terça-feira, 30 de abril de 2019

-3º DOMINGO DA PÁSCOA-Ano C-José Salviano


3º DOMINGO DA PÁSCOA

05 de maio de 2019

Evangelho Jo 21,1-19-José Salviano

-PEDRO, TU ME AMAS?-Jo 21,1-19-José Salviano

At 5,27b-32.40-41; Sl 30; Ap 5,11-14
            
PRIMEIRA LEITURA
        
         Os apóstolos haviam sido proibidos de evangelizar. Proibiram-nos de falar sobre Jesus, porém eles não se intimidaram e continuaram a anunciar o Evangelho por toda parte.
         Por isso foram chamados pelos sumos sacerdotes, os quais os reprenderam pelo fato deles terem enchido a cidade de Jerusalém da doutrina de Jesus, segundo eles.
         Os apóstolos cheios do Espírito Santo e de muita coragem, disseram: É preciso obedecer a Deus antes que aos homens!  Meus irmãos e irmãs. Isso é que é coragem! Que nós sejamos também assim, quando formos pressionados a nos calar diante das injustiças desse mundo. Diante de tanta crueldade contra os pobres e excluídos!          

SALAMO

Precisamos agradecer a Deus por tudo o que recebemos de suas mãos liberais, por sua bondade e poder infinito.
Muitas vezes pedimos uma graça, e depois de alcança-la, nos esquecemos de agradecer. Se não fosse a infinita bondade do Pai, não receberíamos nunca mais nenhuma graça, pela nossa ingratidão.
Agradeçamos, pois, Àquele que é capaz de transformar o nosso pranto em alegria!


