03ª semana do Advento – Quarta-feira -
Anos Pares
14 Dezembro 2016
Tempo do Advento
Terceira Semana – Quarta-feira
Lectio
Primeira leitura:
Isaías 45, 6b-8.18.21b-25
6 Eu é que sou o
Senhor. Não há outro. 7 Formo a luz e crio as trevas, dou a felicidade e mando
a infelicidade. Eu sou o Senhor, que faço todas estas coisas. 8 Destilai, ó
céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça. Abra-se
a terra para que floresça a salvação, e germine igualmente a justiça. Eu sou o
Senhor, que criou tudo isto»
18Eis o que diz o
Senhor, criador dos céus, o Deus que formou a terra e a consolidou, que não a
criou em caos, mas pronta para ser habitada: «Eu é que sou o Senhor e não há
outro.»
21 Quem anunciou estas
coisas há muito tempo? Quem o revelou desde então?
Não fui Eu, o Senhor?
Não há outro Deus além de mim. Eu sou um Deus justo e salvador, e não há nenhum
outro. 22Voltai-vos para mim e sereis salvos, vós que habitais nos confins da
terra, porque Eu sou Deus e não há nenhum outro. 23Juro por mim mesmo, e o que
digo é verdadeiro, é uma palavra irrevogável: «Todo o joelho se dobrará diante
de mim, toda a língua jurará por mim.» 24Dirão: «Só no Senhor residem a justiça
e a força.» Até Ele hão-de acorrer envergonhados todos os que contra Ele se tinham
levantado. 25No Senhor triunfará e se gloriará toda a descendência de Israel.
No início do capítulo
45, Isaías dirige-se a Oro, com um hino a Deus que salva o seu povo exactamente
por meio desse rei pagão, chamado pelo profeta ungido do Senhor (cf. Is 45, 1).
Só o Deus de Israel é o Senhor, porque só Ele é o criador de tudo quanto existe
(luz e trevas; salvação e desgraça). A sua acção dá origem a algo de
"radicalmente novo", desde o primeiro ao último dia. Ecoa no texto a
palavra: «Eu sou o senhor»(JHWH). É um modo de afirmar a unicidade de Deus, o
seu poder e a sua senhoria absoluta sobre a história humana.
A criação do mundo manifesta o seu poder. De uma realidade vazia e sem sentido, Deus deu a finalidade positiva e altíssima de ser habitação da humanidade (v. 18). Mas a máxima expressão da sua senhoria manifesta-se na vontade e na capacidade de salvar a humanidade (w. 21-22), e em suscitar nela uma sincera busca de justiça e de bem (v. 8). Assim se revela como «Deus justi», isto, capaz de estabelecer uma relação de comunhão e de aliança, um Deus salvador.
A criação do mundo manifesta o seu poder. De uma realidade vazia e sem sentido, Deus deu a finalidade positiva e altíssima de ser habitação da humanidade (v. 18). Mas a máxima expressão da sua senhoria manifesta-se na vontade e na capacidade de salvar a humanidade (w. 21-22), e em suscitar nela uma sincera busca de justiça e de bem (v. 8). Assim se revela como «Deus justi», isto, capaz de estabelecer uma relação de comunhão e de aliança, um Deus salvador.
Deus domina sobre o
mundo e sobre a humanidade. Nada pode opor-se à sua vontade. A sua acção em
favor dos fiéis, apesar de misteriosa e imprevisível, manifesta a sua
incomparável unicidade. Israel, povo que pertence a esse Deus, deve torná-lo
conhecido por todos os povos.
Evangelho: Lucas
7,19-23
Naquele tempo, 19 João
Baptista chamou dois dos seus discípulos e mandou-os ao Senhor com esta
mensagem: «És Tu o que está para vir, ou devemos esperar outro?» 20 Ao chegarem
junto dele, os homens disseram: «João Baptista mandou-nos ter contigo para te
perguntar: ‘És Tu o que está para vir, ou devemos esperar outro?’» 21 Nessa
altura, Jesus curava a muitos das suas doenças, padecimentos e espíritos
malignos e concedia vista a muitos cegos. 22Tomando a palavra, disse aos
enviados: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: Os cegos vêem, os coxos
andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, a
Boa-Nova é anunciada aos pobres; 23e feliz de quem não tiver em mim ocasião de
queda.»
João Baptista é um
crente em Deus, que vive para Ele, sempre aberto disponível às suas
iniciativas. Por isso, sabe reconhecê-lo no misterioso homem da Galileia, que
vem fazer-se baptizar por ele, no Jordão, Jesus de Nazaré.
Mas, na escuridão da
prisão de Herodes, é invadido pelo medo, pela tristeza, pela dúvida: ter-rne-eí
enganado ao ver em Jesus o Cordeiro de Deus? Mas a sua fé é grande. Em vez de a
pôr em discussão, manda embaixadores a João, pedindo luz para compreender.
Torna-se, pois, ainda mais pobre, fazendo-se simples interrogação: «És Tu o que
está para vir, ou devemos esperar outro?» (v. 19).
