando com a caridade começando com os nossos familiares, na escola, no emprego, na rua, no trânsito. Vamos avaliar também a nossa dedicação para com o Reino de Deus que também é nosso. Estamos sendo missionários, catequistas, cristãos de verdade, ou só na teoria?  

 

 

Fica com Deus. José Salviano 

 



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