EVANGELHO


 E Jesus apareceu de novo aos discípulos. Nenhum deles se atrevia a perguntar quem era Ele, pois sabiam que era Jesus. E João disse a Pedro: "É o Senhor"...  Esta foi a terceira vez que Jesus ressuscitado apareceu aos discípulos.
            E depois que comeram peixe assado, Jesus perguntou a Pedro por três vezes: Pedro tu me amas? Pedro ficou triste e desapontado por ter percebido que Jesus repetiu a pergunta três vezes porque foram também três as vezes que ele havia negado Jesus na noite da agonia.
            Nós amamos a Deus?  Que  temos feito  para demonstrar o nosso amor a Deus? Temos amado a Deus na pessoa do nosso irmão? Que fazemos para demonstrar o amor que sentimos pelo esposo, pela nossa esposa, pelos nossos filhos, pelos nossos irmãos?  Palavras bonitas, cartões, presentes, sorrisos forçados, flores?  Será que aquelas flores que levamos para ela significam mesmo uma prova de amor, ou será que aquele gesto é um desagravo por uma traição?
            O amor deve ser demonstrado com atitudes concretas de fidelidade, de ajuda mútua, de dedicação, de perdão, de entrega, de lealdade, de companheirismo, de silêncio no lugar de palavras vãs, de correção, de carinhos externados em: abraços, aperto de mãos, beijos, sorrisos, elogios sinceros,  pelo olhar, etc  
            Pedro negou a Jesus por três vezes. E nós, quantas vezes já O negamos?  Negamos a Jesus quando faltamos com a justiça, quando falseamos no amor, quando nos envergonhamos de nos confessarmos cristãos diante das pessoas, quando ignoramos o irmão caído no chão que nos estende a mão... 
            Negamos a Deus pelo pecado. Quando pecamos nos sentimos para baixo, desanimados, culpados, nosso semblante fica triste, e temos medo do castigo de Deus.  Ficamos sem vontade de rezar, e é exatamente nessa hora que mais precisamos da oração. Agimos assim como aquele filho que se escondia do pai porque havia feito uma coisa muito feia. Isso tudo acontece porque em nossa mentalidade de humanos que somos, vemos Deus com os nossos olhos, com a nossa maneira de pensar, ou com a nossa escala de valores e assim como o nosso pai ficava ou fica bravo conosco quando erramos, achamos que O Pai celeste tem as mesmas reações dos humanos.  Dentro de nossas limitações, humanas, temos uma grande dificuldade de entender que DEUS DETESTA O PECADO MAIS AMA O PECADOR e quer a sua salvação. Por isso, depois da nossa queda, Ele está com a mão estendida para nos levantar. Resta-nos aceitar a sua ajuda, o seu resgate.
            O amor de Deus para conosco é infinito, irrestrito, e incondicional. Deus é Pai e nos ama com amor de mãe. Um amor de mãe multiplicado inúmeras vezes, infinitas vezes... E a maior prova desse amor de Deus foi o fato d'Ele ter nos dado o seu Filho que morreu por nós. 
            Mas não fiquemos desanimados. Apesar de Pedro ter negado  Jesus, ele foi escolhido para ser o primeiro Papa da Igreja, quando Cristo disse mais ou menos assim: "Pedro, tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja.  Te darei as chaves do reino dos céus. O que ligares na Terra será ligado no Céu. O que desligares na Terra será desligado no Céu.
            Apesar daquelas  três negações, Jesus escolhe Pedro, e diz: "Apascenta minhas ovelhas". Isso significa que ele, Pedro estaria perdoado pelas negações, e mais: estava sendo escolhido, não por ser um santo, não necessariamente por seus merecimentos, mais pela sua fé, seu esforço, sua dedicação, sua boa vontade em trabalhar pelo Reino de Deus, e acima de tudo,  ele foi escolhido pela graça e bondade de Deus.  
            Meus irmãos: Assim também acontece conosco. Não devemos nos envaidecer por sermos escolhidos por Deus para uma missão na Igreja, nos achando totalmente  merecedores, e melhores que os demais irmãos.  Pois não passamos de pecadores que diariamente negamos a Jesus nos maiores e menores dos atos. A única vantagem que possamos ter, é a nossa fé e disposição para servir a Deus. Isso pesa muito a nosso favor, é contabilizado por Deus e é assim que somos escolhidos. De resto, caríssimos, somos pecadores como qualquer um outro. Nunca  nos esqueçamos disso, principalmente na hora em que o nosso trabalho é reconhecido e valorizado e que recebemos algum elogio, que na verdade não o merecemos. POIS SE BRILHAMOS, FOI A LUZ DE CRISTO QUE REFLETIMOS.  O brilho dessa luz não é nosso. Não tomemos o lugar de Deus. Se somos aplaudidos quando falamos de Cristo, ou seja, se os aplausos não forem para Cristo, e sim direcionados para os nossos talentos, nosso trabalho está furado, perdido, pois estamos buscando a nossa glória e não a glória de Deus. Não tomemos o lugar de Cristo, quando nos apresentamos em nome de Deus. Façamos como Paulo, o qual sempre se apresentou como o menor dos homens. A luz que deve brilhar quando evangelizamos, é a luz de Deus, não a nossa. Pode ser difícil entender isso, pois alguém já deve ter dito a sua pessoa:  Você é talentoso, tem um dom especial de Deus!  Responda sempre: Não. Errado!  Pois é Cristo que vive em mim. É Cristo que realiza essas coisas em mim. É o poder de Deus em mim que realiza maravilhas, e não o meu próprio poder. Sei que  sou apenas um ser inútil. E se realizo algo de notável, algo maravilhoso para  o Reino de Deus, é pela graça de Deus que realizo. Pois sem essa graça serei apenas palha digna de ser jogada ao fogo.
            Prezados irmãos. Tomemos cuidado sempre com os elogios, com o reconhecimento das pessoas  pelo nosso esforço, pelo nosso trabalho. Nunca faça nada para ser reconhecido pelas pessoas. Que o seu empenho seja sempre direcionado no sentido de  que Cristo apareça e não você.     
            Apascenta minhas ovelhas.  Apascentar significa levar a pastar, pastorear, alimentar o rebanho, proteger dos perigos, educar, corrigir, encaminhar para Deus, isso, no caso dos nossos  filhos. Pois Todo chefe(a) de família tem a missão de apascentar o seu pequeno rebanho. Assim como o chefe da Igreja tem a missão de nortear, corrigir, direcionar, administrar a grande família cristã.
            Do mesmo modo, em menor escala, o sacerdote tem a mesma missão, que é supervisionada pelo Papa.
            Pedro tu me amas? Então apascenta minhas ovelhas.  Meu irmão, minha irmã. Você ama a  Deus? Então não fica aí parado, guardando esse Deus só para você. Vá a luta! Leve Deus aos irmãos, pois à medida que você trabalha pela causa do Reino, sentir-se-á cada vez mais atraído(a) por Deus, e será redimido dos seus pecados, tendo assim a felicidade de efetuar uma conversão diária. Experimente isso e verá que o difícil mesmo é só começar.  Depois de entrar de cabeça no trabalho missionário, todo o resto será bem mais fácil, pois é a mão de  Deus que está guiando a sua pessoa e cuidando dos detalhes.

            José Salviano


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