Jesus responde aos embaixadores apontando as obras que anda a fazer (v. 21).
Jesus responde aos embaixadores apontando as obras que anda a fazer (v. 21).
Não apenas os milagres
que dão testemunho dele, mas o que eles significam. São sinais de que começou
uma nova humanidade, que sabe acolher a palavra de Deus, ver as maravilhas que
Ele faz e caminhar pelos seus caminhos: «a Boa-Nova é anunciada aos pobres» (v.
22c).
O estilo paradoxal da
acção de Deus em Jesus não escandalizará um pobre prisioneiro, como é João.
Pelo contrário, torná-lo-á muito «feliz» (v. 23).
Meditatio
«Destilai, Ó céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça». Isaías oferece-nos, hoje, uma aclamação que traduz perfeitamente o estado de alma de quem vive o Advento. Por isso é que a Igreja a repete tanta vez na sua oração durante este tempo litúrgico. O profeta manifesta o desejo de uma intervenção divina, porque está convencido de que a justiça e a salvação só podem vir de Deus. Ao contrário de tantos outros textos, em que a intervenção de Deus é comparada a uma tremenda batalha contra os maus, aqui é comparada a uma calma e benéfica orvalhada, ao mistério de uma chuva fecunda. São imagens adequadas ao mistério da Incarnação, que não se realizou de modo estridente, mas com infinita discrição, na «sombra» do Espírito Santo. À intervenção divina deve corresponder a nossa discreta disponibilidade: «Abra-se a terra» E a terra abriu-se, quando a Virgem de Nazaré deu o seu "sim": «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
«Destilai, Ó céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça». Isaías oferece-nos, hoje, uma aclamação que traduz perfeitamente o estado de alma de quem vive o Advento. Por isso é que a Igreja a repete tanta vez na sua oração durante este tempo litúrgico. O profeta manifesta o desejo de uma intervenção divina, porque está convencido de que a justiça e a salvação só podem vir de Deus. Ao contrário de tantos outros textos, em que a intervenção de Deus é comparada a uma tremenda batalha contra os maus, aqui é comparada a uma calma e benéfica orvalhada, ao mistério de uma chuva fecunda. São imagens adequadas ao mistério da Incarnação, que não se realizou de modo estridente, mas com infinita discrição, na «sombra» do Espírito Santo. À intervenção divina deve corresponder a nossa discreta disponibilidade: «Abra-se a terra» E a terra abriu-se, quando a Virgem de Nazaré deu o seu "sim": «Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38).
O evangelho de hoje
apresenta-nos João rendido a Cristo, dando testemunho dele com a sua vida. João
é também "terra aberta" ao Verbo de Deus feito homem, um verdadeiro
disponível, um verdadeiro "pobre de Deus", que Jesus proclama
bem¬aventurado. O Baptista é imagem do crente que caminha na paciência e que
está sempre disponível a reformular as suas expectativas perante o imprevisível
estilo da vinda de Deus. Assim vai aprofundando a sua esperança até ao supremo
testemunho do sangue.
João ensina-nos que,
mesmo a fé mais forte e sincera pode coexistir com a dúvida e que a maneira de
vencer essa dúvida é a oração. Renunciando a pôr em causa a promessa de Deus e
revendo os nossos modos limitados de ver a promessa divina de esperar a sua
realização, encontramos a paz.
À fé que se torna
invocação, Deus responde oferecendo-nos um novo olhar que nos permite ver os
sinais do seu amor na nossa vida e os sinais daquela humanidade nova que
continua a criar, ainda hoje. Assim, com a palavra de Isaías, descubro que Deus
pode e quer salvar o seu povo, mesmo quando as aparentes contradições da
história parecem mostrar o contrário. O modo de agir de Deus é misterioso e
incomparável às soluções humanas para os mesmos problemas. Deus gosta de
surpreender.
A fé de Maria é a
síntese, o coroamento da fé do Antigo Testamento. Toda a história humana,
conscientemente (em Israel) ou inconscientemente (fora de Israel), é uma espera
da salvação, um suspiro, um grito que se ergue para Deus: "Destilai, ó
céus, lá das alturas o orvalho, e que as nuvens façam chover a justiça. Abra-se
a terra para que floresça a salvação» (Is 45, 8): é tudo um imenso acto de fé
expresso, em Israel, ao longo dos séculos, pela disponibilidade dos Patriarcas,
da história do povo eleito, da clarividência dos Profetas, entre os quais, João
Baptista. Mas só a fé de Maria faz transbordar o tempo na sua plenitude. A
Virgem torna-se, Ela mesma, o Advento do Salvador. "A fé de Abraão –
afirma a Redemptoris Mater – constitui o começo da Antiga Aliança; a fé de
Maria, na Anunciação, dá início à Nova Aliança" (n. 14).
