16 de Novembro - Quarta
- Evangelho - Lc 19,11-28
Bom dia!
Esse evangelho trouxe a memória um dizer popular muito comum: “Quem
tem tempo nunca tem tempo, mas quem NÃO tem tempo SEMPRE arruma tempo”.
É muito comum ver em nossas comunidades, no trabalho, na faculdade,
(…), alguém que consegue se destacar mesmo tendo todas as adversidades do mundo
contra ele (a). Pessoas que conseguem fazer seu tempo, seu empenho, seu
trabalho render “dez moedas”. São pessoas que conhecemos que trabalham o dia
inteiro, tomam conta dos filhos e ainda estudam a noite, que apesar de tamanha
demanda não atrasam seus trabalhos, não deixam de fazer suas tarefas e ainda
tem tempo para parar um pouco e rezar…
No entanto existem outros que acordam às dez da manhã, tomam café
na frente da TV, não lavam seus pratos, calcinhas, cuecas; estudam a noite,
matam aula e ainda arrumam tempo pra reclamar da comida fria, da roupa que não
foi passada, que precisa de um tênis ou um celular novo; sabem a programação da
TV por completo; navegam horas e horas na internet e que se chateia
profundamente se tiver que ficar uma hora na missa de domingo (hunf)
Esse personagem da vida real que o diácono Nelsinho Correa da
Canção Nova batizou e popularizou de “beiçudo” anda em alta. Antes, contudo
eram os jovens, mas hoje eles já cresceram e se multiplicaram. São pessoas hoje
que tem ojeriza a estudar, aprender, capacitar-se; são irmãos de trabalho que
após longos anos de serviço ou numa mesma função, se negam a ouvir conselhos,
alternativas, sugestões… Muitas vezes, esses somos nós
É também um povo de 30, 35 anos que se comporta como se tivesse 15;
enfurnados em boates até durante a semana, fazendo rachas de carro, enquanto
pai e mãe ficam em casa “polindo” a moeda do filho. Filho esse que as vezes sai
de casa com intenção de bater em alguém; que se esconde atrás de uma gangue
para ser valente e quando dá algo errado, o leão de agora a pouco volta a ser
um gatinho, um santo, um anjo…
São pessoas também que guardam a moeda no bolso e com o lenço
cobrem os olhos para não ver o que acontece ao seu redor; para não se
comprometer com a comunidade; não ajudam, não emprestam seu talento, mas agindo
bem parecido com o “mau empregado” sabem fazer críticas ferrenhas, menosprezam
o trabalho de que faz, torcem contra, põem defeitos (…) tudo isso sem perder o
“charme” (ou seria o orgulho?) ou sair de sua posição conforto
Que moedas ou dons Deus te deu?
Talvez a moeda mais valiosa que tenho esteja em casa, nos filhos,
na família, no (a) parceiro (a), nos amigos ou em mim mesmo. O que tenho feito
para fazer render essas moedas que ganhei? Preciso começar a equacionar meu
tempo, pois não sei se amanhã terei a disponibilidade e a animação de hoje.
Sim, o tempo é um grande aliado e também um grande vilão, pois não
temos controle sobre ele, mas este tem uma importância real sobre as nossas
vidas. Provas, testes, decisões e até guerras foram decididas a favor daqueles
que souberam melhor administrá-lo. Há até uma situação no antigo testamento que
uma guerra precisou ser interrompida.
“(…) Apoderaram-se também do dinheiro dos que tinham vindo para
comprá-los, e perseguiram por muito tempo os vencidos, mas tiveram que desistir
IMPEDIDOS PELO TEMPO, porque era véspera de sábado, e isso os impedia de prosseguir”.
(II Macabeus 8, 25-26)
Deus nos deu “moedas”, mas não precisou o tempo que teríamos para
prestar conta. Atentemo-nos a isso.
Um imenso abraço fraterno.
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