SOLENIDADE PEDRO E PAULO 3/07/2016
1ª Leitura Atos 12, 1-11
Salmo 33(34),5 “Procurei o Senhor e
ele me atendeu, livrou-me de todos os temores”
2ª Leitura 2Timóteo, 4-6-8.17-18
Evangelho Mateus 16, 13-19
As Colunas da Igreja...
Festa de São Pedro e São Paulo, que
celebramos nesse domingo, nos faz pensar na origem de nossas comunidades. Como
tudo começou? Quando foi a primeira celebração, quem fez? Como é que a
comunidade cresceu e se desenvolveu para chegar aos dias de hoje? Uma coisa é
muito certa, o fundador ou fundadores, deve ter feito uma experiência muito
profunda com Jesus Cristo, pois sem isso, a comunidade não teria um alicerce,
alguém em quem apoiar-se para poder crescer e cumprir a sua missão.
Comecemos a falar primeiro de
Paulo, cuja teologia, isso é, o modo como ele começou a pensar as coisas de
Deus, depois do encontro com Jesus no caminho para Damasco, foi tão marcante na
vida das comunidades, que esse apóstolo é mencionado como o segundo fundador da
nossa Igreja. De fato, seria difícil pensarmos em uma igreja universal,
presente no mundo inteiro, em outras culturas e nações, sem nos lembrar de
Paulo, aquele que pregou aos gentios que eram pessoas de outra cultura. Paulo
não ficou só na mística, se assim o fizesse, teria fundado uma outra religião e
arrastaria milhares de adeptos, porém, sistematizou alguns pontos doutrinários
importantes, organizou as comunidades que havia iniciado, e o mais bonito,
mesmo pensando um pouco diferente do Chefe dos Apóstolos, manteve-se firme em
comunhão com ele e os irmãos da Igreja de Jerusalém, com quem aliás, sempre foi
solidário , ao organizar coletas que levava para a Igreja mãe.
São Paulo é o modelo fiel do
cristão autêntico, que faz a experiência com Jesus, se encanta com o seu ensinamento,
desfaz o seu projeto de vida por causa dele e torna-se um fiel seguidor do
evangelho, dando por ele a própria vida como aconteceu em seu martírio.São
Paulo sempre acreditou nas comunidades, mesmo quando havia indícios de
desunião, problemas internos, contendas e divisões, acreditava nas pessoas e
mantinha com elas uma boa relação, mesmo que se tratasse de Pedro, que tinha
uma linha mais tradicionalista, causa de algumas divergências bastante sérias
entre ambos mas Paulo nunca deixou de amá-lo por causa disso. Ele mesmo
manifestava essa sua flexibilidade, quando afirmava que se fazia um com todos e
não tinha dificuldade de conviver com as pessoas. Outra coisa importante na
pessoa de Paulo, é que ele promoveu uma ação evangelizadora em ambiente hostil
á Cristo e ao seu evangelho, era corajoso e nunca teve medo de anunciar a
Verdade. Isso nos leva a pensar que muitas vezes somos negligentes, quando
ficamos esperando que as pessoas venham procurar nossa pastoral ou movimento,
parece que a gente não se sente seguro para falar do evangelho no meio do
mundo, lá onde as pessoas precisam escutar esse anúncio, porque achamos que não
vão gostar e que algumas vão ser contra. Se São Paulo pensasse assim, milhares
de pessoas, ontem e hoje, não teriam conhecido a Jesus.
São Pedro é chamado o príncipe dos
apóstolos, isso é, aquele que iniciou o apostolado, e vemos no evangelho de
hoje, porque o próprio Cristo o constituiu chefe da sua igreja. Ele conseguiu
enxergar em Jesus algo muito mais do que se falava, o povo via nele um Messias
Profeta, comparável a João Batista ou a Elias, outro grande profeta na História
de Israel, mas esse pensamento era fruto de uma ideologia, e a era messiânica
que todos aguardavam com ansiedade, representava uma nova política, uma inversão
do quadro, o Messias era um libertador Político, enviado por Deus sim, porém,
com uma missão terrena.
O apóstolo Pedro, que fala em nome
do grupo, consegue fazer essa transição, do Messias Histórico e Ideológico,
para o Messias Espiritual, ele não era enviado por Deus mas sim o próprio Deus.
O que Jesus falava e fazia, todos viam, e a partir disso embalavam o sonho e a
esperança de dias melhores para o povo de Israel, mas sempre em uma perspectiva
terrena.
A confissão de Pedro manifesta pela
primeira vez no meio do grupo, a Fé em uma Salvação que supera toda e qualquer
realização humana, onde o homem atinge a plenitude do seu ser, divinizando
aquilo que é humano. Cesaréia de Filipe é terra de pagãos, cercado por rochas
sobre as quais há edificações habitadas pela elite do império romano. A igreja
de Cristo está no meio do mundo, porém edificada sobre a fé professada por toda
comunidade, que tem como base a fé professada por Pedro, naquele dia.
Como Pedro e Paulo, que sejamos
nessa igreja um apoio seguro para os que ainda não crêem, porque não conhecem a
Cristo e acima de tudo, nunca nos esqueçamos que Jesus Cristo edificou o reino
sobre pessoas como Pedro e Paulo, instrumentos aparentemente fracos, mas que
pela ação da graça operante e santificante do Batismo que receberam,
tornaram-se perenes, transpondo fronteiras e todas as barreiras que separa os
homens, para anunciar Jesus Cristo, o Filho de Deus, aquele que plenificou o
nosso existir. ( Diácono José da Cruz - Paróquia Nossa Senhora Consolata -
Votorantim SP - E-mail jotacruz3051@gmail.com.br) )
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