A Virgem acreditou,
disse "sim", aderiu ao projecto e à realização do projecto da
salvação para Si e para todos nós. É o mistério do "fiar’ (faça-se) de
Maria, de que mal compreendemos a profundidade e o alcance. Ao pronunciar o Seu
"fiar’ (faça-se) a Virgem, não só consentiu na redenção em nome de toda a
humanidade, mas também disse sim a todos os mistérios cristãos: ao mistério da
vida divina nas almas por meio da graça, à Eucaristia, ao sacerdócio, a todas
as fontes da santidade. Por isso, com dizem as nossas Constituições (n. 85)
«Pelo seu Ecce ancilla (Eis a serva), estimula-nos à disponibilidade na fé: é a
imagem perfeita da nossa vida religiosa».
O que é verdade, em primeiro lugar sobre Cristo, também é verdade, de modo subordinado acerca da Virgem: "Deus omnia nos voluit habere per Mariam … Deus quis-nos dar tudo por Maria!".
O que é verdade, em primeiro lugar sobre Cristo, também é verdade, de modo subordinado acerca da Virgem: "Deus omnia nos voluit habere per Mariam … Deus quis-nos dar tudo por Maria!".
O cristianismo, nos
seus séculos de história, nada mais fará do que reviver a fé de Maria,
haurindo-a no Seu coração de Mãe, no mistério da Sua sublime missão materna,
que Lhe foi confiada pelo Salvador ao morrer na cruz (cf. Jo 19, 26-27), de tal
modo que, todos aqueles que, pela fé, são filhos de Deus, são também
pessoalmente filhos de Maria.
Oratio
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que a Terra deixe de ser um caos, devido à violência das guerras, das injustiças e da corrupção, em todas as suas formas.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que a Terra se torne um lugar habitável e habitado.
Vem, Senhor Jesus! Vem, revela-nos, mais uma vez, e leva a termo o projecto manifestado no mistério da tua Incarnação.
Vem, Senhor Jesus! Vem, dá vista aos cegos, cura os coxos, sara os leprosos, dá ouvido aos surdos, ressuscita os mortos, anuncia aos pobres a Boa Nova.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que não esperemos outro, mas Te acolhamos na f’l e.
Vem, Senhor Jesus! Vem, e introduz-nos a todos no mistério de Deus-Amor. Vem, Senhor Jesus! Vem, para que todos Te reconheçam como Filho do Pai e nosso Salvador.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que todo o joelho se dobre diante de Ti, e toda a língua Te proclame «Senhor». Amen.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que a Terra deixe de ser um caos, devido à violência das guerras, das injustiças e da corrupção, em todas as suas formas.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que a Terra se torne um lugar habitável e habitado.
Vem, Senhor Jesus! Vem, revela-nos, mais uma vez, e leva a termo o projecto manifestado no mistério da tua Incarnação.
Vem, Senhor Jesus! Vem, dá vista aos cegos, cura os coxos, sara os leprosos, dá ouvido aos surdos, ressuscita os mortos, anuncia aos pobres a Boa Nova.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que não esperemos outro, mas Te acolhamos na f’l e.
Vem, Senhor Jesus! Vem, e introduz-nos a todos no mistério de Deus-Amor. Vem, Senhor Jesus! Vem, para que todos Te reconheçam como Filho do Pai e nosso Salvador.
Vem, Senhor Jesus! Vem, para que todo o joelho se dobre diante de Ti, e toda a língua Te proclame «Senhor». Amen.
Contemplatio
Depois da partida dos enviados de João, Nosso Senhor falou aos discípulos sobre a mortificação do Precursor. Chamou-lhes a atenção para a sua estadia no deserto, para o seu desprezo pelo vestuário caro e pelas alegrias do mundo, para o seu amor ao jejum e às austeridades: neque manducans panem, neque bibens vinum (Lc 7, 7).
Nosso Senhor indica deste modo sucessivamente, e segundo as circunstâncias, todas fontes da graça: a paciência, a fé, a docilidade ao Espírito, a mortificação. É porque quer preparar-nos para uma grande união com Ele.
A Igreja agiu sabiamente ao pôr sob os nossos olhos todos estes ensinamentos, para nos preparar para a grande festa do Natal. As graças, que havemos de receber, serão proporcionais à nossa preparação. (Pe. Dehon, OSP 4, p. 558).
Depois da partida dos enviados de João, Nosso Senhor falou aos discípulos sobre a mortificação do Precursor. Chamou-lhes a atenção para a sua estadia no deserto, para o seu desprezo pelo vestuário caro e pelas alegrias do mundo, para o seu amor ao jejum e às austeridades: neque manducans panem, neque bibens vinum (Lc 7, 7).
Nosso Senhor indica deste modo sucessivamente, e segundo as circunstâncias, todas fontes da graça: a paciência, a fé, a docilidade ao Espírito, a mortificação. É porque quer preparar-nos para uma grande união com Ele.
A Igreja agiu sabiamente ao pôr sob os nossos olhos todos estes ensinamentos, para nos preparar para a grande festa do Natal. As graças, que havemos de receber, serão proporcionais à nossa preparação. (Pe. Dehon, OSP 4, p. 558).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra: « Vinde a mim e sereis salvos» (Is 45, 22).
Repete frequentemente e vive hoje a palavra: « Vinde a mim e sereis salvos» (Is 45, 22).
Obrigado !!!
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