08 de Abril - Sábado -Evangelho - Jo 11,45-56
Procuravam prender Jesus, mas ele escapou-lhes das mãos.
E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.
Este Evangelho narra a decisão final dos chefes, de matar Jesus.
Eles fazem uma submissão da fé à política: “Se deixarmos que ele continue
assim... virão os romanos...” E o sumo sacerdote Caifás lavra a sentença: “É
melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira”.
O evangelista João interpreta: “Caifás profetizou que Jesus ia
morrer pela nação. E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de
Deus dispersos”. De fato, a morte de Jesus reuniu, numa só Igreja, os filhos de
Deus dispersos pelo mundo inteiro. A santa Igreja reúne cristão de todas as
raças e culturas. Por isso a chamamos católica que significa universal. E isto
não é mais que um começo, ou uma figura da união em Cristo de toda a
humanidade, no final dos tempos.
Os cristãos são os primeiros chamados por Deus a “reunir os filhos
de Deus dispersos”. Entretanto, a manipulação de fatos, a opressão, as
ideologias e o pecado tentam impedir que a humanidade se agrupe num só rebanho
em torno de Cristo. Acontece uma luta, e a cada momento surgem novos
adversários para os cristãos. Entretanto, a ação perseverante e não violenta, o
espírito de reconciliação e a oração fazem com que o projeto de Cristo avance
no mundo. Este é um ideal que empolga os cristãos, especialmente os jovens
Jesus congregará, com sua morte, os filhos de Deus provenientes de
todos os pontos cardeais, formando o novo Povo de Deus. Esta é a eficácia da
morte de Jesus na cruz, que foi decidida pelas autoridades, no Evangelho de
hoje.
No projeto de Jesus, a vida surge da cruz. É a cruz da dor, da
doença, das humilhações e perseguições... Mas atrás da cruz brilha uma luz que
ilumina o universo inteiro. “Os judeus pedem sinais, os gregos buscam
sabedoria. Nós, porém, proclamamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus
e loucura para os pagãos” (1Cor 1,22-23).
Humanamente, a cruz é o contrário das aspirações humanas. Mas,
iluminada por Cristo, ela aparece como algo que transborda, supera a morte e
leva à ressurreição.
Havia, certa vez, num campo, uma lebre. Ela era bonita e vivia
feliz, saltitando no descampado. Um dia, ela viu um caçador com uma arma de
fogo. Sentiu medo, correu o quanto pôde e escondeu-se atrás de uma moita de
capim. O caçador procurou, procurou... não a viu mais e foi-se embora.
Mas a lebre resolveu comer aquela moita de capim. No dia seguinte,
lá estava o caçador novamente. Como não havia mais moita de capim, o caçador
deu um tiro e ela morreu.
Deus nos dá oportunidades para nos libertarmos do caçador que é
satanás. A quaresma é como uma moita de capim, pois vem cada ano nos proteger
da rotina do pecado. Não vamos devorá-la, vivendo-a como um tempo igual aos
outros.
Vamos reconhecer os nossos pecados, pois eles ajudaram a crucificar
Jesus. Não nos interessam agora os pecados dos fariseus e mestres da Lei, mas
os nossos, os quais queremos extirpar de uma vez, iniciando uma vida nova.
Maria colaborou de perto nessa reunião dos filhos de Deus
dispersos. Que ela nos ajude a colaborar também.
E também para reunir na unidade os filhos de Deus dispersos.
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