Qual a lei que rege as nossas ações?-Helena Serpa

16 DE JANEIRO DE 2018 - 3ª. FEIRA DA 2ª. SEMANA DO

TEMPO COMUM - 1ª. LEITURA I Sam 16,1-13

– “o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração” 
Colocando esta leitura como matéria de reflexão sobre os acontecimentos e frustrações da nossa vida, podemos considerar muitos pontos sobre os quais ponderar, a fim de que tenhamos mais firmeza quando precisarmos dar a volta por cima das nossas impossibilidades e fracassos.  Samuel não se conformara ainda com a decisão do Senhor em rejeitar Saul e tinha medo da represália do rei destituído, no entanto, Deus lhe mandava seguir adiante à procura de um novo rei, sem perda de tempo.  Até quando nós devemos ficar chorando ou lamentando por causa de alguém que passou, que não correspondeu?  Até quando precisamos ficar frustrados por algo que não deu certo, que não aconteceu do modo como esperávamos? No trabalho do reino, na comunidade, no nosso trabalho, na nossa família, na nossa vida pessoal, até quando ficar olhando para trás, remoendo alguma coisa que a experiência mostrou que não vingou? Precisamos entender que diante da autoridade de Deus as pessoas passam e as oportunidades também, ninguém pode se perpetuar ou se manter eternamente no cargo se isto não estiver de acordo com os Seus planos.   “Enche o teu corno (chifre) de óleo. Vai; envio-te a Isai (Jessé) de Belém, porque escolhi um rei entre os seus filhos”. No nosso dia a dia, necessitamos sempre ir adiante e, assim como Samuel, também estar abertos às novas recomendações de Deus para uma nova missão, um novo chamado. Enfim, precisamos aceitar MUDAR. Deus não dá ouvidos aos nossos medos e inquietações. Ele nos forma sem entrar na nossa. Dá ordens firmes e seguras: “Ungirás para mim aquele que eu mandar”.  Às vezes nós queremos até seguir adiante, mas continuamos presos às nossas concepções e enxergamos tudo apenas pelas aparências. Por isso, também o Senhor nos ensina: “O que o homem vê não é o que importa; o homem vê a face, mas o Senhor olha o coração”. Não devemos julgar nem decidir pelas aparências. Precisamos nos apossar do Espírito Santo para discernir o que é certo e ajustado à vontade de Deus.   Assim como Samuel nós precisamos também esperar com paciência, ir até o fim, não decidir de uma maneira prática, só para resolver a situação. Não desistir quando Deus nos dá um encargo; confiar nas promessas do Senhor, tentar de outro modo; ir mais além, na investigação; mergulhar mais fundo, até encontrar. PERSEVERAR. Nesta narrativa vimos que desfilaram os sete filhos de Jessé, no entanto Samuel, em sintonia com Deus viu que não era nenhum deles, apesar disso, não desistiu. A escolha do Rei Davi é para nós a prova de que o Senhor não escolhe os mais competentes, os mais admirados nem tampouco os melhores. Por isso, nós que nos sentimos pequenos e sem muita capacidade devemos dar ouvidos ao que o Senhor nos recomenda e humildemente receber Dele a unção para realizar no meio do nosso povo a missão que nos foi destinada. Não deixemos a graça passar, assumamos compromisso com o Senhor. Ele precisa de nós, e espera a nossa firme decisão de nunca retroagir, mas caminhar segundo os Seus conselhos. -  Como você tem enfrentado as mudanças que o Senhor tem feito na sua vida? – Você ainda lamenta o que lhe aconteceu no passado? – Você já resolveu seguir adiante e procurar aquilo que o Senhor lhe manda buscar? Você tem medo de assumir compromissos?

Salmo Sl 88, 20. 21-22. 27-28 (R. 21a)

R. Encontrei e escolhi a Davi, meu servidor.

Aquele (a) que é escolhido (a) por Deus para uma missão deve ter consciência de que nunca será abandonado (a), pois terá sempre sobre si a Mão onipotente do Deus Todo Poderoso. Por isso, desde já nos sintamos eleitos (as) de Deus e como o salmista, oremos: “Ó Senhor, vós sois meu Pai, sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação”. Fiquemos tranquilos, pois o Senhor cumprirá conosco as Suas promessas!

Evangelho -   Mc 2,23-28

 

Evangelho - 2,23-28 - “qual a lei que rege as nossas ações?”

 

O homem é a criatura a quem Deus mais tem apreço e todas as coisas foram criadas para ele, por amor. Toda lei que tira do homem o direito de viver com dignidade, de prover a sua existência e sobrevivência é maldita e não está conforme a vontade de Deus. Neste Evangelho Jesus quer nos ensinar a colocar a caridade como lei primeira nas ações da nossa vida. A lei que Deus imprimiu no nosso coração é a lei do amor, portanto, o que nos faz mal e prejudica a nossa vida é justamente, o desamor. Tudo o que não é regido pelo amor e não tem como objetivo a vivência do amor, não é eficaz para o nosso crescimento. Às vezes nos prendemos aos preceitos, às regras e não percebemos que estamos sendo injustos e infratores da Lei de Deus. Tudo o que o Pai criou, Ele o fez em favor do homem, objeto do Seu Amor, portanto, dizer que “o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado” significa que a nossa sobrevivência e a caridade conosco mesmos e com os nossos irmãos estão acima das normas que, apesar de estabelecidas para o homem, muitas vezes se voltam contra o próprio homem.  Jesus é o Senhor de tudo o que foi criado, e, tudo foi criado por Ele, por amor ao homem. Os campos de trigo, os rios, os mares, as aves, as árvores existem para estar à disposição do homem a fim de que este perceba o olhar e a atenção de Deus para si. Jesus, Senhor da criação, é o Senhor do sábado, porém, Ele precisa ser também Senhor dos nossos “sábados”, isto é, daqueles dias em que não achamos conveniente servir a alguém ou “perder” o tempo de lazer ou de trabalho para dar de comer a alguém que está com fome. O dia de sábado a que Jesus se refere pode ser também para nós aquele dia que destinamos para o nosso deleite, para curtição, para realizar os nossos planos pessoais e, sem menos esperar somos convocados para alguma outra missão. Aí, então, alegamos a nossa impossibilidade porque “hoje é sábado” e o sábado está destinado a outras experiências. Neste caso a lei do amor ficou de lado e imperou em nosso coração a lei do egoísmo e da indiferença. – Jesus é o Senhor dos “sábados” da sua vida? - Você tem alimentado a alguém necessitado em “dia de sábado”? – Você é capaz de sacrificar um dia de lazer e de descanso para ajudar a algum discípulo de Jesus? – Em Nome de quem você tem feito caridade?  - O que você aprendeu mais com esse Evangelho?