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de Abri - Quarta - Evangelho - Jo 3,16-21
Alexandre
Soledade
Bom
dia!
Nada
mais cabível para quem caminha para pentecostes – Ser novo!
Ser
novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos novos; é buscar um
coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os hábitos antigos; é
parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o que pretende fazer; é
antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de Deus.
A
vida é como uma composição musical: Fazemos a letra, mas é a vida que toca!
Escrevemos cada linha, cada frase, cada verso, mas depois de pronta, somos
reflexos do que escrevemos ou fazemos. Quem põe o ritmo é a motivação do
Espírito Santo dentro de cada um de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O
vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde
ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do
Espírito
Uma
nova melodia só poderá surgir de uma nova letra, de um novo verso, (…).
Trocar algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não altera em nada a
letra da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a vida cantará.
“(…)
Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque arrancaria uma
parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco vinho novo em
odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se derrama e os odres
se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e assim tanto um como
outro se conservam“. (Mateus 9, 16-17)
Talvez
os grandes erros que cometemos serão versos que não conseguiremos apagar da
nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA NOSSA MÚSICA.
Como
mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros) dos outros. O
entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os defeitos dos
outros, dos invejosos, dos medíocres… Todos têm coisas boas a serem exploradas
na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas pelos refrões.
Lembrei
de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no seu programa direção
espiritual. Contava ele que uma tribo africana que conheceu compõe uma canção
para cada pessoa que nasce. Cada um tem sua própria canção. Nos momentos
marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por seus parentes e
amigos. Mas o que me chamou atenção foi o fato relatado que quando alguém se
desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro de uma grande
roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é e também a
alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade,
resignificando o seu passado.
Ser
novo também carece que deixemos que os outros também tenham a oportunidade de
mudar a letra da sua canção a qualquer momento. Como cristãos devemos fazer o
possível para que isso aconteça, ou seja, criar situações favoráveis e
agradáveis para que isso ocorra. Dar oportunidade ao novo, trazer pessoas
novas, convidar novos integrantes, chamar pessoas a dividir a responsabilidade…
Ser
novo é ser querigmático, é encantar, é promover… Ser velho é ter apego a um
lugar, uma postura, a um cargo. Ser novo é não ter medo de sentar novamente no
banco e receber as graças, é avançar, é sonhar…
“(…)
Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um processo de
iniciação na vida cristã que comece pelo kerygma que guiado pela Palavra de
Deus, que conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus Cristo,
perfeito Deus e perfeito homem, experimentado como plenitude da humanidade e
que leve à conversão, ao seguimento em uma comunidade eclesial e a um
amadurecimento de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da missão”.
(Documento de Aparecida §289)
Para
sermos por completos novos devemos cooperar para que outros também sejam. Somos
uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar esse paradigma.
Um
imenso abraço fraterno
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